Notícias 04.02.09

Leilão – A Conab realizará, no dia 10 de fevereiro, leilão de prêmio para o escoamento de 200 milhões de litros de leite de vaca in natura.

Preços/SP – Na pesquisa sobre o preço do leite pago ao produtor divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp/Senar-SP), foi registrado, em janeiro/2009 o valor de R$ 0,632 para o leite tipo Leite B, e R$ 0,597 para o Leite C Cota. A média do período de janeiro/2008 a janeiro/2009 ficou em R$ 0,702 para o Leite B e R$ 0,646 para o Leite C Cota. Não houve cotação para o Leite Excesso. Foram pesquisados 53 laticínios em 48 municípios. (www.terraviva.com.br)

Bom Gosto/NE – Após a fusão com a Líder e o aporte do BNDES, a empresa ficou capitalizada e existe possibilidade de crescimento”, afirma Wilson Zanatta, presidente e fundador do Laticínios Bom Gosto, que adquiriu nesta semana a fábrica da Parmalat de Garanhuns (PE), por R$ 31 milhões. Com capacidade de processar 500 mil litros/dia, vai produzir leite longa vida, leite tipo C, iogurte e creme de leite, a Garanhuns deverá gerar uma receita anual de R$ 100 milhões. Apesar de também ter equipamentos para produção de leite em pó e condensado, por enquanto, esses itens não serão fabricados na unidade, e serão fornecidos ao Nordeste a partir do Rio Grande do Sul. (Valor Econômico)

Bom Gosto  – Com a nova aquisição, a Bom Gosto, que ainda não operava no Nordeste, contará com 19 unidades industriais nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, captando até 3 milhões de litros por dia ou 1,1 bilhão por ano. A aquisição da fábrica de Garanhuns é importante na estratégia da empresa, já que o Nordeste é uma das regiões onde mais cresce o consumo de alimentos no país, diz Wilson Zanatta. “A companhia sempre avalia “oportunidades de investimento”, mas, mantém a cautela em relação ao comportamento do mercado de lácteos, que está abastecido no front doméstico e tem estoques elevados e preços baixos no exterior,” acrescenta. O mercado] deve melhorar quando a crise acabar, em 2010, 2011″, torce o empresário. A receita projetada para o grupo este ano era de R$ 1,5 bilhão, antes da fábrica de Garanhuns. Em novembro do ano passado, a empresa já tinha adquirido o controle da Nutrilat e Corlac, no Rio Grande do Sul, dos Laticínios DaMatta e Santa Rita, em Minas Gerais. A empresa também constrói laticínio no Uruguai, com investimentos de US$ 30 milhões. Em agosto de 2007, a Bom Gosto já tinha recebido um aporte de R$ 45 milhões do BNDESPar, mediante participação de 23% no laticínio. (Valor Econômico)

Leite/CE  – Produtores de leite do Ceará estão lucrando com as vendas para o Programa Fome Zero. No município de Quixeramobim, a iniciativa ajudou a regular o preço. O seu Leonardo da Silva é dono de 35 cabeças de gado de leite. Satisfeito, ele vende um terço da produção para o Programa Leite Fome Zero, um programa do governo federal e estadual que compra leite de produtores locais para distribuir para famílias carentes. O maior incentivo está na compra garantida do leite, e o preço de R$ 0,69 por litro entregue ao programa. O Programa Leite Fome Zero já está em 146 municípios do Ceará, com 1,8 mil produtores familiares cadastrados. O leite produzido nas fazendas é estocado em tanques de resfriamento e passa por todo um processo de análise. A produção é repassada para as usinas de beneficiamento que realizam a pasteurização do leite tipo C. A creche é um dos pontos de distribuição. Todos os dias o freezer fica cheio, a espera das famílias cadastradas no Programa Leite Fome Zero. A distribuição é de graça para as famílias de baixa renda do município. Cada pessoa cadastrada recebe seis litros de leite por semana. “Antes eu pagava quase R$ 60,00 de leite por mês”, falou a dona de casa Maria Aurilene Pereira. Por dia são entregues até 55 mil litros de leite para ajudar na renda e combater a desnutrição no Ceará. (Globo Rural)

Negócios

Supermercados – Sussumu Honda, presidente da Abras, associação de supermercados, diz que o ritmo de vendas do setor diminuiu em janeiro, mas ainda é maior do que em igual mês do ano passado. “Alimentos básicos não serão afetados pela crise”, diz. A expectativa do setor é crescer 2,5% neste ano sobre 2008, quando o setor registrou expansão de quase 9%. (Folha de SP)

 

Setoriais

Soja – A safra de soja 2008/09 do Brasil será de 57,1 milhões de toneladas, abaixo das 58,5 milhões de toneladas previstas em meados de janeiro, por conta da queda da produtividade em alguns estados, informou a consultoria Céleres. Se confirmada, a produção será 4,4% menor que a safra anterior. A Céleres e outras consultorias têm diminuído suas previsões para a safra brasileira principalmente por conta da seca nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. (Gazeta Mercantil)

