Notícias 06.05.09

Preços/SP – Na pesquisa sobre o preço do leite pago ao produtor divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp/Senar-SP), foi registrado, em abril/2009 o valor de R$ 0,676 para o leite tipo Leite B, e R$ 0,611 para o Leite C Cota. A média do período de abril/2008 a abril/2009 ficou em R$ 0,691 para o Leite B e R$ 0,643 para o Leite C Cota. Não houve cotação para o Leite Excesso. Foram pesquisados 43 laticínios em 43 municípios. histórica na página de estatísticas do site da Terra Viva.

Preços/RS – Entre abril de 2008 e abril de 2009, o valor médio do litro do leite longa vida integral subiu 26,84% e fechou em R$ 1,89, conforme a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Se mantiver a tendência o leite longa vida ultrapassará R$ 2,00 nos próximos meses, prevê o diretor da Agas Antônio Ortiz. Pelas contas das indústrias, a captação caiu 15%, cinco pontos percentuais acima do normal para o período. A tradicional redução de oferta de matéria-prima nesta época tornou-se mais evidente com a seca. O preço ao produtor cresce em ritmo mais lento. O valor pago pelas indústrias em abril teve correção de 1,72% em relação a março, ficando em R$ 0,59, mesmo valor apontado pelo Conseleite em abril de 2008. (Correio do Povo/RS)

Produção/RS – O presidente Elton Weber diz que a situação é séria. Sem chuva, a previsão é de nova redução da produção. Por isso, a Fetag solicitou à União auxílio mensal de R$ 2,5 mil por seis meses e anistia de investimentos até R$ 10 mil. O presidente da Comissão de Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, afirma que a produção caiu 20% e a perda entre janeiro e junho deve ser de 180 milhões de litros. Houve aumento da remuneração nos últimos meses, mas ele lembra que os custos da atividade cresceram com a estiagem. (Correio do Povo/RS)

Vigor – Quando a Bertin S.A. adquiriu a Vigor, em novembro de 2007, o laticínio via sua produção em queda e tinha resquícios de uma empresa de “commodities”. Um ano e meio depois já mostra recuperação em seus volumes de produção e foca os negócios em itens com maior valor agregado, com o reposicionamento de suas marcas. “A empresa vinha perdendo 3% de volume nos últimos três anos. No último trimestre de 2008 começou a recuperação e já vemos um aumento de 2% nos volumes”, afirma Fernando Falco, diretor-executivo da divisão. Para amparar a estratégia de crescimento, a Bertin está investindo R$ 17 milhões na renovação das fábricas de São Paulo e Santo Inácio (PR), com trocas de máquinas para embalagens e pasteurizadores, a partir de setembro. Na unidade da capital, a empresa produz lácteos frescos, como iogurtes, e em Santo Inácio, leite longa vida. (Valor Econômico)

Bertin – A Bertin está ampliando a produção, devendo elevar a captação de leite este ano, de 13,5 milhões de litros mensais para 15 milhões. Atualmente, 30% da receita da divisão de lácteos da Bertin provêm de “commodities” como leite longa vida, mas três ou quatro anos atrás esse percentual era de 70%. A opção por agregar valor já vem mostrando resultados desde o último ano, quando a receita da divisão lácteos cresceu 8%, para R$ 975 milhões. No primeiro trimestre de 2009, o faturamento da divisão aumentou 11% e a meta, segundo o diretor, é avançar 15% ao ano. (Valor Econômico)

Alimentos – Mesmo na crise, é preciso comer, e essa evidente constatação tem ajudado a blindar a indústria de alimentos contra o período de vacas magras do mercado pós-turbulência. Apesar de uma dieta nos gastos dos consumidores, o setor deverá ser o primeiro a sair da crise. E alguns segmentos esperam até transformar o limão em bebida láctea: um dos 10 maiores produtores de leite do mundo, o Brasil poderá ter aumento no consumo doméstico do produto neste ano, como efeito da substituição de alimentos mais caros por artigos de consumo básico. – O Brasil é o país do futuro no segmento de leite e derivados – diz Luís Fernando Ceribelli Madi, diretor do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), um dos organismos que endossam a 6ª TecnoLáctea & Sorvetes, feira de tecnologia para o setor que a Brasil Trade Shows (BTS) realiza em São Paulo. (Zero Hora/RS)

