Notícias 03.07.09

Consumo – Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, mostrou que os brasileiros bebem menos leite do que deveriam, 140 litros por ano. O ideal seria 200 e não só para as crianças. Pão com manteiga e café puro, o típico café da manhã de muitos brasileiros, como Rita e Roberto. “Falta o leite, mas nessa hora da manhã, eu prefiro só café puro mesmo”, admitiu o comerciário Roberto Corrêa. Claudia tem outro motivo para deixar o leite de lado. “Eu acho que engorda. Aí eu evito”. Mas tomar leite puro todos os dias pode favorecer a perda de peso, segundo uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio. O cálcio ajuda a normalizar o metabolismo e inibe a produção de cortizol, um hormônio que pode acumular gordura, principalmente, no abdômen. A falta de hábito e de informação, além do preço alto do leite leva a um consumo menor do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. “A gente tinha que investir muito mais em propaganda para ajudar a aumentar o consumo de leite e esclarecimento da população de que o leite é um produto essencial”, acredita Rosângela Zokal, pesquisadora da Embrapa. (Jornal Nacional/Rede Globo)

Osteoporose – O Ministério da Saúde recomenda para os adultos entre dois e três copos de leite por dia. O leite e seus derivados são as principais fontes de cálcio para o nosso organismo e o baixo consumo destes alimentos pode até se tornar um problema de saúde pública aqui no Brasil. A osteoporose é um mal causado pela falta de cálcio nos ossos e atinge dez milhões de brasileiros, principalmente as mulheres. “O que aconteceria numa idade mais avançada, hoje está atingindo adolescentes e adultos jovens, então isso vem enfraquecer os ossos, vai ter maior probabilidade de quedas, fraturas, consequentemente, maior gasto com serviços de saúde”, explicou a nutricionista Elizabeth Queiroz. (Jornal Nacional/Rede Globo)

Crianças – A alta do preço do leite deixa as mães sem muita opção para alimentar as crianças. O alimento encareceu por conta da redução do pasto. Em agosto, o preço deve melhorar. Esta é a época da entressafra. Com queda na produção, vem a alta de preços do produto e seus derivados. Neste ano a estiagem no sul do país agravou a situação e o preço do leite subiu em torno de 50%. Para o adulto, o leite é um alimento facilmente substituível, mas não para as crianças, principalmente para os menores de 2 anos de idade, por ser um alimento importante para o crescimento adequado. As proteínas, vitaminas e cálcio específico deste produto são primordiais para a saúde do indivíduo. É importante manter o leite e seus derivados na alimentação das crianças, mesmo que seja em menor freqüência. A partir de agosto, as condições climáticas tendem a melhorar. Nessa situação, o preço do leite começa a melhorar um pouco. (O Dia Online)

Inspeção – Missão chilena irá inspecionar três indústrias de leite no Rio Grande do Sul a partir de quarta-feira. O roteiro inclui unidades da Perdigão em Três de Maio, Ijuí e Teutônia. Os técnicos cumprirão agenda em empresas de todo o país. O superintendente da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, afirma que a aprovação do Chile é um passaporte e facilita as vendas a outros mercados. “Eles têm a mesma rigidez da União Europeia. Tem muitos países que, quando tem a validação das autoridades chilenas, compram sem maiores problemas”. (Correio do Povo/RS)

Produção – Os fundamentos da produção de ponta de leite da Nova Zelândia e Austrália podem ser aplicados em SC. É o que diz Airton Spies, chefe da Epagri/Cepa, que concluiu doutorado sobre a organização da cadeia leiteira dos dois países da Oceania. Spies fez palestra na Interleite, em Minas. (Diário Catarinense)

Chile – Industriais e produtores de leite se reuniram no sul do país, conforme havia sido acertado durante a Chilelácteo. A ideia é formar uma câmara setorial que represente o segmento junto ao governo federal, e que solicite medidas para proteger a indústria local. A primeira delas seria impor barreiras alfandegárias à importação de lácteos, principalmente provenientes da Argentina, uma vez que o país vizinho subsidia seus produtores, fazendo concorrência desleal no mercado chileno. Para o presidente da Federação Nacional dos Produtores de Leite (Fedeleche), Dieter Konow, mesmo que haja interesses diversos entre os elos da cadeia, no momento é melhor procurar um consenso diante dos problemas que afetam a todos. Em maio as importações de lácteos cresceram 20%. (Diario Financiero)

Protestos/AR – A fim de chamar a atenção sobre a grave crise que atravessa o setor leiteiro argentino, os produtores farão uma jornada de mobilização no dia 17 de julho, inclusive com distribuição de leite gratuitamente à população, como já vem ocorrendo em algumas regiões do país. O foco do protesto é a gritante diferença entre o preço pago ao produtor e o que o consumidor paga nas gôndolas. (Infortambo)

