Aliança Láctea Sul Brasileira define grupos de trabalho para direcionar ações dos setores público e privado.

A primeira reunião técnica da Aliança Láctea Sul Brasileira aconteceu nesta segunda-feira (29) em Florianópolis e reuniu lideranças do setor de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Durante o encontro, foram constituídos cinco grupos temáticos voltados para a qualidade do leite e os programas de pagamento por qualidade, a transferência de tecnologia, assistência técnica e qualificação, a sanidade e inspeção, a gestão industrial e de transporte e a política tributária e desenvolvimento de mercado. Os GT’s irão direcionar as ações dos setores público e privado num esforço de desenvolver todos os elos da cadeia produtiva no sul do país. Com a união dos três estados, o Sul se tornará em 2015 a região de maior produção do País, superando pela primeira vez o Sudeste.

Com problemas e oportunidades comuns, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul se unem em um fórum permanente que congrega produtores, governo e indústrias em busca de um desenvolvimento harmônico do setor. Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Claudio Fioreze, a Aliança é um bloco técnico, econômico e político que tem compromisso com a cadeia leiteira e os produtores. “Dados mostram que, em alguns anos, teremos um excedente na produção e temos uma responsabilidade muito grande com os produtores, com as indústrias de processamento e com a sociedade”.

O secretário Spies explicou que com os grupos de trabalho a ideia é transformar as ideias em ações que proporcionem um salto de qualidade e produtividade. “As condições naturais e culturais do sul do país são muito favoráveis para o desenvolvimento da cadeia leiteira. O desafio é transformar todo esse potencial em negócios e, com os três estados combinando as suas políticas e estratégias, nós conseguiremos ir mais longe e mais rápido para que o leite seja um produto competitivo no mercado global”.

“O leite é candidato a ser mais uma estrela do nosso agronegócio e nós precisamos preparar esse setor para ser competitivo no mercado global, ou seja, ser capaz de produzir leite bom, a custo competitivo e com qualidade”, afirmou o secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies.

Como forma de incentivar a busca por um leite melhor, sem fraudes e com um maior retorno financeiro para os produtores de leite com qualidade, foi criado um grupo de trabalho voltado para a qualidade do leite e dos programas de pagamento do leite por qualidade. “Em qualquer setor o consumidor busca a qualidade e no setor primário nós queremos privilegiar a qualidade da matéria prima. Por meio de uma diferenciação de preços, queremos privilegiar quem trabalha bem porque qualidade custa esforço, trabalho e dinheiro”, ressaltou o presidente da Comissão de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e também coordenador da Aliança Láctea, Ronei Volpi.

O grupo, que trabalha com as transferências de tecnologia, assistência técnica e qualificação profissional apresentará as alternativas para que os produtores possam se profissionalizar e produzir mais quantidade de leite, com melhor qualidade, resultando em uma rentabilidade maior. O terceiro grupo trata das questões de sanidade dos rebanhos e da inspeção dos produtos de origem animal, abordando principalmente o controle da brucelose e tuberculose nos rebanhos.

Há outro ligado à gestão industrial e boas praticas para que os laticínios que trabalham na industrialização e transformação do leite em derivados tenham acesso à tecnologia, mão de obra qualificada e apoio à gestão dos processos industriais. O quinto tem como tema a política tributária e o desenvolvimento de mercado, visando buscar alternativas para acabar com qualquer diferença de tributação que possa causar uma competição deletéria. Além disso, a preparação dos três estados para exportar produtos lácteos deverá ser contemplada.

A reunião aconteceu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e o presidente José Zeferino Pedroso reconheceu a importância do setor leiteiro para o agronegócio catarinense, principalmente para a geração de renda para os agricultores familiares. “Ao contrário da suinocultura e avicultura, que estão ligadas à agroindústria, com a produção de leite, o produtor é o único dono de seu próprio negócio. A produção de leite é uma vocação do nosso estado”.

Assessoria Comunicação Seapa/RS

 

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