Preço/RS – O preço médio do leite apresentou reação positiva no Rio Grande do Sul, passando de R$ 0,52 para R$ 0,53/litro, aumento de 1,92%, conforme apurou pesquisa de preços pagos ao produtor realizada pela Emater/RS. Uma parte dessa reação pode-se atribuir à redução de oferta causada pelos problemas produzidos pelo excesso de chuvas que ocorre na Região Sul. O município de Morro Redondo ficou mais de 60 horas sem o fornecimento de energia elétrica. Estimativas preliminares do município de Pelotas dão conta da perda de 180.000 litros de leite. A Cosulati, importante laticínio da região, deixou de receber leite por alguns dias, porque as áreas de recepção e processamento estavam inundadas. (Safras)
Preço – O governo federal pode aumentar o preço mínimo do leite. O reajuste só deve ser feito em julho, mas o primeiro estudo da Conab sobre os custos de produção do setor aponta que os valores atuais estão muito abaixo do que os pecuaristas gastam. O preço mínimo do leite está fixado entre R$ 0,41 e R$ 0,47 por litro, de acordo com o Estado. Mas o estudo da Companhia Nacional de Abastecimento mostra que os custos totais de produção nas três principais regiões produtoras estão muito acima do valor mínimo pago aos pecuaristas. Em São Paulo, onde o gasto é maior, os custos totais para a produção do litro por dia chegam a R$ 1,06. No Rio Grande do Sul, o valor médio é R$ 0,82. Em Minas Gerais, varia de R$ 0,75 a R$ 0,84. O custo variável, que geralmente serve como base para fixar o preço mínimo e mede despesas com alimentação animal, por exemplo, oscila nas três regiões de 53 a 60 centavos. O operacional varia de 64 a 83 centavos, também conforme a região. Para a analista de mercado da Conab, Maria Helena Fagundes, o ideal seria que o governo fixasse um preço mínimo próximo dos custos totais de produção. De acordo com ela, a perspectiva de aumento do preço do milho devido à quebra de safra preocupa o setor, que teve também uma queda na renda devido a crise. Em 2008, a produção interna de leite chegou a 28 bilhões de litros. Para 2009, a expectativa da Conab é que chegue a 31 bilhões. As exportações somaram um bilhão de litros no ano passado e há estimativa de se chegar a 1,2 bilhão neste ano. (Canal Rural)
Preços/UE – A média do preço do leite pago ao produtor europeu em novembro de 2008 foi de 31,49 euros/100 kg. Comparado ao mesmo mês do ano anterior a queda foi de 6,42 euros, 16,9%. Se comparado a novembro de 2008, o preço foi 2,07 euros menor. Apesar da drástica mudança de cenário no final do ano, em 2008 o preço pago ao produtor europeu foi 9% maior que em 2007. Mas, a Fonterra, reduziu o pagamento aos produtores em 13%, e nos Estados Unidos o pagamento durante o ano foi de 9% menor que em 2007. (EDF/Nederland)
Preços/USA – Senadores do Estado de Wisconsin/EUA estão fazendo um esforço bipartidário para trabalhar com a administração Obama e ajudar os produtores de leite do país, na medida em que a crise econômica global e a queda do preço dos lácteos estão ameaçando o sistema. Pediram ao USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que tome medidas para proteger a indústria, implementando o Programa de Suporte aos Preços dos Produtos Lácteos e o Programa de Incentivo às Exportações de Lácteos. Em carta os senadores pedem ao Governo Federal que retome a compra de produtos lácteos com valor agregado que a administração anterior infelizmente decidiu não fazer, apesar da melhora da capacidade de utilizar os produtos excedentes nos programas de nutrição do USDA. (Infortambo/Argentina)
Preços – O resultado do leilão on line nº 08 da Fonterra, apresentou uma queda de 8,2% em relação ao de nº 07, ocorrido em janeiro. O valor médio para o fechamento dos negócios foi de US$ 1.851. Esse resultado mostra que o preço do leite no mercado internacional pode continuar em queda, ainda que com menor intensidade. (www.terraviva.com.br)
Preço/Chile – Como se a seca não fosse uma dor de cabeça suficiente, no sábado a Soprole anunciou nova baixa no valor do leite. Além disso, acrescentou o secretário executivo da Sociedad Agrícola y Ganadera de Osorno (Sago), várias empresas lácteas estariam pagando o leite em parcelas, “quer dizer, duas vezes no mês, demorando-se de 15 a 20 dias para terminar de pagar, o que tem afetado a cadeia de pagamentos: comércio e combustíveis.” E, mesmo com a queda na produção, algumas indústrias estão com estoques nas alturas. As renegociações das dívidas bancárias estão sendo feitas em massa, pagando-se apenas os juros. O sul do país está com um panorama muito ruim, “inclusive pouca água para beber e a baixa produtividade do trigo.” (EstrategiaOnline/Chile)