Produção/BR – A indústria brasileira de laticínios avança numa engorda constante: em 10 anos, a produção aumentou 70%, alcançando 27,08 bilhões de litros de leite em 2008. Tanto quanto no volume, o setor teve evolução de qualidade, diz o superintendente da BTS, Marco Antônio Mastrandonakis: do total produzido no país no ano passado, 19 bilhões foram monitorados pelo Serviço de Inspeção Federal, 75% mais ante o percentual de uma década atrás. O mercado interno é a grande esperança do setor, já que as exportações sentem desde agosto os respingos do protecionismo externo e da recessão em alguns países. (Zero Hora/RS)

Perspectivas – Para os produtores, as perspectivas de melhora têm horizonte um pouco mais esticado: o campo amarga o refluxo dos anos dourados de 2007 e 2008, quando os preços dispararam. O recuo da cotação encolheu as margens de lucro em toda a cadeia, azedando os humores, além de quebrar alguns produtores e até empresas. Mas os especialistas apostam em uma temporada mais cremosa à frente. Com o encolhimento da produção de grandes players globais, o Brasil pode encorpar sua presença entre os principais fornecedores de leite na próxima década, ao lado de Argentina e Estados Unidos. Num cenário menos imediato, o leite pode ser o próximo produto de boom externo do agronegócio verde-amarelo, seguindo o rastro da soja e da carne. Mas, para ordenhar bons resultados na próxima temporada, o setor terá de se segurar durante o aperto e manter os investimentos. (Zero Hora/RS)

Negócios

Danone – A instalação de fábrica da Danone no Ceará não só está confirmada como deve beneficiar empresas cearenses. Após a aprovação da concessão de incentivos fiscais para a empresa, de 90% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo prazo de dez anos, agora a Danone quer garantir fornecedores locais de produtos e serviços. Como já possui a área onde será instalada a unidade, que vai produzir os iogurtes Corpus e Activia, o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, diz que a implantação da fábrica deve acontecer ainda este ano. “A Danone já tem a área de Maracanaú, onde já funcionou uma fábrica anos atrás, então já vai começar a comprar máquinas e a implantar os locais de recolhimento de leite no Interior. Muito em breve, estaremos comprando o Activia produzido no Ceará”, conta. A previsão é a geração de 300 empregos diretos na unidade de Maracanaú e cerca de 1.500 no setor rural, já que pelo menos 50% do leite deve ser produzido por pequenos produtores do Ceará. O investimento anunciado para o empreendimento é de R$ 60 milhões. (O Povo/CE)

ICMS – A aprovação da Mensagem nº 7.080, enviada pelo governador Cid Gomes para a Assembleia Legislativa no mês passado, não só beneficia a Danone como todas as indústrias de alimentos lácteos. O documento detalha que serão concedidos benefícios de até 90% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por dez anos, desde que as empresas fabriquem “alimentos lácteos com propriedades funcionais, nutricionais e de saúde”. A concessão dos incentivos fiscais já está atraindo o interesse de outras empresas do ramo. Os requisitos para as empresas terem direito aos benefícios são: produzir alimentos clinicamente comprovados e enquadrados na legislação do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e utilizar 50% do leite in natura de produtores familiares do Estado. (O Povo/CE)

Kraft – A companhia norte-americana de alimentos Kraft Foods divulgou ontem uma redução de 6,5% na receita líquida, comparada a mesmo período do ano anterior. O principal impacto veio do dólar mais forte, o que reduz o valor das vendas feitas fora dos Estados Unidos. A Páscoa, em abril, também influenciou o desempenho do primeiro trimestre, já que no ano passado a data caiu em março. A receita orgânica, medida que exclui as flutuações de câmbio, aquisições e outros investimentos, teve um crescimento de 2,3%. Os lucros tiveram alta de 10%, impulsionados pelo aumento nos preços, corte de custos e pelos consumidores que estão comendo em casa com maior frequência para economizar dinheiro. Os lucros foram de US$ 662 milhões, ou US$ 0,45 por ação. Para 2009, a Kraft espera um ganho de US$ 1,88 por ação, com uma receita orgânica 3% maior. (Gazeta Mercantil)

