Notícias do dia 14.12.09

Importações de Lácteos – Veja as importações de lácteos em novembro de 2009 comparadas com novembro de 2008 e outubro de 2009. Em seguida, as importações acumuladas de janeiro a novembro de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008

 

Preço/MG – O preço caiu muito com a chegada da safra. O criador Gabino José Linini, em São João de Nepomuceno (MG) recebeu da cooperativa R$ 0,60 pelo litro, em novembro. A principal explicação para o preço baixo está no aumento da produção interna com a chegada das chuvas. Em todo país a captação aumentou quase 9%. A importação foi outro fator. Nos dez primeiros meses do ano o país importou 160% a mais do que no mesmo período do ano passado. Com a crise internacional a Argentina e o Uruguai perderam clientes e despejaram o leite no Brasil com preços bem abaixo do mercado. Com maior oferta, a solução para a cooperativa de São João Nepomuceno foi aumentar a produção de derivados, e pagar a cota/excesso, R$ 0,10 mais baixo do que o praticado no ano passado. (Globo Rural)

Produção/RJ – As chuvas que atingiram o Noroeste do estado nas últimas semanas atingiram os produtores, em Lago do Muriaé, que estão com problemas para escoar a produção, principalmente o leite. Em Boa Esperança, Zona Rural do município têm sérios problemas. O caminhão que faz a coleta do leite dificilmente consegue chegar ao tanque de armazenamento. Carros de boi são usados para levar o leite até a cidade. Alguns produtores já perderam toda a produção. Decepção e prejuízo. (360º)

Jussara – A Usina Laticínios Jussara inaugura, nesta segunda-feira, às 15 horas, uma nova filial em Araxá (MG). Serão contratados 150 funcionários e processados 250 mil litros de leite por dia. Em três anos, a meta é aumentar a produção para 500 mil litros de leite. O investimento deste novo empreendimento é de R$ 50 milhões. A empresa funcionará numa fábrica desativada, que passou por reformas e entrou em operação na semana passada. A cerimônia na segunda-feira marcará oficialmente a inauguração. Esta será a terceira fábrica da Jussara. Atualmente, a empresa conta com duas unidades de produção instaladas nos municípios de Pedregulho e Patrocínio Paulista, que produzem mensalmente mais de 15 milhões de litros de leite. São cerca de 500 funcionários nas duas empresas e nos doze pontos de captação pelo País. (Comércio da Franca)

Mercado – “Minas Gerais é o principal e maior produtor de leite do Brasil e de excelente qualidade. Como a Jussara é hoje líder de vendas de leite longa vida no Estado de São Paulo, resolvemos conquistar novos clientes”, disse Laércio Barbosa, diretor comercial da empresa. Agora a intenção é atender também os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e também os da região Centro-Oeste do Brasil. “Em 2010 queremos aumentar os investimentos para aproveitar esse grande crescimento da economia nacional e crescer junto com o mercado. Ampliaremos em 40% a capacidade de produção de leite no início do ano nas unidades já existentes”, disse. Outra expectativa na região é a chegada de uma nova máquina, a Tetra Pak A3/Speed, que trará rapidez na produção. (Comércio da Franca)

Lácteos – A maioria das empresas de lácteos encerra 2009 com as contas equilibradas, mas, segundo o presidente do Sindilat, Carlos Feijó, parte das indústrias termina o ano no vermelho. “O desafio em 2010 será avaliar estratégias para voltar a ter ganho”. (Correio do Povo/RS)

Importações – Importar leite e derivados vai ficar mais caro, com o aumento da tarifa de importação para 28%. O coordenador da Assessoria Internacional e de Promoção Comercial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller, considera que a medida é consolidação de uma política de apoio à produção nacional e proporciona maior segurança para agricult ores familiares e cooperativas de leite do Mercosul. Em 1996 o Brasil produzia cerca de 16 bilhões de litros de leite ao ano, e importou mais de 600 milhões de dólares de produtos lácteos. Já em 2007 a produção saltou para 27 bilhões de litros, o que resultou numa exportação de 100 milhões de dólares em produtos. De acordo com dados do Censo Agropecuário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 58% do leite produzido no país é proveniente de mais de um milhão de estabelecimentos da agricultura familiar. (Nordeste Rural)

