Os números preliminares da média diária de março de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 59,01% maiores que a média de fevereiro de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar. (www.terraviva.com.br)
Exportações – Veja as exportações de lácteos em fevereiro de 2009 comparadas com fevereiro de 2008 e janeiro de 2009. Em seguida, as exportações acumuladas de janeiro a fevereiro de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008. (www.terraviva.com.br)
Nestlé – Com um projeto de R$ 100 milhões, a multinacional Nestlé entra, a partir de abril, num novo mercado no país: o de leite longa vida premium. “Existe um espaço para ser ocupado nesse mercado [de leite longa vida] e o nosso plano é ter 5% dele no menor prazo possível”, disse Ivan Zurita, presidente da Nestlé no Brasil. (Valor Econômico)
Publicidade – Os supostos efeitos da publicidade sobre o consumo infantil fizeram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborar uma resolução para restringir e regulamentar a propaganda de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura, sódio e de bebidas com baixo teor nutricional. A agência está analisando mais de 250 sugestões que recebeu na consulta pública (nº 71/06) a que submeteu a norma por 140 dias. As sugestões serão sistematizadas, reapresentadas em audiência pública e, posteriormente, encaminhadas para a diretoria colegiada da agência. (Agência Brasil)
Consumidor – A propaganda de alimentos será tema de debate nesta terça, dia 10, cinco dias antes do Dia Mundial do Consumidor. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto Alana promovem uma mesa-redonda, em São Paulo, para discutir a publicidade, o marketing de alimentos e bebidas dirigidas a crianças. Tudo leva a crer que não há interesse nenhum dos anunciantes em discutir isso seriamente, afirmou Carlos Tadeu de Oliveira, do Idec, acrescentando que “a propaganda não é um mal em si”, mas, o consumo excessivo do chamado fast food pode causar diabetes, hipertensão e obesidade, daí a necessidade de regulamentar a publicidade. “Pessoas em pleno desenvolvimento não podem ser bombardeadas pela propaganda”, defendeu. (Agência Brasil)
Preço/UE – O último boletim divulgado pela LTO sobre os preços do leite pago ao produtor na União Europeia em janeiro de 2009, acusou uma queda de 23% em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a € 29,59 euros/100 kg do leite padrão. O preço é € 1,20 menor que o de dezembro de 2008, e houve diferenças muito grandes entre indústrias e países. O destaque ficou por conta das indústrias francesas que pagaram o segundo maior preço da série histórica. Mas para fevereiro, os países baixos garantiram apenas € 22,00 por 100 kg. Também na Alemanha, todas as indústrias reduziram os preços. Apesar de novos subsídios à exportação, as perspectivas futuras estão pouco claras, havendo maior competição entre os mercados mundiais, receando que esse movimento possa manter os preços em baixa, e torne muito lenta uma possível recuperação. (LTO)
Perspectivas – As perspectivas econômicas não são animadoras, crise financeira e medo de recessão. Haverá mudanças no quadro da oferta e da procura, reconduzindo a produção mundial de leite ao equilíbrio. A previsão da produção em 2009 é de queda. A pressão sobre os preços continuará, até que a oferta do produto caia, ou até que os compradores acreditem na melhora da economia mundial. Houve drástica alteração no quadro exportador, diante da expectativa de recessão em 2009. O baixo consumo reduziu as importações em toda parte, além da queda do dólar, que deteriora a posição exportadora da União Europeia. Assim, o forte crescimento do comércio mundial de lácteos ocorrido nos dois últimos anos deverá inverter, caindo pelo menos uns 2%. (LTO)
Negócios
Kassab – Estudantes de um a seis anos, que recebiam 1,2 kg de leite em pó por mês no programa Leve Leite, terão direito a 1 kg. A Prefeitura [de São Paulo] diz que já pagava pela distribuição de 1kg por aluno, conforme a legislação, mas a Nestlé só possuía latas de 400g . (Folha de SP)
Exportações – A valorização do dólar colaborou novamente para que o resultado da balança comercial do agronegócio, em fevereiro de 2009, fosse maior que o do mesmo período de 2008, totalizando R$ 8,44 bilhões no segundo mês do ano. O valor é 8,9% maior ante o mesmo período de 2008, quando as vendas externas somaram R$ 7,75 bilhões. O saldo da balança comercial registrou superávit de R$ 6,84 bilhões. Os valores das exportações em dólar mostram que a redução dos preços internacionais das principais commodities exportadas pelo Brasil influenciou a queda das vendas para outros países. (Ministério da Agricultura)
Superávit – Entre março de 2008 a fevereiro de 2009, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 70,48 bilhões, valor 17% superior às vendas externas entre março de 2007 e fevereiro de 2008, que foi de US$ 60,23 bilhões. O superávit comercial acumulado nos últimos 12 meses foi de US$ 59,37 bilhões. Alguns dos setores que mais contribuíram para o incremento das exportações do agronegócio no período em questão foram: produtos apícolas (+91,3%), lácteos (+55,3%), complexo soja (50%), complexo sucroalcooleiro (+28,5%), café (+18,5%) e carnes (+18,2%). (Ministério da Agricultura)
