Preços I – Veja na tabela abaixo, os preços médios de janeiro a agosto de 2010, e igual período de 2009, do litro de leite recebido pelos produtores em sete Estados do Brasil. (www.terraviva.com.br)
Preços II – Mesmo com o clima seco, em julho, a produção de leite aumentou e os preços recebidos por produtores em agosto caíram novamente. De maio para cá, a queda acumulada é de 13,35%. Neste mês, o preço médio nacional pago ao produtor (referente à produção entregue em julho) recuou 4,5% (3,2 centavos por litro) frente a julho, indo para R$ 0,6918/litro – média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. No mês passado, a queda foi de 6,2%. Comparando com agosto do ano passado, constata-se perda de 10,7%. Para o próximo pagamento (setembro, referente à produção de agosto), 56,5% dos agentes entrevistados (representantes de laticínios/cooperativas), responsáveis por 59,9% do volume amostrado na pesquisa, esperam nova redução de preços. (Cepea)
Leite/SP – Segundo o indicador Cepea, o litro do leite tipo C pago ao produtor paulista fechou o mês de julho a R$ 0,7524, queda de 4,75% quando comparado ao mês anterior (junho) e de 6,18% quando comparado a maio (R$ 0,8020). Os números mostram o inverso da situação vivida pelos produtores no ano passado, quando o litro do leite pago ao produtor fechou o mês de julho a R$ 0,8189, acumulando alta de 19,18% ante o mês de maio. (Folha da Região)
Aquisição – O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Fetag deverão se reunir com a Conab dentro de dez dias para alinhavar mecanismos para novas compras de leite. A garantia foi dada pelo ministro Guilherme Cassel, que esteve na Expointer, ontem, reunido com integrantes da federação. O objetivo da ação é retirar um pouco o excesso do produto que está no mercado para conter a queda de preço ao produtor, que ocorre desde maio. “A partir desse encontro, definiremos quanto será i njetado na cadeia para impedir a queda no preço do leite”, disse Cassel. Hoje, a média de preço pelo litro recebida pelo produtor é de R$ 0,60. Cassel não descartou a compra de leite em pó, como ocorreu recentemente por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). (Correio do Povo/RS)
Preços/Chile – Fazendo eco ao anúncio da Soprole, realizado na semana passada, Nestlé e Watt’s vão reduzir o preço do leite ao produtor. Assim como a Soprole, a Watt’s reduzirá em 18,5 pesos o litro de leite [aproximadamente R$ 0,06], a partir de 8 de outubro. A Nestlé, que opera no Chile em joint venture com a Fonterra, anunciou uma série de medidas que no final irá reduzir o preço em valores similares ao da Soprole. Entre janeiro e maio, a Soprole captou 201,3 milhões de litros de leite, 25,9% da produção chilena, a Nestlé 156,7 milhões de litros, (20,2%) e a Watt’s 93,4 milhões (12%). No conjunto, as três empresas recebem 58,1% do leite produ zido no país. (Estratégia Onlie)
gDT – Com pouco mais de duas horas de duração, foi encerrado o 27º globalDairyTrade (gDT), deste 1º de setembro. A média geral dos preços, incluindo todos os produtos e contratos, subiu 16,9% em relação ao evento de agosto, chegando a US$ 3.562. O destaque ficou por conta da recuperação dos preços do Leite em Pó Integral, cotado a US$ 3.522, com alta média geral de 18,8%, apresentando aumentos de 24,9% para os contratos de novembro; 17,7% para os contratos de dez/10 a fev/11 e 13,7% para mar/11 a mai/11. O Leite em Pó Desnatado também subiu 15,8%, sendo vendido a US$ 3.197, com variações mais estáveis em todos os períodos contratuais: 15,7%; 15,7% e 16,4%, para períodos 1, 2 e 3, respectivamente. O preço ganhador médio da manteiga foi de US$ 4.681, aumento de 9,5%. (globalDairyTrade)
Negócios
Rótulos – Muitas vezes os rótulos não mostram com clareza as informações necessárias ao consumidor. Isso pode levá-lo a adquirir uma mercadoria que não é a desejada. Um dos casos, por exemplo, ocorre com requeijão e compostos cremosos a base de queijo. Esses produtos possuem embalagens semelhantes e ficam dispostos nos mesmos espaços, o que pode confundir o consumidor no momento da compra. A secretária executiva Aline Mazer confessa que já adquiriu produtos por engano e agora presta atenção redobrada nos rótulos. De acordo com o advogado especialista em direito do consumidor, Flávio Henrique Caetano de Paula, não basta que a embalagem contenha a informação, ela precisa estar clara e precisa, pois não pode gerar dúvida e nem induzir o consumidor ao erro. (Folha de Londrina)
