Preços/SP – O preço do leite pago ao produtor divulgado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp/Senar-SP), registrou, em dezembro/2010 o valor de R$ 0,754 para o leite tipo Leite B, e R$ 0,702 para o Leite C Cota. A média de dezembro/2009 a dezembro/2010 ficou em R$ 0,746 para o Leite B e R$ 0,673 para o Leite C Cota. Não houve cotação para o Leite Excesso. Foram pesquisados 49 laticínios em 42 municípios. (www.terraviva.com.br)
Produção/SE – O pastejo rotacionado otimiza a vida do produtor de leite no sertão e aumenta a produção de leite. A técnica foi apresentada pelo coordenador da Bacia Leiteira do Alto e Médio Sertão da Emdagro, Carlos Augusto Pereira da Silva, ao produtor Gadston Silveira, de Ga raru (SE). “Foi o Dr. Carlos Augusto que me orientou nessa prática e nesses 1,7 hectares eu venho colocando minhas 17 vacas que consomem o capim plantado em 24 piquetes”, diz Gadston, que já sente os efeitos. O criador explica ainda que além de reduzir o custo de produção, vem obtendo bons resultados na produção de leite. As vacas produziam 10 litros/dia, e utilizando o pastejo já é possível obter 14,3 litros de leite/dia, um aumento considerável para uma região seca como é o sertão sergipano. (Agência Sergipe de Notícias)
Argentina – Uma Comissão das Entidades Agropecuárias, que representa os produtores argentinos, em comunicado, alerta para a necessidade de se recompor o preço ao produtor, para recuperar a rentabilidade do setor. O preço do leite vem sofrendo quedas constantes em termos reais devido ao aumento do custo de produção decorrente dos problemas climáticos. Além disso, a inflação está causando impacto negativo na ativ idade. Outro problema são as intervenções estatais, que distorcem o mercado lácteo. Por isso a Comissão pede a recomposição imediata do preço do leite, tornando-o compatível com a realidade do mercado interno e externo que estão com demanda e preços firmes e sustentáveis. (Infortambo)
Uruguai – A captação de leite pela Conaprole já caiu 4% neste mês de janeiro, ficando em 2.700.000 litros/dia. “É bom lembrar que os produtores aprenderam a fazer o manejo da água, da alimentação e conforto do rebanho em condições adversas do clima, e por isso a queda está sendo menor do que a esperada”, disse o subgerente da cooperativa, Enrique Malcuori. Mesmo assim lembra Malcuori “muitos produtores já estão ficando sem fontes de água, e isto conspira contra a viabilidade e a rentabilidade da atividade”. (Espectador.com)
Venezuela – Em 2010 o gov erno venezuelano elaborou uma lista onde constam alguns lácteos e praticamente todos os queijos, que deveriam ser comprados com o dólar “petroleiro”, a 4,40 bolívares. Os produtos não relacionados podiam ser importados com a cotação de 2,60 bolívares. Depois de algumas negociações entre o governo uruguaio e venezuelano, Hugo Chávez concordou em deixar a importação de queijos a 2,60 bolívares. Mas, logo depois a Venezuela resolveu eliminar de vez o câmbio de 2,60 bolívares, medida que equivale a uma desvalorização do Bolívar diante do mercado internacional. Mas, as principais indústrias exportadoras uruguaias: Conaprole, Calcar, Ecolat e Pili afirmam que até o momento não houve problema nos pagamentos de produtos entregues, e nem mesmo comprometimento de vendas futuras. (El País Digital )
Negócios
Coração – Só de pensar em tomar leite desnatado, muita gente faz cara feia. Ele tem no gosto diferente o principal motivo para tamanha repulsa. Mas pensar nos benefícios que traz à saúde já é motivo suficiente para adicioná-lo ao cardápio diário – mesmo que não seja o mais saboroso dos ingredientes. Pesquisas realizadas em vários países do mundo vêm provando que o leite desnatado pode reduzir os riscos de ocorrência de doenças cardiovasculares. A melhor parte vem na quebra do mito que diz que as pessoas que possuem problemas renais não podem consumir leite. (Folha de Pernambuco)
