Notícias 13.10.2010

Importações – Veja as importações de lácteos em setembro de 2010 comparadas com setembro de 2009 e agosto de 2010. Em seguida, as importações acumuladas de janeiro a setembro de 2010 comparadas com o mesmo período de 2009. (www.terraviva.com.br)

 

Exportação – A posição de liderança conquistada pelo Brasil no mercado agrícola ainda é uma promessa no leite. A valorização do real, o protecionismo que envolve o setor e a própria característica do produto -mais perecível do que as demais commodities- explicam, em parte, a presença tímida do país no mercado internacional. O Brasil é o quinto maior produtor de leite do mundo, atrás de União Europeia, Estados Un idos, Índia e Rússia. (Folha de SP)

Consumo – O Ministério da Saúde americano adverte: a intolerância ao leite é rara e o produto está liberado para grande parte dos adultos, e não o contrário. Não se justifica retirá-lo da dieta sem ter certeza de que o problema realmente existe. O alerta feito nos Estados Unidos tenta combater teorias contra o leite que ultrapassaram as fronteiras e chegaram a vários países, entre eles o Brasil. (R7 Notícias)

Leite/BA – Estimular a produção leiteira em São Desidério é o objetivo da Secretaria Municipal de Agricultura. Os pequenos produtores do município foram mobilizados para conhecerem a proposta do Laticinios Ki-Sabor. O proprietário da fábrica Geovah Moreira destacou que a coleta do produto dependerá do volume produzido, e que em um primeiro momento será instalado apenas um tanque de resfriamento. O laticínio atua em 18 municípios e está no mercado há 15 anos na produção do queijo. “Tivemos interesse pela compra do leite de São Desidério pelo fato do município dispor de um grande potencial para a bacia leiteira e também por ter condições de produzir leite durante o ano todo, e é isso que nós precisamos”, declara Geovah. (Novoeste/BA)

Leite de Cabra/PB – Responsável por mais de 90% do rebanho de caprinos do Nordeste, a Paraíba é o maior produtor nacional de leite de cabra. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são cerca de 20 mil litros de leite/dia. Além do clima, a produtividade em larga escala deve-se ao trabal ho das associações e cooperativas. Na região do Cariri Ocidental vivem cerca de 1.200 famílias de agricultores familiares em função da ovinocaprinocultura, em especial da caprinocultura de leite. Estão organizados em oito associações responsáveis pelo funcionamento de sete usinas. Um projeto vislumbra efetivar a Cooagril como uma Cooperativa Central de Comercialização da Região. E, para 2011, está prevista a implantação de uma indústria de leite em pó na Paraíba. (Vitrine de Patos/PB)

Nova Zelândia – O primeiro produto lançado na bolsa de futuros de laticínios da Nova Zelândia (NZX), leite em pó integral, está atraindo a atenção internacional. Analistas e operadores acreditam que a Bolsa de Futuros poderá ajudar a diminuir as incertezas geradas pela volatilidade dos preços a nível mundial. A NZX tem planos de ampliar a oferta de outros produtos lácteos. A Bolsa de Futuros dos Lácteos (Dairy Futures) representa um estágio mais avan çado dos mercados de capital da Nova Zelândia, num momento em que as ações estão tendo declínios de dois dígitos. Com cotações feitas em dólar americano, o Dairy Futures funcionará na plataforma eletrônica de negociação da NZX Visão Global, diariamente, das 8:00 às 16:00 horas, horário local. (Rural News)

 

Negócios

Tetra Pak – Líder de mercado, com fatia de 93%, a Tetra Pak produzirá neste ano 11 bilhões de embalagens longa vida, superando o recorde de 2009, de 10 bilhões de unidades. A multinacional anunciou planos de expansão, onde opera unidades em Ponta Grossa (PR) e Monte Mor (SP), que, juntas, podem produzir 13,5 bilhões de embalagens/ano. Os aportes devem ocorrer em etapas e iniciados em dois ou três anos, na fábrica paranaense. (Valor Econômico)

