Notícias do dia 07.12.09

“Beba mais leite”  – Produtores de leite do município de Luz (MG) atendidos e apoiados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), estão cada vez mais se organizando para conseguir um preço melhor para o produto. A iniciativa está sendo viabilizada por meio de uma campanha para aumentar o consumo de leite, sensibilizando o consumidor, principalmente crianças, para o valor nutricional da bebida. O slogan “Beba mais leite” vem sendo divulgado em peças publicitárias como bonés, adesivos, camisetas e em placas fincadas às margens da Rodovia 262, no perímetro urbano de Luz, desde fevereiro do ano passado. Os resultados já estão aparecendo. Segundo o produtor Ademar Lino de Araújo, idealizador do projeto, está sendo criada a Associação Beba Mais Leite, com foco na valorização do produto e do produtor. “A gente sabe que não é algo a curto prazo, mas a gente tem de começar. Acreditamos que a médio prazo, o consumo vai aumentar e o preço melhorar”, informa. Lino acrescenta que é preocupante o consumo de sucos artificiais pelas crianças, em detrimento do leite, alimento reconhecidamente nutritivo. O colaborador da campanha, Guilherme Resende de Oliveira, confirma que, desde o lançamento da Beba Mais Leite, as adesões dos produtores locais e dos municípios vizinhos à causa, assim como dos consumidores de leite, aumentaram. Segundo ele, o grupo formado por lideranças do setor, planeja hoje ações mais focadas no consumidor final, e já estão em pauta, a utilização de outdoors e banners em supermercados e padarias, além das atuais peças publicitárias. O grupo da Beba Mais Leite tem reuniões quinzenais, para delegar as funções entre os colaboradores, que reúnem cooperativas de produtores de leite, órgãos municipais e produtores dos municípios de Dores do Indaiá, Extrema e Esteio, que aderiram ao projeto. Os associados da campanha produzem atualmente 140 mil litros de leite por dia. Já a produção total do município é de 180 mil litros, segundo Ademar. Como o preço do litro ainda continua aquém do almejado pelos produtores de Luz, o autor da Beba Mais Leite alega que “para cobrir os custos, o preço mínimo necessário deve ser de R$ 0,80 o litro”. (Secretaria de Estado de Governo)

Preço/RJ – Produtores de leite de Santo Antônio de Pádua (RJ) fizeram um protesto neste domingo, distribuindo dois mil litros de leite. A cidade produz um milhão de litros por mês, e como nesta época a produção aumenta, o excedente está sendo vendido a 20 centavos. Formou-se uma enorme fila na Praça, mas ninguém estava insatisfeito. A recompensa não demorou. Teve leite para toda a família. Dona Maria das Graças Fernandes, que gasta, em média, R$ 100 só com leite, ficou feliz da vida. Mas a alegr ia foi só para a comunidade. Com a produção em alta, os produtores só conseguem vender o excesso a 20 centavos. “Com o dólar barato está entrando muito leite. Vem leite da Europa, entra na Argentina, entra no Uruguai e vem através do Mercosul pro Brasil. Sem imposto, sem nada. Sendo que um produtor na Europa ganha um salário mínimo pra ter uma vaca, e aqui no Brasil a gente tem que pagar para ter a vaca. Isso é um absurdo”, disse Alexandre Brasil, Presidente da Associação dos Produtores de Leite. (in360º)

Argentina – O preço médio declarado das exportações argentinas de leite em pó, em novembro, foi de US$ 3.005 a tonelada. Os preços médios de US$ 2.729; US$ 2.479 e US$ 2.306 foram obtidos em outubro, setembro e agosto, respectivamente. Isso corresponde a um aumento de 30% em três meses. Das 238 operações de exportação, 169 foram declaradas com preços superiores a US$ 3.000, e 15 com valores inferiores a US$ 2.500 a tonelada. Os pr incipais destinos das 15.452 toneladas embarcadas foram: Venezuela (30,3%); Argélia (15%); Senegal (14%); Nigéria (8,3%); Brasil (6,8%) e Bangladesh (3,2%). Em novembro de 2008 foram exportadas 27.064 toneladas de leite em pó integral, a um preço médio de US$ 2.638. Entre janeiro e agosto de 2008, todos os preços médios declarados foram superiores a US$ 4.000, mas em setembro de 2008 o preço desceu para US$ 3.500, e foi caindo até atingir US$ 1.984 em janeiro de 2009. Desde então começou uma recuperação progressiva. (Infortambo)