Argentina – Segundo a Câmara de Produtores de Leite da Bacia Oeste de Buenos Aires (Caprolecoba), o preço estimado do leite para o mês de novembro é de 0,90 de pesos, sem levar em consideração os subsídios governamentais. O boletim da Capbolecoba informa que a produção de 2009 será praticamente a mesma de 2008. Para 2010, projeta-se o fim dos graves problemas de seca que afetaram as principais bac ias leiteiras, e tendência de alta nos preços das exportações do leite em pó. Com isso pode-se arriscar um prognóstico de bom ano para a atividade leiteira. (Infortambo)

 

Negócios

Parmalat – A Parmalat Brasil apresenta novidades para a linha de leites especiais da marca. A partir deste mês, a companhia disponibiliza todo o portfólio de leites especiais, que conta com a linha Zymil, composta pelo Zymil Original e Zymil Sabores – linha de bebidas lácteas de baixa lactose saborizada – em embalagens cartonadas tipo Square da Tetra Pak. As formulações dos leites especiais Parmalat, enriquecidos com ingredientes de alto valor nutricional, foram desenvolvidas para atender necessidades específicas dos consumidores. Baseada neste conceito, a em presa criou também novas embalagens com cores fortes e novo design. A nova versão da linha trará informações mais completas sobre os benefícios de cada tipo de leite com as seções “Nutrir você é um prazer” – onde o consumidor encontrará informações sobre o produto, seus nutrientes, benefícios e matérias-primas – e “Saiba Mais” – que apresentará dicas sobre a relação do consumo do leite e uma vida saudável para uma dieta balanceada e rica em nutrientes. (Brasil Alimentos)

Feiras – A Brazil Trade Shows (BTS), maior promotora de feiras voltadas para a cadeia produtiva de alimentos e bebidas na América Latina, apresenta o calendário 2010. A grande novidade é a quarta edição ForMóbile, Feira Internacional de Fornecedores da Indústria Madeira-Móveis, que pela primeira vez está sendo promovida pela BTS. As já tradicionais Fispal Food Service, Fispal Tecnologia e ABF Franchising Expo, que chegam à suas 26ª edições, ocorrerão na mesma sema na, juntamente com a 7ª TecnoLáctea & Sorvetes. A MercoAgro, feira internacional que acontece a cada dois anos, volta a Chapecó, em setembro. Já a Fispal Bahia, grande sucesso em sua primeira edição, se consolida no calendário de feiras e volta a Salvador, em outubro. (Maxpress Net)

Setoriais

Orgânicos – O acordo assinado por BrasilBio (Associação Brasileira de Orgânicos) e FederBio (Federação Italiana de Produtores Orgânicos) aproximará empresas brasileiras das boas práticas e dos modelos associativos e produtivos italianos, proporcionando avanços em questões como certificação, processos tecnológicos e barreiras comerciais e normativas. A contrapartida à Itália é maior visibilidade aos seus produtos biológicos em um mercado em expansão como o brasileiro. A FederBio já apresentou ao Ministério de Desenvolvimento Econômico Ita liano o projeto Brasil Biológico, que permitiu a diversas empresas italianas iniciarem relações comerciais com importadores brasileiros, definindo uma estratégia comum de parceria com a BrasilBio. BrasilBio e FederBio se comprometeram ainda a desenvolver iniciativas conjuntas para promover uma maior sensibilização quanto aos produtos orgânicos nos dois países durante grandes eventos como a Expo Milano, em 2015, o ano da Itália no Brasil em 2011, e Copa do Mundo e Olimpíadas de 2014 e 2016, respectivamente. (Brasil Alimentos)