Nova Zelândia – A Fonterra, maior exportadora mundial de leite, disse que os preços do leite em pó caíram ao menor preço dos últimos cinco anos, devido à queda da demanda. Os preços caíram a nível global pelo segundo mês consecutivo, e o leite em pó para entrega em setembro ficou em US$ 1.841, 8% menos que no mês anterior, e 58% abaixo do preço de um ano atrás. A Fonterra projeta uma queda de 12% no pagamento a seus cooperados neste ano. (Diario Financiero)

Protestos/UE – Os produtores de leite europeus vão discutir a possível greve do leite a nível europeu. Delegações de 15 países se reunirão em Zurique entre os dias 7 e 9 de julho. As medidas divulgadas pela Comissão Europeia (CE) não foram suficientes para acalmar os produtores, que não têm como sobreviver com o preço que estão recebendo pelo produto. (Agrisalon)

Negócios

Congresso – O 26º Congresso Nacional de Laticínios, organizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig)/Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), será aberto no próximo dia 13, às 19h, no Expominas de Juiz de Fora. O evento é tradicional no setor de laticínios e considerado o maior do Brasil em difusão de tecnologias sobre leite e derivados, além de referência na América Latina como fórum para apresentação de pesquisas e desenvolvimento de lácteos. (Folha de Rondônia)

Parmalat – A Laep Investments, controladora da Parmalat, informou que concluiu o processo de reestruturação de uma dívida de R$ 120 milhões em debêntures. Papéis representando R$ 85 milhões foram trocados por uma dívida com valor de face de R$ 65 milhões e com vencimento em 31 de agosto de 2010. Os R$ 35 milhões em debêntures restantes foram comprados pela Worldwide Investments (WWI), que trocará os papéis, juntamente com um pagamento adicional, pelas empresas Integralat e Companhia Brasileira de Lácteos. Esta última empresa é dona de ativos como a chamada “unidade de fornos” da Parmalat, onde são produzidos biscoitos. Também é dona da fábrica de Itaperuna (RJ) e das marcas Duchen e Glória. (Valor Online)

Leite – Clientes do Carrefour foram embora do estabelecimento insatisfeitos na noite desta quinta-feira em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com Adriano Reis, 33, operador de produção, o hipermercado anunciou a venda de caixas de leite da marca Parmalat por R$ 1,85. Porém, mais de 500 consumidores se surpreenderam, já que o produto já havia se esgotado por volta das 17h. Revoltados, dezenas de clientes foram até os caixas do hipermercado e perguntaram onde estavam as caixas de leite. Receberam como resposta que outra marca seria disponibilizada. “Eles nos ofereceram poucas caixas da marca Carrefour. Em poucos minutos o produto esgotou também. Ficamos revoltados e levamos várias caixas de outra marca e exigimos que eles vendessem pelo mesmo preço. Por conta da falta de caixas de leite da marca anunciada, os consumidores fecharam todos os caixas do hipermercado das 18h às 21h.” Após quatro horas de confusão, o hipermercado autorizou a venda do leite de outra marca pelo mesmo preço anunciado na propaganda. (O Tempo/MG)

 

Setoriais

Crédito – O Banco do Brasil (BB) destinará R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural na safra 2009/2010, volume 30% superior ao ofertado no período anterior. Desse total, R$ 9,4 bilhões serão para financiar a agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões atenderão aos demais produtores e cooperativas. (Correio do Povo/RS)

Soja I – Os produtores de soja devem aproveitar a boa cotação atual para vender seus grãos e se capitalizar para adquirir os insumos da próxima safra, que estão com preços mais baixos e devem sofrer alta nos próximos meses. Atualmente, o bushel da oleaginosa está sendo negociado entre US$ 11,50 e US$ 12 nos negócios futuros próximos, mas a comercialização para setembro indica uma precificação ao redor de US$ 10. “Mesmo assim, historicamente é um preço alto, tanto para a soja como para o milho, que está cotado ao redor de US$ 4”, avalia o professor de economia agrícola da Fundação Getulio Vargas, Alexandre Mendonça de Barros. Nesse contexto, o custo de produção da soja para o produtor brasileiro deverá ter uma redução de 20% na próxima safra. (Jornal do Comércio/RS)

Soja II – No mercado internacional, há fatores que levam analistas e investidores a apostar que os preços da soja não permanecerão no segundo semestre em patamares tão elevados quanto os do fim do primeiro. O Brasil, em contrapartida, vê seu mercado interno às voltas com evidências de aperto no quadro de oferta e demanda muito por conta da quebra da safra argentina. A seca no país vizinho, a pior em pelo menos 50 anos, fez com que o Brasil tivesse que responder pelo abastecimento por parte da soja e seus derivados que originalmente seriam exportados pelos argentinos. O cenário ajuda a explicar o aumento dos embarques da cadeia da soja no primeiro semestre – e um aumento ocorrido em uma safra menor que a anterior. (Valor Econômico)