Negócios
Supermercados – Maior rede de supermercados da região do ABC, em São Paulo, onde possui 25% de participação de mercado, a Coop informou que suas vendas cresceram, sem considerar a inflação, 9,27% em 2008, totalizando R$ 1,2 bilhão. A varejista ocupa o 11 º lugar no ranking supermercadista e é a única entre as grandes redes que opera no sistema cooperativista. Embora não tenha revelado valores, a Coop informou que fechou o ano com superávit (lucro) e que vai distribui-lo aos cooperados. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor registrou em 2008 um crescimento nominal de 15,18% nas vendas. O valor é superior ao obtido pela Coop, o que indica que a competição acirrou-se no ABC. Em 2009, a varejista prevê inaugurar pelo menos três unidades, duas no formato Zapt, loja menor, e uma no modelo tradicional. (Valor Econômico)
Varejo/Chile – As pequenas cadeias de supermercados não estão à venda. Apesar da tendência de baixa projetada pela Câmara Nacional de Comércio (CNC) para os supermercados, as pequenas cadeias olham com otimismo o futuro do seu negócio. Dirigentes das cadeias SyP e San Rosendo afirmam que 2008 foi um ano muito bom, com crescimento de 12% e 25%, respectivamente, e projetam para 2009, um aumento de 10%. Por isto não está em seus planos a venda das empresas, embora não descartem análise de ofertas. (EstrategiaOnline/Chile)
Setoriais
Safra – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou mais uma vez para baixo as estimativas para a safra de grãos em 2009. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do instituto, relativo a janeiro, prevê uma safra total de 134,7 milhões de toneladas em 2009, com queda de 7,6% ante a safra anterior. No levantamento de dezembro de 2008, a estimava era de uma safra de 137,3 milhões de toneladas. A área plantada deverá aumentar 0,8% em 2009 ante a safra anterior, totalizando 47,6 milhões de hectares. O quinto levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também prevê queda de 6,5% na produção de grãos na safra 2008/2009, totalizando 134,7 milhões de toneladas. Os números da Conab representam uma redução de 1,7% sobre a pesquisa de janeiro (137 milhões de toneladas). (Hoje em Dia/MG)
Grãos – A retração na oferta de grãos está gerando um efeito colateral positivo, que é a sustentação dos preços agrícolas. E isso dá folga para o governo, pois há melhores condições de comercialização, sem exigir fortes intervenções oficiais no mercado. “Acreditamos que a comercialização vai acontecer normalmente no caso da soja, do açúcar, do trigo, feijão, arroz”, disse Stephanes. Para o milho e outros produtos – no caso de mudança no cenário de negociação – o ministro disse que o governo “dispõe de instrumentos e vai garantir a comercialização”. Stephanes explica que já houve recuperação dos preços de milho e da soja e acredita que “os preços vão se firmar nos patamares atuais”. (Gazeta Mercantil)
Safra/CE – A safra de cereais, legumes e oleaginosas em 2009 será recorde no Ceará, segundo previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contrariando o resto do País, que deve registrar queda. No Brasil, a safra deve encolher 7,6%, de 134,7 milhões de toneladas este ano, contra os 145,8 milhões de toneladas do ano passado. Com a redução da produção nacional, a cesta básica poderá sofrer reajustes e ficar mais cara. Segundo o economista e professor da Universidade Estadual do Ceará, Lauro Chaves Neto, “Dependendo das culturas afetadas, o risco de um repasse para a mesa do consumidor é grande, também aqui no Estado, pois trazemos muitos produtos de outras regiões”. Chaves lembra ainda que a produção agrícola movimenta toda a cadeia do agronegócio. “São insumos importantes para a indústria de laticínios e pecuária em geral”, diz. (O Povo/CE)
Economia
IGP-DI – A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) inverteu a tendência de queda registrada em dezembro e teve leve alta em janeiro, puxado pela alta nos preços dos produtos agrícolas no atacado. Segundo os dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 6, o IGP-DI subiu 0,01%, após cair 0,44% no mês anterior. Além, a alta dos alimentos também no varejo, além do aumento de custo em Transporte e Educação também contribuíram para o resultado. Em janeiro, o custo dos produtos agrícolas no atacado registrou valorização de 2,07%, depois de ter caído 1,30% em dezembro. Além disso, os preços de alimentos no varejo também subiram. (Agência Estado)
