Notícias 03.04.09

Importações – As importações brasileiras de leite e derivados continuam aquecidas. Em março deste ano, superaram em 67% as de igual período de 2008. Os dados da Secex mostram que as compras externas subiram para a média diária de US$ 1,25 milhão, quando considerados os dias úteis do mês passado. (Folha de SP)

Preços/NZ – Os preços das commodities lácteas subiram pelo segundo mês consecutivo no Leilão da Fonterra. O valor médio de US$ 2.235/ton. para todos os produtos e períodos contratuais foi 3,5% maior que no mês passado. O leite em pó FAS nos portos da Nova Zelândia variou entre US$ 2.110 / ton. e US$ 2.400 / ton. “Ver os preços firmes é animador, e indicam equilíbrio entre oferta e procura”, diz Kelvin Wickham, diretor do Global Trade da Fonterra. “É encorajador esta estabilidade no mercado, enquanto alguns riscos econômicos persistem, pois as perspectivas de médio prazo são boas”, acrescenta. (Rural News)

 

 

Espanha – A organização agrária UPA (União dos Pequenos Agricultores de Castilla Y León) explicou em comunicado que está estudando há alguns meses, a viabilidade tanto normativa como comercial para vender leite em máquinas, similar à de combustíveis. Este sistema permitiria “a venda direta ao consumidor através de máquinas em locais próprios ou espaços públicos, como mercados, o que permitiria um ganho extra para o produtor e redução de preços ao consumidor”. Deste modo seriam evitados “os desajustes atuais entre o preço na origem e no destino”. “As empresas distribuidoras garantiriam os aspectos sanitários do leite pasteurizado.” Esta é uma das soluções propostas diante da maior crise por que passam os produtores espanhóis que estão produzindo com prejuízos, há meses. (Finanzas.com)

Lácteos/USA – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou um plano de distribuição de leite a crianças carente, tirando do mercado o produto excedente, evitando que os preços continuem caindo. Trata-se de 90 mil toneladas de leite em pó desnatado, que em sua maioria serão doados ao Programa Nacional de Alimentação nas Escolas, se bem que alguma parte seja doada a outros países. Este plano contribuirá para que os produtores de leite consigam melhores preços, ainda que o efeito não seja imediato. “A retirada dos estoques pode ter efeito significativo a longo prazo”, disse o diretor executivo da Federação Nacional dos Produtores de Leite. “Prover aqueles que necessitam ajudará a muitos nesses tempos difíceis”, declarou Tom Vilsack, secretário de Agricultura. Também serão beneficiados os produtores que viram os mercados desaparecerem, acrescentou. (Infortambo)

Negócios

Encontro – Termina hoje a primeira edição do Encontro de Produtores de Leite: 100% Leite. Realizado no auditório da Fiemg. O evento tem como objetivo apresentar, de forma simples e direta, novos conceitos e técnicas que podem ser utilizados para melhorar o sistema de pecuária leiteira. A programação é voltada para os produtores de leite, e os presentes assistirão a palestras sobre ferramentas de manejo reprodutivo, nutrição pré e pós-parto e utilização dos protocolos de IATF como ferramenta para melhoria do desempenho reprodutivo de rebanhos leiteiros, inclusive com a participação de um pesquisador dos EUA. “O retorno está sendo muito bom. Já fechamos a programação do evento até 2014.” (Tribuna de Minas)

Supermercados – Novas regras tomaram conta das conversas entre as redes de supermercados e a indústria nos últimos meses. Desde o começo da crise financeira global, os supermercadistas iniciaram um processo de ajustes dos estoques e a indústria, por sua vez, impôs alternativas que desagradaram ao comércio. Se os varejistas agora conseguem fazer pedidos mais próximos da realidade das vendas e não engessam seu capital de giro com produtos parados no estoque, a indústria diminuiu a quantidade de repositores e ficou mais rígida em relação às verbas oferecidas aos varejistas. “Os fabricantes negam. Com estoques ajustados e menos repositores, já começam a faltar produtos nas gôndolas dos supermercados. (Gazeta Mercantil)

