Notícias 02.06.09

Importações – Os números preliminares da média diária de maio de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 20,23% menores que a média de abril de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.

 

 

Preços/GO – Os consumidores estão assustados com o preço do leite longa vida. Em menos de 20 dias, o aumento é de até 24%. O produtor não tem responsabilidade na variação de preços, defende a Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). “O litro do leite está a R$ 0,66. Historicamente abaixo da média, com exceção ao mesmo período do ano passado”. O valor do leite para produtores foi reajustado em 10%. Era R$ 0,61 e deve chegar a R$ 0,67. Presidente da Associação Goiana de Supermercados (Agos), Henrique Xavier confirma a alta de preços de pelo menos R$ 0,30 o litro em menos de 20 dias. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, diz que o principal motivo é a seca no sul. São Paulo, que tem uma alíquota de ICMS menor que a goiana (7% contra 10%), está procurando se abastecer em Goiás. E, com o incentivo fiscal, é mais vantajoso vender para fora do Estado. “Não deixarão de vender por R$ 1,70 para vender por R$ 0,90. É a lei de mercado”, justifica. (Diário da Manhã/GO)

Protestos/GO – A disparada no preço do leite ao consumidor fez com que as donas de casa protestassem, ontem, no Dia Mundial do Leite. Desfilaram nas ruas de Goiânia, com faixas e distribuição de folhetos. A Presidente da ADC-Goiás, Maria das Graças Santos questionou o aumento, argumentando que se o produtor recebe em média R$ 0,61 pelo litro de leite, não justifica o consumidor pagar até R$ 2,40. A presidente espera um acordo na cadeia produtiva para que o produto final chegue ao consumidor com um preço justo. Se o preço não baixar, ela propõe boicote. (Diário da Manhã/GO)

ICMS – Ontem, durante evento na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), entidades do setor lácteo pediram a desoneração tributária total da cadeia produtiva para reduzir custos e baixar o preço do leite ao consumidor. O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Fieg), Lauro Sampaio, reivindicou isonomia tributária para o leite goiano. Segundo ele, Goiás paga 2% de ICMS a mais do que os Estados vizinhos. O presidente do Sindileite, Cesar Helou, convocou as entidades que participaram do encontro a assumirem o compromisso de buscar a mídia para divulgar as qualidades do leite como alimento completo. “No mundo, o consumo do leite não tem crescido e, em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, aumentar o consumo de leite é uma questão de interesse da saúde pública”, diz Cesar Helou. O deputado Leonardo Vilela, que por vários anos foi presidente da Comissão de Leite da Faeg, também defendeu “imposto zero” para o produto, destacando que a produção de leite é a única atividade econômica presente em todos os municípios do país. (O Popular/GO)

Preço/MG – O valor médio pago ao produtor mineiro de leite deve registrar, em maio, a quarta alta consecutiva. Em abril, os pecuaristas do Estado receberam o maior reajuste do país, de R$ 0,028 por litro, o que elevou o preço médio do produto para R$ 0,63. Para o Diretor Executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira, o produtor tem motivos para comemorar o Dia Mundial do Leite, e calcula que os valores pagos pela indústria devem ficar entre R$ 0,65 e R$ 0,70. “É um valor dentro da realidade, visto o atual cenário econômico”. O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Sant’Anna Alvim, projeta uma leve recuperação, mas chama a atenção para os preços dos insumos. Ele lembra que o preço pago sofreu desvalorização de 17% nos últimos 12 meses, enquanto os custos de produção subiram quase 10%. (Hoje em Dia/MG)

Itambé – A empresa mineira Itambé paga, em média, R$ 0,65 aos 8.500 produtores que compõem sua cooperativa. Com o objetivo de estimular a produção, neste período de entressafra, a Itambé anuncia que vai pagar R$ 0,15 a mais aos pecuaristas que excederem a média de leite produzida em abril. (Hoje em Dia/MG)