Pesquisa/MG – A pesquisa agropecuária mineira ultrapassa as barreiras físicas dos laboratórios e chega ao campo. Os resultados já são vistos em diversas regiões do estado. Mudas certificadas de oliveiras ou videiras, bebida láctea feita com soro de leite e a produção de azeite extravirgem são apenas alguns exemplos de estudos que tiveram início nos tubos de ensaio e já estão nas fazendas, beneficiando os produtores de Minas. Em oito anos, os projetos elaborados pela Epamig quase triplicaram. E a expectativa é que essa evolução não pare por aí. (Estado de Minas)
“Amostra Grátis” – As chamadas “lojas de amostra grátis” ainda são novidade na capital paulista. Apesar disso, já têm planos de expansão pelo país. As empresas, que têm cerca de seis meses em São Paulo e por volta de 70 mil associados, miram o Nordeste. O motivo: as indústrias que expõem nessas lojas querem cada vez mais saber como os consumidores da região avaliam os produtos. No modelo de negócio, o cliente visita a loja e escolhe o que quer levar par a casa, com um limite preestabelecido. Há desde alimentos a cosméticos e vestuário. Em troca, tem de responder a questionário com pontos que interessam à indústria, além de pagar taxa de anuidade (de R$ 25 a R$ 50). (Folha de SP)
Edulcorantes – Edulcorantes não nutritivos como aspartame, ciclamato, dentre outros, podem provocar dores de cabeça, tontura, insônia, irritabilidade, fadiga e descompensação metabólica, se consumidos por longo tempo. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) uma pessoa não deve consumir mais do que 11 miligramas de adoçante por dia. Os adoçantes substituem o açúcar em produtos light como sucos, bolachas e iogurtes. Assim, não é recomendada a utilização de mais de quatro produtos light por dia, principalmente as pessoas com mais de 30 anos, porque o metabolismo começa a diminuir e pode causar danos à saúde. (Milenio.com )
Setoriais
Agronegócio/MG – As exportações mineiras de produtos agropecuários deslancharam no ano passado, e a alta superou o crescimento registrado pelo país. A receita das vendas do agronegócio de Minas Gerais para o exterior, em 2010, foi de US$ 7,6 bilhões. O valor é recorde e representa um crescimento de 34% em relação a 2009, de acordo com os números divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na semana passada. “Minas cresceu mais que o país. Enquanto o valor dos nossos embarques aumentou 34%, o Brasil apresentou um aumento de 18%”, explica o secretário de estado da Agricultura, Elmiro Nascimento. Ele ressalta também o aumento do volume exportado em 2010 pelo agronegócio estadual: 7,1 milhões de toneladas. Um crescimento de 16,2%. (Estado de Minas)
Economia
PIB – O crescimento econômico médio do Brasil durante o mandato da presidente Dilma Rousseff deverá ser de 5,9% ao ano, de acordo com as estimativas do Ministério da Fazenda. Pelos cálculos da equipe econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional aumentará 5% neste ano e 5,5% no próximo. Em 2013 e 2014 a taxa se aceleraria para 6,5%. Nos oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento anual médio foi de 4% – considerando a previsão de que, em 2010, a expansão tenha sido de 7,5%. (Valor Econômico)
Previsão – O governo prevê uma melhora contínua do poder de compra da população. Segundo o Ministério da Fazenda, em 2009 15% dos brasileiros (29 milhões) pertenciam à classe E, fatia que deve cair para 8% (16 milhões) em 2014. A classe C, que con tava com metade da população em 2009 (95 milhões), deve crescer para 56%, ou 113 milhões, em 2014. Os brasileiros nas classes A e B (maior poder aquisitivo) deverão alcançar 16% (31 milhões de pessoas) em 2014. (Valor Econômico/Correio do Povo/RS)
