Notícias 02.08.2010

USDA: perspectivas para o mercado internacional

Durante o primeiro semestre de 2010, os mercados internacionais de produtos lácteos foram surpreendentemente fortes com o preço médio da manteiga e queijo na Oceania próximos dos US$ 4.000 a tonelada (FOB), enquanto o do leite em pó desnatado (SMP) ficou acima dos US$ 3.000 a tonelada. Segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), chamado “Dairy: World Markets and Trade” de julho, a alta aparentemente ocorreu devido a uma combinação de uma menor oferta do que o previsto na Oceania, principalmente na Nova Zelândia, aliada a uma modesta recuperação na atividade econômica global, que estimulou a demanda.

Embora exista significativa quantidade de leite em pó desnatado e manteiga, provenientes do estoque de intervenção da União Europeia, esses volumes estão sendo cuidadosamente exportados para não prejudicar o mercado interno europeu e, consequentemente, seus produtores. Nos Estados Unidos, o estoque de leite em pó desnatado já foi em grande parte distribuído para programas assistencialistas.

Há sinais, porém, de enfraquecimento dos preços globais para os próximos meses. O mais recente leilão da Fonterra realizado no início de julho, apesar de não ser um reflexo transparente do comportamento do mercado, indicou uma queda de 10 a 15% na variação mensal nos preços para manteiga, leite em pó desnatado e leite em pó integral (WMP). Na UE, os preços do leite em pó desnatado e do soro de leite apresentaram queda; enquanto o leite em pó integral, queijo e manteiga, permaneceram relativamente estáveis, em níveis surpreendentemente elevados.

Contudo, qualquer redução drástica de preços é pouco provável, pois as condições fundamentais que regem a oferta e a demanda nos mercados internacionais não devem apresentar grandes mudanças para o ano de 2010. Nos EUA e UE, os respectivos mercados domésticos têm mostrado relativa melhora desde 2009 e as previsões não apontam para uma queda acentuada de preços, seguindo a tendência global, o que provocariam a formação de estoques governamentais.

É mais provável, portanto, que o reajuste de preços seja um reflexo do aumento previsto para a próxima safra da Oceania, do que uma tendência de queda do consumo. Os recentes indicadores econômicos, especialmente em mercados emergentes na Ásia, continuam positivos, com o PIB Mundial apresentando previsão de crescimento entre 3 e 4% frente ao ano de 2009. Na Ásia, a expectativa de crescimento é próxima de 8%, enquanto num dos principais mercados importadores, a China, é de 9-10%. Para o México, importante importador de commodities lácteas dos Estados Unidos, a previsão de crescimento após recuperação da crise é de 4,5%.

Nos EUA, a demanda por lácteos deve continuar firme com o crescimento do PIB previsto em 3-4% – uma reviravolta se comparado com o encolhimento da economia em 2009 (-2,4%). Entretanto, a taxa de desemprego a níveis recordes entre 9-10% deve ser observada cuidadosamente. Na Zona do Euro, o PIB deve crescer modesto 1%; porém, a crise de crédito, particularmente na Grécia, é um fator preocupante que pode arruinar o mercado.

Do ponto de vista da oferta, enquanto a produção de leite da Nova Zelândia nessa nova safra deve apresentar um crescimento de 3 a 4% frente à safra anterior (2009/2010), a perspectiva da Austrália de reverter uma redução na produção de leite está se tornando uma tarefa dificílima, uma vez que a seca é cada vez mais normal na região e chuvas têm se tornado a exceção. Além disso, os estoques de produtos lácteos da Oceania estão em níveis baixos, particularmente de leite em pó integral, e qualquer retomada na demanda ou queda na produção prevista pode acarretar em aumento dos preços.

Nos Estados Unidos e na União Europeia, enquanto a produção de leite deve apresentar variação positiva, o crescimento significativo do consumo no mercado interno pode pressionar os preços.

