Leite em pó/RS – 20% da matéria-prima do leite em pó foi redirecionada para a fabricação de longa vida. A estratégia é motivada pela queda de preço do produto e pela expectativa de crescimento das vendas do UHT após o verão. Influenciou também o aumento de 135,57% nas importações em janeiro em relação ao mesmo período de 2008, a maior parte vindo da Argentina, o que levanta suspeita de triangulação. Em 90 dias, o preço do quilo do leite em pó no atacado caiu 40% no Estado e chegou a R$ 6,00. O RS tem capacidade instalada para produzir 3 milhões de toneladas/dia, e até a reversão, um milhão estava sendo industrializada, estima o presidente da Associação Gaúcha dos Laticinistas, Ernesto Krug. O leilão da Fonterra esboçou recuperação, mas ainda assim, a CCGL, continuará a priorizar o leite UHT, em função da entressafra, explica o presidente Caio Vianna. (Correio do Povo/RS)
Conaprole – Segundo anunciou Jorge Paniza, presidente da cooperativa, a Soprole pagara aos produtores $ 4,81 por litro, em fevereiro, representando um aumento de quase 4% sobre os $ 4,63, que foi pago no mês anterior. Mas a cooperativa também aumentou as exigências quanto aos teores de sólidos (matéria gorda e proteínas), que, na realidade, representa renda “inalterada” para os produtores. “Em fevereiro, o leite sempre melhora os teores de sólidos, e assim o preço remunera a conjuntura do setor”, disse Paniza a Ultimas Noticias. “Isto representa um grande esforço, porque, embora as chuvas tenham melhorado a situação dos campos e dos animais, a situação internacional não mudou muito, o preço permanece volátil”, acrescentou. (Ultimas Noticias)
Nova Zelândia – O Ministro de Comércio da Nova Zelândia, Tim Groser, disse que as exportações de lácteos do país estão entre os principais beneficiados pelo acordo de livre comércio assinado entre a Nova Zelândia, Austrália e 10 nações asiáticas (Indonésia, Tailândia, Cingapura, Malásia, Birmânia, Vietnam, Camboja, Laos, Brunei e Filipinas). O acordo, assinado na Tailândia no dia 27 de fevereiro, elimina tarifas para 99% das exportações neozelandesas para a Indonésia, Filipinas, Malásia e Vietnam até 2020. Groser disse que a Fonterra revelou que é um acordo significativo para a companhia, informando que são exportados em produtos lácteos ao mercado asiático, US$ 1,25 bilhões, e que teriam vantagens significativas no longo prazo. Os membros asiáticos do acordo já compram 1/3 das exportações da Nova Zelândia, com vendas de US$ 2,30 trilhões no ano passado. A região tem mais de 600 milhões de pessoas, e um PIB conjunto de US$ 2 trilhões. (Infortambo)
Negócios
Alimentos – O crescimento da indústria alimentos está garantido para 2009, mesmo com a crise. Depois de projeções mais pessimistas, que levantaram a hipótese da mudança do consumo do brasileiro, que optariam por produtos mais baratos, fabricantes, como a Nestlé, Sadia, Kraft Foods e Bertin, estão animados com o mercado. Para o ano, o setor aguarda crescimento entre 3% e 4%, segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia). O setor encerrou 2008 com crescimento de 4,2%, anotando recuo na continuidade do nível de crescimento a partir de setembro. No acumulado dos nove primeiros meses do ano passado, a expansão registrada foi de 5,5%. “O setor teve uma desaceleração de 20% no período e a produção foi ajustada”, afirmou o coordenador do departamento de economia da Abia, Denis Ribeiro. (DCI)
