Notícias do dia 03.09.2010

Ranking – O jornal Valor publica a sua décima edição do anuário Valor 1000, ranking das empresas, por receita líquida. Entre as mil maiores empresas ranqueadas, com base em dados de 2009, a revista relaciona algumas empresas que trabalham também com o leite. Veja no quadro a seguir. (www.terraviva.com.br) 

 

 

Argentina – O produtor Luis Martinez, de Entre Rios, disse que a produção nesse final de inverno cresceu entre 1 e 2%, mas custa a recuperar-se totalmente. No ano passado, nessa mesma época a média era de 28 litros/vaca, agora é de 26. “A qualidade dos pastos não é a mesma do ano passado. Havíamos feito silo. Este ano não”. A situação pode piorar se não chover nos próximos dias. É a seca e o frio. Tudo influencia na produção. O produtor deixou de investir pela queda nos preços. Em julho saímos de 1,42 pesos [R$ 0,77] para 1,30 [R$ 0,71]. Projeta-se mais redução em agosto, ficando em 1,25 pesos [R$ 0,68] o litro. Mas, nada é oficial. Com o aumento no custo dos insumos, as margens dos produtores diminuem, e os investimentos são suspensos. (Infortambo)

Oceania – De acordo com o Departamento Americano de Agricultura (Usda) o inverno ofereceu boas condições climáti cas para a Oceania como um todo, e mesmo com algumas chuvas atrasando o aumento da produção na Ilha Norte da Nova Zelândia, os volumes estão dentro do projetado. A temporada de produção de leite na Ilha Sul da Nova Zelândia e da Austrália começam mais tarde. O final antecipado da safra 2009/2010 na Nova Zelândia, boas condições do rebanho, um inverno excelente em termos de umidade e temperatura, além dos bons preços, prometem um bom início de safra, deixando os produtores australianos otimistas. (Usda)

Preços/Oceania – Setembro é o primeiro mês em que o globalDairyTrade (gDT) da Fonterra será realizado duas vezes ao mês. Mesmo que a recuperação dos preços fosse esperada, os resultados do gDT do dia 1º de setembro, surpreenderam muitos analistas e comerciantes. É muito cedo para saber o impacto que terão sobre os preços futuros. Mas as principais commodities apresentaram preços firmes. O próxi mo evento será realizado no dia 15 de setembro. . (Usda)

 

 

Europa – A produção europeia está em níveis baixos. No primeiro semestre foi 0,1% menor que no mesmo período do ano passado. Mas, países como Alemanha, França, Reino Unido e Irlanda, aumentaram em 3% a produção, em relação ao ano passado. As indústrias estão destinando o leite para produtos de melhor rentabilidade. Com o final das férias de verão, os negócios começam a melhorar. Por enquanto as vendas estão sendo realizadas dentro da própria Europa, com fraco interesse internacional. Isto está sendo atribuído aos preços, que estão superiores aos que os compradores estariam dispostos a pagar, e os compradores estão procurando se abastecer em mercados fora da Europa. Os comerciantes estão de olho nos preços da Oceania, que ainda são indicadores do mercado para ver o gráfico. (Usda)

 

 

Chile – O presidente da Federação dos Produtores de Leite (Feleche), Dieter Konow, classificou de estranho o comportamento das três principais indústrias de laticínios do Chile. “Os resultados do Leilão da Fonterra registrando um aumento de 24% no preço do leite pó integral, derrubaram em menos de uma semana, os argumentos da Soprole, Nestlé e Watt’s,” declarou Konow. “Os sinais do mercado internacional já estava previsto pelos executivos da empresa neozelandesa Fonterra, e mesmo assim a Nestlé a Watt’s insistiram em acompanhar a baixa liderada pela Soprole,”, acrescentou o presidente da Fedeleche. (Estratégia Online)

Indústria/Chile – Mesmo com o aumento nos preços do Leilão da Fonterra, a indústria chilena afirma que ele pode ser pontual e não uma tendência. Declarando a existência de 100.000 toneladas de produtos em estoque, os industriais precisam aguarda r a consolidação dos preços, o que deve ocorrer em 30 ou 60 dias. “Na medida em que as condições mudem, nós trabalharemos para que esse cenário se reflita no preço pago ao produtor”, assinalou a Soprole. Produtores e indústrias vão se reunir na próxima semana para encontrar uma saída. Agora que a Mulpumo também anunciou redução do preço ao produtor, os leiteiros só esperam que as empresas responsáveis por captar 70% do leite produzido no Chile, não efetivem as baixas anunciadas. (Diario Financiero)

Mercado Futuro – O presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas Lácteas (Apymel) de Santa Fé, na Argentina, Mariano Viroglio, disse que “o aumento ao produtor não será imediato. Os contratos do leilão da Fonterra são para novembro. É um mercado futuro”. Para os produtores terem um melhor preço, devem esperar um mês. (Infortambo)

