Notícias do dia 28.10.09

Importações – Os números preliminares da média diária de outubro de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 17,20% menores que a média de setembro de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar. (www.terraviva.com.br)

 

 

Leite  – O preço do leite tipo Longa Vida vem liderando o ranking de contribuições de baixas do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na capital paulista desde a segunda quadrissemana de agosto. Desde então, o produto, que chegou a ser o principal vilão da inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na metade do ano, vem ajudando a aliviar diversas pressões de alta de outros itens dentro do indicador. Na terceira quadrissemana de outubro, por exemplo, o leite Longa Vida caiu 10,72% e respondeu sozinho por um alívio de 0,10 ponto porcentual de toda a taxa do IPC do período, de 0,16%. O segmento leites, que engloba, além do Longa Vida, outras versões da bebida láctea, apresentou queda média de 6,39% na terceira quadrissemana, pouco menos intensa que a baixa de 6,64% do levantamento anterior. Dentro deste segmento, o leite tipo “B” caiu 0,74%, c ontra baixa anterior de 0,61%. O leite tipo “A”, por sua vez, subiu 0,17% ante elevação de 0,22%. Outro produto derivado do leite que chamou a atenção no ranking de baixas do IPC foi o queijo mussarela, que caiu 3,36% na terceira quadrissemana ante recuo de 3,99% da segunda quadrissemana. O queijo prato, por sua vez, ampliou a intensidade de baixa, de 3,83% na segunda medição de outubro, para um recuo de 4,29%. (Agência Estado)

Produção/MT – O projeto de lei 068/09 implantando o SIM (Serviço de Inspeção Municipal) que tramita na Câmara Municipal de SINOP, e pode ser votado na próxima sessão, foi debatido em audiência pública. Com a criação do SIM, os pequenos produtores deverão regularizar suas atividades para receber um selo atestando que seus produtos são de boa procedência e estão dentro das normas de higiene e saúde. A inspeção sanitária ocorrerá nos estabelecimentos industriais, abatedouros e propriedades rurais com instalaçõ es para o abate de animais, no preparo ou industrialização para o consumo, usinas de beneficiamento do leite, fábricas de laticínios, postos de recebimento, refrigeração e desnatagem do leite ou nos postos de recebimento, refrigeração e manipulação de seus derivados bem como nos respectivos entrepostos. (SóNotícias/MT)

Cabras/PE – Os produtores de leite de cabra da Cooperativa Agropecuária do Sertão do São Francisco-Cooaprisco de Santa Maria da Boa Vista, estão fazendo parte do programa Balde Cheio, que prevê o acompanhamento dos produtores por um ano com aulas práticas e teóricas de manejo de pastagens, manejo alimentar com formulação de ração balanceada, pastejo rotacionado, implantação de controle da produção leiteira, até o melhoramento genético por meio da inseminação artificial. Após, a fase de palestras, os técnicos locais irão selecionar os produtores participantes, atendendo a critérios de aptidão e experiência no ramo, entre outros. (Página Rural)

Balde Cheio/PE – A Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), juntamente com o Banco do Nordeste (BNB) e o Governo Estadual, está divulgando a implantação do Programa Balde Cheio no Estado, voltado para técnicos e produtores. A ação visa à disseminação de novas tecnologias para incentivar a produção intensiva de leite no pasto. Para anunciar o Programa, foram realizadas palestras nos municípios de Águas Belas, Bodocó, Garanhuns, Salgueiro e Santa Maria da Boa Vista, visando à abertura das inscrições aos produtores e técnicos interessados em participar da capacitação que terá duração de um ano. Os cursos serão ministrados por técnicos agrícolas de instituições parceiras e prefeituras. O projeto é inspirado nas técnicas usadas em propriedades do município de Sousa, na Paraíba e já foi implantado no Estado de Alagoas. (JusBrasil)

Manejo – O produtor José Carlos Gomes de Almeida, de Salto de Pirapora, região de Sorocaba (SP), produzia 100 litros diários de leite, e já pensava em vender a propriedade, quando foi convidado a assistir a uma palestra sobre produção intensiva de leite. Hoje, ele serve de inspiração para dezenas de outros pequenos produtores. Com o mesmo plantel, em 2 hectares de pasto tratado, em sistema de rotação, Almeida produz o dobro, 200 litros diários, a um custo menor. O sucesso da família Almeida levou os sindicatos rurais de Salto de Pirapora e Sorocaba a buscarem parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para recuperar a pecuária de leite na região. Na década de 70, Salto de Pirapora era uma importante bacia leiteira, com produção próxima de 40 mil litros por dia. A produção de leite, hoje, não chega a 10 mil litros diários. (O Estado de SP)