Encontro/MG – Nos dias 10 e 11 de setembro, em Montes Claros, MG, ocorre o III Encontro de Produtores de Leite do Norte de Minas Gerais, com o objetivo de criar oportunidade para a discussão sobre as perspectivas para o desenvolvimento tecnológico da pecuária leiteira no norte de Minas. A produção de leite apresenta hoje um dos maiores sistemas agroindustriais do Brasil. Ela assume grande responsabilidade na economia, tendo mais de um milhão de estabelecimentos agrícolas especializados na área. O norte de MG tem, em sua maioria, laticínios de pequeno porte, e os produtores da região vendem para eles. O baixo estímulo para a atividade na região compromete a produtividade, e, sobretudo, a qualidade do leite. (Faemg)
Carrefour – O Carrefour divulgou lucro de US$ 104 milhões no primeiro semestre, revertendo prejuízo de um ano atrás. O crescimento em mercados emergentes ajudou a compensar uma contínua fraqueza na Europ a. A companhia afirmou que está nos trilhos para atingir sua meta de lucro operacional este ano, apesar de uma despesa extraordinária de US$ 101 milhões, devido, principalmente, a uma auditoria externa que está conduzindo em suas operações no Brasil. (Valor Econômico)
BRF – O presidente executivo da BRF Brasil Foods (BRF), José Antônio Fay, disse que a empresa não cogita ir à Justiça para obrigar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a acelerar o processo de aprovação de união entre Perdigão e Sadia. O negócio, que transformou a Sadia em subsidiária da BRF, sucessora da Perdigão, foi anunciado em maio do ano passado, mas ainda depende da aprovação do órgão. Fay admite que a demora está atrapalhando o plano de investimentos da companhia, de cerca de R$ 2 bilhões nos próximo dois anos, e impedindo ganhos com sinergia. No entanto, disse que a empresa aguardará com paciência o fim do processo. (O Estado de São Paulo)
Setoriais
Mais Alimentos – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, anunciou ontem, na Expointer, o início das operações de financiamento pelo programa Mais Alimentos para grupos de agricultores familiares com limite global de R$ 500 mil. A nova modalidade foi criada para incluir a aquisição de colheitadeiras na modalidade de crédito, que prevê juros anuais de 2%, três anos de carência e dez para pagamento. Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, em um ano o Mais Alimentos deverá ser responsável por 10% das vendas de colheitadeiras no Brasil, o equivalente a algo entre 400 e 500 unidades por ano. “É um percentual expressivo”, afirmou ele. (Valor Econômico)
Economia
IPC-S – O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou agosto com deflação de 0,08%. Em todas as medições daquele mês, aliás, o indicador ficou no terreno negativo, abrindo o período com recuo de 0,18%. Na sequência, houve queda de 0,19%. Na terceira leitura, o declínio foi de 0,17%. Contribuiu para a moderação no ritmo de baixa do IPC-S o movimento do grupo Alimentação, que deixou um decréscimo de 0,94% na terceira apuração para uma retração de 0,64% porque os itens Hortaliças e legumes e Frutas “registraram quedas menos intensas”, como explicou a Fundação Getulio Vargas (FGV). (Valor Online)
PIB – Nos últimos 14 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil cresceu 21,7%, e saltou de R$ 4.441,00 (1995) para R$ 5.405,00 em 2009. É o que mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “Indicadores de Desenvo lvimento Sustentável”, referente ao ano de 2010. Dados de 2007 disponibilizados pelo IBGE na publicação mostram que a região com o maior PIB per capita do País é a Sudeste (R$ 19.277,00), seguida por região Centro-Oeste (R$ 17.844,00); região Sul (R$ 16.564,00); região Norte (R$ 9.135,00); e região Nordeste (R$ 6.749,00). (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Desemprego – O desemprego na Europa se manteve em julho no maior patamar dos últimos 12 anos. A taxa continuou em 10% pelo quinto mês seguido. É a maior marca desde agosto de 1998. Já a inflação nos 16 países da zona do euro perdeu força em agosto, crescendo 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o escritório de estatísticas da União Europeia. Em julho os p reços haviam aumentado 1,7%. As empresas europeias podem adiar contratações num momento em que a recuperação da economia da região parece estar perdendo força. Cerca de 15,8 milhões de pessoas estão sem emprego nos países que adotam o euro. (Valor Econômico)
Cepea: preço ao produtor tem nova queda em agosto
Mesmo com o clima seco em grande parte do País no mês de julho, a produção de leite aumentou e os preços recebidos por produtores em agosto caíram novamente. De maio para cá, a queda acumulada é de 13,35%. Neste mês, o preço médio nacional pago ao produtor (referente à produção entregue em julho) recuou 4,5% (3,2 centavos por litro) frente a julho, indo para R$ 0,6918/litro – média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. No mês passado, a queda foi de 6,2%. Comparando a média atual à de agosto do ano passado (em termos nominais), constata-se perda de 10,7%.