Setoriais
Cenário – Novo levantamento do Ministério da Agricultura sobre as tendências do agronegócio brasileiro até a safra 2018/19 confirma grande potencial de avanço sobretudo para a soja, milho, trigo, carnes, etanol, farelo de soja, óleo de soja e leite. Para a produção de grãos, a equipe liderada por José Garcia Gasques, coordenador-geral de planejamento estratégico do ministério, prevê 180 milhões de toneladas em 2018/19, ante as 134,7 milhões previstas pela Conab para a temporada atual (2008/09). Já a produção de carnes, que passou a brigar com o complexo soja (grão, farelo e óleo) pela liderança das exportações do agronegócio nacional, a estimativa é de aumento de 51% em relação ao volume do ano passado, ou 12,6 milhões de toneladas a mais. Para o açúcar, cuja liderança tende a se fortalecer com a instabilidade da Índia e a menor presença europeia no mercado internacional, a expectativa do ministério é de crescimento de 14,5 milhões na comparação com o patamar atual. Conforme o cenário traçado, a oferta brasileira de etanol deverá ficar 37 bilhões de litros maior e a de leite deverá engordar cerca de 9 bilhões de litros. No comércio exterior, a participação do Brasil também tende a ficar ainda maior na maior parte dos segmentos nos quais o país já tem posição de destaque. Na carne bovina, por exemplo, a fatia nacional nas exportações globais poderá atingir 60,6%. Para a carne de frango, a projeção é ainda mais impressionante: o produto brasileiro poderá dominar 89,7% do comércio mundial. (Valor Econômico)
Safra – O IBGE elevou, pela primeira vez, a estimativa para a safra brasileira de grãos em 2009. Após quatro prognósticos negativos, o instituto apresentou projeção de produção de 135,3 milhões de toneladas, 7,3% inferior ao resultado obtido em 2008, quando a safra atingiu 145,8 milhões, mas 0,5% maior que a previsão divulgada em janeiro. O gerente de agricultura do IBGE, Mauro Andreazzi, atribui a revisão para cima à produção de feijão que deve crescer 16%, e o milho recuou menos do que o previsto anteriormente. (Correio do Povo/RS)
Milho/1ª Safra – A produção da 1ª safra deverá atingir 33,7 milhões de toneladas apontando para uma queda de 1,1% em relação à estimativa anterior. As 4 maiores regiões produtoras (Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste) são responsáveis por 41,6%, 28,7%, 13,5% e 12,7% de participação na produção nacional, respectivamente. O quadro desfavorável para o produto desde a implantação da safra, que já havia sido influenciado pelos elevados estoques e as baixas cotações, foi agravado em todas as regiões, pela ocorrência de irregularidades climáticas, como estiagem na floração e frutificação, fases muito sensíveis ao déficit hídrico, assim como, chuvas no início da colheita, que podem determinar queda na qualidade do produto. No que concerne ao milho 2ª safra, a produção deverá atingir 17,6 milhões de toneladas, 4,9% superior à informação de janeiro. Este incremento deve-se, basicamente, às novas informações levantadas no Paraná, onde prevê-se um ganho de produção de 13,7% frente ao dado anterior. Nesse Estado, embora a área plantada registre redução de 3,9%, a produtividade esperada está acrescida em 18,4%. Neste ano, ao contrário de 2008, quando houve atrasos, o plantio desta safra está sendo efetuado dentro da época recomendada. Assim, o rendimento médio deve registrar melhor desempenho, conforme mostra a avaliação. Ressalta-se que no Paraná, a atual estimativa supera a do Mato Grosso, modificando a posição de maior estado produtor dos últimos anos. (IBGE)
Máquinas – O mercado de máquinas agrícolas continua a acusar o golpe da crise econômica. Em fevereiro, seus principais indicadores voltaram a recuar, de acordo com o levantamento apresentado ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mesmo as vendas de tratores de rodas, que têm evitado quedas ainda mais pronunciadas do desempenho do setor desde o último trimestre de 2008, também recuaram 3,4% em comparação com fevereiro de 2008. (Valor Econômico)
Economia
IPC – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo subiu 0,24% na leitura inicial de março, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Educação e Alimentação registraram as menores variações positivas, de 0,12% e 0,14%, respectivamente. No encerramento de fevereiro, esses grupos tinham avançado 0,13% e 0,33%, na ordem. Saúde também verificou suavização na tendência de alta, indo de 0,21% para 0,17% entre uma pesquisa e outra. Vestuário seguiu no terreno negativo, com queda de 0,44%, mas menos marcada do que aquela verificada na quarta quadrissemana de fevereiro, quando caiu 0,61%. Habitação deixou para trás elevação de 0,37% e marcou neste levantamento avanço de 0,30%, mas Transporte apresentou acréscimo mais significativo – cresceu 0,44% na abertura de março após alta de 0,34% no fim do mês passado. Da mesma forma, Despesas Pessoais tiveram aumento de 0,36%, seguindo expansão de 0,29%. (Valor Online)
