Leite/RS – Quinze municípios já decretaram situação de emergência por causa da estiagem no Rio Grande do Sul. No sul do estado, com a qualidade da pastagem prejudicada, os criadores de gado de leite começam a sentir a queda na produção. Há mais de três meses não chove forte na região. Sem umidade no solo as pastagens nativas secaram e as cultivadas não se desenvolveram. O criador Martim Rutz destinou 35 hectares para pastagens, mas o alimento está escasso no campo. Sem a principal fonte de alimentação, as vacas diminuem a produção de leite. (Globo Rural)
Produção/RS – As dificuldades no campo já se refletem nas indústrias de laticínios. A maior cooperativa de beneficiamento de leite do sul gaúcho, com 2800 associados de 38 municípios, diminuiu a produção de 500 para menos de 400 mil litros de leite diários. “Temos municípios que tiveram queda de 40, até 50% na produção e isso é um desgaste muito grande na renda familiar, que reflete também na indústria”, contou Raul Amaral, gerente da cooperativa. (Globo Rural)
Informal/BA – Depois da Audiência Pública sobre produção, venda e consumo adequado do leite, os produtores de leite de Araci (BA) ficaram satisfeitos com o preço sugerido pelo Sindicato Rural de R$ 0,80 o litro, a partir de 20 de março. O consumidor também não verá mais em sua cidade, a figura do leiteiro que encosta de moto, caminhonete ou animal em sua porta para vender o leite in natura. A Agroindústria Belo Campo irá pagar aos produtores o melhor preço da região, beneficiando o leite que estará no mercado dentro nas normas do Ministério da Agricultura. (Portal Folha)
Chuvas/RS – A chuva que caiu nesta quinta, dia 27, em parte dos municípios atingidos pela seca no Rio Grande do Sul não foi suficiente para aliviar a forte estiagem. As perdas da produção agropecuária podem ultrapassar R$ 150 milhões. Em Bagé, a 400 quilômetros de Porto Alegre, o temporal desta quinta alcançou apenas 12 milímetros. Em Candiota, o primeiro município a decretar situação de emergência, choveu 35 milímetros – muito pouco para quem sofre com os efeitos da seca. A estimativa é que o prejuízo chegue a R$ 10 milhões com a perda da produção de grãos e de peso do gado, que vale menos e dá pouco leite. Em Lavras do Sul, a 320 quilômetros da capital gaúcha, as vacas magras, nem entraram no cio. (Canal Rural)
Programa do Leite/RN – O Governo do Estado não efetuou o pagamento da segunda quinzena de dezembro aos fornecedores do Programa do Leite. O presidente do Sindic ato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite), Lirani Dantas, se queixa do não cumprimento do acordo feito entre o Governo e o Programa. Entretanto, desde a sexta-feira o governo vem alegando problemas com o sistema operacional e informando que o repasse do dinheiro ainda não pode ser realizado. “Os produtores estão buscando alternativas, como vender o leite para queijeiras e comércios que realmente pagam, mas que nova medida será tomada em relação ao Programa do Leite, nós ainda não sabemos. O certo é que não temos como continuar sem receber, conta o presidente do Sinproleite. (Tribuna do Norte)
Nilza – A Indústria de Alimentos Nilza vai recorrer da decisão do juiz Héber Mendes Batista, da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), que decretou a falência da empresa. A advogada Sílvia de Luca, que representa a Nilza, disse que entrará com agravo de instrumento contra a decisão sobre a falência. (Valor Econômico)< /STRONG>
Conaprole – A Conaprole fechou 2010 com recorde de vendas de leite: quase 1,1 bilhões de litros, um aumento de 21% em relação ao ano anterior. O faturamento foi perto de US$ 500 milhões. (El País Digital – Tradução Livre: Terra Viva)
Preços/Conaprole – A Conaprole reajustou em 6,4% o preço do leite aos produtores, em janeiro, chegando a US$ 0,37 [R$ 0,61]. Os bons preços dos lácteos no mundo fizeram com que a Conaprole elevasse a bonificação de preço internacional que passou de 19,25% para 30,25%. (El País Digital – Tradução Livre: Terra Viva)
Preços/França – O Conselho do Leite do Oeste (Cniel) francês recomendou aumento do preço ao produtor para o mês de fevereiro, passando dos atuais 322,7 € para 324,70 € por 1.000 litros [aproximadamente R$ 0,74/litro], tendo em vista a melhoria da conjuntura setorial. (El País Digital – Tradução Livre: T erra Viva)
Negócios
