Leite/MG – Os preços do leite longa vida começam a sinalizar alta ao consumidor, puxado pela queda da oferta no campo. A combinação entre ausência de chuvas e aumento da demanda neste ano possibilitou que este incremento viesse mais cedo. As projeções da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), que reúne as maiores indústrias do setor, são de que, até março, os preços já tenham acumulado alta de 30%, na comparação com o último trimestre do ano passado. Neste ano, as chuvas se encerraram mais cedo, prejudicando as pastagens e reduzindo a oferta de leite. O superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, acredita que, atualmente, o Leite Longa Vida possa ser encontrado nas gôndolas da grande Belo Horizonte em patamares que variam entre R$ 1 ,58 e R$ 2,40 por litro. (Hoje em Dia/MG)
Longa Vida – Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz, o viés de alta para o Longa Vida deve perdurar, pelo menos, até o segundo semestre, quando começa a estação de chuvas e a oferta começa a subir. No ano passado, de acordo com ele, o consumo de longa vida manteve a estabilidade, no Brasil, no patamar de 5,3 bilhões de litros. “O primeiro semestre do ano passado foi muito afetado pela crise financeira mundial, mas, ao longo do ano, as perdas foram sendo recuperadas”. Em 2010, as estimativas traçadas pela indústria são de aumento no consumo em pelo menos 5%, para 5,5 bilhões de litros. (Hoje em Dia/MG)
Cabras/MG – Quase 40 anos depois das primeiras importações de cabras leiteiras para Minas Gerais a Câmara Técnica de Ovinocaprinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa) vai se reunir pa ra debater a criação de uma lei específica para o setor que disponha sobre as condições higiênico-sanitárias da produção artesanal de leite de cabra e de ovelha e seus derivados. Atualmente, as normas são as mesmas utilizadas pela bovinocultura leiteira. De acordo com a médica veterinária Aurora Maria Gouveia, coordenadora da Cepa “os produtores sonham ter uma legislação específica para a produção artesanal de leite de cabra”. O plantel mineiro de caprinos é constituído de 200 mil cabeças, sendo 110 mil fêmeas em lactação, que respondem por uma produção mensal da ordem de 10 mil litros, ao custo médio de R$ 2,50 o litro. (Secretaria da Agricultura de MG)
Leite/RS – O leite voltou a apresentar mais uma elevação no período. Segundo o levantamento da Emater/RS–Ascar realizado nas principais zonas de produção do Estado o preço médio passou de R$ 0,62 para R$ 0,64 o litro, alta de 3,23%. Os efeitos da diminuição da qualidade e a redução no volume de alimento disponível das pastagens seguem sendo apontado como uma das principais causas da redução da oferta do produto e, conseqüentemente, uma melhor remuneração por parte da indústria. (Emater/RS)
Preço/RS – O parceiro do café na dupla quentinha que enche a caneca na alimentação matinal está mais caro. Que o leite sofra reajuste de preço neste período já é esperado, devido à diminuição da pastagem, mas, neste ano, o aumento chegou mais cedo: começou já na metade de março. Os reajustes se devem ao clima e à queda na produção de 2009. O ano passado foi o primeiro de cinco anos em que o aumento da produção foi menor do que 1%. É na prateleira dos supermercados que o consumidor percebe o preço mais indigesto. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados, a média subiu de R$ 1,67, em fevereiro, para R$ 1,77, em março. Em abril, foi para R$ 1,91. O aumento em dois meses chega a 25%. (Diário Gaúcho)
Captação – O índice de captação de leite do Cepea mostra que a produção de março foi 3,4% inferior à de fevereiro. Apesar dessa queda, o volume produzido no primeiro trimestre deste ano ainda é 3,5% acima do de igual período de 2009. (Folha de SP)
Fenasoja – A 18ª Feira Nacional da Soja (Fenasoja) teve uma atração inédita. Junto com o tradicional banho de leite nos vencedores do concurso leiteiro, este ano ocorreu o primeiro banho de sólidos. O concurso analisou as qualidades nutricionais encontradas no leite. Em uma das ordenhas foi retirada uma amostra de todos os animais participantes. Analisada pelo laboratório da Universidade de Passo Fundo (UPF), a prospecção indicou os percentuais de proteína, gordura e lactose. Os proprietários dos animais vencedores receberam um banho de leite em pó. Segundo a presidente da Comissão de Pecuária, Ângela de Faria Maraschin, a ideia do concurso de sólidos surgiu da preocupação que os agricultores têm com o sistema de pagamento do leite. Muitos defendem que as empresas deveriam remunerar pelas características nutricionais encontradas nos componentes sólidos, e não pelo volume em litros. (Zero Hora/RS)
Negócios
Núcleo leiteiro – Santa Rosa, no Noroeste do Estado, terá ainda neste mês um núcleo de produtores de leite. A notícia foi divulgada pela presidente da Comissão de Pecuária da 18ª Fenasoja, Ângela de Faria Maraschin, na inauguração da Casa do Leite, na mostra. O grupo deve reunir 200 produtores, e os integrantes irão administrar a Casa do Leite. O local foi construído com recursos do Ministério da Agricultura (Mapa), que somam R$ 253 mil, e ainda recebeu contrapartida de R$ 50 mil da Prefeitura de Santa Rosa. Durante a Fenas oja, que segue até dia 9, a casa abrigará palestras técnicas e encontros dos produtores com a indústria leiteira. (Correio do Povo/RS)