Boi Guardião – O programa, Boi Guardião, foi lançado pelo Ministério da Agricultura. A intenção é atingir o desmatamento zero na produção de gado. As Guias de Trânsito Animal (GTA) passarão a ser eletrônicas, o que vai permitir o monitoramento em tempo real de toda a movimentação do gado. Mas na região amazônica, sua emissão vai ficar condicionada ao cumprimento da legislação ambiental. O projeto piloto começa nos municípios paraenses: Água Azul do Norte, Eldorado dos Carajás, Ourilândia, Marabá, Tucumã e São Félix do Xingu. São mais de quatro milhões de cabeças de gado, de 15 mil fazendas, cadastradas e mapeadas via satélite pelo governo federal. A cada seis meses serão captadas novas imagens. Se verificar que está havendo desmatamento, imediatamente se suspende a emissão da GTA Eletrônica. Os frigoríficos não compram mais, supermercados também não, ou seja, a pessoa fica fora do mercado, explica o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes. Até 2011 o programa vai ser estendido para todo o estado do Pará, Rondônia e parte de Mato Grosso. (Canal Rural)

Nutrição Animal – Os números da indústria de nutrição animal foram apresentados dia 11, em são Paulo. Segundo os fabricantes, o desempenho não foi pior graças aos mercados de suínos e aves, que consomem mais de 70% da ração produzida no país. O maior recuo foi o mercado de bovinos. Na p ecuária leiteira, o consumo caiu quase 8% (7,9%). Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), com o milho barato, muitos produtores preferiram usar o grão e compraram menos rações e suplementos. Para 2010, os dirigentes do Sindirações acreditam que tem duas grandes ameaças para o setor: o dólar baixo e a alta carga tributária. Mas, ainda assim, projetam um crescimento de 5% a 10% na produção do setor. De olho nas oportunidades, a Tortuga anunciou esta semana investimento de US$ 1 milhão para ampliar os negócios do Chile e também planeja entrar na Colômbia, Venezuela e México. (Canal Rural)

Economia

Importações – O crescimento acelerado das importações em relação às exportações vai não apenas elevar o déficit externo do Brasil do ano que vem, mas terá como efeito indireto a queda da taxa de cr escimento do País. Economistas do governo calculam que o setor externo dará contribuição negativa de 2% ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2010. Segundo fontes da equipe econômica, esse é um dos fatores que explicam o maior conservadorismo na projeção do governo para o crescimento de 2010, que é de 5%. (Agência Estado)

PIB – Analistas do mercado financeiro voltaram a projetar retração do Produto Interno Bruto (PIB), em 2009. A estimativa passou de crescimento de 0,21% para queda de 0,26%. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia. A estimativa pior foi apresentada depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no última quarta-feira (10/12), que a economia brasileira cresceu 1,3% no terceiro trimestre do ano na comparação com o trimestre anterior. O resu ltado ficou abaixo das estimativas de analistas e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que esperava expansão de 2%. Para 2010, os analistas continuam apostando na recuperação da economia, com crescimento do PIB de 5,03%, um pouco maior o que o projetado no boletim anterior (5%). (Correio Braziliense)

 

Globalização e Mercosul

OCDE – A economia brasileira vive um período de recuperação, mas ainda não está em expansão. A análise foi divulgada ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a entidade, da qual o Brasil não faz parte, a economia mundial de fato deixou a recessão e, em tom otimista, disse que os principais atores do mercado internacional estão caminhando em sua recuperação. Mas alguns ainda não acabaram de zerar o q ue perderam na fase mais crítica da crise. O Brasil é uma das economias que ainda não compensaram as perdas e está abaixo do potencial de crescimento dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China). Os indicadores compilados pela OCDE servem para marcar a tendência de cada economia. Trata-se da reunião de dados sobre Produto Interno Bruto (PIB), produção industrial, vendas, exportações, confiança, spreads e indicadores de diversos setores. A conclusão é de que, nos países ricos, a recuperação continua. (O Estado de SP)

Walmart – Um estudo da revista americana Foreign Policy mostra que a taxa de crescimento de vários países aumentou após a chegada do Walmart, a maior rede de varejo do mundo. No México, antes da entrada da rede, a economia evoluía 1,7% ao ano. Nos anos pós-Walmart, o crescimento quase dobrou. Apesar da capacidade da rede para gerar negócios, ela não é o motor de aceleração do PIB dos países onde atua. A c oincidência entre sua chegada e taxas maiores de crescimento explica-se pela aptidão da rede de escolher para expansão países em que há potencial de crescimento da classe média. (Revista Exame)