Chile – Fluido, condensado, evaporado, ou como iogurte, queijo ou, manjar, a ingestão diária não atinge a cifra recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 160 litros ao ano. Segundo dados da Federação de Produtores de Leite (Fedeleche), o consumo per capita de leite no Chile é de 125 a 128 litros/ano. Um consumo que se mantém na última década. Principal fonte de cálcio, o leite, também fornece proteínas, zinco, ferro e vitaminas essenciais como D e B12. A nutricionista chilena, Verônica Cornejo, diz que “em todas as idades é necessário, porque o cálcio se perde constantemente e o leite é o alimento com maior aporte desse mineral”. Assim, se recomenda consumir três porções de leite por dia, ou o seu equivalente em lácteos, no caso de crianças, quatro para os adolescentes, duas ou três porções a partir dos 19 anos. Adultos e grávidas devem consumir de três a quatro porções diárias. (Fedeleche)

Negócios

CQuali Leite – O Centro Integrado de Monitoramento da Qualidade do Leite (CQuali-Leite) realiza sua reunião anual das regiões sul e sudeste, de 3 a 5 de junho, em Pedro Leopoldo/MG. Na ocasião será feito um balanço das atividades do CQuali Leite, apresentações dos panoramas estaduais da inspeção do produto e derivados, análises laboratoriais oficiais e consolidação do manual de procedimentos. “Vamos avaliar o trabalho integrado e prestar contas à sociedade sobre as atividades desenvolvidas pelo governo, desde as ações de fiscalização do controle de qualidade da matéria-prima até o monitoramento da conformidade dos produtos disponíveis no comércio”, destaca o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa, Nelmon Oliveira da Costa. (Ministério da Agricultura)

Danone – A imprensa francesa noticiou ontem que a Danone negou que estaria em interessada em comprar a Parmalat da Itália. Os rumores fizeram as ações da empresa italiana subirem na quarta-feira passada para o maior nível desde setembro. O chefe operacional adjunto da Danone, Emmanuel Faber, disse, contudo que a empresa francesa permanecerá buscando negócios menores, depois de completada a operação de aumento de capital de € 3 bilhões. Segundo ele, a Danone está atenta a negócios em seu core business, como laticínios, saúde, nutrição infantil e água mineral. (Valor Econômico)

 

Setoriais

Insumos – As importações de adubo e de fertilizantes somaram US$ 17,3 milhões por dia útil no mês passado, 141% a mais do que em abril. Em relação a igual mês de 2008, quando as vendas internas estavam aquecidas, houve queda de 68%, segundo dados divulgados ontem pela Secex. (Folha de SP)

Seguro – Além dos R$ 15 bilhões destinados à agricultura familiar, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2009/2010 já tem confirmada a criação de um seguro que garantirá aos novos contratos de investimento uma indenização proporcional aos de crédito. Conforme o superintendente do MDA/RS, Nilton Pinho de Bem, a medida está definida, mesmo que o plano não esteja todo fechado. Novas culturas também devem ser atendidas pelo seguro, informou o dirigente do MDA. Ainda está em análise a ampliação do limite de renda para adesão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os ganhos anuais por propriedade deverão ser elevados de R$ 110 mil para R$ 150 mil, o que aumentará a abrangência dos projetos. (Correio do Povo/RS)

Máquinas – As vendas de máquinas agrícolas em maio devem repetir o patamar de abril, segundo fonte do setor. Enquanto as vendas de tratores menores -ligadas aos programas sociais- aumentam, as de grande porte continuam em queda. (Folha de SP)

 

Economia

IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo subiu 0,33% no fim de maio após ter ficado em 0,34% nas três prévias do mês. Despesas pessoais registraram a alta mais expressiva no fechamento do mês passado, de 1,68%, porém menos acentuada do que aquela verificada na terceira medição, de 2,06%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Saúde cresceu 0,75% no encerramento de maio. Vestuário saiu de aumento de 0,40% para 0,27% e Habitação passou de 0,17% para 0,19% de avanço. Alimentação, que tinha declinado 0,27% na terceira quadrissemana de maio, fechou o mês com expansão de 0,07%. Educação verificou ampliação de 0,06% contra 0,04% da leitura antecedente. No terreno negativo, Transporte marcou queda de 0,12% depois de ceder 0,06%. Vale notar que, em abril, o IPC-Fipe apresentou acréscimo de 0,31%. (Valor Online)