Investimentos – No final do segundo semestre de 2008, a Abia previu aportes recordes para 2009, e os fabricantes confirmam a intenção de continuar investindo. A Nestlé, por meio de nota, informou que os recursos para 2009 estão mantidos. O diretor de Mercado Interno da Sadia, Sérgio Fonseca, afirmou que “o setor de alimentos é sempre um dos últimos a serem afetados por uma crise financeira e o primeiro a se recuperar, por se tratar de gêneros de primeira necessidade. Além disso, nestas épocas o consumidor costuma escolher marcas nas quais confiam, para não correr o risco de errar durante uma compra”. De olho no mercado, Fonseca adianta que novos lançamentos da companhia estão previstos para 2009. A Bertin, empresa detentora de marcas como a Leco, Vigor, Danúbio e Faixa Azul, está apostando nos lançamentos e espera, fechar o ano, com crescimento de 15%. “Nos primeiros meses do ano não sentimos nenhum reflexo e nem migração do consumidor para outros tipos de produtos”, afirmou o diretor de Marketing da Bertin, Marcos Scaldelai. A empresa que possui produtos lácteos destinados a diferentes públicos, não sentiu nenhuma mudança no perfil do consumo. “O segmento de iogurtes sentiria reflexos mais diretos com a crise, mas isso não ocorreu. Estamos com vendas crescentes”, afirmou Scaldelai. Os impactos e diminuição da demanda também não chegaram à Kraft Foods, fabricante de biscoitos como o Club Social e Trakinas, entre outros produtos alimentícios. Por conta do crescimento esperado, a fabricante de massas J. Macedo prevê investimentos de R$ 175 milhões no período de 2009 a 2012 na modernização e expansão da capacidade de suas unidades produtivas. (DCI)
Neugebauer – A Neugebauer já começou a distribuição de seus produtos de Páscoa aos principais pontos-de-venda da região Sul. A empresa produziu 103 toneladas de chocolate, o que representa um aumento de 18% em comparação ao ano anterior e a expectativa de crescimento é de 36% nas vendas em relação a 2008. A estratégia para a data foi traçada na metade do ano passado e a produção iniciada nos primeiros dias de novembro. (Jornal do Comércio/RS)
Fusões/Aquisições – A crise internacional agora atingiu em cheio até mesmo o mercado de fusões e aquisições no Brasil. No acumulado de janeiro e fevereiro de 2009, o total de transações realizadas chegou a US$ 10,597 bilhões, uma queda de 12,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Thomson Reuters Markets. Até janeiro, o volume de negócios vinha crescendo em relação ao ano anterior, apesar do aperto do crédito. (Valor Econômico)
Setoriais
Formalização – A formalização do produtor rural, a partir da transformação das propriedades rurais em empresas (pessoas jurídicas) será um passo fundamental para a profissionalização da atividade no Brasil. Essa é a avaliação dos senadores que estiveram na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta terça, dia 3, à noite, para conhecer a proposta de reformulação da política agrícola que vem sendo discutido entre a entidade, o Banco do Brasil e os ministérios da Fazenda e da Agricultura. Os parlamentares sugeriram que o projeto seja levado às lideranças rurais nos Estados. “Deve haver um mutirão nos Estados, nos sindicatos rurais, nas cooperativas, para que este novo sistema esteja pronto em três anos”, enfatizou o senador Osmar Dias (PDT-PR). O setor está deixando para trás o conceito de pedir sem oferecer contribuições, acrescentou. (Canal Rural)
Créditos – Na proposta de reformulação da política agrícola está: 1) a adoção do Crédito Rural com financiamento integrado. O produtor pessoa jurídica seria incluído em uma central de cadastro para que todos os agentes financeiros tenham as mesmas informações sobre os produtores. 2) alavancagem de crédito para os bons gestores das carteiras de agronegócio, mais subsídio ao produtor, ao seguro de renda e à produção e menos subsídio ao crédito. (Canal Rural)
Tributação – Inclui também a Criação do Simples Rural, nos moldes do tributo criado em 2006 para setores urbanos como comércio, indústria e serviços. O mecanismo seria aplicado àqueles produtores que se tornaram pessoas jurídicas. A arrecadação seria mais objetiva e o custo para a atividade, mais baixo. Haveria um período de transição nas safras 2009-2010 e 2010-2011, com a renegociação das dívidas rurais para quem aderir ao novo sistema de crédito rural. Para a próxima safra seria proposto um subsídio ao frete da produção. (Canal Rural)
