Notícias 03.06.09

Saga – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou, nesta terça-feira, a produção do leite São Gabriel. A empresa Saga Agroindustrial Ltda estava sob regime especial de fiscalização desde o dia 8 de maio, após o Mapa constatar indícios de fraude. Todo o estoque de 240 mil litros de leite foi apreendido até a análise de novas amostras pela Divisão de Inspeção de Leite e Derivados. O laboratório de São Leopoldo (MG) analisou os materiais e constatou que o leite São Gabriel estava dentro dos padrões. Hoje, o ministério liberou a empresa do regime especial de fiscalização. O órgão federal garantiu que analisou o material por duas semanas e não encontrou nenhuma irregularidade. O estoque foi liberado para comercialização no mercado. (Campo Grande News/MS)

Preços/SP – Os preços do leite longa vida subiram mais de 60% nos últimos 60 dias, segundo levantamento da Apas (Associação Paulista de Supermercados). O litro de leite, vendido a R$ 1,40 em março, passou para R$ 2,25 em maio. Neste mês, o preço chega a R$ 2,50 nos supermercados. Os produtores afirmam que a alta no preço é resultado de recuperação de margens, necessária para cobrir custos. “Em maio do ano passado, os produtores recebiam entre R$ 0,80 e R$ 0,83 por litro. Hoje, recebem de R$ 0,75 a R$ 0,76. Os preços têm de subir para R$ 0,80, no mínimo”, afirma Jorge Rubez, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, a Leite Brasil, que reúne 35 mil produtores. A entressafra na produção de leite, que ocorre de maio a agosto, pressiona a elevação nos preços, segundo os supermercadistas. Na avaliação de Heron do Carmo, pesquisador da Fipe, o preço do leite está seguindo um padrão muito próximo “ao do pior ano desta década, que foi 2007, quando ocorreu a crise das commodities agrícolas no mundo devido à seca em vários países”, afirma. Em maio, o preço do leite longa vida subiu 13,73% na cidade de São Paulo, segundo levantamento da Fipe. A inflação foi de 0,33%. O preço do leite sobe mais do que a inflação há algum tempo. No acumulado de dezembro de 2001 a maio deste ano, segundo Carmo, o preço do leito longa vida subiu 112%, enquanto a inflação no período foi de 64%. Se seguir o comportamento de preços de 2007, o preço do leite vai continuar subindo nos próximos meses e vai pressionar a inflação. (Folha de SP)

Supermercados – Na última semana, segundo a Apas, as vendas de leite caíram 10% nos supermercados, como reflexo da alta de preços. Alguns consumidores estão substituindo o produto por bebida à base de soja e pelo leite em pó. Sussumu Honda, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), afirma que o consumidor também está trocando leite por iogurtes. Para Honda, a pressão sobre o preço do leite neste ano é diferente da do ano passado (em maio de 2008 o preço do produto subiu 5,08%). Em 2008, a alta ocorreu porque dobrou o preço do leite em pó, que é commodity internacional. Neste ano, não existe essa pressão, mas há seca em algumas regiões do país. (Folha de SP)

Leite/Brasil – No Dia Mundial do Leite, as reações foram diversas no Brasil. Em Minas Gerais, a maior bacia leiteira do país, o presidente da Cooperativa de Uberlândia, Eduardo Dessimoni disse que os produtores não estão comemorando. O preço ainda está abaixo do custo de produção, e o produtor está saindo descapitalizado da crise. Falta política para o leite, e entrar em operação o Marketing Institucional do Leite, porque o mercado interno é o melhor mercado para o produtor nacional. Já em Esteio (RS), o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Jorge Rodrigues comemora os negócios realizados na 32ª Expoleite, demonstrando a recuperação do setor. As perspectivas são boas, inclusive com melhoria de produção e de preços. Os organizadores da ExpoGoiás 2009 também comemoraram os resultados. Os negócios fechados na feira encerrada no dia primeiro deverão girar em torno de 50 milhões. (Canal Rural)