IGP-10 – O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de janeiro, que registrou inflação de 0,49%, representa a menor taxa desde agosto do ano passado. A informação é baseada em tabela contendo a série histórica do indicador, fornecida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pela mesma tabela, é possível notar que o Índice de Preços por Atacado – 10 (IPA-10) de janeiro, que subiu 0,35%, registrou a menor taxa desde julho do ano passado, quando subiu 0,02%. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor – 10 (IPC-10) de janeiro, que subiu 0,90%, teve a menor taxa nesse tipo de indicador desde novembro do ano passado, quando avançou 0,62%. Já o Índice Nacional do Custo da Construção – 10 (INCC-10) de janeiro, que subiu 0,50%, apresentou a maior taxa desde julho de 2010, quando avançou 0,72%. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
China – A empresa estatal chinesa Chongqing Grain Group alocou US$ 879 milhões para produzir e industrializar soja no Brasil. O investimento deverá ser feito em parceria com produtores na Bahia. O anúncio foi feito por Huang Qifan, prefeito de Chongqing (2.090 km a sudoeste de Pequim), cujo governo está ligado à estatal. A alocação dos recursos foi aprovada em agosto, com financiamento do Banco de Desenvolvimento da China. “Teremos mais de 70% das ações, e os brasileiros ficarão com o restante. Assim, teremos disponíveis 200 mil hectares de terra, o que significa que poderemos plantar mais de 130 mil hectares de soja por ano”, dis se Huang. Segundo Huang, a China precisa hoje importar 40 milhões de toneladas anuais. “O nosso negócio ajudará a equilibrar o mercado.” (Folha de SP)
Oferta interna e preços externos determinarão comportamento do mercado no primeiro quadrimestre
Os últimos meses de 2010 trouxeram um novo ânimo ao mercado, que sofreu com o comportamento atípico dos preços no ano que passou. A oferta, em excesso no 1º semestre, se ajustou a demanda em contínua expansão, em razão da queda dos preços na entressafra e, principalmente, atraso na safra do sudeste e centro-oeste.
Os preços ao produtor (Gráfico 1), segundo o Cepea-Esalq/USP, apresentaram consecutivas altas desde agosto e terminaram o ano, na média nacional, em R$ 0,7207/litro, cerca de 20% acima do valor de dezembro de 2009 (R$ 0,6024/litro). A média de 2010, foi de R$ 0,7055/litro, 5,8% acima da de 2009. Os preços no atacado e varejo também apresentaram seguidas altas desde agosto.
O mercado entrou em 2011 relativamente equilibrado e as expectativas em curto prazo são boas, segundo a opinião da maioria dos agentes de mercado consultados pelo MilkPoint. A produção nacional e os preços externos são os principais fatores a serem observados e determinarão o comportamento do mercado no primeiro quadrimestre do ano.
Gráfico 1. Preços ao produtor, média nacional do Cepea-Esalq/USP (em R$/litro).
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As festividades de fim de ano aliadas ao período de férias escolares resultaram em um enfraquecimento das vendas, pelo menos até a 1ª quinzena do ano, e redução dos preços no atacado, como ocorre historicamente nessa época do ano. Entretanto, segundo um dos agentes, “o mercado está calmo e deve retomar seu patamar anterior, sem dificuldade”.
Em termos de oferta, a safra no centro-oeste e sudeste, que sofreu um atraso, encontrou um cenário mais favorável: os preços ao produtor encontravam-se sob níveis maiores e com expectativa de melhoras; o desenvolvimento do pasto foi favorecido por maiores temperaturas; e o mercado estava mais firme e com preços em alta. A produção nessas duas regiões, e em especial Goiás e Minas Gerais, vem em uma crescente desde que iniciaram as chuvas.
Ironicamente, tem sido a chuva, nessa época do ano em excesso, responsável por prejudicar a captação, destruindo estradas e encharcando os pastos. Mesmo assim, há expectativa de bom volume de leite a nível nacional em janeiro e, em algumas regiões, também em fevereiro.
Aliado a oferta e demanda relativamente ajustadas no mercado doméstico, o mercado internacional tem sinalizado expressivas altas e com expectativa de maiores níveis de preços para os próximos meses (trataremos do panorama externo mais adiante). O cenário em curto prazo é, portanto, favorável.