Cooperativas – O atraso do Ministério da Fazenda em assinar portaria que autoriza o BNDES a liberar R$ 1 bilhão em linha especial de crédito para cooperativas brasileiras está preocupando o setor. O temor é que os recursos cheguem após várias cooperativas terem quebrado. Esse R$ 1 bilhão já foi autorizado pelo Conselho Monetário Nacional e é baseado em crédito tributário que o setor cooperativo tem com o governo federal. (Diário Catarinense)
Seguro – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou ontem que o governo decidiu aumentar a subvenção federal ao seguro agrícola. A decisão foi tomada anteontem, em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe econômica, na qual foram discutidos diversos temas. Segundo Stephanes, o governo vai também liberar R$ 2,5 bilhões em maio para estocagem do etanol. A subvenção do governo para o seguro contratado pelos produtores rurais será reajustada em mais de 50%, passando dos R$ 176 milhões empregados na safra atual para R$ 272 milhões no próximo ciclo. (Agência Brasil)
Economia
Cesta – O preço da cesta básica registrou queda no mês de fevereiro em 14 das 17 Capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A retração foi motivada principalmente pela redução nos preços de um pequeno grupo de alimentos, em especial o tomate, que costuma ser o vilão da inflação, também pelo arroz e o feijão, e, nas cidades do centro-sul, a farinha de trigo. A redução mais significativa foi em Belo Horizonte (MG), de 6,36%, seguida por Belém e Goiânia. Seguindo a tendência de alta registrada em janeiro, as três cidades que tiveram aumentos foram Recife, João Pessoa e Curitiba. O valor mais alto continua sendo o da Capital gaúcha. Em Porto Alegre, a cesta básica custa R$ 247,06. (Canal Rural)
IPC-C1 – O índice que mede a inflação das classes sociais mais baixas teve alta de 0,16% em fevereiro. Esta é a menor variação do Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) desde setembro de 2008, quando teve queda de 0,57%. O dado foi divulgado nesta sexta-feira, pelo Insituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O IPC-C1, nos últimos 12 meses, acumula alta de 6,67%. As principais contribuições para a diminuição de ritmo do índice partiram de dois grupos: alimentações, que passou de 0,63% para -0,01%, e transportes, que passou de 2,21%, para 0,68%. A redução dos alimentos foi puxada por itens da cesta básica como o feijão carioquinha, que caiu de uma alta 2,05% para uma baixa de 5,96%, frutas e carnes bovinas. Em transportes, o principal influenciador foi o ônibus urbano. (G1)
Indústria – A produção industrial brasileira avançou 2,3% em janeiro deste ano, na comparação com dezembro de 2008, de acordo com a pesquisa industrial mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado interrompe uma série de três resultados negativos, que acumulou perdas de 19,8% de setembro a dezembro. De acordo com o instituto, no entanto, os números mostram que há uma tendência de queda nas comparações que envolvem períodos mais longos. Em dezembro, a produção da indústria nacional havia registrado uma queda de 12,4% em dezembro na comparação com novembro. A queda mensal foi a maior desde 1991, ano em que o IBGE iniciou o cálculo do indicador, e levou o patamar de produção de volta aos níveis observados em março de 2004. (G1)
Globalização e Mercosul
Debate – Questões relacionadas à segurança alimentar estarão em debate nesta segunda-feira, em Brasília, com a coordenação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Um dos objetivos da reunião é analisar a expansão da atividade da entidade em nível internacional, tendo como exemplo políticas experimentais de abastecimento já implantadas na Bolívia, Venezuela, Paraguai, Nicarágua, Haiti, Timor Leste e países africanos. (Zero Hora/RS)