Grãos – O volume de grãos que está chegando ao Porto de Paranaguá/PR, desde o início da safra agrícola está superando a quantidade do ano passado. As exportações de milho e açúcar aumentaram 51% e 13% respectivamente, em comparação a 2008. A soja deverá ter um aumento de 20%, ultrapassando o volume do ano passado, e consolidando o porto como o principal do Brasil para embarque de grãos. Segundo o gerente da Companhia Brasileira de Logística (CBL), Washington Viana, a dragagem do Canal da Galheta foi um dos principais motivos que estimularam o aumento das exportações. A expectativa de crescimento das exportações de soja pela CBL contraria o pessimismo que a crise econômica internacional trouxe. “A exportação brasileira de soja deverá manter o patamar de 23 milhões de toneladas e o Porto de Paranaguá deverá alcançar níveis ainda maiores de exportação. Não há crise que supere a eficiência”, declarou Viana. (Canal Rural)

Danone – A Danone vai atingir suas metas financeiras para 2009 “independente do contexto”, disse ontem o presidente da multinacional francesa, Franck Riboud. “Nossos produtos têm mostrado forte resistência ao impacto da crise”, acrescentou o principal executivo da maior empresa de iogurtes do mundo, que comemorou seu 90º aniversário no dia 2 de abril. É a marca francesa mais conhecida no estrangeiro, junto com a L’Oreal e Chanel. (Valor Econômico/Le Monde)

 

Setoriais

Adubos  – Os gastos com as importações de adubos e fertilizantes recuaram para US$ 2,47 milhões por dia útil no mês passado. Houve queda de 32% no mês e de 82% em relação a março de 2008. Além de volume menor de entrada de produtos, os preços estão abaixo dos praticados no ano passado, o que ajuda a derrubar os gastos. (Folha de SP)

 A oferta de adubos deve diminuir nos próximos meses e o preço ao produtor pode subir. A indústria está comemorando a melhora nas vendas nos primeiros meses deste ano, mas está se preparando para a escassez de matéria prima no segundo semestre. E os produtores também. (Canal Rural)

Drawback – Um novo regime tributário – o “drawback integrado” – beneficiará as empresas exportadoras em geral, incluindo as do agronegócio. A novidade está na aquisição, conjunta ou não, de matérias-primas no mercado interno ou importadas. Empresas e cooperativas ficarão desobrigadas de recolher o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social na compra dos insumos. Alguns dos setores mais beneficiados serão a avicultura, suinocultura, frutas, algodão, vinhos, mel, lácteos e outros que utilizam milho e soja no processo produtivo. (Globo Rural)

Garantias – O governo federal vai aplicar, neste mês, R$ 313,5 milhões na compra de trigo, feijão, milho e sisal, produtos que fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos. Do total, R$ 123,5 milhões serão para Aquisições do Governo Federal (AGF) e R$ 190 milhões em Contratos de Opção. Os recursos foram aprovados esta semana, após reunião de representantes dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Banco do Brasil. A operação refere-se a contratos assinados no ano passado e que vencem em abril. (O Popular/GO)

Liberação – O governo federal deverá liberar cerca de R$ 100 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/10. O montante é 28% maior do que o volume liberado no ano passado, que chegou a R$ 78 bilhões. O projeto final deverá ser apresentado até o início de junho e ainda está em fase inicial de elaboração. A exemplo dos anos anteriores, os recursos serão destinados ao custeio e ao financiamento da safra. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, durante a abertura da 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. Reinhold Stephanes acrescentou que em janeiro de sete produtos que tiveram desempenho positivo na balança comercial brasileira, seis são agrícolas. O campo, segundo ele, é responsável por um terço da produção. (Folha de Londrina/PR)

Soja/AR – A Secretaria de Agricultura de Buenos Aires, na Argentina, surpreendeu nesta segunda, dia 30, com a estimativa mensal agrícola do país. Segundo os dados apresentados, a produção da oleaginosa deverá ficar entre 37 e 39 milhões de toneladas, o que significa uma queda de 15% a 19% em relação à safra passada, que foi de 46,2 milhões de toneladas. Foi a mais baixa projeção de colheita de soja das já existentes. Entretanto, foram semeadas uma área com 500 mil hectares a mais. Com 17,1 milhões de hectares cultivados com soja, a Secretaria de Agricultura argentina projeta uma média de 22 sacas por hectare. Além de rendimentos inferiores ao previsto, a primeira colheita também mostrou grãos de baixa qualidade pela seca. (Safras)