Leite/GO – O secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio de Lima recebe na próxima quinta-feira, dia 3 de fevereiro, o chefe-geral da Emprapa Gado de Leite, de Juiz de Fora-MG, Duarte Vilela. Os dois deverão discutir a possibilidade de realização do Congresso Internacional do Leite em Goiás no segundo semestre deste ano. Além de estreitar parcerias, eles vão debater ações conjuntas com outras entidades ligadas ao setor, como a Faeg, Sebrae e Sindileite, e ainda a proposta de implantação do Centro de Inteligência do Leite no Estado, similar ao modelo implantado em Minas Gerais, que acompanha e fornece informações técnicas e econômicas sobre a cadeia produtiva, propiciando difusão do conhecimento e definição de políticas públicas e estratégia s privadas. (Goiás Agora)
Setoriais
Seguro agrícola – A UBF acaba de lançar a primeira apólice de seguro agrícola do país que cobre uma parte da receita esperada pelo agricultor com a venda da produção, e não apenas os gastos com o custeio de safra. Antiga reivindicação dos agricultores brasileiros, a novidade, pioneira na América Latina mas muito utilizada nos Estados Unidos, está disponível apenas para a soja. José Cullen, vice-presidente de Riscos Especiais da UBF Seguros, explica que os termos da apólice são definidos a partir de informações que levam em consideração as regras de zoneamento agrícola, a área plantada e a produtividade e a colheita esperada. (Valor Econômico)
Soja – Uma safra de soja recorde, com poucos efeitos do La Niña e preços internacionais em alta. Esse é o ambiente positivo estimado pela Agroconsult para o ciclo 2010/11 no Brasil, que projeta uma colheita de 70,3 milhões de toneladas da oleaginosa, um crescimento de 2% em comparação à safra anterior. A produção recorde de soja ocorrerá sobre uma área praticamente idêntica à do ano passado. “Essa área poderia ter sido maior. Por conta do clima, muitos produtores optaram por plantar algodão no verão, em áreas que seriam de soja. Além disso, no Sul, a alta dos preços do milho motivou o plantio do cereal, em áreas que estavam separadas para soja também”, diz André Pessôa, diretor da consultoria. (Valor Econômico)
Milho – Para a safra de milho, a expectativa é de uma produção de 32,6 milhões de toneladas na primeira safra e mais 23,1 milhões na segunda. Em ambos os casos, os números são inferiores à safra 2009/10, mas André Pessôa, da Agroconsult, não descarta a possibilidade de a safra de verão chegar aos mesmos 34 milhões de toneladas do ciclo anterior. “Podemos ter uma surpresa com o milho. Apesar de ainda ser menor, as primeiras estimativas eram para uma colheita ainda menor”, diz o analista. (Valor Econômico)
Prorrogação/RS – O governo federal decidiu prorrogar o vencimento das dívidas de agricultores que vivem em áreas afetadas pela seca no Rio Grande do Sul. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) vai repassar gratuitamente 30 mil toneladas de trigo para que os produtores rurais da região alimentem o gado. A doação corresponde ao montante de R$ 10,5 milhões. A dificuldade em produzir grãos, como soja e milho, e a perda de peso do gado são queixas recorrentes entre os agricultores da região que sofrem com a seca. Os contratos de agricultores que terão os vencimentos prorrogados somam R$ 135 milhões e fazem parte do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar). (Folha de SP)
Economia
IGP-M – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) aumentou 0,10 ponto percentual na passagem de dezembro de 2010 para janeiro, saindo de 0,69% para 0,79%. Esse movimento foi impulsionado pela aceleração no ritmo de alta dos preços no varejo e atacado, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com peso de 60% no IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,76%, seguindo incremento de 0,63% em dezembro de 2010. Os preços dos produtos agropecuários subiram de 1,15% para 1,27% entre o mês passado e o atual e os dos produtos industriais, de 0,44% para 0,57%. (Valor Online)
Desemprego/SP – A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo caiu para 10,1% em dezembro ante uma variação de 10,7% em novembro na proporção da população economicamente ativa (PEA), que no último mês de 2010 atingiu 10,7 milhões de pessoas. Os dados são da pesquisa de emprego e desemprego (PED) realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Mais Alimentos – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o ministro da Alimentação e Agricultura de Gana, Kwasi Ahow, assinaram, ontem, um acordo de cooperação técnica para implantação do Programa Mais Alimentos no país africano. O objetivo é estabelecer uma linha de cooperação técnica voltada para a produção de alimentos pela agricultura familiar. Para aquisição de máquinas, o Brasil deve emprestar US$ 95 milhões a Gana, valor que depende de aprovação da Camex. O envio de máquinas ocorrerá frente à necessidade do país. A expectativa é que as primeiras estejam dispon íveis no segundo semestre. (Correio do Povo/RS)