Projeções – Um mês atrás, com o preço do leite em pó integral a US$ 2.900 a tonelada, os produtores olhando com desconfiança o mercado externo, o agrônomo José “Pepe” Quintana, com a bola de cristal na mão dizia: “Não tem porque haver grandes baixas, nem tampouco grandes elevações. O preço deverá ficar entre US$ 3.000 e US$ 3.500 a tonelada”. O resultado do leilão da Fonterra chegando à média de US$ 3.522, o infortambo.com falou com Quintana para ver o porquê desse aumento. “A subida está um pouco acima do que esperava o mercado. A razão está na seca russa, que possui grande demanda de produtos lácteos”. Agora é preciso observar o comportamento da oferta e demanda de leite no mundo. Como ficará a situação dos campos russos, e a primavera na Oceania. (Infortambo)

 

Negócios

Seminário – De 08 a 10 de setembro, em Belo Horizonte (MG) ocorre o Seminário Nacional sobre Brucelose e Tuberculose Animal. No dia (09), o médico veterinário e diretor do Laticínios Alhambra, Carlos Alberto Pinto Cunha, apresenta o Programa do Laticínios Alhambra de Erradicação de Brucelose e Tuberculose Bovina. (www.terraviva.com.br) .

Fusões – O setor de alimentos, bebidas e fumo foi o segmento que registrou o maior número de transações no país, desde o começo do Plano Real, em 1994. Foram 603 fusões e aquisições entre empresas deste setor, contra 553 de tecnologia da informação e 364 de telecomunicações e mídia, segundo acompanhamento da KPMG. No primeiro semestre deste ano, foram realizadas 17 transações no s etor. Os últimos dois anos registrarem queda, devido à crise. (Folha de SP)

Chocolate – A Amazônia terá a primeira fábrica de chocolate. Localizada em Medicilândia (PA), na região da rodovia Transamazônica, a unidade foi construída com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará. A inauguração será amanhã e a indústria terá capacidade de produzir 400 toneladas de chocolate por ano. (Folha de SP)

Forno de Minas I – Enquanto se preparava para a foto, Helder Couto Mendonça, diretor-presidente da Forno de Minas, começou a mexer delicadamente nos pães de queijo da cesta que segurava. “Deixa eu arrumar minhas crianças aqui”, disse carinhosamente o empresário mineiro a respeito do produto que, nos anos 90, tornou a Forno de Minas líder desse mercado, com 80% das vendas. Um ano e três meses depois de recomprar a companhia das mãos da General Mills, a família Mendonça, fundadora da marca, se esforça para recuperar o mercado perdido nos últimos dez anos. A empresa fechou um acordo pelo qual acaba de vender 29,3% de suas ações para o fundo de investimentos Mercatto Capital Partners, com sede no Rio de Janeiro. Nem ele, nem a Mercatto revelam qual foi o valor total do negócio. (Valor Econômico)

Forno de Minas II – A Forno de Minas foi criada pela mãe do empresário, Dalva Mendonça, em 1990. Ele lembra que o queijo da receita original – o canastra – teve de ser trocado por um pasteurizado, por conta de exigências microbiológicas das autoridades que regulam o setor de alimentos. “Mas a receita não dava certo com esse queijo, por isso nós mesmos começamos a fazer queijos e assim fundamos o Laticínios Condessa”, diz ele. Mesmo após a venda para a Pillsbury (depois General Mills), o laticínio continuou fornecendo o produto para a multinacional. Ainda hoje, o Condessa vende queijos para empresas do setor de alimen tos. No ano passado, seu faturamento foi de R$ 30 milhões. (Valor Econômico)

Pão de queijo – Hoje, a Forno de Minas Alimentos está próxima de alcançar as 800 toneladas mensais de pães de queijo, agora novamente com 25% de queijo na fórmula. Até o final do ano, quer chegar a 1 mil toneladas, com vendas de R$ 70 milhões. Em 2011, o plano é atingir R$ 110 milhões. Para isso, a empresa decidiu diversificar. “Forneceremos toda linha de alimentos para cafés e lanchonetes”, diz Mendonça. (Valor Econômico)

Burger King – Depois de vários rumores, a Burger King anunciou o acordo com o fundo de investimento 3G Capital, controlado por brasileiros, para a compra de sua rede, por US$ 4 milhões. Em 75 países, a empresa norte-americana possui 12 mil restaurantes e faturou no último ano US$ 2,2 milhões, com lucros na ordem de US$ 186 milhões. A empresa deverá manter seus objetivos de longo prazo, expand indo as operações para fora dos Estados Unidos, saindo dos atuais 35% para 55%.a. (Hipersuper)

