Importações – Os números preliminares da média diária de março de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 31,03% maiores que a média de fevereiro de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.
Preços/SP – Na pesquisa sobre o preço do leite pago ao produtor divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp/Senar-SP), foi registrado, em março/2009 o valor de R$ 0,651 para o leite tipo Leite B, e R$ 0,587 para o Leite C Cota. A média do período de março/2008 a março/2009 ficou em R$ 0,695 para o Leite B e R$ 0,644 para o Leite C Cota. Não houve cotação para o Leite Excesso. Foram pesquisados 52 laticínios em 49 municípios.
Preços – Desde o fim de março os laticínios de Goiás e Minas Gerais pagam entre 10% e 15% mais pelo litro de leite recebido do produtor via cooperativa. Em algumas regiões, o preço chegou a R$ 0,75. Com o reajuste, a cotação no mercado interno voltou ao patamar de preços praticados no mesmo período de 2008. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em fevereiro deste ano, tanto o produtor mineiro quanto o goiano receberam menos de R$ 0,60 pelo produto. Mas a alta já era sentida pelo consumidor final antes mesmo de ser praticada ao produtor. O preço do leite longa vida subiu 15% em março, na comparação com o mesmo período do ano anterior.No mercado varejista o leite longa vida integral subiu 1,71%. Essa subida repentina é reflexo da escassez de fêmeas nos pastos brasileiros, em especial Minas e Goiás. O rebanho que começou a ser recomposto no início de 2008 foi sacrificado no final do mesmo ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calculou que, só em Goiás, os abates cresceram quase 16% no último trimestre do ano passado. Até então, Goiás era responsável por 10,6% do total de abates do País. Em Minas Gerais, a participação das matrizes nos abates chegou a 42,02% ao longo de 2008. O crescimento de 2,68% frente ao ano anterior foi acentuado no início deste ano, quando em plena safra os preços permaneceram praticamente estáveis, desmotivando o produtor.Em Tocantins, também foi registrada taxa elevada de abate de fêmeas, 48%. No Pará, quase 43% das matrizes também foram sacrificadas em 2008. A despeito da elevação do preço do leite cru, o índice de captação dos laticínios registra sensível recuo no primeiro trimestre de 2009. Em janeiro, a indústria recebeu um volume 10% menor – retração que segundo especialistas de mercado deve persistir e culminar com a redução do volume total captado este ano. Em 2008, segundo o IBGE, a aquisição de leite cresceu 7,5% e chegou a 19,23 bilhões de litros. (Gazeta Mercantil)
Mercosul – O Mercosul voltou a servir de ponte para nova triangulação: desta vez para a venda de leite em pó europeu via Uruguai, afetando principalmente o abastecimento da fronteira gaúcha, alerta o superintendente da Piá de Nova Petrópolis, José Mário Hansen, presidente também da câmara temática do leite da Ocergs. Ocorre que os estoques da União Europeia fez despencar os preços. A tonelada do produto está entrando hoje no estado a R$ 1.600,00, o que, se fosse aplicado pela indústria gaúcha, significaria R$ 0,26 o litro ao produtor, quando o seu custo atual já é superior a R$ 0,60. (Jornal do Comércio/RS)
Espanha – O litro de leite integral do Lidl [responsável por 8,9% da distribuição espanhola] custa 0,57 euros, quase metade do que valem as marcas líderes na Espanha. O Lidl explica: “compramos grandes quantidades do produto para abastecer as 8.400 lojas que temos em toda a Europa, o que nos permite negociar a preços muito competitivos”. Assim, o leite dos supermercados da Espanha pode proceder da França ou Alemanha, países com grande produção e muito excedente. A mesma estratégia é utilizada pelo Carrefour, Alcampo ou Dia. A crise econômica e o colapso do consumo levam os supermercados a investirem em marcas próprias procurando fornecedores e fabricantes com menores preços em qualquer parte do mundo. Mas, a invasão de produtos estrangeiros provoca a queda dos preços agrícolas abaixo dos custos de produção. (Hipersuper)
Negócios
Alimentos – O laboratório de alimentos do Senai Chapecó realiza, pela primeira vez, testes internacionais para avaliar a qualidade dos testes de laboratórios de alimentos da América Latina. Trata-se da 1ª Rodada Internacional do Provedor de Ensaios de Proficiência (PEP) do Senai catarinense. Participam do evento Brasil, Bolívia, Equador, Argentina, Panamá, Peru, Uruguai, República Dominicana, El Salvador, Nicarágua e Chile. A rodada inclui análises físico-químicas e microbiológicas. Esses controles é que proporcionam alimentação segura. (Diário Catarinense)