As informações são do USDA

Leite/GO – Os produtores de leite de Goiás estão insatisfeitos com o valor pago pelo litro do produto. Mesmo na entressafra, os preços estão em queda. O tanque que resfria o leite em poucos minutos é a mais nova aquisição da fazenda Boa Vista, no município de Piracanjuba, a maior bacia leiteira de Goiás. Leandro César investiu na máquina 50 mil reais. E agora está com dificuldades para pagar. “Apesar do volume e da qualidade do leite que nós produzimos, hoje nós estamos conseguindo no máximo empatar os preços de produção”, diz o produtor rural. Entre junho e julho, a média nacional do preço do leite caiu 6%. Em Goiás, a queda foi de 7%, e está em torno de R$ 0,70. (Globo Rural)

Resíduos – O Grupo de Trabalho de Resíduos e Contaminantes do Ministério da Ag ricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) relata as ações desenvolvidas para leite e derivados, na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite desta segunda-feira (2), em Brasília. No encontro, técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentam dados sobre os custos de produção agrícola. (Mapa)

Queijo – Um queijo de 800 quilos desfilou pelas ruas do município de Ipanema (MG), como símbolo da busca de conhecimento e profissionalização dos produtores rurais da Região do Vale do Rio Doce. A cidade quer se tornar referência na produção de leite, principal atividade que move a economia regional. São 1,2 mil produtores reunidos na Cooperativa Agropecuária de Ipanema (Capil), que capta 135 mil litros de leite por dia, dos quais 80 mil são destinados ao processamento de derivados como queijo, manteiga, iogurte e requeijão. O queijo gigante fez parte da programação da 1ª Festa do Queijo e Simpósio do Leite de Ip anema, realizada nesse final de semana. Na fabricação, foram gastos aproximadamente 7 mil litros de leite. (Estado de Minas)

Preços/França – Os produtores de leite pediram aos industriais o retorno das negociações, para estabelecer o preço do leite de julho a setembro. Se as coisas não alterarem na próxima semana, estudaremos uma estratégia a ser adotada, reagiu Henri Brichard, presidente da entidade majoritária, Federação Nacional dos Produtores de Leite (FNPL). Os preços atuais estão bem melhores do que no ano passado, sendo incompreensível a má vontade das indústrias. E o anúncio dos preços para o 3º trimestre do ano provocou manifestações, muitas vezes violentas. De acordo com a FNPL, os produtores esperavam entre 330 e 334 euros [R$ 0,76 e R$ 0,77/litro]. Mas, a proposta foi 20 euros menos, 310/1000 litros [R$ 0,71]. (Agrisalon)

Renda/França – Diante do anúncio das indústrias de laticínios francesas (Bongrain, Lactalis e Bel) de um aumento de apenas 13,80 euros/1.000 litros [R$ 0,031/litro], a Organização dos Produtores de Leite (OPL), filiada à Coordenação Rural, se mobiliza, pois, a atitude unilateral dos industriais demonstra o desprezo em relação aos produtores. A OPL também critica a falta de responsabilidade dos signatários do acordo do preço do leite negociado em junho de 2009, deixando o setor ser regido pela Lei da Modernização Agrícola, que instituiu contratos obrigatórios que beneficiam claramente a indústria. Os produtores de leite da França perderam, em 2009, 54% de sua renda, bem mais que a queda média das atividades rurais do país, que foi de 34%. (Agrisalon )

 

Negócios

Queijo – A comunidade de origem alemã, Colônia Witmarsum no Norte do Paraná, produz queijos finos, conciliando métodos artesanais e padrões de qualidade. Os queijos produzidos pela Witmarsum dividem-se em quatro grupos. Curados: Appenzeller, Emmental e Raclette. Frescos: Minas Frescal e Ricota Fresca. Semimoles: Asiago, Colonial Natural, Colonial Pimenta Verde e Reblochon. Queijos maturados por fungos: Camembert e Brie. O mineiro Rafael Figueiredo, representante da comunidade, abriu a Confraria do Queijo, um espaço onde os apreciadores podem degustar e comprar as variedades produzidas pela Colônia Witmarsum. Pois, para Rafael, há coisas que não se explicam numa página de jornal – é preciso experimentar. (Jornal de Londrina)

Supermercado/RS – O IV Congresso Panamericano de Supermercados, que ocorrerá entre os dias 21 e 23 de agosto no Hotel Serra Azul, em Gramado, abriu inscrições pelo telefone (51) 2118-5200 , ou e-ma il eventos@agas.com.br. O encontro é organizado pela Associação Gaúcha de Supermercados, promovido pela Associação Latino-Americana de Supermercados. O tema desta edição é “Sustentabilidade na América Latina”. Autoridades de 18 países irão participar. (Correio do Povo/RS)

Setoriais

SIF – Carnes, presunto, salsicha, manteiga, leite e derivados, mel, peixe e enlatados. Todos os produtos de origem animal comercializados devem ter garantia de qualidade estampada nos rótulos. O selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) identifica os alimentos com procedência conhecida, registrados e inspecionados pelo governo. Hoje, cerca de 3.600 estabelecimentos funcionam sob a supervisão do Serviço de Inspeção Federal, sendo 819 habilitados a exportar. (Mapa)