 

Negócios

Projetos – Com a queda dos preços das commodities e a valorização do real, as empresas ligadas ao agronegócio adiaram os investimentos. Frigoríficos e laticínios aguardam uma recuperação mais consisten te das cotações internacionais para desengavetar os projetos. A Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora paralisou a construção de duas plantas de abate de aves em Canoinhas (SC) e em Carazinho (RS). O investimento nas fábricas somava R$ 800 milhões. “Ainda não temos cronograma para retomar”, disse o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton. (O Estado de SP)

Itambé – O laticínio mineiro Itambé também adiou a duplicação da fábrica de Uberlândia, que é voltada a produção de leite em pó para a exportação. “Ainda está paralisado, mas podemos retomar o projeto no ano que vem, dependendo do nível do câmbio”, disse Jacques Gontijo, presidente da empresa. A Itambé, que tinha interrompido os embarques para o exterior, prepara-se para retomar as exportações de leite em pó, por causa da recuperação do preço do produto no mercado internacional, que começou em setembro. “Com o preço atual e o câmbio a R$ 1,7, já temos alguns negócios fecha dos, que devemos embarcar no fim do mês”, disse Gontijo. Ele afirmou que a exportação pode se tornar complicada se o dólar bater em R$ 1,60. (O Estado de SP)

Supermercados/PR – Os supermercados do Paraná apostam em uma expansão nas vendas de Natal superior à média nacional. A expectativa da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras) é de que as vendas aumentem entre 15% a 20% em relação ao Natal de 2008, o que equivale ao dobro do crescimento previsto pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras). Pesquisa feita pela entidade revelou que a indústria nacional esperava um crescimento de 7,9% no período. (Folha de Londrina)

Fusões – A rotina de trabalho no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é um dos sinais de como o Brasil tem seguido a tendência mundial de concentração das empresas. O julgamento de atos de concentração cresceu no órgão ligado ao Ministério da J ustiça. Em janeiro foram 12 casos; em outubro, 32. De janeiro a outubro foram 400. O alto custo do crédito, dívidas altas e a queda no consumo colaboraram para aumentar a lista de empresas disponíveis para aquisição em 2009. (Jornal da Tarde)

Pão de Açúcar – Em seis meses, desembolsando apenas R$ 500 milhões, o Pão de Açúcar dobrou de tamanho com as aquisições do Ponto Frio e da Casas Bahia. De uma companhia com faturamento pouco menor que R$ 20 bilhões, transformou-se num negócio com receita bruta anual de R$ 40 bilhões. (Valor Econômico)

Café com leite – Minas Gerais concentra 25% da produção nacional de café. No leite, os mineiros também são responsáveis pela maior bacia leiteira do país. Os produtores do Estado estão apostando na mistura café com leite na mesma propriedade para reduzir custos e otimizar a renda, principalmente nas propriedades de agricultura familiar. No interior de Patrocínio (MG), são encontrados exemplos desta diversificação que vem conciliando custos e ajudando a pequena propriedade a ser rentável dentro do sistema de cooperativismo. O criador José Luiz da Silva tem oito vacas que produzem 100 litros de leite por dia. Na divisão dos piquetes, a pastagem faz vizinhança com cinco hectares de café. As propriedades que conciliaram os dois produtos foram as de pecuaristas que adotaram a cafeicultura como uma segunda atividade. A grande vantagem está na renda mensal do leite que ajuda na manutenção dos cafezais até chegar a hora da colheita. — Tem grande propriedade que está aumentando a produção de leite para que a renda possa pagar a folha de pagamento do café — diz o extensionista Ademar Ávila Júnior. (Canal Rural)

 

Setoriais

Real fo rte – O câmbio deixou de ser um problema apenas da indústria e os produtores rurais se juntaram ao coro de reclamações. Sem a ajuda dos preços internacionais recordes de antes da crise, a valorização da moeda prejudica a rentabilidade das exportações agrícolas. Depois de três anos de bonança, o setor agropecuário experimenta queda da remuneração em moeda local. Os preços em reais das exportações agrícolas cederam 14,5% entre junho e setembro, diz o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Enquanto os preços em dólares das exportações agrícolas avançaram 6,3% no terceiro trimestre, o real se valorizou 19,6% em relação às moedas dos principais parceiros do agronegócio. (O Popular)

