O Instituto Gaúcho do Leite (IGL), recebeu na última quinta-feira (16), documento com os encaminhamentos da Subcomissão de Energia Elétrica do Meio Rural, que integra a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O relatório também foi entregue ao Ministério Público Estadual, Agergs, AES Sul, Aneel, CEEE e RGE. O documento será utilizado por órgãos responsáveis, como Ministério Público e Agergs, para encaminhar melhorias na infraestrutura energética que abastece o campo. Do ponto de vista do leite, o levantamento socioeconômico produzido pelo IGL, em parceria com a Emater, aponta que 32% das propriedades são deficitárias de acesso à energia elétrica, o que impossibilita muitos produtores de usufruir do acesso à tecnologia no campo com intuito de qualificar e aprimorar suas produções.
Inclusive os encaminhamentos serão um adendo para que o IGL aborde durante seminário técnico na próxima terça-feira (21), que tem, dentre seus temas, a energia elétrica no campo. O evento, coordenado pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), contará com um grupo de 50 a 60 especialistas do setor lácteo gaúcho, onde serão analisados o relatório socioeconômico produzido pelo IGL em parceria com a Emater.
Durante a sessão da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, estiveram presentes os deputados Zé Nunes, Zilá Breitenbach, Edson Brum e o presidente da comissão, deputado Adolfo Brito.
Para o deputado Edson Brum, o relatório é um reflexo de como está a situação atual do fornecimento de energia no meio do campo. “Esse documento está muito completo e traz revindicações dos produtores gaúchos no que se refere a questão de fornecimento de energia elétrica nas propriedades rurais, que são as mesmas em todas as regiões, e aponta de forma consistente o que precisa ser melhorado ”, declarou.
De acordo com o deputado Zé Nunes, integrante da Comissão, o gargalo da energia é um dos limites para a cadeia produtiva do leite no Estado. “Uma ideia é que a gente conseguisse instituir um projeto no Estado, de descentralização dos empreendimentos e que viesse a superar esses limites, que não passam apenas pela definição das concessionárias, porque elas atendem a parâmetros da concessão. Só que a necessidade que o Estado tem e que as atividades econômicas, especialmente a agricultura familiar, possuem vai além do que está definido nas concessões. É preciso agilizar, porque do contrário vai demorar muitos anos para superarmos esses limites e gerar o desenvolvimento que o Rio Grande do Sul precisa para resolver o seu problema financeiro, algo primordial, que é intensificar a atividade econômica do Estado.
Para a deputada Zilá Breitenbach, a qualidade da energia é essencial, inclusive para as pequenas propriedades. “Nós avançamos muito a partir da CPI da Energia, com as decisões do Governo Estadual na redução do ICMS sobre pequenas usinas para gerar energia. O Estado está fazendo a sua parte. Isso foi muito importante, e também acompanhamos o trabalho das cooperativas na resolução dos problemas.” Segundo a deputada, agora a responsabilidade está com as companhias de energia. “Que proponham o que nos trabalhamos com muito esforço na questão do fornecimento de energia para propriedades rurais. A gente vê que a energia faz falta nessas propriedades, pois já existem equipamentos melhores, ampliando muito a agricultura, mas que demandam de uma estrutura elétrica que os sustente”, declara a deputada Zilá.
Para o presidente da Comissão, deputado Adolfo Brito, há um entendimento de unir forças com o Governo Federal para resolver a questão do fornecimento de energia elétrica de qualidade no campo. “Essa comissão se preocupa muito com as questões relativas à cadeia leiteira. Nós precisamos viabilizar que as pessoas possam investir na propriedade, no gado leiteiro, em boas condições, para manter principalmente os jovens produzindo. Por isso estamos trabalhando em Brasília com o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e também vamos precisar de recurso do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário para financiar a parte do agricultor.” A comissão propõe 15% e no restante esses ministérios nos ajudam para buscar recursos, ou seja, 50% dos investimentos para a mudança de rede no interior seria do Governo Federal, 30% das empresas, 15% do agricultor e 5% do trabalho da Emater. Tem tudo para dar certo. Estamos iniciando esse trabalho, e acreditamos que até o ano que vem colocamos em ação”, declara.