Soja/USA – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) encerrou março com as operações do complexo em alta. A sustentação foi determinada pelo relatório de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou aumento de área, mas bem abaixo do esperado pelo mercado. Os produtores norte-americanos deverão cultivar 76 milhões de acres com soja na temporada 2009/10, número apenas levemente superior ao plantado no ano passado. Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, recuaram 9% na comparação com igual período do ano passado. Do total, 657 milhões de bushels estão armazenados com os produtores, com crescimento de 11% sobre 2008. Os estoques fora das fazendas somam 645 milhões de bushels, com queda de 23%. (Canal Rural)

Economia

IPC-C1 – O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,51% em março, superando a taxa verificada um mês antes, de 0,16%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O grupo Alimentação contribuiu para esta aceleração, ao deixar para trás uma baixa de 0,01% em fevereiro e marcar acréscimo de 0,87% na apuração mais recente. O IPC-C1 é calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos mensais. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula elevação de 6,52%. A FGV explicou que o avanço em Alimentação foi associado ao movimento dos itens Hortaliças e Legumes (0,62% para 3,82%), Frutas (-2,28% para 4,06%), Laticínios (0,47% para 1,09%) e Aves e Ovos (-0,33% para 1,86%). (Valor Online)

Confiança – A confiança do consumidor na economia brasileira recuou pelo segundo trimestre consecutivo, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e voltou ao nível registrado em setembro de 2005. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor recuou 3,2% na comparação com dezembro de 2008 e 4,7% na comparação com março de 2008. Nos últimos seis meses, marcados pela piora na crise econômica mundial, o índice acumula um recuo de 8,1%. Em setembro do ano passado, o índice chegou ao seu pico histórico (115,5 pontos). A pesquisa leva em conta as expectativas em relação a indicadores como emprego, renda, inflação, endividamento e compras. (Estado de Minas)

Austrália – A confiança dos fazendeiros australianos caiu pelo quarto trimestre consecutivo, atingindo o nível mais baixo em dois anos, diante das condições difíceis do mercado global, e o baixo preço dos produtos, que continuam numa espiral descendente. “Não me lembro de ter visto um panorama tão negativo em decorrência da seca,” disse o gerente do Rabobank na Austrália, Peter Knoblanche. Entre os produtores de grãos, algodão e açúcar, o panorama é um pouco melhor, mas entre os produtores de lã, carne e leite a confiança está muito baixa. As incertezas do mercado internacional e os baixos preços das commodities colocam em dúvida a sobrevivência dos produtores. (Rabobank)

Espanha – A confiança do consumidor espanhol subiu 5,1 pontos em março, em relação ao mês anterior, como conseqüência da melhora das expectativas sobre a economia e emprego, situando-se no maior nível desde maio do ano passado. É a primeira vez, em muitos meses em que sobem todos os indicadores parciais, o que significa que os consumidores estão mais otimistas e confiam em que a queda da economia tende a ser menor nos próximos meses. No entanto, o indicador de confiança ainda é 19,4 pontos menor que o verificado um ano atrás. (Finanzas.com)

Globalização e Mercosul

Preços/UE – O OPL (Sindicato dos Pequenos Produtores de Leite na França) e o EMB (European Milk Board), [representante dos produtores europeus], em comunicado protestam contra “a manutenção das quotas leiteiras e o direito dos produtores administrarem sua produção, a nível europeu, de forma a se adaptarem à demanda”. “Somente assim será possível obter um preço justo e remunerador”. Os sindicatos asseguram que esta é a condição “indispensável à sobrevivência dos produtores de leite”. A queda do preço do leite, que atinge muitos países europeus, é tema controverso na União Europeia (UE), sobretudo depois da decisão de suprimir as quotas até 2014/2015. Apesar da oposição da UE, a ministra da Agricultura francesa anunciou o congelamento da liberação da quota nacional de leite, como forma de lutar contra a queda no preço pago ao produtor, que caiu 50% desde o pico atingido no outono de 2007. (Agrisalon)

México – O governo mexicano estimou que durante o ano a economia do país cairá 2,8%, revendo a expectativa anterior que previa um crescimento de 1,8%. Segundo a Secretaria de Fazenda em documento entregue ao Congresso, a causa principal é a deterioração do ambiente internacional. Para 2010 espera-se um crescimento de 2% graças à recuperação do PIB americano. (Diario Financiero)