Tecnoshow – Começou nessa terça, 31, e prossegue até sábado a edição 2009 da Tecnoshow Comigo, feira agropecuária promovida pela Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo). O evento está sendo realizado no centro tecnológico da cooperativa, em Rio Verde (GO). Conforme o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, o investimento no evento foi superior a R$ 1 milhão. “As expectativas são ótimas, principalmente pelas novidades que serão apresentadas ao produtor por meio da feira e expositores”, garante Chavaglia. Para atender à demanda do produtor rural, além da exposição de máquinas e implementos agrícolas, a organização da feira programou cinco palestras sobre temas como tendências de mercado para soja, milho, leite e carne no Brasil e no mundo, aquecimento global e seus impactos na produção agrícola. (O Estado de SP)
Setoriais
Créditos – A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira um novo pacote de auxílio financeiro a agroindústrias, cooperativas e produtores rurais proposto pelo Ministério da Fazenda. O projeto de conversão em lei da Medida Provisória nº 445 reduz as taxas de juros nas linhas de financiamento de capital de giro para agroindústrias, cooperativas e indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas. Também permite a subvenção aos juros de financiamentos de estocagem (“warrantagem”) de etanol pelas usinas, destilarias e cooperativas. As medidas incluídas na chamada “MP da Caixa”, e que ainda dependem da aprovação do presidente Lula, devem ajudar o governo a socorrer frigoríficos e usinas de etanol em sérias dificuldades financeiras. (Valor Econômico)
Desoneração – Há muito esperado pelos produtores agrícolas e especialmente pela agroindústria, a regulamentação do Drawback Integrado foi enfim assinada ontem pela secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira. A nova portaria regulamenta a legislação que permite a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do PIS/Cofins na aquisição de insumos no mercado interno, quando o produto final for destinado ao comércio internacional. Questionada sobre o impacto fiscal com a inclusão do setor agrícola no drawback, a secretária Lina respondeu que não se deve exportar tributo e que o importante é o estímulo que o mecanismo vai proporcionar às exportações. No caso do setor agrícola, ela calcula uma desoneração de 14,25% nas alíquotas de PIS/Confins e IPI. Hoje a alíquota de PIS/Confins é de 9,25% e a do IPI de 5% em média. (Gazeta Mercantil)
Fertilizantes – Por motivo de fraude, 12 fertilizantes e corretivos estão com os registros suspensos pelo Ministério da Agricultura. Fiscais Federais avaliaram mais de quatro mil amostras no segundo semestre de 2008 e constataram irregularidades em 21% dos fertilizantes minerais mistos. O coordenador de Fertilizantes do Ministério da Agricultura, José Leal, conta que além da multa, quem é pego por fraude tem a suspensão do registro por até 120 dias. Para o diretor da Associação Nacional de Difusão de Adubos, Eduardo Daher, a análise dos fertilizantes é importante, já que no ano passado os preços ficaram altos e houve pirataria. A reunião do setor também discutiu a queda nas importações do produto, que pode acabar comprometendo a próxima safra. Nos primeiros dois meses deste ano, as importações caíram 88%, o que é um valor significativo, já que 72% de todo o fertilizante usado no país é importado. (Canal Rural)
Economia
IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo subiu 0,40% no fim de março, seguindo elevação de 0,29% na terceira medição daquele mês. Em fevereiro, a inflação foi de 0,27%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Despesas Pessoais registraram o avanço mais marcado, de 0,80%, acompanhados de Alimentação, com acréscimo de 0,70%. Na terceira prévia de março, esses grupos verificaram expansão de 0,55% e 0,54%, respectivamente. No segundo mês de 2009, as Despesas Pessoais cresceram 0,29% e Alimentação 0,33%. Conforme o levantamento da Fipe, Vestuário apresentou elevação de 0,56% no fim de março, abandonando trajetória negativa desde a terceira quadrissemana de janeiro. Habitação avançou 0,25% e Saúde teve alta de 0,23%, depois do 0,21% e 0,13% na terceira leitura de março. (Valor Online)
IPC-S – A inflação no varejo da cidade de São Paulo acelerou novamente, no âmbito do IPC-S. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços na cidade avançaram 0,87% no índice de até 31 de março, após subirem 0,67% no IPC-S de até 22 de março. Ainda segundo a FGV, das sete capitais usadas para cálculo do índice, todas apresentaram elevação de preços mais intensa na passagem do IPC-S de até 22 de março para o indicador de até 31 de março. Além de São Paulo, houve acelerações de preços em Belo Horizonte (de 0,72% para 0,78%); Brasília (de 0,20% para 0,42%); Salvador (de 0,25% para 0,35%); Rio de Janeiro (de 0,03% para 0,20%); Porto Alegre (de 0,75% para 0,83%); e Recife (de 0,45% para 0,49%). (Agência Estado)