Taxa Global – O presidente francês Nicolas Sarkozy aumentou a pressão por maior regulação no mercado de commodities e defendeu a criação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais para financiar o desenvolvimento global. Ao assumir a presidência do G-20 neste ano, Sarkozy colocou o tema da disparada dos preços dos alimentos e da energia em posição central na agenda anunciada na semana passada. Sarkozy voltou ao tema ontem, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Ele defende um aperto regulatório no mercado de matérias-primas para conter a especulação. O tema pode gerar controvérsia com os países produtores que se beneficiam da alta, até porque a França mantém subsídios para seus agricultores que desagradam os países em desenvolvimento. (Correio do Povo/RS)
Davos – O Fórum Econômico Mundial de Davos (Suiça) promove nesta sexta-feira (28) sessão de debates sobre o Brasil, que será representado pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e membros da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O fórum debate, entre outros temas, as mudanças nos sistemas financeiros e a exploração de estratégias e soluções para os desafios globais. Os participantes também devem discutir a falta de consenso sobre as questões climáticas e as inovações tecnológicas. Outra preocupação é a necessidade de aumentar a produção de alimentos no mundo. (DCI)
Negócio/China – Um grupo de empresários chineses quer negociar a compra de soja, direto com os agricultores do Rio Grande do Sul. A ideia do grupo é estabelecer com os agricultores brasileiros um sistema de troca, ou seja, todo o investimento feito por eles na lavoura, seja em fertilizantes ou irrigação, deve retornar em grãos de soja. “Esse sistema que n ós estamos tentando montar com os chineses realmente vai dar renda em torno de 20 a 30% para o produtor”, contou Pedro Nardes, presidente da Aprosoja/RS. No ano passado, o Rio Grande do Sul vendeu para os chineses cerca de quatro milhões de toneladas de soja. A expectativa para esta safra é aumentar a exportação em 15%. (Globo Rural)
USDA prevê aumento de produção e preços em 2011
O último relatório de World Agricultural Supply and Demand Estimates (Estimativa Mundial de Oferta e Demanda da Agricultura), divulgado na semana passada, projeta para os Estados Unidos uma produção de 88,7 bilhões de litros em 2011, uma alta de 1,4% frente a 2010.
Para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) o ano de 2010 terminou com um mercado mais ajustado e apesar dos expressivos aumentos de produção no 2º semestre, os estoques foram reduzidos, principalmente de manteiga e leite em pó desnatado.
As importações em 2010 e, que devem seguir a tendência em 2011, foram reduzidas em razão do menor preço dos produtos nos EUA em comparação aos preços internacionais em alta, potencializado pela desvalorização do dólar frente a moedas locais. No sentido contrário, as exportações devem aumentar à medida que os preços internacionais estão sob níveis historicamente elevados e existe uma preocupação do mercado por uma restrição de oferta de leite em pó desnatado no meio de 2011.
Os preços de manteiga, leite em pó desnatado e soro do leite estão projetados com tendência de alta, entretanto, os preços de queijos devem desvalorizar-se. O início do ano com estoques menores de manteiga é a principal razão da alta projetada para o preço, enquanto a de leite em pó desnatado e soro do leite se devem pelo contínuo crescimento das exportações. A desvalorização dos queijos tem explicação em um crescimento moderado da demanda pelo produto.
O preço do leite Classe III está projetado para uma faixa entre US$ 0,3163 e 0,3340/kg. A projeção foi reduzida desde o último relatório do WASDE devido a projeção de queda no preço dos queijos, o principal destino da matéria prima do leite Classe III.
O All Milk Price (preço que engloba todos os destinos de produção do leite) foi projetado entre US$ 0,3549 e 0,3725/kg, apresentando acréscimo frente a última projeção.
As informações são do USDA, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.