Sorvete I – Já é quase inverno, mas, a indústria de sorvetes ainda está comemorando as vendas históricas alcançadas no ano passado e no primeiro trimestre de 2010. A combinação de um verão quente com dinheiro no bolso da população fez, em 2009, as vendas anuais ultrapassarem a casa dos R$ 2 bilhões pela primeira vez. Segundo a Nielsen, só neste primeiro trimestre o mercado já havia movimentado R$ 1,255 bilhão. Na comparação com os mesmos meses do ano passado, o resultado do trimestre foi 33% melhor. Em volume, foram consumidas 141,7 mil toneladas de sorvetes, 28% a mais que em janeiro, fevereiro e março de 2009. (Valor Econômico)
Sorvete II – Animada com o ritmo do mercado, a Nestlé, segunda colocada no ranking do setor, está ampliando a distribuição da l inha de Sorvetes Garoto, que chega agora a capital paulista. Só a região metropolitana responde por 23% do consumo nacional, segundo a Nielsen. Outra empresa que aposta em expansão é a Jundiá, terceira colocada no mercado paulista. “Crescemos 30% em volume de vendas no ano passado e por isso estamos investindo R$ 10 milhões em uma nova fábrica para triplicar nossa capacidade da unidade de Itupeva, no interior de São Paulo”, diz Cesar Bergamini, diretor da empresa, com sede em Jundiaí. Hoje, a planta produz 1 milhão de litros por mês. (Valor Econômico)
Dickel & Maffi – Para comemorar os 20 anos de atividade, dentre os eventos programados para 2010, a Dickel & Maffi realizará nos dias 14 e 15 de jun/10, em Porto Alegre/RS, um Seminário Especial, para discussão de assuntos técnicos de natureza contábil e tributária. O objetivo é promover a atualização dos profissionais, com destaque para os seguintes assuntos: Convergência das No rmas Internacionais de Contabilidade, Regime Tributário de Transição (RTT), FCont, E-Lalur, SPED, Tributação das Aplicações Financeiras, PIS e COFINS e Contribuição Previdenciária Rural, bem como orientações para o correto preenchimento da DIPJ de 2010. As inscrições devem ser feitas com antecedência pelo telefone/fax: (051) 3269.3299 e (051) 3269-3341 ou ainda pelo e-mail: dickelemaffi@dickelemaffi.com.br. Informamos que as vagas são limitadas. (Dickel & Maffi)
Supermercados/PR – A rede de supermercados paranaense Condor Super Center, que possui 29 lojas, entre super e hipermercados, em 11 cidades do Estado, pretende investir R$ 80 milhões neste ano, de acordo com Pedro Joanir Zonta, presidente e fundador da empresa. “Planejamos reformas e abertura de novas lojas para expandir a rede e modernizar instalações, principalmente na área de refrigeração, onde existe muita novidade em tecnologia”, afirma Zonta. Entre recursos própri os e apoio do BNDES, a rede acaba de reinaugurar uma unidade reformada, com cerca de R$ 10 milhões, em Curitiba. Também estão previstos uma nova loja na capital, que deve ficar pronta em julho, um hipermercado, em novembro, além de outras reformulações nas lojas. (Folha de SP)
Setoriais
Comercialização – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, reafirmou que o governo federal vai liberar R$ 5,2 bilhões para a comercialização de milho, arroz e feijão. Segundo ele, a portaria interministerial, que garante a retomada da aplicação dos instrumentos de apoio à comercialização de grãos para a safra 2009/2010, deve ser assinada nos próximos dias e os recursos virão de dotação orçamentária. “Se, no momento da execução, surgir a necessidade, poderá haver suplementação, como no ano passado”, afirmou. (Mapa)
Economia
IPC-S – O IPC-S de 30 de abril repetiu a variação apurada na última divulgação, 0,76%. Com este resultado a taxa acumulada no ano passou para 3,64%, e em 12 meses, para 5,48%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (3) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O grupo Alimentação (2,02% para 1,77%) foi a única classe de despesa a apresentar desaceleração em sua taxa de variação. Dos 21 gêneros alimentícios componentes, onze apresentaram recuos em suas taxas, com destaque para: Hortaliças e Legumes (7,19% para 5,20%), Adoçantes (0,80% para -0,61%) e Laticínios (4,92% para 4,63%). (Jornal do Comércio/RS)
Globalização e Mercosul
Integração I – Uma nova expressão vai entrar no vocabulário de vários setores produtivos brasileiros, a “integração produtiva”. É uma ideia desenvolvida pelos presidentes Cristina Kirchner, da Argentina, e Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, em sua última reunião conjunta e que começa a ser discutida pelos funcionários dos dois países com os representantes dos produtores envolvidos. Teoricamente, parece ser o ideal, mas colocar em prática não vai ser fácil. Os dois presidentes concordaram que a integração no Mercosul só se dará se os setores se integrarem e trabalharem em conjunto. Parece simples, mas não é. Foram selecionados alguns setores econômicos para começarem o processo como energia, combustíveis, leite, carne, calçados e vinhos – estes quatro últimos ligados ao Rio Grande do Sul. (Jornal do Comércio/RS)
Integração II – A ideia é que cada país produz a aquilo no que é melhor e, depois, se faça as trocas entre eles. Por exemplo, se a Argentina é boa na produção de leite in natura e seus derivados e o Brasil é bom em leite em pó, este deve ser produzido e o in natura e derivados pela Argentina. No caso do vinho, apenas para explicar, se a Argentina é boa no malbec e o Brasil no merlot, este deveria produzir só merlot e aquela só malbec. É muito difícil que os produtores de ambos os países aceitem este sistema ideal. (Jornal do Comércio/RS)
Preços internacionais apresentam nova alta em abril
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 19 e 30 de abril, apresentaram reajuste positivo para a maioria dos produtos lácteos no Oeste da Europa e Oceania, em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó integral teve alta de 4,6% no Oeste da Europa e 2,7% na Oceania.
