Notícias 02.09.09

Importações – Os números preliminares da média diária de agosto de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 6,28% maiores que a média de julho de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.

 

 

Preços/SP – O preço do leite pago ao produtor divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp/Senar-SP), registrou, em agosto/2009 o valor de R$ 0,806 para o leite tipo Leite B, e R$ 0,737 para o Leite C Cota. A média do período de agosto/2008 a agosto/2009 ficou em R$ 0,694 para o Leite B e R$ 0,640 para o Leite C Cota. Não houve cotação para o Leite Excesso. Foram pesquisados 58 laticínios em 51 municípios. (www.terraviva.com.br)

Qualidade – Começou em Mossoró (RN), um encontro de técnicos para mostrar aos produtores e cooperativas de leite de cabra novas tecnologias para melhoria de qualidade. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – acredita que dessa forma pode-se melhorar o mercado consumidor para os produtos derivados do leite de cabra e do próprio leite. De acordo com a médica veterinária Lea Chapaval, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, a melhoria na qualidade do leite de cabra é um aspecto fundamental para que a produção conquiste o acesso a novos mercados. Segundo ela, atualmente o Rio Grande do Norte tem produção leiteira de 13 mil litros por dia e a Paraíba de 22 mil litros diários. Lea destaca que a caprinocultura de leite é uma alternativa de amplo potencial para agricultores familiares no Nordeste, por ser atividade adequada ao semi-árido, com baixa necessidade de capital inicial e com possibilidade de crescimento de mercados. (Nordeste Rural)

Fonterra – O Leilão da Fonterra de 1º de setembro apresentou um aumento 24,2%, ao leilão de agosto. O preço médio de todos os contratos e períodos para o leite integral em pó foi de US$ 2.858 por tonelada. São US$ 557 dólares a mais que as negociações fechadas no mês passado. O diretor da Global Dairy Trade, Kelvin Wickham, disse que “Havia previsões de melhores preços, em decorrência dos baixos estoques mundiais e a retomada da demanda”, mas os negócios superaram as expectativas, e é preciso observar se a demanda apresentada é sustentável.

 

 

Balança – O Brasil teve um déficit de US$ 41,1 milhões em sua balança comercial de produtos lácteos de janeiro a julho deste ano. Nos sete primeiros meses de 2009, o país exportou US$ 109,9 milhões e importou US$ 151 milhões. É a primeira baixa comercial do segmento desde 2004. O surto de importação de lácteos foi provocado, principalmente, pela compra de produtos vindos da Argentina, 39.900 toneladas, e do Uruguai, 16.000 toneladas. O dobro do volume médio anual vendido pelos dois países para o Brasil nos últimos cinco anos. Somente os dois países vizinhos são responsáveis por mais de 70% do volume importado. (Hoje em Dia/MG)

Importações – As relações diplomáticas entre o Brasil e o Uruguai estão tensas, e em entrevista ao programa “Claves Econômicas de Nuevo Siglo TV” o embaixador brasileiro no Uruguai, José Felício, respondeu às críticas feitas à medida brasileira, principalmente pelo Diretor de Exportações da Conaprole, Nelson Laurino, que acusa o Governo Lula de atender ao lobby dos produtores, e que as razões para limitar as importações dos lácteos são absurdas. Felício lembrou que “a relação dos países não pode estar refém do interesse de um setor”, e se o Uruguai não estiver de acordo com as exportações de 10 mil toneladas, a opção é não exportar nada. Felício recordou que o Uruguai proíbe a entrada de frangos brasileiros, alegando que nos anos 50 eles foram afetados pela Newcatle. Um problema sanitário que “pode prejudicar a exportação do Brasil a outros mercados”. (Ultimas Noticias)

Preços/UE – A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, está investigando se as redes de supermercados e fornecedores estão usando sua posição de mercado para manter altos os preços do leite, enquanto caem os valores pagos aos produtores. Os preços recebidos pelos produtores de lácteos voltaram aos níveis anteriores ao pico de 2007, mas, nos supermercados, o valor do leite ainda está 14% mais alto que aqueles níveis, afirmou Mariann Fischer Boel, comissária da UE para Agricultura, durante audiência no Parlamento Europeu. “Isso me faz pensar que há problemas na cadeia de fornecimento do leite e estou ansiosa para apresentar a conclusão da Comissão a respeito deste assunto até o final do ano”, disse. Fischer Boel rejeitou os pedidos para interromper a reforma que acabará com o sistema de cotas de produção de leite até 2015. “Uma forte participação (da Comissão) no planejamento das cotas de produção de leite não vai resultar em um setor de laticínios bem estruturado”, afirmou. (Agência Estado)

 