Indústria – A indústria alimentícia projeta dois cenários distintos para o mercado interno: com menos dinheiro no bolso, o consumidor fica mais seletivo e acaba escolhendo porções menores ou marcas mais baratas de alimentos; ou então aproveita os recursos que seriam empregados em produtos de maior valor agregado, como a prestação de carros, de eletrodomésticos ou de eletroeletrônicos, e os direciona às compras básicas, começando pela comida. Seja qual for a tendência para os próximos meses, boa parte dos fabricantes está confiante no aumento da demanda e prevê bons resultados para 2009. (Valor Econômico)

Projeção – A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) acredita em um aumento de 1,5% na produção. “Alimentação é uma necessidade básica e, como tal, costuma sofrer menos em épocas de turbulência econômica”, afirma Denis Ribeiro, coordenador do departamento de economia e estatística da Abia. Em 2008, o setor faturou R$ 269 bilhões, com crescimento de 16,5% sobre a receita bruta do ano anterior. Em termos reais, descontada a inflação, o aumento nas vendas de alimentos processados e bebidas foi de 3,2%, segundo a Abia. A incógnita no horizonte da indústria no momento diz respeito à febre suína, que tem castigado as ações de alguns frigoríficos. “Não sabemos até agora qual será o impacto da doença sobre os negócios do setor”, diz Ribeiro. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Financiamento – O agronegócio brasileiro vai precisar de R$ 150 bilhões para financiar a safra agrícola em 2009/2010, mas por enquanto há sinalização para R$ 100 bilhões, conforme avaliação do presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2009 e 2010, realizado em São Paulo. Em seu discurso, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, assumiu hoje que o sistema de crédito não vai oferecer o montante demandado pelo setor agrícola. “Não discordo dos dados da Abag, mas vamos ter dificuldades para chegar a esse número”. Stephanes disse que o governo está preocupado em fazer com que as mais recentes linhas crédito disponíveis para a agroindústria cheguem ao tomador final. (Agência Estado)

Estiagem/RS – A chuva de ontem trouxe expectativa de mais precipitação e de melhorias na zona rural de Rio Grande, afetada pela estiagem. Até as 17h30min, o volume ainda era pouco – entre 12 e 15 milímetros no interior do município. A quantidade, segundo o secretário municipal da Agricultura, Joel Ávila, ajuda apenas a pastagem nativa, que estava seca e sem nutrientes, mas para a de inverno, segundo ele, não adianta muito. ‘Seria preciso chover de 30 a 40 milímetros.’ Conforme Ávila, as sementes de forrageiras foram plantadas mas não se desenvolveram devido à falta de umidade. De acordo com o supervisor da secretaria, Jesus Carrasco, a produção leiteira apresenta queda de 25% em Rio Grande. (Correio do Povo/RS)

Estiagem/SC – Subiu para 95 o número de municípios catarinenses em situação de emergência pela falta de chuva. A estiagem, que já dura quatro meses, se concentra no extremo oeste do Estado, onde mais de 1 milhão de pessoas (18% da população catarinense) sofrem com a seca. Até os 633 poços artesianos – alguns com profundidade de até 1.500 metros – da região não dão conta da demanda, principalmente na agricultura. Pelo menos 240 poços secaram, diz Valmor de Lucca, presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Segundo a meteorologia, a estiagem continuará neste mês. O Estado definiu o repasse de R$ 1 milhão aos municípios atingidos (cerca de R$ 10 mil cada um), para que as prefeituras contratem caminhões-pipa. O setor pecuário está entre os com maior prejuízo. Estima-se que os 100 milhões de litros de leite produzidos por mês na região tenham queda de até 30%, um prejuízo de R$ 18 milhões por mês. (O Estado de SP)

Milho – O Brasil deverá produzir 15,359 milhões de toneladas de milho safrinha em 2009, segundo estimativa de Safras & Mercado. O volume fica bem abaixo das 18,246 milhões de toneladas produzidas no ano passado. A maior produção está prevista para o Mato Grosso, que deverá colher 6,910 milhões de toneladas, seguida pelo Paraná, com 3,762 milhões de toneladas. (Safras)