PAC – Representantes de 22 países da União Europeia (UE), definiram uma “base comum” para a reforma da Política Agrária Comum (PAC) a partir de 2013. O acordo prevê a garantia de uma independência alimentar europeia, ajudas aos agricultores para a estabilidade da renda diante da volatilidade dos mercados, além de apoio a uma agricultura sustentável do ponto de vista ambiental. “Queremos uma PAC forte” a partir de 2013, disse à imprensa o ministro da Agricultura da França, Bruno Le Maire, anfitrião do encontro, salientando que a redução do orçamento comunitário para o PAC (de 40% para 30%) não pode ser tomado como ponto de partida para as reformas. Não foi dado um número alternativo, pois, para isso, é preciso chegar primeiro a um acordo com os outros cinco países que também fazem parte da UE (Reino Unido, Holanda, Suécia, Dinamarca e Malta). (Hipersuper)

Lácteos: preços sobem e favorecem as exportações

A recuperação dos preços do leite em pó, que bateram US$ 2.150 no primeiro semestre do ano e já alcançam, em média, US$ 4 mil por tonelada na Europa, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA, faz exportadores e analistas do setor acreditarem que 2010 será um ano de recuperação para as vendas brasileiras de lácteos.

Otimista com o avanço dos preços, Rodrigo Alvim, presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), acredita que a recuperação das cotações já deve se refletir nas exportações neste mês. “A expectativa é de já em dezembro ficarmos superavitários na balança”, afirma. Até novembro, o déficit na balança de lácteos foi de US$ 94,9 milhões. Isso ocorreu porque, além de o Brasil exportar menos, houve uma enxurrada de leite em pó da Argentina a preços baixos no mercado brasileiro.

“Houve retomada no consumo e devemos voltar a crescer em 2010”, avalia Alvim. Os atuais preços, afirma, criam atratividade para exportar. Ele não esconde o desejo de que os números de 2008 se repitam. Naquele ano, as exportações de lácteos bateram recorde e alcançaram US$ 556 milhões – em grande medida por conta das importações da Venezuela. Mas Alvim admite que a tarefa exige esforço.

Jacques Gontijo, presidente da cooperativa Itambé, uma das maiores exportadoras de lácteos do país, elenca uma série de fatores que explica a alta do produto: a maior demanda da China, onde problemas de adulteração do leite com a melamina geraram “aversão ao produto local”; estoques baixos nos EUA e estagnação da produção no Brasil, que neste ano deve ficar estável, em 27,5 bilhões de litros, depois de subir 5,5% de 2007 para 2008.

Chama a atenção na atual recuperação dos preços do leite a velocidade com que esta vem ocorrendo. Analistas concordam que o mercado de leite é sensível e responde rapidamente aos movimentos de oferta e demanda. Mas até quem é especialista tem se surpreendido com a nova valorização dos preços. A primeira onda de alta ocorreu em 2007, quando a demanda asiática puxou as cotações. Agora, é quase consenso que a retomada econômica está sustentando os preços. Mas Alfredo de Goeye, presidente da trading Serlac, responsável por metade das exportações de lácteos do país, é voz dissonante.

“A crise [mundial] não pegou o leite e [seu arrefecimento] não é a razão agora para a alta dos preços”, afirma. Cético, de Goeye diz que não há explicação para a baixa expressiva dos preços no passado recente nem para alta hoje. Ele reconhece a queda na produção na Austrália e Argentina, mas não as considera suficientes para tamanha variação de preços. Para o executivo, “apesar do câmbio atual”, já se torna viável exportar leite com os preços de hoje. As discussões sobre contratos de venda para o começo de 2010 já começam a acontecer. Os destinos para o leite brasileiro não mudaram: países do norte da África e Oriente Médio.

A Venezuela, que este ano praticamente saiu do mercado por causa dos estoques elevados de leite, também deve voltar a demandar, espera Gontijo, da Itambé.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico

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