ICMS – Aécio e Serra marcaram encontro para esta semana em Belo Horizonte quando assinam convênios de substituição tributária. De acordo com Aécio, o acordo permitirá que alguns produtos tenham impostos cobrados na origem, ao invés da tributação ocorrer no Estado onde os produtos são vendidos para que, segundo o governador, haja uma “minimização da sonegação”. A assinatura do convênio ocorre uma semana após anúncio do presidente da mineira Itambé (Cooperativa Central dos Produtores Rurais), Jacques Gontijo, de que a empresa pretende investir 20 milhões de reais na construção de uma fábrica de leite UHT em Brodósqui, no interior de São Paulo. A Itambé alegou que o investimento se deve à adesão de uma cooperativa de leite paulista, mas a política tributária também tem peso decisivo. Enquanto Minas cobra 18% de ICMS para leite UHT, a alíquota paulista é zero. (O Estado de SP)

Uruguai – Os produtores de leite uruguaios atravessam grandes dificuldades e incertezas, e a maioria não se sente seguro em relação à industria para a qual entregam seu leite, foi o que revelou uma pesquisa a ser apresentada no Congresso da Federação Rural pela consultora Teresa Herrera e Associados. Dos dez grandes produtores entrevistados, três disseram que estão trabalhando igual a fevereiro, mas estão no prejuízo. Quatro planejam reduzir a atividade leiteira, substituindo pela agricultura ou pecuária de corte, e três já encerraram a atividade. Já dos 24 pequenos produtores entrevistados, dez já fecharam a produção de leite, quatro foram a leilão, cinco venderam a propriedade, três arrendaram e dois passaram para outras pessoas da família, ou seja, nenhum permanece na atividade. (Infortambo)

Argentina – Em maio, o preço médio declarado para a exportação do leite em pó integral foi de US$ 2.228 a tonelada, contra US$ 2.133 registrados em abril, um aumento de 4,5%. Em volume, foram exportadas 15 mil toneladas de leite em pó integral, contra 13 toneladas em abril. O maior preço declarado US$ 2.336 foi para as mil toneladas enviadas ao Brasil pela Nestlé Argentina, em embalagens de 25 quilos. O menor preço, US$ 1.800 a tonelada, foram as 5 toneladas enviadas para os Emirados Árabes Unidos, da marca “Pura”. Os principais destinos foram: Venezuela (41%), Brasil (15,3%), Senegal (12,3%) e Argélia (6,3%). (Infortambo)

Preços/NZ – Os negócios realizados no leilão eletrônico da Fonterra refletiram a baixa demanda por lácteos e as incertezas sobre o futuro. A média de US$ 1.886, para todos os produtos e períodos foi 12% menor do que o leilão realizado em maio. O diretor da Fonterra GlobalTrade, Kelvin Wickham, disse que é preciso confiança dos compradores e melhora do consumo para que haja perspectivas de recomposição dos preços, e isto não está ocorrendo com a rapidez desejável. Mas, o resultado também é um reflexo dos subsídios anunciados nos Estados Unidos, e a possível retaliação europeia. (Fonterra)

 

 

França – A Organização dos Produtores de Leite (OPL), sindicato minoritário que não participa da mesa de negociações de preço em Paris, entregou ao primeiro ministro francês, François Fillon, um documento, reivindicando o preço justo de 400 euros pela tonelada de leite. Segundo o documento, 313,50 euros são gastos para produzir, nas pequenas propriedades, que entregam cerca de até 200.000 litros por ano, sem contar a remuneração do produtor. Menos que isso seria como um trabalhador que não fosse remunerado pelos seus serviços. De forma simbólica, alguns produtores se inscreveram em programas sociais do governo, como forma de dizer que não estão tendo renda para sobreviverem. (Le Fígaro/Le Point)

Negócios

Fusões – O volume total de fusões e aquisições entre janeiro e maio deste ano manteve a trajetória de queda registrada nos meses anteriores. Foram US$ 24,3 bilhões em transações anunciadas até o fim de maio no Brasil, contra os US$ 47,1 bilhões do mesmo período de 2008. A redução foi de 48,4%, segundo os números da Thomson Reuters Markets. (Valor Econômico)

