Primeira edição do “Prosa Apil” destacou as duas décadas de atuação da entidade; Empresas associadas faturam R$ 120 milhões por mês e processam 20% do leite produzido pelo RS
ESTEIO – A Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil) deu a largada para o ano comemorativo, de duas décadas de fundação da instituição. Em uma cerimônia virtual, a associação reuniu dezenas de sócios, diretores e autoridades do agronegócio gaúcho. Durante a apresentação, ocorrida na noite desta quinta-feira (8/04), dados dos associados e a nova marca da entidade foi apresentada, em meio a um brinde virtual, no evento denominado de “Prosa Apil”.
O primeiro presidente da Apil, empossado em 2001, José Renato Coimbra, destacou que a entidade nasceu em meio à dificuldade do setor leiteiro, na tentativa de organizar a comercialização do leite produzido pelas pequenas empresas. “No fim da década de 1990, a gente ia para uma fila para receber pelo leite comprado pelo governo do Estado, usado na merenda escolar. Ficávamos em grupinhos, e entre as conversas da época, nasceu a ideia de ter uma associação”, diz Coimbra.
A conversa era com Marcelo Roesler, que também já presidiu a entidade. “Queríamos criar uma voz das micro e pequenas empresas. Tínhamos 130 empresas naquela época, e nenhuma delas tinha voz”, diz. Com 18 empresas associadas, no município de Santa Maria, nasceu a Apil. “Esperamos que nossa entidade siga sempre crescendo e sendo respeitada pelas demais. Nós integramos o espírito cooperativo, característico do nosso Estado”, complementou Coimbra.
Com um faturamento mensal estimado em R$ 120 milhões, as empresas que integram a Apil correspondem pelo processamento de 20% de todo o leite produzido no Rio Grande do Sul. Délcio Giacomini, que é o atual presidente da entidade, destaca que a atividade está presente em 400 municípios do Estado. “Isto só ocorre em uma sociedade que tem por objetivo o crescimento coletivo. Este é o nosso espírito, assim que trabalhamos em nossas empresas, com o compromisso com nossas comunidades”, pontua.
Entre os desafios – ora impostos pela pandemia do coronavírus – está na reunião dos associados da Apil. Conforme o presidente, como uma de suas propostas era estar mais próximo dos associados, foi lançado o “tour virtual”, para que se cumprisse a tarefa. “Nos próximos dias, iremos dar início a uma agenda de encontros com nossos associados, para falar com eles virtualmente”, complementa o presidente.
Um memorial para o queijo do RS
Entre os projetos para a comemoração dos 20 anos de atuação da Apil, está a construção do Memorial do Queijo Gaúcho, a ser construído junto da sede da associação, localizada no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
A primeira fase do projeto já foi aprovada, e a intenção é que o espaço funcione o ano todo. “Nós temos este como um grande desafio. Estamos realizando este projeto por etapas, como tudo em nossa associação”, disse Délcio Giacomini.
O Memorial do Queijo Gaúcho, projeto que conta com a parceria do governo do Estado, deverá mostrar como se fabricava os primeiros queijos, produzidos de forma artesanal, pelos primeiros produtores do Estado. “Nossa expectativa é que em 2022 poderemos apresentar este memorial, entregando mais uma atração ao público, junto ao Parque de Exposições Assis Brasil”, projeta o presidente da Apil.
Leite, o produto que alimenta a humanidade
A Secretária Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, que no evento também representou o governador Eduardo Leite, destaca que o produto “leite” é um alimento que sustenta a humanidade, e por isso, torna-se um dos mais nobres entre os itens do agronegócio. “Estou muito orgulhosa por ser a primeira mulher à frente da pasta da agricultura e igualmente orgulhosa por participar deste momento da Apil, vida longa a esta associação. ”
A nova secretária confirma que a cadeia produtiva do leite está entre os principais produtos do agronegócio gaúcho, presente em praticamente todos os municípios do Estado. “Eu quero ser uma agente política e uma porta-voz, junto de todos os técnicos da agricultura, para ser parceria na construção de políticas públicas para o desenvolvimento da produção de leite”, diz Silvana, ao destacar que a busca de novos mercados, fora do Estado, um dos grandes pleitos da Apil, estão entre os projetos da pasta.
O titular do Desenvolvimento Econômico do Estado, Edson Brum, ressaltou a entrega dos sócios e presidentes e diretores da Apil, pela construção da história da entidade. Já no que se refere à economia gaúcha, pauta da secretaria estadual que ele dirige, várias ações estão sendo planejadas para a reestruturação das empresas, devastadas economicamente pela pandemia do coronavírus, há mais de um ano.
Brum destaca que um dos mecanismos que está sendo criado para o enfrentamento à crise gerada pelo coronavírus está a criação de uma oferta de recursos para pequenas e médias empresas, via bancos de fomento do Estado. “Isto poderá ser operacionalizado pelo Badesul e BRDE, que são dois bancos vinculados a nossa secretaria. O Fundo Garantidor do Estado é uma das alternativas para viabilizar até R$ 180 mil para capital de giro, via Badesul.” De acordo com ele, este é um dos avanços para liberar recursos para empresas que não têm como garantir a tomada de crédito no mercado financeiro.
Um brinde a nova marca
Para comemorar das duas décadas de fundação da Apil, uma nova marca, e um selo comemorativo foram criados pela W3COM, agência de comunicação de Porto Alegre. Remodelada, a marca apesenta uma fatia de queijo – um dos principais produtos dos laticínios associados da Apil. A marca traz junto uma gota de leite, símbolo máximo da atuação das empresas associadas da entidade.
Um selo marca também os 20 anos da entidade. Encerrando a cerimônia virtual, os convidados receberam um link para entrar ao vivo e brindar, simbolicamente, o início das comemorações dos 20 anos da associação.