Em julho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) registrou aumento de 5,44% frente a junho. No acumulado do ano, já houve aumento de 5,2% na captação de leite frente à igual período do ano passado. O índice de julho também representou alta de 10,2% em relação a julho/09.
Novamente, o estado que mais contribuiu para o aumento do volume captado por laticínios/cooperativas foi o Rio Grande do Sul, com avanço de 8,8% na captação média diária. Entretanto, conforme esperado pelos agentes locais, o aumento foi menor que o registrado no mês anterior em função do excesso de chuvas e frio em meados de julho. No Paraná, o ICAP-Leite teve aumento de 6,4% em relação a junho. Apenas o estado da Bahia registrou recuo na captação de leite no mês passado.
Para o próximo pagamento (setembro, referente à produção de agosto), 56,5% dos agentes entrevistados (representantes de laticínios/cooperativas), responsáveis por 59,9% do volume amostrado na pesquisa, esperam nova redução de preços. Para 37,7% dos entrevistados (que respondem por 35,4% do volume da amostra), haverá estabilidade de preços em setembro, e apenas 5,8% dos agentes (responsáveis por 4,7% da amostra) acreditam em alta nas cotações.
Pesquisadores do Cepea acreditam que o clima continuará sendo o principal fator de definição do mercado nos próximos meses. A estiagem em grande parte das regiões produtoras tende a limitar a oferta de leite – caso o fenômeno La Niña se confirme, o período seco pode durar até o final de outubro no Sudeste e Centro-Oeste, o que pode atrasar a safra nessas regiões.
Outro fator que pode impactar a oferta de leite é a combinação de aumento dos custos do concentrado (basicamente em função dos reajustes do milho e farelo de soja) com redução do preço do leite – caso a estiagem persista, também a produção de grãos pode ser prejudicada, tendendo a piorar ainda mais a relação de troca do produtor de leite.
Agosto – O maior recuo de preços em agosto ocorreu em Minas Gerais, de 6,6% (ou quase 5 centavos por litro) em relação a julho, com litro a R$ 0,7051 (bruto). Em Goiás, houve redução de 4,9% (3,5 centavos por litro), indo para R$ 0,6790/litro (bruto).
No Sul, houve queda de 5,2% (3,8 centavos por litro) no preço médio em Santa Catarina, a R$ 0,6916/litro. No Paraná, a média foi de R$ 0,6985/litro, recuo de 3%, ou 2,1 centavos por litro. O Rio Grande do Sul apresentou o menor preço entre os sete estados da “média nacional”: R$ 0,6169/litro – em agosto, a queda foi de 3,3% ou de 2 centavos por litro.
Em São Paulo, a média estadual recuou apenas 1,8% (equivalente a 1,3 centavo por litro), para R$ 0,7391/litro – a maior média registrada mês. Na Bahia, a diminuição foi de 1,7% frente a julho (queda de 1,1 centavo por litro), com média de R$ 0,6716/litro.
No Rio de Janeiro, o preço médio bruto foi de R$ 0,6474/litro, queda de 3,5% (2,4 centavos por litro) e,em Mato Grosso do Sul, de 3,8% (2,3 centavos por litro), a R$ 0,5818/litro.
Gráfico 1. ICAP-L/Cepea – Índice de Captação de Leite – agosto/10 (Base100=Junho/2004).
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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Agosto/10 referentes ao leite entregue em Julho/10.
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Tabela 2. Médias estaduais das novas regiões – RJ e MS.
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Gráfico 2. Série de preços médios pagos ao produtor – deflacionado pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA).
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As informações são do Cepea – Esalq/USP