Demanda – Responsável pelo fechamento de 109.696 mil postos de trabalho em dezembro, segundo o Caged, o setor de alimentos e bebidas prevê para 2009 crescimento, mas em nível inferior ao de 2008. O coordenador do departamento de economia e estatística da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Denis Ribeiro, estima para o ano alta de 3% a 4% na produção, e de 2,5% a 3,5% no faturamento real. Em 2008, o setor teve crescimento de 4,4% na produção e de 3,3% em faturamento real (deflacionado pelo IGP-DI). A indústria de alimentos e bebidas responde por 2,8% do PIB e por 2,4% dos empregos formais no país. “Os três primeiros meses do ano serão sofridos, todos os setores terão que se adequar. Mas a indústria da alimentação não está preocupada. Ela trabalha com a realidade que virá nos próximos dois ou três anos”, diz. (Valor Econômico)
Indústria – Dezembro foi um mês marcado por queda na produção industrial em 12 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As maiores retrações na comparação com novembro foram registradas em Minas Gerais (-16,4%), Bahia (-15,6%), São Paulo (-14,9%), Paraná (-11,3%) e Rio Grande do Sul (-10,0%). As demais retrações no setor ocorreram no Ceará (-4,1%), em Pernambuco (-5,7%), no Pará (-6,7%), em Santa Catarina (-7,5%), no Espírito Santo (-7,9%), no Rio de Janeiro (-8,2%) e na região Nordeste (-8,9%). O Amazonas, com 0,9%, e Goiás, com 0,4%, foram os dois únicos estados onde foi registrada alta na produção industrial. (Correio do Povo/RS)
IPCA – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,48% em janeiro, ante 0,28% em dezembro de 2008, segundo o IBGE. O resultado superou as previsões dos analistas, que iam de 0,35% a 0,47%. Em janeiro de 2008, o IPCA havia registrado alta de 0,54%. No período de 12 meses, o índice acumula alta de 5,84%. Os alimentos registraram alta de 0,75% no IPCA em janeiro, quase o dobro da variação de 0,36% apurada em dezembro, e contribuíram com 0,17 ponto porcentual no resultado do mês. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Seca/China – O governo chinês declarou nesta quinta, dia 5, alerta máximo devido à maior seca dos últimos 50 anos, que já atinge seriamente algumas regiões do país, informou a agência oficial de notícias Xinhua. Segundo dados publicados pelo Escritório de Ajuda à Seca, as chuvas nas regiões norte e central até 5 de fevereiro foram entre 50 e 80% inferiores ao normal. O problema afeta diretamente 10,3 milhões de hectares de plantação. As informações foram analisadas na reunião do Conselho de Estado, na qual o presidente, Hu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, decidiram declarar alerta máximo e iniciar uma autêntica batalha contra a seca para assegurar o fornecimento agrícola. (Agência EFE)
Comércio- As exportações dos países em desenvolvimento poderão registrar uma queda de 9,2% em 2009, com o enxugamento do crédito, disse ontem a Unctad, agência das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento. A agência advertiu também que a queda nos preços das commodities atingirá com maior intensidade os países mais pobres do mundo. O comunicado foi apresentado no início de um encontro de altos funcionários de países em desenvolvimento que analisam meios de atenuar o impacto da crise global. Temendo uma repetição da Grande Depressão da década de 1930, políticos em todo o mundo têm feito advertências quanto à retomada do protecionismo em resposta à desaceleração econômica que se seguiu à crise financeira. Mas as agências de desenvolvimento advertem que a retirada de financiamento ao comércio como resultado do aperto no crédito pode ter um efeito devastador sobre os países em desenvolvimento. “O quase congelamento do sistema bancário global dificultou a obtenção de crédito para desenvolver o comércio,” diz o documento da Unctad. O Banco Mundial prevê que o comércio global vai contrair 2,1% este ano, o primeiro declínio desde 1982. (Gazeta Mercantil)
Contaminação – Representantes da ONG “Veterinários sem Fronteiras” descobriu, depois do escândalo da presença de melamina no leite em pó Chinês, que esse tipo de leite está à venda na África. “De 49 amostras de 11 produtos diferentes examinados na Tanzânia, disponíveis nos supermercados e pequenas vendas, 6% estavam contaminadas”, disse Damar Schoder, presidente da “Veterinários sem Fronteiras da Áustria”. O leite em pó é comercializado por empresas do mercado internacional A data de fabricação dos produtos examinados ia de fins de outubro até dezembro, mas também de maio de 2008, antes do escândalo chinês. “O caso é preocupante porque as jovens mães, infectadas pelo vírus HIV da AIDS, alimentam seus filhos com leite em pó”, diz Schoder. Ela não pode dizer se o leite contaminado fez vítimas na Tanzânia, porque faltam meios científicos para diagnosticar eventuais contaminações. (Le Fígaro/França)