Soymilke – De cara o consumidor vai perceber que o Soymilke, leite de soja e principal produto da Olvebra modernizou sua embalagem. O que é menos visível, mas de maior impacto, foi o compromisso da empresa com o Greenpeace de não comprar soja plantada na Amazônia. (Valor Econômico)

Prazo – Os produtores rurais ganharam quase três meses para aderir à renegociação do crédito rural inscrito em dívida ativa da União. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) prorrogou para 30 de setembro o prazo de adesão, que venceu no último dia 30. Apesar de ter estendido o prazo para renegociar as dívidas, a data limite para liquidar o débito à vista e com desconto permanece sendo 30 de dezembro. O benefício, no entanto, só vale para as operações de crédito rural inscritas na dívida ativa até 29 de maio deste ano. De acordo com a PGFN, atualmente existem 49,2 mil devedores de crédito rural. O total dos débitos soma R$ 8,2 bilhões. (Gazeta do Povo/PR)

Economia

Alimentos – Relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) aponta 21 de 41 subsetores industriais pouco ou não afetados pela crise econômica global que estão com tendência de contágio maior. Sete deles, ou um terço do grupo dos subsetores com tendência de aumentar o contágio, são do grupo de alimentos. “O setor de alimentos é o último em que a crise chega”, disse o consultor do Iedi e professor da Unicamp, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, autor do estudo. O estudo do Iedi foi preparado considerando os dados da pesquisa de produção industrial do IBGE até abril. Gomes de Almeida ressaltou, porém, que “alimentação, que dizíamos que está na fila de um contágio maior no estudo, já teve subsetores com um desempenho ruim em maio”. Um exemplo é o de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico, com queda de 2,4% em relação a maio do ano passado. Para o consultor Sílvio Sales, ex-coordenador de Indústria do IBGE, a alimentação vai ser atingida “se o mercado de trabalho, a massa salarial, mostrar um recuo acentuado. No grupo de médio contágio, entra resfriamento e preparação de leites e laticínios. (Jornal do Comércio/RS)

 

Globalização e Mercosul

França – A entidade UFC – Que Choisir, defensora dos direitos do consumidor na França, exige que o preço da carne de porco seja reduzido em 9%, com base no relatório publicado pelo Observatório de Preços e de Margens. De acordo com o estudo, a margem bruta da distribuição vem aumentando ao longo de 10 anos, e que a Federação do Comércio e da Distribuição não justificou o aumento brutal observado entre 2000 e 2001. Agora o Observatório dos Preços e Margens começa o trabalho sobre a cadeia láctea. Segundo a UFC – Que Choisir, se a alta dos preços aos produtores repercutiu nos produtos lácteos, agora na queda, isso não acontece. O leite semidesnatado aumentou 15% de junho de 2007 para cá, enquanto o leite integral aumentou 50%. (Que Choisir/Agrisalon )

Varejo/UE – As vendas no varejo da zona do euro (16 países europeus que compartilham a moeda) caíram 0,4% em maio ante abril e 3,3% ante maio do ano passado, segundo dados da agência de estatísticas Eurostat, superando a previsão de economistas de queda de 0,2% e 2,7%, respectivamente. A Eurostat revisou os dados de vendas de abril, para alta de 0,1% ante março e queda de 2,5% ante abril de 2008. Antes da alta mensal de abril, as vendas no varejo vinham caindo desde setembro de 2008, mês que marcou o início da fase mais aguda da crise global. As vendas de alimentos, álcool e tabaco cresceram 0,2% em maio, ante abril, no segundo ganho mensal consecutivo. As vendas de produtos não alimentícios caíram 0,6%. Já na União Europeia como um todo, que abrange 27 países, as vendas caíram 0,5% em maio ante abril e recuaram 3,1% ante maio de 2008. (Agência Estado)

Varejo/EUA – A rede Kroger, considerada a maior cadeia varejista de alimentos dos Estados Unidos, normalmente faz anúncios semanais nos jornais americanos. Mas a empresa resolveu aumentar sua carga de promoções, com uma nova campanha de preços baixos em suas mais de 2.400 lojas. Essa profusão de anúncios faz parte do esforço que muitas redes americanas com o mesmo perfil da Kroger estão fazendo para enfrentar a concorrência com os supercenters de preços baixos do Wal-Mart e os mercadinhos de descontos. A Stater Brothers, supermercado regional da Califórnia, anunciou um novo programa de corte nos preços. A Food Lion, rede regional da Costa Leste, oferece cupons de reembolso sobre as vendas dos produtos de marca própria. A Giant Eagle, do Meio Oeste, lançou uma campanha de preços chamada “Outra maneira de economizar”. (Valor Econômico)

 

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