Orçamento – O governo federal divulgou cortes que somam mais de R$ 21 bilhões no orçamento 2009. Em alguns ministérios chegou a 85%. As pastas mais atingidas foram do Turismo e dos Esportes. É comum a equipe econômica reduzir repasses aos ministérios no início de cada ano, mas desta vez os cortes foram maiores que o normal, por causa da crise econômica. O ministério da Agricultura teve redução de 47%. Estavam previstos mais de R$ 2,2 bilhões, mas só estarão disponíveis pouco mais de R$ 1,1 bilhão. O Ministério do Desenvolvimento Agrário teve um corte menor, de R$ 31,5%, saindo de R$ 3,5 bilhões previstos, para R$ 2,4 bilhões. (Canal Rural)
Globalização e Mercosul
Exportações – O crescimento das exportações para a China no primeiro trimestre deste ano salvou o superávit comercial do período. De janeiro a março, as vendas para a China subiram 62,7%, somando US$ 3,4 bilhões. Com isso, o país passou a responder por 11% de todas as vendas do Brasil para o exterior, o dobro da participação no primeiro trimestre de 2008. Exceto para a Ásia e uma parte da África, as exportações brasileiras para todas as regiões do mundo tiveram queda. As vendas para a Argentina foram as que mais caíram. No primeiro trimestre, a redução foi de 43,7%, para US$ 2,2 bilhões. As importações da Argentina também registraram queda no período, mas em proporção menor, de 33,5%. As vendas para os Estados Unidos, principal destino de exportações do Brasil, caíram 37,8% no trimestre, para US$ 3,5 bilhões. Para a União Europeia, a queda foi de 22,1% no período. (Folha de SP)
Fraudes – Lácteos para bebês na China, alimentos para recheios nos Estados Unidos, chocolates de Taiwan, pizzas na Itália, queijos da Hungria, café instantâneo nos países da união europeia, caramelos do Chile. É longa e há para todos os gostos a lista de alimentos adulterados. Definitivamente isto quer dizer que o mercado internacional de alimentos está agitado e são questionadas desde as pulverizações com herbicidas até a adulteração deliberada de alimentos com moléculas que simulam ser proteínas, mas que são tóxicas. Em conseqüência do escândalo na China, os Estados Unidos reduziram a importação de alimentos do país asiático. E a medida recíproca não demorou: em pouco tempo a China fechou as importações americanas em decorrência do escândalo da contaminação com salmonella na pasta de amendoim, que provocou a morte de oito pessoas. O FDA (Food and Drug Administration), departamento do governo responsável pela fiscalização, depois de autorizar o funcionamento da fábrica em 2001, nunca mais a fiscalizou. (La Voz)
Certificação – “Na Argentina não foi detectado melamina, mas o mercado foi afetado porque todo alimento proteico ficou sob suspeita”, disse Roberto Sandrini, presidente do JLA Argentina, certificadora de alimentos para o mundo, e associada à JLA Global dos Estados Unidos que atua também na China e no Brasil. Os donos da APC (American Penaut Consorcing), a empresa envolvida na contaminação da pasta de amendoim, se abstiveram de fazer declarações em juízo, e pediram falência. Mas o problema fez com que caísse 25% do consumo de pasta de amendoim nos Estados Unidos, afetando Córdoba, produtora de amendoim. “Houve muita discussão na imprensa, e todos começaram a desconfiar do produto”, comenta Sandrini, acrescentando que mesmo que haja uma recuperação no consumo, as condições de exportação serão modificadas, porque agora todos os produtos devem ser certificados. “Para nós são novas oportunidades, mas para os exportadores é um problema”. (La Voz)
PIB – A crise econômica internacional deve fazer com que a economia brasileira registre uma retração de 1% em 2009, segundo informou nesta quarta-feira a secretária-executiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), Alicia Bárcena, durante um fórum em Bogotá, na Colômbia. Segundo a Cepal, o Brasil deve ser um dos países mais afetados pela crise na região, junto com México – cujo PIB deve registrar queda de 2% -, Costa Rica (-0,5%) e Paraguai (-0,5%). Ainda de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, a economia da região como um todo deve registrar um recuo de 0,3% em 2009, no que seria “o primeiro retrocesso depois de seis anos de crescimento”, segundo um comunicado divulgado pelo órgão. (BBC Brasil)