Negócios

Wal-Mart – A maior rede de supermercados do Estado e a terceira do País, a Wal-Mart, entrou definitivamente no território dos minimercados e redes de pequeno e médio de bairro. A abertura, ontem, da primeira loja gaúcha e do Sul do País da bandeira TodoDia em Canoas, na Região Metropolitana, é mostra da investida do grupo norte-americano que somará mais dois pontos da mesma operação no Estado até o final de 2009, em Taquara e Campo Bom. A estratégia é ganhar entre os consumidores das classes C, D e E. Donos de estabelecimentos enquadrados como de bairro ou vizinhança já sentem o impacto do gigante e tentam desenhar estratégias para não perder mais terreno para o concorrente. (Jornal do Comércio/RS)

Perdigão/Sadia – Até a aprovação da fusão entre a Perdigão e a Sadia pelo Cade, a BRF (Brasil Foods) só fará investimentos para a manutenção das operações. No orçamento de 2010, a empresa deve destinar R$ 1 bilhão para investimentos. Sadia e Perdigão faturam juntas cerca de R$ 23 bilhões por ano. (Folha de SP)

 

Setoriais

Soja – O mercado de soja continua sem novidades, à exceção do aumento de ritmo de queda. O primeiro contrato recuou 7,8%, enquanto o de novembro caiu 2,5%. O de maio de 2010 teve perda de 1,7%. Clima bom e mercado financeiro com perdas provocaram as quedas. (Folha de SP)

Simpósio – Criatividade e monitoramento do mercado são algumas das ferramentas que os produtores brasileiros de soja vão ter que utilizar para comercializar a safra 2009/2010. Pelo menos é o que afirmam especialistas que participaram do quarto Simpósio da Cultura da Soja, que começou nessa terça, dia 1°, em Piracicaba (SP). Sobre a safra de soja norte-americana, os analistas confirmam que deve ser a maior da história. Segundo Daniele Siqueira, da Agência Rural, os produtores brasileiros precisam monitorar o mercado e esperar o momento certo para vender a soja. Com a perspectiva de muita oferta do grão e tendência de preços baixos, a saída para os produtores brasileiros comercializarem a safra 2009/2010 é a criatividade, é o que afirma o professor do Departamento de Economia da Esalq/USP, Pedro Valentim Marques. (Canal Rural)

Mais Alimento – Não há vitrine melhor do que a Expointer para o setor de máquinas. Os espaços da feira agropecuária que ocorre em Esteio (RS) são disputados para os lançamentos das grandes marcas. No ano passado, elas movimentaram R$ 370 milhões no evento gaúcho. O sonho de ter uma colheitadeira ou um trator bom ficou mais perto de se tornar realidade através do Programa Mais Alimentos, do governo federal. Ele disponibiliza linhas de créditos para a compra de máquinas por pequenos produtores. O Mais Alimentos impulsionou o mercado em 2009. De janeiro a julho, foi responsável por 34% dos negócios da empresa líder de vendas do programa. As linhas de crédito são de até R$ 100 mil por família. São dez anos para pagar, com três de carência e juros de 2% ao ano. (Canal Rural)

 

Economia

Superávit – A balança comercial brasileira teve superávit de 3,074 bilhões de dólares em agosto, com exportações de 13,841 bilhões e importações de 10,767 bilhões. Segundo divulgou ontem o Ministério do Desenvolvimento, considerando a média diária, o superávit comercial aumentou 33,7% sobre agosto de 2008. No ano, o superávit acumulado é de 19,968 bilhões. Instituições estimam que a balança fechará o ano com superávit de 24 bilhões. (Correio do Povo/RS)

IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo registrou alta de 0,48% ao fim de agosto, mesma taxa verificada na terceira prévia daquele mês. Em julho, a inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) situou-se em 0,33%. No fechamento do mês passado, Habitação registrou a alta mais expressiva, de 1,23%, depois de subir 1,19% na terceira medição do período. Com avanços mais modestos, apareceram Alimentação (0,22%) e Despesas pessoais e Saúde (ambos com 0,14%). (Valor Online)

 

Globalização e Mercosul

Ampliação – A União Europeia (UE) está liberando € 4,2 bilhões de “dinheiro novo” para os agricultores europeus enfrentarem “novos desafios” em meio à crise econômica global. Uma das consequências podem ser maiores riscos e custos para exportações agrícolas do Brasil e do Mercosul ao mercado europeu. A comissária agrícola Marian Fischer Böel disse ontem no Parlamento Europeu que o montante é para “fazer efeitos”, mas sua assessoria insistiu que isso não significa novos subsídios e sim transferência de recursos para outras prioridades. Os fundos adicionais vêm do Pacote de Recuperação Econômica e do “balanço de saúde” da Política Agrícola Comum (PAC), destinado a novos “desafios” como combate à mudança climática, conservação da biodiversidade, gestão da água, energias renováveis, bem-estar animal. Com os fundos adicionais, os 27 Estados-membros conseguem uma margem de flexibilidade para sua utilização, desde que cumpram metas de desenvolvimento rural no âmbito dos chamados novos desafios. (Valor Econômico)