 

Economia

Indústria – A produção industrial brasileira cresceu 0,7% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, de queda de 0,80% a alta de 5%, com mediana de +1,20%%. Na comparação com março do ano passado, a produção caiu 10%. Neste caso, as projeções variavam de -14% a -5,10%, com mediana de -10%. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, a produção nacional da indústria acumula queda de 14,7% ante igual período do ano passado e baixa de 7,9% ante o quarto trimestre de 2008. Nos últimos 12 meses até março, a variação acumulada é de queda de 1,9%. (Agência Estado)

Cesta/GO – Levantamento realizado pela Associação das Donas de Casa mostra que os preços médios dos produtos básicos de alimentação, higiene e limpeza caíram 1,84% nos últimos 30 dias, nos supermercados de Goiânia. O pacote de cinco quilos do arroz tipo 1 diminuiu 3,61% e está cotado, em média, por R$ 9,62, enquanto o quilo do feijão carioquinha caiu 5,45% e é vendido por R$ 2,60. O sabão em barra teve variação negativa de 26,56%, enquanto o pacote de papel higiênico caiu 4,09%. Por outro lado, o leite longa-vida voltou a disparar, subindo 23,29% em menos de 30 dias, vendido em média por R$ 1,80. (O Popular/GO)

 

Globalização e Mercosul

Brasil/Argentina – As vendas do Brasil para a Argentina caíram 37,2% em abril, em sua média diária, ante igual mês de 2008, segundo a consultoria Abeceb, citando informações do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil. Este é o segundo mês consecutivo de superávit comercial do país com o Brasil nos últimos sete anos, diz o estudo. As exportações argentinas para o Brasil também caíram 9,4% em seu total e 4,8% na média diária, chegando a 852 milhões de dólares no mês passado. Do início do ano até abril, o comércio bilateral retrocedeu 36,3%, embora o fluxo venha diminuindo desde outubro de 2008. Para a Abeceb, a maior responsável pela mudança dessa tendência é a crise, que desacelerou a economia. (Correio do Povo/RS)

Alimentos – Especialistas em segurança alimentar estão reunidos em Paris, com a presença dos presidentes da OMC (Organização Mundial do Comércio) e da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), avaliando o número dos mal nutridos e famintos no mundo, que deverá atingir um milhão de pessoas esse ano, devido os efeitos da crise econômica nos países mais pobres. Serão debatidos assuntos relacionados à agricultura, o desenvolvimento e políticas comerciais, com o objetivo de garantir a segurança alimentar nos países mais pobres, tanto durante a crise econômica atual, como no longo prazo. (EFE)

Uruguai – Os neozelandeses chegaram ao Uruguai para implementar seu modelo produtivo. Visualizaram oportunidades em um país onde a terra era barata e existia uma forte tradição leiteira. Não faltava dinheiro e os preços internacionais eram crescentes, assim como o interesse de investidores de todo o mundo. Foram captados quase US$ 200 milhões na bolsa da Nova Zelândia, tudo investido no Uruguai. O plano tinha sólidos fundamentos. Hoje têm 36.300 hectares no Uruguai, quase 60.000 cabeças e 19 fazendas produzindo. Claro que tudo mudou com a crise. Potenciais investidores evaporaram e os acionistas começaram a exigir que o projeto se autofinancie, coisa difícil com o preço do leite em queda. No segundo semestre de 2008 a NZFSU perdeu US$ 9 milhões. (El País)

Rússia – Com o pretexto de combater a propagação da gripe A, a Rússia fechou suas fronteiras à importação de porcos vivos, e derivados de carne suína, procedentes da Espanha, um veto injustificado. Não foi constatado nenhum caso de contaminação entre os suínos da Espanha, e tanto a OMS (Organização Mundial da Saúde), como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) deixaram claro que a gripe que se espalha pelo mundo não tem nenhuma relação com o consumo de carne suína. O Governo Espanhol e a Comissão Europeia pediram à Rússia suspensão das medidas. Mas, certamente haverá pressão por parte de Moscou, para desistir desta medida que contraria recomendações de organismos internacionais, e que tem mais características de uma estratégia comercial. (El Mundo)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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