Defensivos – Para este segundo semestre, o setor de defensivos prevê aumento de 7% nas vendas. Os motivos são a queda nos preços e a valorização de culturas como soja, milho e cana no mercado. A Fundação Getulio Vargas aponta que 94% dos produtos ficaram mais baratos. Cerca de 70% do faturamento no setor de defensivos ocorre, historicamente, no segundo semestre. (Zero Hora/RS)

 

Economia

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) fechou julho com deflação de 0,21%, segundo informou nesta segunda-feira (2) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Das sete classes de despesa pesquisadas até 31 de julho, cinco apresentaram recuo em suas taxas de variação de preços, entre a terceira e a quarta quadrissemana de julho. Os grupos que apresentaram defl ação ou desaceleração de preços foram alimentação (de -0,94% para -1,19%), vestuário (de -0,51% para -0,70%), saúde e cuidados pessoais (de 0,54% para 0,42%), educação, leitura e recreação (de -0,07% para -0,10%) e habitação (de 0,24% para 0,23%). As mais significativas quedas de preço foram verificadas em batata-inglesa (- 18,96%), tomate (- 31,28%) e leite tipo longa vida (- 4,99%). (Agência Estado)

Classe – Pela primeira vez neste ano, a massa de renda das famílias da classe D vai ultrapassar a da classe B, apontam cálculos do instituto de pesquisas Data Popular. Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar R$ 381,2 bilhões ou 28% da massa total de rendimentos de R$ 1,380 trilhão. Enquanto isso, a classe B vai ter R$ 329,5 bilhões (24%). A classe B tem renda entre R$ 5.101 e R$ 10.200. O maior potencial de compras, no entanto, continua no bolso da classe C: R$ 427,6 bilhões. (O Estado de SP)

Categorias – De oito categorias de produtos avaliados pelo instituto de pesquisas Data Popular, a classe D supera a B, no potencial de consumo de quatro delas, este ano. Alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões), móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões). Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, os potenciais de consumo das classes D e B são idênticos (R$ 11 bilhões). Os gastos da classe B são maiores que os da D em itens diferenciados: a alimentação fora do lar, lazer, cultura e viagens e despesas com veículo próprio. A dança das cadeiras das classes sociais no ranking do potencial de consumo reflete as condições favoráveis da macroeconomia para as camadas de menor renda. (O Estado de SP)

Globalização e Mercosul

Mercosul – Apesar dos constantes contratempos e discussões públicas entre os membros do Mercosul, o comércio dentro do bloco está crescendo e deve somar US$ 41 bilhões neste ano, de acordo com o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro. Isso em comparação a um comércio de US$ 9 bilhões em 2002 e de US$ 4,5 bilhões em 1991, quando o bloco foi criado. Segundo o embaixador, a maior parte do comércio ocorre entre Brasil e Argentina. Recentemente, as empresas brasileiras investiram mais de US$ 10 bilhões no país vizinho, enquanto os argentinos investiram US$ 4 bilhões no Brasil. (Agência Estado)

China – A China superou o Japão e tornou-se a segunda maior economia do mundo, como resultado de três décadas de crescimento acelerado. Dependendo da alta da taxa de câmbio, a China está no caminho para ultrapassar também os Estados Unidos e ocupar o primeiro lugar por volta do ano de 2025, confor me projeções do Banco Mundial, do Goldman Sachs e outros. Entretanto, a renda per capita chinesa (3.800 dólares por ano) é uma fração da japonesa e da norte-americana. (Correio do Povo/RS)

PIB/EUA – A economia dos EUA reduziu no último trimestre seu ritmo de crescimento em relação ao início deste ano. O PIB país avançou de abril a junho 2,4% (na taxa anualizada), ante 3,7% nos primeiros três meses do ano. A desaceleração, divulgada pelo Departamento de Comércio, deve-se em parte ao aumento das importações, que tiveram sua maior alta em 26 anos. Enquanto as importações cresceram 28,8%, as exportações subiram apenas 10,3%. Mesmo assim, o presidente Barack Obama, que vem perdendo apoio do eleitorado, procurou interpretar com otimismo os dados. Apesar do otimismo presidencial, especialistas preveem que a economia vá se desacelerar ainda mais no segundo semestre. (Folha de SP)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
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