Soja – O setor de soja termina o ano com recorde nas exportações, que devem somar 28 milhões de toneladas. Mesmo assim, as receitas externas caem para US$ 16,5 bilhões, após terem atingido US$ 17,99 bilhões em 2008, estima a Abiove (A ssociação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). O processamento de soja deve ficar em 29,5 milhões de toneladas neste ano, 8% menos do que em 2008. Com exportações recordes, os estoques finais de soja em grãos podem recuar para 600 mil toneladas, os menores desde 2002, informou a Abiove. (Folha de SP)

Rastreabilidade – Após anunciar duas vezes neste semestre a abertura de consulta pública sobre a nova instrução normativa que trata da rastreabilidade do gado brasileiro, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Inácio Kroetz, informou que não há data prevista para que isso ocorra. De acordo com Kroetz, o texto que regula o Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) está sendo analisado e ajustado por técnicos do ministério de forma a não ferir a lei 12.097/2009 publicada no Diário Oficial da União no último dia 25, após sanção do presidente Lula, e que entra em vigor em janeiro de 2010. Os controles deverão ser implementados no prazo de até dois anos a contar da data da regulamentação. “É preciso que as regras sejam possíveis de serem cumpridas pelos pecuaristas, tenham aceitação internacional e sejam adequadas às exigências legais”, ponderou o secretário. (Correio do Povo/RS)

Economia

Projeção – A pesquisa semanal Focus divulgada hoje pelo Banco Central (BC) registrou alta nas projeções para a taxa básica de juros da economia (Selic) no fim de 2010, de 10,50% para 10,63% ao ano. Para o final de 2009, o mercado manteve a previsão de que a Selic fique em 8,75% ao ano. O mercado financeiro também aumentou a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009, de 4,25% para 4,26%. Assim, a previsão dos analistas ficou dentro da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2010 subiu de 4,45% para 4,48%, dentro da meta, que também é de 4,50% no ano que vem. (Agência Estado)

IPC-C1 – As famílias de baixa renda voltaram a sentir os efeitos da inflação em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,23%, após registrar deflação de 0,18% em outubro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos (de R$ 465 a R$ 697,50). Em comunicado, a FGV explicou que, em novembro, a classe de despesa que mais contribuiu para o avanço da taxa do IPC-C1 foi Alimentação, cujos preços saíram de uma queda de 0,87% para uma elevação de 0,40%, de outubro para novembro. Entre os alimentos, a FGV destacou a aceleração de preços e o fim da deflação em hortaliças e legumes (de inflação de 2,49% para 6,81%) e em frutas (de d eflação de 6,53% para inflação de 2,57%), respectivamente. (Agência Estado)

Globalização e Mercosul

Queda – O comércio mundial registrará este ano provavelmente uma queda sem precedentes superior a 10% em consequência da crise econômica, advertiu o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. Mesmo admitindo que os governos fizeram progressos na luta contra a crise, Lamy destacou que ainda resta muito por fazer. “Em fevereiro deste ano, a crise atingiu o pico. Menos de um ano depois, conseguimos avançar, mas ainda não saímos do problema”, afirmou durante um fórum em Seul. (AFP)

BIS – O fluxo de dólares para o Brasil passou a ser um dos maiores do mundo e o País poderá crescer em média quase 5% anualmente até 2014. Os dados e projeções estão sendo divulgados hoje pe lo Banco de Compensações Internacionais (BIS, o banco central dos bancos centrais), que revela que a expansão nos países emergentes servirá de base para a recuperação dos países ricos. Mas o BIS alerta que o mercado não confia na capacidade dos governos em lidar com o desafio da apreciação de moedas como o real. Só no segundo trimestre, a entrada de capitais ao Brasil somou US$ 15 bilhões. O BIS admite que o mundo deixou a recessão. Mas faz sérias advertências: as incertezas sobre o crescimento são profundas e a volatilidade nos mercados não está superada. Por enquanto, a percepção é de que a recuperação está sustentada de forma perigosa apenas nas baixas taxas de juros e nas medidas de estímulo. (Agência Estado)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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