Silemg – Durante a Superagro 2009, entre os dias 4 e 7 de junho, o Silemg terá um estande de 85m², no qual os visitantes poderão degustar grande variedade de produtos lácteos produzidos pelos mais de 150 associados. Além disso, poderão conhecer os benefícios do leite através de uma cartilha desenvolvida e produzida pelo sindicato. Também será distribuído um folder mostrando um pouco da história do Sindicato, da indústria mineira de laticínios, da produção de queijos e da importância do setor para a economia do Estado. Minas Gerais tem o maior número de empresas de laticínios do Brasil, possui a maior bacia leiteira e tem a maior diversidade de produtos do país. (Rede Comunicação de Resultado)

Tetra Pak – O estande do Silemg na Superagro 2009 será integrado ao da Tetra Pak, onde a empresa de embalagens para laticínios irá demonstrar o processo de reciclagem das embalagens longa vida. A embalagem é composta por camadas de papel, polietileno e alumínio, que protegem o leite e preservam suas características nutricionais, além do sabor. Depois de utilizada, a embalagem pode ser reciclada e transformada em uma série de materiais, como caixas de papelão, vassouras, canetas, telhas, etc. (Rede Comunicação de Resultado)

China – A líder em produção de fórmulas infantis na China, Emerald Dairy, revelou que teve um faturamento bruto 13% nos primeiros quatro meses de 2009, comparando-se com o mesmo período do ano passado, e que a demanda por leites infantis continua firme. Durante o escândalo da melamina no ano passado, os produtos da Emerald Dairy passaram por inspeção e não foi detectada contaminação, mas mesmo assim afetou o mercado de lácteos produzidos na China. Houve queda nas vendas, interrompendo um processo de crescimento da empresa. Mas, essa fase foi superada, e uma nova fábrica deverá ser inaugurada até o final do ano. (Rural News)

Holanda – A cadeia de distribuição Ahold na Holanda está lançando uma nova marca própria que entrará nas lojas no próximo mês. Com o slogan “Puur em Eerlijk” (Puro e Honesto), a empresa procura atender a crescente demanda de consumidores cada vez mais atentos ao politicamente correto. Serão 500 produtos das categorias: orgânicos, comércio justo, peixe sustentado, carne de animais alimentados de forma ética e amiga do ambiente. (Hipersuper)

 

Setoriais

Preços/MG – Os preços agrícolas tiveram uma leve recuperação em maio, na comparação com o mês anterior. O Índice de Preços Recebidos (IPR) pelos produtores registrou variação positiva de 1,99% sobre março. Por outro lado, no acumulado do ano, os indicadores agrícolas sinalizam que a situação no campo ainda preocupa. O IPR do quadrimestre teve variação negativa de 2,65%. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo negativo chega a 3,51%. Os dados foram divulgados pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg). A alta nos preços de maio foi puxada, principalmente, pelo valor médio pago, de R$ 73,85, à saca de 50 quilos de batata – uma alta de 85,8%, se comparada ao preço de janeiro, de R$ 39,75. O preço da dúzia de ovos também apresentou uma recuperação de 12,4%. Em abril, o produto estava em R$ 1,63, ante os R$ 1,45, pagos em janeiro. Outras altas nos primeiros meses do ano foram percebidas na soja e no litro de leite. (Hoje em Dia/MG)

Compras – O governo federal vai aplicar neste mês R$ 108,6 milhões na compra de arroz, milho, feijão, trigo e outros produtos que fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), informou o Ministério da Agricultura. As operações serão feitas por meio de Aquisições do Governo Federal (AGF). O governo vai usar R$ 50 milhões para a compra de 96,1 mil toneladas de arroz do Rio Grande do Sul. O restante será utilizado na compra de milho em Mato Grosso (37 mil toneladas), feijão no Paraná (11,2 mil toneladas) e Santa Catarina (7,5 mil toneladas) e trigo no Rio Grande do Sul (6 mil toneladas). Serão adquiridas ainda 19 mil toneladas de feijão, trigo, fécula e sisal em outros Estados. (Valor Econômico)

 

Economia

Inflação – A queda na demanda, forçada pela redução no poder de compra do consumidor, está entre os fatores responsáveis pela estabilidade da inflação na cidade de São Paulo em maio. É o que defende o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Antonio Evaldo Comune. Depois de ter fechado abril com uma variação de 0,31%, o índice apresentou idênticas taxas de 0,34% nas três primeiras quadrissemanas de maio e fechou o mês em 0,33%. As pressões de alta no indicador, segundo Comune, têm origem nas intervenções do governo e não na procura por parte do consumidor. O grupo Alimentação, que já subiu de abril para maio, saindo de uma deflação de 0,26% para uma alta de 0,07%, tende a pressionar ainda mais o IPC ao longo de junho, influenciado por carne bovina e leite. São pressões de caráter sazonal. (O Estado de SP)