IPC-S – A inflação no varejo voltou a apresentar desaceleração, no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), das sete capitais usadas para cálculo do índice, seis apresentaram elevação de preços menos intensa, ou início de deflação, na passagem da terceira prévia de maio do indicador, medida até 22 de maio, para o dado fechado do IPC-S do mês passado. A única capital a apresentar aceleração na variação de preços, no mesmo período, foi Salvador (de 1% para 1,2%). Na cidade de São Paulo, os preços subiram 0,30% no índice de até 31 de maio, após avançarem 0,36% no indicador de até 22 de maio. Além da capital paulista, houve quedas e desaceleração de preços em Belo Horizonte (de 0,12% para -0,16%); Porto Alegre (de 0,49% para 0,35%); Recife (de 1,06% para 0,85%); Rio de Janeiro (de 0,39% para 0,34%) e Brasília (de 0,29% para 0,23%). (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Chile – O presidente da Prolesur (filial da Soprole), Albert Cussen, projeta um cenário difícil para o setor lácteo. Há um acúmulo de fatores desfavoráveis, como: uma sequência de verões com restrições hídricas; altos preços de insumos; estoques mundiais em alta; alterações cambiais e desequilíbrio nos preços internos. Por isso o setor lácteo chileno tem um grande desafio. Mas o Chile tem condições para ser competitivo (focando na produtividade), mesmo diante de países mais eficientes, e ser um importante exportador de produtos lácteos. (EstrategiaOnline)

Preços/UE  – Hoje, o setor lácteo europeu está atento às negociações, entre produtores e industriais, com a presença de mediadores indicados pelo governo francês. O Ministro da Agricultura da França, Michel Barnier fez um apelo às partes, lembrando da responsabilidade de ambos, para encontrar um preço justo e que remunere adequadamente os produtores. Adiantou que o governo não poderá fixar o preço, mas, não acha que seja normal o produtor não saber quanto irá receber pelo leite que entregou em maio. Os produtores de leite permanecem mobilizados, e, a todo o momento, em algum ponto surge um protesto. Às vezes nas fábricas, nas ruas, ou ainda nos hiper ou supermercados. (Le Point)

 Segundo Atradius, um dos lideres mundiais em análise de crédito, o setor lácteo encontra-se mergulhado em uma crise sem precedentes, ameaçando a credibilidade do sistema. “Se não houver acordo sobre os preços, as repercussões sobre as margens de lucro e resultados irão fragilizar as estruturas financeiras menores e menos capitalizadas. Elas não terão capacidade financeira para cobrir a queda brutal do faturamento, e haverá uma concentração do mercado”, explica Aurélia Lafon, analista da Atradius, especialista do setor agro-alimentar. O abandono gradual das cotas e o questionamento das orientações sobre as margens de lucro e preços da cadeia, consideradas ingerência ilegal, romperam o equilíbrio em que o setor se encontrava há muitos anos. Apenas um acordo equilibrado, entre produtores, cooperativas e industriais, poderá por fim ao conflito. (Frisona)

Lácteos/UE – De acordo com o presidente da Federação Espanhola da Indústria Láctea, Luis Calabozo, a indústria láctea europeia procura soluções para dar estabilidade aos preços do leite até 2015, quando termina o atual sistema de cotas. Em Hamburgo na Alemanha está sendo criado um mercado futuro para determinados produtos lácteos, a exemplo do que existe nos Estados Unidos. Outra opção é a concentração industrial, que já está em curso. Além das grandes empresas existentes, como as alemãs, Humana, Nordmilch e Alois Müller, a holandesa FrieslandCampina, as inglesas First Milk e Dairy Crest, e a sueca dinamarquesa Arla Foods, nos últimos meses a francesa Lactalis adquiriu empresas na França e na Itália, e fez um acordo de joint-venture com a Nestlé. A holandesa Campina e a alemã Nordmilch estudam formas de colaboração. A cadeia inglesa de supermercados Tesco, negociou sua marca própria com a indústria e os produtores. Mas, produtores e consumidores ficam vulneráveis na concentração industrial. (Frisona)