Os preços ao produtor devem sofrer novo reajuste positivo em janeiro, sinalizado pela elevação do preço do leite spot em algumas regiões já nessa 1ª quinzena, e explicados pela restrição da oferta em algumas regiões e uma possível estratégia da indústria de se abastecer de leite nesse período, diante de uma maior redução na entressafra e preços externos favoráveis. Se esse cenário se confirmar, a preocupação da quase totalidade dos agentes de mercado consultados pelo MilkPoint é de que teremos outro 2010.
Em um cenário pessimista, os preços ao produtor teriam nova escalada no início do ano estimulando um crescimento da oferta. A demanda, com aumento dos juros, restrição de créditos, e menor crescimento da economia que em 2010, poderia desacelerar o crescimento do consumo.
O real continuaria se valorizando frente ao dólar, e a moeda americana a perder valor frente às moedas locais, favorecendo as importações de lácteos e dificultando as exportações. Mesmo com os preços externos em alta (na faixa dos US$ 3.775/tonelada de leite em pó integral), o câmbio próximo a 1,7 R$/US$, e o preço ao produtor acima de 70 centavos por litro, praticamente inviabiliza essa operação (Tabela 1).
Em outras palavras, teríamos uma continuidade do crescimento da oferta de leite no mercado interno sem a possibilidade de retirar o excedente, como no ano passado (veja matéria relacionada sobre a balança comercial em 2010).
O resultado seria: (novamente) queda dos preços na entressafra, até um novo equilíbrio entre oferta e demanda – no ano de 2010 ocorreu entre setembro e outubro.
Tabela 1. Simulação preço máximo para exportação.
Em um cenário positivo, os preços ao produtor teriam nova escalada no início do ano. A oferta teria um menor crescimento inicial, limitado pela contínua alta dos insumos, e entraria em declínio em fevereiro, resultando em um mercado mais ajustado. A demanda, com a manutenção dos programas de governo, aumento de renda da população e movimento de ascensão das classes sociais, elevaria o crescimento do consumo.
Os preços externos em alta e um possível ajuste na taxa de câmbio fariam com que as exportações fossem retomadas. Com as importações limitadas, teríamos uma balança comercial mais favorável do que foi no ano anterior.
De fato, os preços no mercado externo estão sob níveis historicamente altos (Gráfico 2). No primeiro leilão da Fonterra do ano, o preço médio do leite em pó integral (WMP) teve alta de 3,8% e alcançou o valor mais alto desde junho de 2009, fechando em US$ 3.750 a tonelada. O contrato para o 3º período, de julho a setembro, apresentou significativa alta de 10,3%. Mesmo patamar dos preços de exportação de leite em pó da Oceania e Oeste da Europa, divulgados recentemente pelo USDA, que ficaram em US$ 3.737,5/t e US$ 3.837,5/t, respectivamente.
As expressivas altas nos preços internacionais têm ocorrido em razão de adversidades climáticas em importantes exportadores, principalmente, a Nova Zelândia, e crescente demanda por produtos lácteos pela Rússia e China. O gigante asiático enfrenta problemas de desenvolver seu mercado doméstico, em razão do caso da melamina, e deve continuar como uma importante importadora de produtos lácteos por um bom tempo.
Gráfico 2. Preços de exportação de leite em pó integral.
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O resultado seria: um comportamento historicamente normal da curva de preços, com um crescimento no preço médio correspondente à inflação, e uma amenização na volatilidade, seguindo tendência dos últimos três anos.
É ainda muito cedo para fazer alguma previsão, 2011 está só começando. Os dados, que serão divulgados na próxima Pesquisa Trimestral do Leite (IBGE), irão nos mostrar qual foi a produção total leite (formal) em 2010 e, principalmente, a produção no último trimestre do ano. Esses dados serão importantes para entendermos como estará a oferta nesse início desse ano.
Em suma, o início de ano segue o comportamento do fim de 2010. Para os próximos meses, a produção e a retomada da demanda com a volta às aulas devem ditar o ritmo do mercado. Os preços externos nesses elevados patamares podem sinalizar a retomada das exportações, seria mais uma maneira de tornarmos o mercado mais equilibrado em 2011. Nesse sentido, a variação da taxa de cambio e os preços no mercado doméstico terão um papel importante.