Setoriais

Milho – Depois de um longo período de preços baixos, agora é a alta do milho que preocupa. Isso porque o grão é o principal item da alimentação de aves e suínos. Analistas de mercado temem prejuízos para o mercado de carnes, já que a expectativa é de que o milho atinja preços ainda mais valorizados nos próximos meses. Até o inicio do ano a preocupação era com o preço baixo do milho. Em Mato Grosso o valor não cobria nem mesmo o custo do frete. Mas com os leiloes realizados pelo governo, houve estimulo para exportação, o que acabou pressionando os preços. E com menor volume de grão disponível o preço subiu. (Canal Rural)

Economia

PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 8,9% no primeiro semestre de 2010, na comparação com igual período do ano passado. Foi o melhor desempenho histórico para um semestre desde o início da série, em 1996, indicou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A maior alta na ótica da oferta ficou com a Indústria, que avançou 14,2% em relação ao período janeiro-junho de 2009, quando a economia nacional ainda se ressentia dos efeitos da crise internacional. A seguir, vieram os avanços da Agropecuária, com 8,6%, e dos Serviços, com 5,7%. Do lado da demanda, a principal alta foi da formação bruta de capital fixo (FBCF), com crescimento de 26,2%, recorde da série iniciada em 1996. Já o consumo das famílias avançou 8% e o consumo do governo cresceu 3,6%. (Valor Online)

IPC-S – Os preços na cidade de São Paulo voltaram a subir na quarta semana de agosto. O Índic e de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de até 31 de agosto avançou 0,08%, após apresentar estabilidade na quadrissemana anterior, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A cidade não foi a única a apresentar mudança na trajetória de preços. Em sete cidades pesquisadas, cinco apresentaram taxas maiores de variações de preços. Brasília (de -0,42% para -0,37%), Belo Horizonte (de -0,55% para -0,22%), Rio de Janeiro (de -0,14% para 0,05%) e Porto Alegre (de -0,27% para -0,17%). As duas cidades restantes apresentaram queda: Salvador (de -0,25% para -0,37%) e Recife (de -0,68% para -0,90%). (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Cepal – Estudo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) projeta um crescimento de 23,4% nas exportações e de 29,2% nas importações do Mercosul. “O Brasil arrasta as eco nomias do Mercosul”, afirmou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena. (Folha de SP)

Grãos – A Rússia não vai exportar grãos até novembro de 2011, anunciou o primeiro-ministro, Vladimir Putin. Ele estendeu a proibição das vendas externas para até o final da colheita da safra 2010/11 por causa da quebra da produção local, causada pela pior seca a atingir o país em décadas. – Poderemos dar fim à suspensão depois que a colheita do ano que vem estiver terminada e tivermos um cenário mais claro da oferta de grãos – afirmou. Inicialmente, a suspensão iria até 31 de dezembro deste ano. Putin disse que a decisão foi tomada para dar previsibilidade ao mercado e impedir “nervosismos desnecessários” entre os produtores e vendedores de grãos russos, que estariam estocando o produto para vender depois do dia 31 de dezembro. (Agência Estado)

Alimentos – A Rússia prorrogou por 12 meses a proibiçã o à exportação de grãos, suscitando o temor de um retorno ao desabastecimento de alimentos e aos distúrbios de 2007-2008. O anúncio russo ocorre após distúrbios em Moçambique causarem sete mortes. A FAO, agência da ONU para alimentos e agricultura, convocou um encontro de emergência. Apesar de autoridades e traders do setor agrícola insistirem em dizer que o trigo e demais suprimentos agrícolas estão mais abundantes que em 2007 e 2008, as autoridades temem que distúrbios como os de Moçambique se espalhem. A escassez de estoques de alimentos de 2007 e 2008, a mais grave em 30 anos, deflagrou distúrbios em vários países e ajudou a precipitar a queda de governos. (Valor Econômico)

ARG: captação em julho aumenta 11,1% frente a 2009

A captação de leite da Argentina no mês de julho foi de 578,87 milhões de litros, apresentando alta de 11,1% com relação ao mesmo mês de 2009 (520,93 milhões de litros), de acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MAGyP). Em relação ao mês de junho, o volume captado foi 6,6% maior.

Nos primeiros sete meses do ano, a captação total acumulada foi de 3,464 bilhões de litros, 3,76% a menos do que no mesmo período de 2009, quando foram captados 3,599 bilhões de litros. Os dados são provenientes de uma pesquisa feita com mais de 20 indústrias de lácteos, que em 2007, representaram aproximadamente 64% do total da produção argentina de leite.

Tabela 1. Captação de leite nas principais indústrias argentinas.

Comentário MilkPoint

Nota-se uma boa recuperação da produção de leite na Argentina, após os 5 primeiros meses do ano em baixa. Historicamente a produção do segundo semestre no país é maior que a do primeiro, em 2009 essa diferença foi de 11,8% e em 2008 de 21,9%. Esses dados, aliados à favorável relação de preço do leite/insumos na Argentina ao longo deste ano, que teremos boa quantidade de leite no país vizinho para o restante do ano.

As informações são do MAGyP

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
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