Pão de Açúcar – O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quarta-feira que suas vendas brutas alcançaram 7,94 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 15,9 % sobre um ano antes. Já as vendas líquidas da maior varejista do país somaram 7,1 bilhões de reais entre julho e setembro, volume 16,9 % maior na comparação anual. Nos nove meses até setembro, o Pão de Açúcar contabiliza vendas brutas de 23,5 bilhões de reais, montante 32,4 % superior ao apurado um ano antes. As vendas líquidas por sua vez, registram alta de 33,9 % no acumulado de 2010, totalizando 21 bilhões de reais. (Reuters)

Carrefour – O Carrefour deve registrar um aumento de 6,2% nas vendas do terceiro trimestre, somando 25,52 bilhões de euros, segundo pesquisa da Reuters com 12 analistas. No mês passado, a varejista anunciou um plano de 1,5 bilhão de euros para reformular sua rede europeia de hipermercados , segmento para o qual analistas aguardam certos avanços. Alguns desses profissionais, contudo, consideram prematuras as melhoras neste momento, considerando que as vendas em agosto costumam ser fracas. (Reuters)

Setoriais

Milho – O relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que reduziu a previsão para a safra americana de milho e os estoques finais do produto no país, voltou a impulsionar os preços futuros do grão ontem na bolsa de Chicago. De acordo com a Dow Jones Newswires, os contratos com vencimento em dezembro atingiram o maior valor em mais de dois anos com os temores das indústrias consumidoras em relação aos estoques apertados de milho. (Valor Econômico)

Agricultura – Até o primeiro trimestre de 2011, a população contará com um novo espaço para a comercializaçã o de produtos da agricultura familiar. Situado entre os bairros de Mangabeira e José Américo, em João Pessoa, a Central de Comercialização de Agricultura Familiar (Cecaf) vai atender cerca de 250 agricultores dos territórios paraibanos chamados pelo MDA de Territórios da Cidadania, que são da Borborema, Curimataú, Cariri Ocidental, Cariri Oriental, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul (onde João Pessoa está inserida) e Médio Sertão, totalizando 118 municípios. (O Norte)

Safra – O comportamento do clima será decisivo para que a safra de grãos 2010/2011 atinja novo recorde. A perspectiva foi apresentada, na semana passada, pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, durante o anúncio da intenção de plantio do novo ciclo. “Se o clima for semelhante ao da última safra, podemos dizer que 150 milhões, até 151 milhões de toneladas, são bastante plausíveis”, afirmou. (Correio do Estado)

Economia

Saldo – O saldo da balança comercial (exportações menos importações) no mês de outubro soma US$ 1,677 bilhão, de acordo com informação divulgada na segunda-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Como o mês até agora só teve seis dias úteis, o superávit registrado resulta na média diária de US$ 279,5 milhões, que é 437% superior à média obtida em setembro e 346% acima da contabilizada no mesmo mês do ano passado. (O Tempo – MG)

IPC – Fipe – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), registrou alta de 0,76% na primeira quadrissemana de outubro, depois de ter subido 0,53% em setembro. O indicador que mede a inflação da cidade de São Paulo ficou acima do teto das esti mativas do AE Projeções, que iam de 0,57% a 0,70%, com mediana de 0,65%. O IPC acelerou também em relação à primeira quadrissemana de setembro, quando ficou em 0,15%. (Agência Estado)

IOF – O Brasil tem muita munição para conter a valorização do real se o recente aumento do IOF sobre aplicações estrangeiras em renda fixa não for suficiente, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, ainda é muito cedo para avaliar o impacto da decisão do governo de dobrar a alíquota do IOF para 4% na alocação de capital externo em renda fixa. Segundo disse o ministro em evento no Council of Americas, o governo está no momento esperando para ver se o câmbio vai se estabilizar. Na visão de Mantega, é possível que isso aconteça. (Reuters)