Doha – A China disse na quinta-feira que a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, que se arrasta há mais de sete anos, deve ser retomada em julho, e que o eventual acordo será capaz de oferecer o estímulo de que a economia mundial tanto necessita. O ministro chinês do Comércio, Chen Deming, disse a jornalistas depois da cúpula do G20 em Londres que as intermitentes negociações serão retomadas quando da reunião de cúpula de julho envolvendo o G8 (grupo de países industrializados) e países emergentes e em desenvolvimento. “Devemos avançar a Rodada de Doha de negociações para sair da crise e estimular o crescimento econômico global”, disse Chen. Ele calculou que um eventual acordo sobre produtos agrícolas pode representar um estímulo econômico de 150 bilhões de dólares, enquanto os benefícios para o setor industrial poderiam alcançar 1 trilhão de dólares. (Reuters)

Consumo – A crise econômica provocou o aumento do consumo de balas e doces nos Estados Unidos. Em Chicago, por exemplo, um distribuidor de chocolates teve 80% de crescimento na procura e tem dificuldades para manter os estoques, enquanto em San Francisco as ordens de compra tiveram que ser triplicadas para que as prateleiras não ficassem vazias. Em 20008 os lucros da Nestlé subiram 11% e os da Cadbury 30%. A Hershey, somente no último trimestre do ano passado, teve aumento em 8,5%. (Agência de Notícias)

Comércio – A Venezuela pretende atrair companhias brasileiras, em particular do Rio Grande do Sul, para firmar joint-ventures com seu setor empresarial. O objetivo do país de Hugo Chavez é fortificar sua indústria interna e ampliar a geração de empregos e a base de exportações. A Venezuela tem interesse em exportar mais produtos in natura e industrializados ao Estado. E enxerga potencial para incrementar a venda de alimentos e máquinas de diversos tipos ao Rio Grande do Sul. (Jornal do Comércio/RS)

Demanda por lácteos pode ter queda no 1º semestre

A demanda por produtos lácteos pode ter queda no primeiro semestre de 2009, mas por outro lado, ainda haverá aumento no consumo do produto até o fim do ano. Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNPL/CNA, Rodrigo Alvim, este será um dos reflexos do período conturbado que a economia mundial enfrenta. “O real impacto da queda na demanda ainda está por vir”, acrescenta.

Alvim participou, nesta quinta-feira (2), da reunião da Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), realizada no estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Rio Verde na TECNOSHOW COMIGO, em Rio Verde. Por meio da palestra “Perspectiva para o Mercado de Leite”, o presidente da CNPL/CNA apresentou aos cerca de 40 participantes da reunião as estimativas para o mercado nacional e internacional do leite para que o produtor possa enfrentar o período de entressafra, que já se inicia. Neste período, comumente, há uma tendência de recuperação dos preços do leite pagos ao produtor, mas também pode ocorrer aumento nos custos de produção devido à escassez de pastagens.

Durante a reunião, os pecuaristas de leite receberam informações sobre as propostas do setor lácteo para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010. Elas foram discutidas em reunião da Câmara setorial do Leite, no Ministério da Agricultura, em Brasília, nesta última terça-feira (31). As principais solicitações do setor produtivo leiteiro são o aumento nos limites de financiamento, a ampliação dos prazos de pagamento para os créditos de custeio e investimento, a implantação de instrumentos de apoio à comercialização, como o PROP e, no caso de Goiás, a alteração do preço mínimo de R$ 0,45 para R$ 0,57/litro.

Também foi apresentado o conteúdo do regulamento técnico dos tanques comunitários, aprovado pelo Ministério da Agricultura, no mês de março. A aprovação deste regulamento era uma solicitação antiga do Sistema CNA. O regulamento está em fase de implantação e, no formato em que foi aprovado, restringe a existência de atravessadores na aquisição do leite. Todo o leite produzido terá que ser cadastrado no SIGSIF – um banco de dados do Ministério – que é um instrumento de controle da qualidade da matéria-prima. No entanto, o setor ainda reivindica que as amostras dos tanques sejam coletadas por produtor, individualmente.

As informações são da Faeg.

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