Renda – Os aumentos do salário mínimo, do funcionalismo público e dos benefícios do programa Bolsa Família deverão garantir sozinhos, 62% – ou R$ 26,5 bilhões – do acréscimo total de R$ 42,9 bilhões previstos na massa real de renda no Brasil em 2009, em relação ao ano passado. Esse reforço vai evitar um desempenho pior do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Estudo realizado pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, mostra também que esse aumento de renda estará concentrado, sobretudo, nas camadas de renda mais baixa da população, marcando o fim da farra da classe média dos dois últimos anos. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Doha – A conclusão da Rodada Doha poderia render ao Brasil US$ 2 bilhões a mais em exportações por ano, contribuindo para uma injeção anual de US$ 4 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A afirmação é de Gary Hufbauer, representante do Peterson Institute for International Economics, que considerou para a estimativa apenas as propostas “que estão na mesa” sobre Doha. Segundo o site Valor Online, o executivo participou do seminário Comércio e Finanças: os Desafios da Crise Mundial, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV). O economista acrescentou que, entre 1980 e 2007, as exportações dos 20 maiores países em desenvolvimento cresceram 16,7 vezes, passando de 11,8% do total do comércio mundial para 28,8%. Entre julho e dezembro do ano passado, com a crise, houve queda de 30% nestas vendas, sendo 7% devido à redução dos preços e 23% por conta dos menores volumes embarcados. (Safras)

Crise – A crise econômica deixou o mundo mais violento e instável no ano passado, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira, que apontou a Nova Zelândia como o lugar mais pacífico, e o Iraque como o mais turbulento. O impacto da elevação do preço de alimentos e combustíveis, no começo de 2008, e o agravamento da crise econômica global meses depois, afetaram a paz mundial, de acordo com o Índice da Paz Global, compilado por uma unidade do grupo que edita a revista The Economist. O enfraquecimento econômico propiciou mais instabilidade política, manifestações e criminalidade em alguns países, de acordo com o estudo. (O Estado de SP)

França – Doze horas de negociações e um impasse. Novamente produtores, industriais e cooperativas não conseguiram chegar a um acordo sobre o preço do leite para a temporada 2009/2010. Dia 5 se aproxima rapidamente, e as empresas começam a preparar os pagamentos para o leite de maio, e ainda não sabem quanto será, e os produtores não sabem quanto vão receber. Os produtores insistem em 290 euros por mil litros, (que seria o custo de produção), e a indústria diz que só pode pagar 276 euros. (Le Fígaro)

Produção/UE – Segundo um informe do Conselho de Ministros da Comissão Europeia, a produção de leite caiu 0,5% neste ano, em relação ao ano passado, a nível da comunidade europeia. Todos os países estão passando pelo mesmo problema. “Queda no consumo, com contração da demanda.” Assim, foi pedido na reunião que se ativem medidas de intervenção que permitam a recuperação do setor lácteo. Chegou-se a cogitar em fixar um preço para evitar o risco de que a queda siga uma espiral descendente nos preços do mercado para consumo interno. Outras alternativas seria a simplificação do sistema de ajudas ao consumo de leite nas escolas e a possibilidade de liberar o uso de leite em pó desnatado para alimentação animal. (Infortambo)

Espanha – As indústrias espanholas de alimento reduziram os preços em 7,5% de modo a se adaptarem aos novos hábitos de consumo da população em consequência da crise mundial. O aumento na venda de produtos com marcas próprias, e consequente redução de produtos de fábrica foi a principal razão para a queda dos preços. O estudo revelou que é possível reduzir em até 8,5% o custo de produção, apenas com gestão de insumos, marketing e layout dos produtos, possibilitando redução do preço final. A redução dos custos operacionais, a nível estratégico, passa pelo processo de concentração. Assim o estudo concluiu que nos próximos anos, apenas ficarão nas prateleiras, produtos líderes de empresas que conseguiram defender sua marca, e as marcas próprias. (Hipersuper)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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