Demanda – A demanda total de milho em 2009 deve crescer 4,1%. De acordo com levantamento da Safras&Mercado, essa alta será impulsionada pelas exportações do cereal brasileiro, que podem ficar próximas a oito milhões de toneladas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que 1,328 milhões dessas toneladas já alcançaram o mercado internacional só em janeiro. A alimentação animal, que demandou pouco mais de 38 milhões de toneladas de milho no ano passado, não deve exercer pressão sobre a oferta em 2009. A Safras projeta uma variação negativa inferior a 100 mil toneladas no consumo animal, sinalizando estabilidade. Ainda de acordo com dados da Safras, a pecuária leiteira irá consumir 2,406 milhões de toneladas, ante as 2,427 milhões demandadas no ano passado. (Gazeta Mercantil)

 

Economia

IPC-S – A inflação no varejo da cidade de São Paulo mostrou aceleração, no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços na capital paulista subiram 0,60% na última semana de janeiro (até o dia 31), após apresentarem aumento de 0,45% na semana até o dia 22 de janeiro. Das sete capitais usadas para cálculo do índice, quatro apresentaram elevação de preços mais intensa entre 22 e 31 de janeiro. Além de São Paulo, houve aceleração de preços em Salvador (de 1,35% para 1,44%); Porto Alegre (de 0,61% para 0,83%); e Brasília (de 0,90% para 1,08%). As outras três capitais apresentaram desaceleração de preços. É o caso de Belo Horizonte (de 1,16% para 0,99%); Recife (de 0,48% para 0,41%); e Rio de Janeiro (de 1,16% para 0,99%). (Agência Estado)

Indústria  – A indústria vai produzir menos neste primeiro trimestre do ano na comparação com igual período do ano passado, segundo avaliação de empresários reunidos no Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que prefere não citar números. Com a queda do consumo interno e externo, as fábricas entraram em 2009 com estoques altos, e o corte na produção pretende ajustar a oferta à demanda. Os setores mais dependentes de financiamento, como o de bens duráveis (carros e eletroeletrônicos) e o de bens de capital (máquinas e equipamentos), são os que mais devem sofrer com a crise. “O dinheiro existe no mercado, só que está muito caro”, diz Rogério César de Souza, economista do Iedi.Os setores de não-duráveis, como o de alimentos, sofrerão mais em algumas regiões do país, como Norte e Nordeste, segundo o instituto. Os empresários acreditam que o resultado do primeiro semestre deste ano será um pouco mais favorável, e a produção deve ser igual à de igual período de 2008. Uma das grandes preocupações dos exportadores, diz Souza, é que os principais clientes do Brasil estão reduzindo suas compras, como a Argentina, que cortou em quase 50% as encomendas em janeiro. “Outra preocupação é que países como a China comecem a dar descontos em seus produtos e que isso possa neutralizar os efeitos de uma taxa de câmbio mais favorável às exportações.” (Folha de SP)

Globalização e Mercosul

Uruguai – Na contabilidade do governo são US$ 30 milhões para ajudar os produtores de leite, somando créditos a fundo perdido para os pequenos produtores, com até 1.500 litros/dia e empréstimos subsidiados para os que produzem mais, com limite de US$ 14.000. Apesar disso as entidades representativas do setor estão inquietas pela falta de agilidade do Instituto Nacional de la Leche (Inale) para resolver os problemas. A lentidão burocrática prejudica, pois apesar de haver sido outorgado os subsídios, não se sabe em qual data e em que banco sairá. Os produtores precisam do dinheiro de imediato para aproveitar a umidade trazida pelas chuvas e recuperar as pastagens. (Ultimo Segundo/Uruguai )

Argentina – O governador Daniel Scioli assinou decreto declarando emergência agropecuária para toda a província de Buenos Aires. “Necessitamos declarar a emergência agropecuária provincial para poder participar da Mesa de Emergência Nacional”, informou o ministro de assuntos agrários de Buenos Aires, Emilio Monzó, acrescentando que “a emergência prorroga as obrigações da atividade rural e no caso de desastre, exime de cumprir obrigações”. (Ambito Financiero/Argentina )

Subsídios – A China, o maior produtor mundial de grãos, vai elevar para um nível recorde os subsídios diretos ao plantio de lavouras de grãos e oleaginosas e aumentar a compra desses produtos para as reservas governamentais, a fim de respaldar os agricultores, em meio à queda dos preços dos produtos alimentícios básicos. O governo chinês pretende aumentar os subsídios em 17%, para 120 bilhões de iuan (US$ 17,5 bilhões) este ano, disse Chen Xiwen, diretor do Grupo Principal da Atividade Rural Central, do Conselho do Estado. Os preços dos grãos e oleaginosas despencaram em 2008 na China com o colapso mundial das commodities agrícolas, que barateou as importações. Cerca de 15% da população rural chinesa de migrantes, de 130 milhões de pessoas perdeu emprego, o que torna a renda agrícola uma prioridade, disse Chen. (Gazeta Mercantil)