PIB – A queda no crescimento da economia brasileira foi maior do que o esperado no quarto trimestre de 2008, período em que a crise se acentuou no País. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 10, o Produto Interno Bruto (PIB) do período caiu 3,6%, ante o terceiro trimestre de 2008. A estimativa era de uma retração entre 1,6% e 3,5%. O tombo da economia do País foi puxado pelo desempenho da indústria, que desabou 7,4% na mesma base de comparação, a maior desde 1996. Para a agropecuária e o setor de serviços, a queda foi bem menor, de 0,5% e 0,4%, respectivamente. Outro dado muito negativo que pesou no PIB do quarto trimestre é o investimento em produção, ou Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). (Agência Estado)
Consumo – O consumo das famílias brasileiras no último trimestre do ano passado, quando os efeitos da crise se intensificaram, caiu 2% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Foi a primeira queda trimestral desde o segundo trimestre de 2003. Mas o consumo das famílias se expandiu 2,2 % no quarto trimestre ante igual período de 2007, informou o IBGE. No total de 2008, houve uma alta de 5,4% no consumo das famílias ante o ano anterior. A expansão do consumo e dos investimentos vinha liderando o crescimento da atividade econômica inclusive no terceiro trimestre, quando, em meados de setembro, o banco americano Lehman Brothers quebrou e a crise econômica global se agravou. No terceiro trimestre, o consumo das famílias tinha crescido 2,8% ante o segundo trimestre e 7,3% na comparação com igual período de 2007. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
FAO – A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) quer copiar e divulgar a experiência brasileira de incentivo à produção de pequenos produtores. O exemplo a ser seguido é o do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na aquisição da produção rural da agricultura familiar. O tema foi discutido ontem durante visita do diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, à sede da Conab, em Brasília. Na ocasião, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, cobrou do diretor da FAO uma atuação mais enérgica na condução de políticas que garantam acesso a insumos agrícolas, lembrando que se trata de segmento dominado por grandes empresas. “O PAA inverteu a lógica formal. Nós começamos pelo fim, pela comercialização, garantindo que o produtor familiar vai ter para quem vendar a preço justo”, explicou o presidente da Conab, Wagner Rossi. O modelo do PAA e seus documentos de referência agora serão traduzidos para línguas oficiais das Nações Unidas, para que então o programa seja formalmente apresentado como uma estratégia global para estimular a produção e reduzir desigualdades sociais. Segundo Rossi, também foi demonstrado interesse da FAO sobre o funcionamento do sistema de administração de estoques oficiais, como instrumento de intervenção oficial no mercado. “São instrumentos que complementam o mercado, garantindo renda ao produtor, como a Política de Garantia de Preços Mínimos, mas que também garantem alimento barato ao consumidor”, disse Rossi. Ou seja, segundo o presidente da Conab, a FAO está interessada nessas experiências brasileiras porque elas não engessam o mercado ou negam a livre negociação, mas estimulam a produção e regulam preços. (Gazeta Mercantil)
EUA: preços futuros do Classe III indicam recuperação.
Uma tendência de recuperação nos valores dos contratos futuros de leite nos Estados Unidos começa ser vista a partir de março, estendendo-se até novembro, com estabilidade a partir daí. Os preços futuros do leite Classe III para o próximo mês de abril encerraram a sessão de ontem (09/03) a US$ 10,85 por 100 libras, ou US$ 0,2392/kg de leite.
Em 45 dias, o valor dos contratos para abril teve variação positiva de 4,43% – em 23 de janeiro, os contratos para abril/09 foram cotados a US$ 10,39 por 100 libras (US$ 0,2290/kg). Para o segundo semestre do ano, os valores dos contratos alcançaram na sessão de ontem valores de US$ 13,80 por 100 libras (US$ 0,3043/kg de leite) para agosto.
Gráfico 1. Evolução dos preços futuros do leite Classe III nos EUA, em dólares por quilo.
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De acordo com informações do CME Group, os estoques de leite em pó desnatado nos Estados Unidos, em 31 de janeiro, eram de 92,31 milhões de quilos, 22,1% acima em relação ao mesmo período de 2008, e até 162,9% comparado aos estoques de dois anos atrás, segundo o USDA. Além disso, o governo adquiriu 84,87 milhões de quilos de leite em pó desnatado desde o início de outubro/08.
Gráfico 2. Estoques comerciais de leite em pó desnatado nos EUA, em 31 de janeiro (milhões de Kg).