Dólar – O mercado financeiro não alterou suas previsões para o comportamento do dólar nos próximos meses. De acordo com a pesquisa Focus realizada semanalm ente pelo Banco Central (BC), a previsão para o câmbio no fim de 2011 seguiu em R$ 1,80. Já para o fim de 2010, a estimativa manteve-se em R$ 1,75. Há um mês, a expectativa do mercado era de que a moeda americana custasse R$ 1,81 no fim do próximo ano e de R$ 1,77 neste ano. (Jornal da Tarde – SP)

IPCA – A piora das expectativas para o IPCA de 2011 de 4,92% para 4,98%, registrada pela pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, 11, está relacionada com o ritmo de aquecimento da economia e com a tendência de avanço da inflação para os próximos seis meses, ponderaram economistas entrevistados pela Agência Estado. Segundo a pesquisa, a variação mensal do IPCA até março de 2011 deve ficar pouco acima de 0,45%, da alta apurada em setembro. (Agência Estado)

Desemprego – A parcela mais pobre da população desempregada não foi beneficiada pela reativação do mercado de trabalho nas seis principais r egiões metropolitanas do Brasil. Entre agosto de 2004 e agosto deste ano, a taxa de desemprego dos 20% mais pobres (com renda per capita domiciliar inferior a R$ 203,3 por mês) saltou de 20,7% para 26,27%, enquanto o desemprego total caiu de 11,4% para 6,7%. Entre os 20% mais ricos (com renda per capita domiciliar superior a R$ 812,3 mensais) a taxa de desocupação despencou de 4,04% para 1,4% nesse mesmo período. As informações são de levantamento inédito feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Jornal da Tarde – SP)

Desigualdade – Um ranking que aponta a posição dos países no quesito igualdade entre os sexos, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, mostra que a colocação do Brasil vem caindo nos últimos cinco anos. Entre as 134 nações pesquisadas, o país ficou na 85ª posição em 2010, quatro posições abaixo da obtida no ano passado. Em 2006, o país havia ficado na 67ª posição. As informações são da BBC Brasil. O estudo mostra que a queda do Brasil ocorreu por causa de pequenas perdas na educação e na participação política, além do avanço de outros países. Segundo a pesquisa, a taxa brasileira de matrícula das meninas está em 93%, contra 95% dos meninos. (Diário Catarinense)

IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou aceleração em todas as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na semana de 7 de outubro, em relação à semana anterior (30 de setembro), segundo informou hoje a instituição. Em São Paulo, a inflação medida pelo indicador passou de 0,83% para 0,98% no período. (Hoje em Dia)

 

Globalização e M ercosul

EUA – Economistas norte-americanos rebaixaram suas previsões para a expansão da economia dos EUA neste ano e no próximo e preveem que a taxa de desemprego vai continuar alta. Pesquisa da National Association of Business Economics (Nabe) indica que os economistas preveem que o PIB dos EUA cresça 2,6% neste ano; na pesquisa anterior, feita em maio, a previsão de crescimento era de 3,2%. A previsão de crescimento do PIB para 2011 também é de 2,6%; a previsão anterior também era de 3,2%. (Agência Estado)

Fome – Um estudo do Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês) divulgado na segunda-feira indica que ao menos um bilhão de pessoas (cerca de um sétimo da população mundial) sofrem de desnutrição. Na América Latina, a situação é considerada “séria” na Bolívia, Guatemala e no Haiti. A pesquisa, intitulada Índice Global da Fome 2010, mostra que a fome se revela principalmente por meio da desnutrição infantil – quase a metade dos afetados são crianças. Os níveis mais altos se encontram na África Subsaariana e no sul da Ásia. (BBC Brasil)