Exportações – Esses temas podem ser um risco às exportações do Mercosul porque a UE deve regular a forma de aplicar os subsídios e transferir as exigências a terceiros países. De um lado, pode impor mais normas envolvendo sustentabilidade na produção de alimentos, manejo da água, boas práticas agrícolas. Também pode influenciar outros importadores a ampliarem exigências. Um exemplo: já existe um esboço de norma preparada pela UE para regular e etiquetar a producão de carnes dentro e fora do mercado europeu, o que elevaria o custos para exportadores do Brasil. No Parlamento, Fischer Böel se concentrou na explicação do que significa a nova ajuda para o setor lácteo. Ela informou que este ano os gastos adicionais com subsídios à exportação para o setor serão de € 600 milhões por causa da crise. (Valor Econômico)

Inflação – O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não vai conseguir impedir que os trilhões de dólares injetados pelo governo na economia americana para incentivar o crescimento econômico alimentem a inflação na próxima década. É o que preveem economistas corporativos consultados por uma sondagem realizada pela Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe, em inglês). O índice restrito de preços ao consumidor, que exclui os custos dos alimentos e dos combustíveis, o indicador de inflação monitorado pelo Fed vai subir em média 3% ao ano de 2014 a 2018, segundo a mediana das estimativas colhidas na pesquisa. Esse patamar supera o ritmo de 2% que seria a meta não-oficial do Fed. (Valor Econômico)

Uruguai – Uma retrospectiva dos últimos três anos, no comércio bilateral aponta um aumento de mais de 22% nas exportações uruguaias para o Brasil e uma queda de 23%, nas exportações brasileiras para o Uruguai. (Ultimas Noticias)

Tetra Pak: consumo de leite caiu no Brasil de 2005-08

Apesar da crise econômica mundial, o consumo de leite deve continuar crescendo de forma constante ao longo dos próximos três anos – com mercados emergentes conduzindo grande parte deste crescimento – de acordo com uma pesquisa bianual feita pela Tetra Pak, sobre a indústria láctea.

No entanto, a pesquisa revela que o Brasil apresentou queda de 1% no crescimento do consumo de leite no período de 2005 a 2008, semelhante à Rússia (-0,9%). De outro lado, Índia e China despontam com os maiores crescimentos de consumo no período, de 2,7% e 10,6%, respectivamente.

Gráfico 1. Taxa composta de crescimento anual do consumo de leite nos Top 10 mercado consumidores de leite*.

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De acordo com a pesquisa, nos últimos quatro anos o consumo mundial de leites (inclui substitutos) atingiu uma taxa de crescimento anual composta de 2,4% – alcançando 258 bilhões de litros em 2008. Liderando grande parte deste crescimento estão os mercados emergentes, altamente povoados, como Índia e China, onde o contínuo crescimento da população e o aumento da renda, juntamente com as novas tendências e preferências alimentares, estão promovendo consciência, a procura e o consumo de produtos lácteos. De acordo com as conclusões da pesquisa da Tetra Pak, o consumo global de leite deve crescer a uma taxa anual de 2,2% até 2012.

Segundo a pesquisa, o mercado de leite não passará imune pela crise econômica. Analisando as atuais tendências de consumo, a pesquisa mostra que os consumidores estão cada vez mais economizando. Embora não parem de comprar leite, os consumidores passam a comprar os produtos cada vez mais pelo seu preço. Por exemplo, eles comprarão gradativamente mais produtos de marca própria – no Oeste da Europa, as vendas de produtos de marcas próprias representam hoje aproximadamente 36% das vendas totais de leite.

Mercados emergentes

A maior porcentagem do crescimento na indústria de lácteos (95,8% nos últimos 4 anos) se deu nos mercados emergentes – como Índia, Paquistão, Oriente Médio e China. Nesses mercados, o crescimento foi baseado principalmente no crescimento da população e no aumento da renda das famílias que, por sua vez, influenciou nos hábitos de consumo.

Na China, o consumo de leite – cujo crescimento foi de 13,4% de 2005 a 2008 – caiu temporariamente em 2008 devido à crise da melamina. Contudo, apesar da crise, o consumo de leite alcançou níveis recordes em 2008: 27 bilhões de litros (39,4 bilhões de litros quando incluídos a bebida de soja e alternativas lácteas). De fato, nos últimos 7 anos, o consumo de leite na China tem crescido a uma média de 2 bilhões de litros ao ano, tornando-se o segundo maior mercado consumidor de leite do mundo, depois da Índia.

As informações são da Tetra Pak, em Tetra Pak Dairy Index

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