Fusões – O mercado de fusões e aquisições promete se manter aquecido, pelo menos no Brasil, dando continuidade aos processos iniciados no ano passado. O volume de M&A (fusão e aquisição, na sigla em inglês) foi de US$ 164,64 bilhões no mundo todo em janeiro de 2009, sendo US$ 13,13 bilhões na América Latina. Assim como no quarto trimestre, o Brasil despontou com um ritmo mais acelerado que o mundial. O volume de fusões e aquisições supera o montante registrado em janeiro de 2008 em 38,34%, para US$ 9,83 bilhões. No ano passado, o número de negócios foi consideravelmente maior – 69 transações contra 33 este ano -, mas o valor ficou em US$ 7,1 bilhões. (Gazeta Mercantil)

Com apoio do BNDES, Bom Gosto avança

Capitalizada após a fusão com a Líder Alimentos, operação que contou com aporte do BNDESPar, a Laticínios Bom Gosto acaba de adquirir da Parmalat a fábrica de Garanhuns (PE), por R$ 31 milhões. A expectativa do presidente e fundador da empresa, Wilson Zanatta, é que a unidade pernambucana gere uma receita anual de R$ 100 milhões, que vai se somar ao R$ 1,5 bilhão projetado para a companhia gaúcha este ano.

Com apenas 15 anos, a Bom Gosto, que tem sede na cidade de Tapejara, chama a atenção no setor de lácteos nacional. Antes da fusão com a Líder, em novembro do ano passado, a empresa já tinha adquirido o controle da Nutrilat e da Corlac, no Rio Grande do Sul, e do Laticínios DaMatta e Laticínios Santa Rita, ambos em Minas Gerais, em 2007. A empresa também constrói laticínio no Uruguai, com investimentos de US$ 30 milhões.

“Após a fusão com a Líder e o aporte do BNDES, a empresa ficou capitalizada e existe possibilidade de crescimento”, afirma Zanatta, um veterinário filho de produtor de leite, visto como audacioso por seus concorrentes. Ele acrescenta que a companhia sempre avalia “oportunidades de investimento”. Mas Zanatta mantém a cautela em relação ao comportamento do mercado de lácteos, que está abastecido no front doméstico e tem estoques elevados e preços baixos no exterior. “[O mercado] deve melhorar quando a crise acabar, em 2010, 2011”, torce o empresário.

Em agosto de 2007, a Bom Gosto já tinha recebido um aporte de R$ 45 milhões do BNDESPar, que deu ao braço de investimento do banco de fomento uma participação de 23% no laticínio. Na operação para fusão com a Líder, o banco fez outro aporte, de valor não revelado, e ficou com uma participação de 34,6% no capital da nova empresa, conforme a assessoria de comunicação do BNDES.

Wilson Zanatta afirma que a aquisição da fábrica de Garanhuns é importante na estratégia da empresa, já que o Nordeste é uma das regiões onde mais cresce o consumo de alimentos no país. A empresa, que ainda não tinha operação no Nordeste, atendia aquele mercado com produtos de suas unidades em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A partir de agora, vai produzir na fábrica de Garanhuns, que tem capacidade de processamento de 500 mil litros/dia, itens como leite longa vida, leite tipo C, iogurte e creme de leite.

A planta pernambucana também tem equipamentos para produção de leite em pó e condensado, mas por enquanto, esses itens não serão fabricados na unidade, e a Bom Gosto continuará fornecendo para o Nordeste a partir do Rio Grande do Sul. Além da fábrica de Garanhuns, o negócio entre Bom Gosto e Parmalat inclui nove postos de captação localizados em Tapejara (RS), Enéas Marques (PR), Monte Castelo (SP), Exu (PE), Ipira (BA), Alegre (ES), Jacaré dos Homens (AL), Santa Cruz de Goiás (GO) e Itarumã (GO).

Segundo Zanatta, hoje Garanhuns processa 150 mil litros de leite por dia, mas chegou a captar 300 mil litros até meados do ano passado. As dificuldades da Parmalat, porém, levaram a uma redução no número de produtores que entregavam leite à unidade. De cerca de 900, restaram 600. “Esperamos voltar a captar 300 mil litros em um ano”, afirma Zanatta.

A Bom Gosto espera recuperar a bacia leiteira da região, onde deverá, segundo analistas do setor de lácteos, enfrentar forte concorrência com a Perdigão, que começará a operar no segundo semestre a planta de Bom Conselho, a cerca de 40 quilômetros de Garanhuns.

A empresa passará a operar, com a nova aquisição, 19 unidades industriais nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. A captação de leite da empresa hoje, após a fusão com a Líder, é de 3 milhões de litros por dia ou 1,1 bilhão por ano.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.

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