Alimentos – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, abriu uma nova frente de batalha, agora contra as empresas privadas do setor de alimentos básicos. Segundo o líder venezuelano, estas companhias privadas se empenham em “violar, de forma flagrante”, as leis locais que garantem o acesso da população a alimentos baratos e de qualidade. “Quero que sejam inspecionadas todas as fábricas que produzem farinha, óleo, papel higiênico…”, disse Chávez, prometendo o peso da lei contra os que querem prejudicar o povo. Desde 2003, os alimentos da cesta básica são tabelados na Venezuela, mas há falta de arroz, café, leite, açúcar e outros produtos nos supermercados, em meio a uma inflação que superou os 40% em 2008. (AFP)
Varejo – O varejo americano teve em fevereiro seu primeiro ganho mensal desde setembro, graças especialmente a redes de descontos como o Wal-Mart – que anunciou alta de 5,1% no mês só considerando lojas abertas há mais de um ano, quase o dobro do esperado pelos analistas. Analistas e varejistas dizem que o bom tempo ajudou americanos a irem às compras, assim como grandes descontos e a queda no preço da gasolina. (Valor Econômico)
Cotas – O governo brasileiro consolidou a decisão de propor ao governo argentino o estabelecimento de cotas para exportações do Brasil à Argentina, em reunião com os responsáveis pelas negociações comerciais, presidida ontem pelo secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Também deve ser atendida a reivindicação argentina para regulamentação do mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC), que autoriza um dos sócios a levantar salvaguardas (barreiras tarifárias) contra o outro em caso de súbito aumento de importações. Não há consenso no governo sobre a medida, mas o Itamaraty argumenta que as regras do MAC são idênticas às da Organização Mundial de Comércio (OMC), e que a regulamentação seria uma maneira de dar satisfação política aos argentinos sem tornar mais vulneráveis as exportações brasileiras.O governo brasileiro exigirá, em troca, que a Argentina se comprometa a rever as medidas se for verificado “desvio de comércio”, caso terceiros países ocupem a fatia dos brasileiros no mercado argentino. Também exigirão “transparência” por parte do sócio no Mercosul, com alerta e negociação antecipada em caso de novas barreiras. Os negociadores do ministério lembram que são fortes as demandas do setor privado para endurecer nas negociações com os vizinhos e pedidos de barreiras para produtos argentinos, como o leite. (Valor Econômico)
França – A Associação de Consumidores UFC-Que Choisir e a Federação Agrícola (FNSEA) enviaram carta conjunta aos ministros das Finanças, e da Agricultura, gestores do “Observatório dos Preços”, pedindo estudo sobre a formação de preço do leite, de presuntos, das frutas e legumes de estação, e das carnes frescas de bovinos, suínos e aves. O preço dos alimentos aumentou 5,7% nos últimos 18 meses, contribuindo com um ponto adicional da inflação, aumento este atribuído ao repasse do preço dos produtos agrícolas. Mas, no mesmo período a agricultura perdeu de 15% a 30% de sua renda. Apesar disso a distribuição mantém os preços inexplicavelmente estáveis. É urgente, quantificar e tornar públicas as margens líquidas realizados pelos supermercados, hard discount, e varejistas. (Que choisir)
Obesidade – Apoiados pela opinião pública e recente relatório parlamentar, 23 acadêmicos e 17 associações exigem a votação da emenda n º 552 que proíbe a propaganda de alimentos com altos níveis de gordura, açúcar e sal, durante programas infantis de televisão. Embora o governo tenha prometido implementar as medidas, em fevereiro, abandonou a promessa e assinou uma carta feita por publicitários, onde se comprometem a conscientizar as crianças para a importância da alimentação equilibrada. Mas, isto será ineficaz, se não for limitado o marketing de alimentos inadequados. Assim sendo, cientistas, profissionais de saúde, obesos, diabéticos, pais, famílias, professores e consumidores pedem aos deputados, que votem a emenda nº 552, a única forma de proteger as crianças contra os excessos da alimentação comercial. (Que choisir)