Desemprego – A taxa de desemprego na zona do euro subiu mais que o esperado em abril e atingiu o maior nível desde setembro de 1999, 9,2%, informou a agência de estatísticas Eurostat. Os dados mostraram que 3,1 milhões de pessoas perderam o emprego desde abril do ano passado, quando a taxa de desemprego estava em 7,3%. Esse forte aumento enfraquece a perspectiva para os gastos dos consumidores e sugere que pode demorar mais tempo para a região se recuperar da recessão. Segundo a Eurostat, havia 14,6 milhões de homens e mulheres desempregados na zona do euro em abril deste ano, mais do que toda a população da Áustria e da Irlanda combinadas. A agência informou ainda que a Espanha registrou a maior taxa de desemprego entre os 27 países da Unia Europeia (UE), com 18,1%, enquanto a menor taxa foi registrada na Holanda, de 3%. (O Estado de SP)

UE tem nova alta de preços na última quinzena

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 16 e 29 de maio, mostraram alta para a todos os produtos no Oeste da Europa. Na Oceania, os preços permanecem estáveis, com exceção da manteiga que teve alta de 2,67%. O preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.625/tonelada no Oeste da Europa, alta de 3,4% em relação à quinzena anterior.

Segundo informações do Dairy Industry Newsletter (DIN), a produção de leite na Europa começa a cair, mas volumes significativos ainda estão indo para os estoques de intervenção, principalmente leite em pó desnatado. No entanto, há indícios de que o mercado está se ajustando, particularmente para manteiga, com altas acentuadas nos preços dos cremes nas últimas semanas. Os estoques mais antigos de manteiga foram vendidos e a quantidade de manteiga que tem sido vendida para intervenção vem caindo em cada um dos quatro últimos leilões quinzenais. Há 161 mil toneladas de leite em pó integral e 77 mil toneladas de manteiga em estoques de intervenção, e mais 83 mil toneladas de manteiga em estoques privados. A queda na produção de leite tem ajustado o mercado, com níveis menores de manteiga, e também porque as exportações têm sido boas para manteiga.

Apesar de ainda haver algumas exportações nos próximos dois meses – devido a contrato já existentes – uma queda nas exportações deve prolongar a necessidade de estoques de intervenção, de acordo com o boletim do DIN. Há também a possibilidade de aumentarem os subsídios à exportação de lácteos para compensar os recentes aumentos da relação euro/dólar, que tem puxado os preços da UE para cima e tornado o leite em pó integral e desnatado dos EUA mais competitivo no mercado mundial.

No Oeste da Europa, o leite em pó integral teve preço médio de US$ 2.625/t, com valores variando entre US$ 2.500/t e US$ 2.700/t, alta de 3,4% em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó desnatado (US$ 2.300/t) mostrou alta de 5,1% em relação à média da quinzena anterior, com valores entre US$ 2.250/t e US$ 2.350/t. Os valores para o soro de leite oscilaram entre US$ 525/t e US$ 600/t, média de US$ 562,5/t, com alta de 0,4% em relação à última quinzena.

Na Oceania, os valores do leite em pó desnatado ficaram entre US$ 1.900/t e US$ 2.100/t, média de US$ 2.000/t, estáveis em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 2.200/t, com valores entre US$ 2.100/t e US$ 2.300/t, também estáveis.

O valor médio da manteiga foi de US$ 1.925/t na Oceania, 2,67% superior em relação à quinzena anterior, e US$ 3.000/t no Oeste da Europa, alta de 4,8%. Na Oceania, o preço médio do queijo cheddar teve queda de 0,96% em relação à quinzena anterior, fechando a US$ 2.575/t, com valores entre US$ 2.450/t e US$ 2.700/t.

Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.

Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.

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