Venezuela – Pela primeira vez em cinco anos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, terá de negociar com a oposição, para ver aprovado o Orçamento Geral para 2011. A proposta já passou pelo Conselho de Ministros, mas precisa ser submetida à Assembleia Nacional, o que ocorrerá amanhã (14). É a primeira vez que isso ocorre desde as eleições de 26 de setembro, quando Chávez perdeu o controle absoluto sobre o Parlamento e passou a contar com a presença de oposicionistas na Casa. Na campanha contra Chávez e em favor da oposição há as dificuldades econômicas na Venezuela. O desabastecimento é uma das principais queixas da população, que reclama da falta de produtos básicos, como leite e manteiga, em algumas regiões. Além disso, existe a previsão de i nflação de 30%. (JC online)

Indústria – A produção industrial na zona do euro subiu 1% em agosto em relação a julho, informou hoje a agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat). Na comparação com agosto do ano passado, a produção industrial dos 16 países que utilizam o euro como moeda avançou 7,9%. Os números superaram a expectativa dos economistas de aumento mensal de 0,7% e anual de 7,5% da produção em agosto. (Agência Estado)

Importados/EUA – Os preços dos importados nos Estados Unidos declinaram 0,3% em setembro, invertendo a direção tomada um mês antes, quando houve alta de 0,6%. Aliás, esse foi o único avanço mensal desde abril, notou o Departamento do Trabalho do país. Conforme o levantamento divulgado nesta quarta-feira, o recuo de 3,1% nos preços dos combustíveis compensou uma elevação de 0,3% nos preços dos não combustíveis, a segunda alta mensal consecutiva. ( G1)

Exportação de leite ainda é promessa

A posição de liderança conquistada pelo Brasil no mercado agrícola ainda é uma promessa no leite. A valorização do real, o protecionismo que envolve o setor e a própria característica do produto – mais perecível do que as demais commodities – explicam, em parte, a presença tímida do país no mercado internacional.

O Brasil é o quinto maior produtor de leite do mundo, atrás de União Europeia, Estados Unidos, Índia e Rússia. A falta de gestão profissionalizada completa o cenário desfavorável à expansão. Com o predomínio da agricultura familiar, a produção ocorre em baixa escala. No Brasil, 1,3 milhão de propriedades mapeadas pelo IBGE produzem 29 bilhões de litros de leite por ano. Os EUA produzem quase três vezes mais – 85 bilhões – em menos de 80 mil fazendas.

“Falta profissionalização e investimento em qualidade. O padrão de exigência no exterior é alto”, diz Aline Ferro, pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) para o leite. De janeiro a agosto, o saldo entre exportações e importações de leite e derivados ficou negativo em US$ 106 milhões – o pior resultado para o período desde 2002. “Nossos preços em dólar estão altos”, diz Aline.

Segundo Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), os subsídios no setor atingem US$ 49 bilhões por ano. “É difícil ser competitivo com o tesouro da União Europeia.” Em todo o mundo, são produzidos cerca de 600 bilhões de litros por ano. Desses, porém, apenas 40 bilhões são transacionados entre diferentes nações.

Roberto Jank Jr, diretor da Agrindus – segundo maior fabricante de leite tipo A do país -, reclama da tributação. Segundo ele, o IPI sobre a compra de um equipamento básico para ordenha é de 18%. Já a alíquota do Imposto de Importação é de 16%.

Futuro Promissor

Apesar do cenário adverso, as vantagens comparativas que levaram o Brasil a uma posição de destaque em todas as outras commodities agrícolas também devem fazer com que o país se torne um dos maiores fornecedores globais de leite. Neste ano, a produção brasileira deve aumentar 5% sobre 2009, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ante expansão de 1,7% da média mundial.

“Não existe país com a disponibilidade de área que nós temos”, diz Alvim. Além da carga tributária e do câmbio, Alvim diz que o país precisa avançar em acordos sanitários com possíveis importadores.

A matéria é de Tatiana Freitas com a colaboração de Gustavo Hennemann, publicada no jornal Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.

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