No Oeste da Europa, o preço médio do leite em pó integral (US$ 3.725/t) apresentou alta de 4,6% em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 3.550/t e US$ 3.900/t. O valor médio do soro de leite foi de US$ 1.110/t, alta de 7,3% em relação à quinzena anterior, sendo cotado entre US$ 1.000/t e US$ 1.200/t – foi o maior reajuste entre os valores médios de exportação no Oeste da Europa. O preço médio do leite em pó desnatado foi de US$ 3.200/ton, apresentando reajuste positivo de 4,9% em relação à quinzena anterior, e seus preços variaram entre US$ 3.050 e US$ 3.350/ton.
Gráfico 1. Evolução dos preços de exportação de lácteos do Oeste da Europa, em dólares por tonelada.
Clique na imagem para ampliá-la.
Na Oceania, o preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 3.800/t, com valores entre US$ 3.600/t e US$ 4.000/t, apresentando alta de 2,7% frente à quinzena anterior e mantendo-se superior ao preço médio do Oeste Europeu. O valor médio do leite em pó desnatado ficou estável em relação à quinzena anterior, ficando em US$ 3.550/ton, com preços variando entre US$ 3.300/t e US$ 3.800/t. O preço médio do queijo cheddar fechou a US$ 3.975/t, com valores entre US$ 3.800/t e US$ 4.150/t, apresentando leve alta (0,63%) em relação à quinzena anterior.
Os valores médios da manteiga foram de US$ 3.800/t na Oceania e US$ 4.175/t no Oeste da Europa, ambos estáveis em relação à quinzena anterior.
Gráfico 2. Evolução dos preços de exportação de lácteos da Oceania, em dólares por tonelada.
Clique na imagem para ampliá-la.
Segundo relatório da Dairy Industry Newsletter (DIN), a surpreendente alta significativa do leilão da Fonterra no início do mês, fez com que os compradores ficassem mais cuidadosos. Os preços internacionais estão crescendo, porém, com certo atraso em relação aos valores praticados no leilão. A oferta de leite na Nova Zelândia diminui com a safra no país chegando ao fim e os preços do leite spot estão maiores do que em outros países. A oferta nos Estados Unidos está limitada e os preços têm aumentado firmemente, especialmente para manteiga e leite em pó desnatado. Caso a produção norte-americana não se recupere, a União Europeia (UE) será a grande fornecedora de leite para o mundo até o quarto semestre. Na UE os preços têm aumentado e a expectativa é de contínuo aumento – normalmente os preços apresentam queda no início de primavera com o aumento da oferta.
Abril
Para o mês de abril, os preços médios de exportação no Oeste da Europa e Oceania apresentaram alta para todos os produtos em relação a março. Na Ocenia, os maiores reajustes em relação a março foram do leite em pó desnatado (22,8%), apresentando valor médio de US$ 3.550/ton em abril, e do leite em pó integral (16,5%), com valor médio de US$ 3.750/ton. O preço médio do queijo cheddar para o mês apresentou alta de 3,7% em relação a março, ficando em US$ 3.960/tonelada, e a manteiga alta de 1,3%, sendo valorada em US$ 3.800/tonelada.
No Oeste da Europa, o leite em pó desnatado obteve média de preço para o mês de abril de US$ 3.130/ton, alta de 12% frente à média de março, e o leite em pó integral foi valorado em US$ 3.640/ton, alta de 7,5%. O preço médio mensal para a manteiga (US$ 4.180/ton), e soro do leite (US$ 1.060/ton), registraram alta de 5,4% e 9,5%, respectivamente, frente ao mês anterior.
Gráfico 3. Preços do leite em pó integral no mercado internacional – Oeste da Europa, Oceania e leilão da Fonterra.
As informações são do USDA