Longa vida: setor projeta crescimento de 5% na produção.

A indústria de leite longa vida (ultrapasteurizado e embalado em caixinha) projeta, mesmo com o agravamento da crise financeira internacional, um aumento de 5% no volume produzido em 2009 sobre o total do ano passado que, de acordo com os primeiros números, atingiram aproximadamente 5,1 bilhões de litros. “Desde outubro o consumo vem se mantendo normal, até com uma tendência de alta”, diz Laércio Barbosa, vice-presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). Em 2008, o total produzido foi 2% superior ao do ano anterior.

A associação estima também que as cotações do longa vida no atacado poderão sofrer um aumento entre 10% e 20% a partir de junho, período de entressafra na produção. O longa vida atingiu o último pico de preços em 2007, quando a queda expressiva na oferta levou as indústrias a aumentar os preços para o patamar de R$ 2,10 o litro, no mês de julho, depois de ter atingido R$ 1,20 o litro. A média do ano chegou a um intervalo entre R$ 1,42 e R$ 1,47 por litro. No ano passado, a oscilação foi menor, e a cotação média encerrou o ano em uma faixa entre R$ 1,41 e R$ 1,45 por litro. Para este ano, as estimativas são de que o litro do longa vida possa chegar a um valor de até R$ 1,70 por litro.

Conforme Barbosa, a crise financeira provocou uma mudança no perfil de consumo. Se em 2008 o consumidor recorreu a financiamentos para adquirir bens duráveis, este ano vem aplicando a maior parte da renda em alimentação. “O consumidor deixou de ter acesso a crédito e passou a comprar alimentos”, diz ele.

A boa sinalização do mercado, segundo ele, tem incentivado as indústrias a deslocarem parte do volume de leite para a produção do longa vida, em vez do leite em pó, com foco no mercado interno. É o caso da Itambé, que pretende duplicar a produção este ano, para 400 mil litros ao dia. “Como a exportação de leite em pó diminuiu, vamos destinar esta produção para o longa vida”, informou o presidente da empresa, Jacques Gontijo.

Apesar dos estoques baixos e da redução da oferta, o vice-presidente da ABLV não acredita em falta de produto no mercado. “Não acho que vá ocorrer falta de leite”, diz ele. Da mesma forma, de acordo com ele, mesmo que os aumentos das cotações do longa vida sejam integralmente repassados ao produtor, os valores não serão suficientes para estimular a oferta.

A matéria é de Raquel Massote, publicada na Agência Estado.

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n
Parque de Exposições, Quadra 19
93270-530 – Esteio/RS
secretaria@apilrs.com.br