PróLeite – O 1º Encontro Regional de Pecuária Leiteira, que ocorrerá dias 30 e 31, em Salto de Pirapora, deve atrair mais de 200 participantes. No próximo ano, a região será inclusa no PróLeite, programa governamental de estímulo ao pequeno pecuarista leiteiro. Conforme José Arnaldo Vieira de Moraes, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o programa elevou de 90 para 140 litros por dia a produção média de 30 pequenos produtores de Sarapuí, cidade vizinha. “Eles têm margem de lucro de R$ 0,30/litro, ótima para o produtor familiar.” (O Estado de SP)

Queijo/RS – O Queijo Serrano representa 50% do faturamento da maioria das propriedades rurais com menos de 300 hectares na região dos Campos de Cima da Serra, especialmente de São Francisco de Paula, e precisa ser legalizado e certificado para garantir aumento na renda dos produtores. “Ele é especial por ser produzido a partir de vacas de raças de corte, somente nas propriedades desta região”, informa o presidente da Emater, Mário Nascimento, que marcou uma reunião com o secretário da Agricultura, João Carlos Machado, para tratar do assunto, amanhã, com os prefeitos da região. O presidente da Emater/RS está convencido de que a legalização dará um salto na geração de renda para os pecuaristas familiares. (Jornal do Comércio/RS)

Produção/SC – A prefeitura de Siderópolis formou uma parceria com a Epagri para implantação do Programa Pró-Leite. O objetivo é estimular o aumento da produção no município, que atualmente fornece 100 mil litros por mês, aos quatro laticínios da cidade que consomem mensalmente cerca de 500 mil litros. “Esses números mostram que produzimos apenas 20% do que necessitamos. Temos potencial e queremos transformar a cidade num pólo da produção de leite”, afirma o prefeito. O projeto visa o fornecimento de técnicos de campo aos produtores e infra-estrutura necessária. Produtores foram chamados para discutir o assunto essa semana e receberam com satisfação a ideia. A intenção é q ue o programa seja colocado em funcionamento no início de 2010. Atualmente são mais de 100 pequenos produtores de leite no município. (Diário de Criciúma/SC)

 

Negócios

Sorvete Orgânico – A empresa brasileira Nuttra Sorvetes Orgânicos está buscando um distribuidor no mercado árabe. Em fevereiro, a companhia vai participar pela segunda vez da feira de alimentos de Dubai, a Gulfood, para promover seus produtos e concretizar negócios. “Tive uma procura muito grande em Dubai. Senti que os árabes gostaram bastante do produto”, afirmou o empresário Fernando Barcellini, criador da Nuttra. Na edição deste ano, Barcellini fez mais de 50 contatos na feira, sendo que uma empresa dos Emirados Árabes levantou a possibilidade de importar o sorvete, distribuir e até fabricar. Uma empresa do Kuwait também ficou interessada nos produtos orgânicos. Segundo o empresário, no próximo ano ele vai estar mais preparado para exportar, pois pretende levar as embalagens em inglês e árabe. (ANBA)

Lançamento – O lançamento do sorvete Nuttra no mercado interno será realizado nesta quarta-feira (28) em São Paulo na feira de orgânicos Biofach. A primeira tiragem do produto é de 30 mil potes de sabores como açaí, amora, manga, maracujá, acerola e morango. Os sorvetes são divididos em duas linhas, à base de água e à base de leite. Nenhum contém glúten e gordura trans. Segundo o empresário, até fevereiro, serão lançados mais dois sabores. No mercado interno, os sorvetes serão comercializados em lojas da rede Pão de Açúcar, e no externo, Barcellini deve fechar negócio na feira Biofach com um distribuidor da Espanha, que fará a distribuição pela Europa. (ANBA)

BioFach – A feira é uma versão e specialmente montada para a América Latina e tem apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Um dos destaques nos três dias de feira será o Algodão Orgânico que envolve produtores de quatro estados nordestinos – Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte – e procura criar um mercado consumidor no Brasil. Além de ser um espaço para comercialização, o coordenador de Planejamento e Implementação de Projetos do MDA lembra que a Biofach é um espaço para os empresários conhecerem as políticas do governo de incentivo à produção orgânica. A estimativa dos organizadores é que nove mil visitantes circulem pelos stands da Biofach este ano, um número 20% superior a 2008. A feira abre hoje e vai até a próxima sexta feira. (Nordeste Rural)

Leite Moça – A cada 50 segundos é vendido um frasco de Chanel nº5 no mundo. No Brasil, a cada sete segundos sai da prateleira uma lata de Leite Moça. É claro que quem encara uma dose diária d o produto não entra num pretinho básico. Em compensação, o produto de 72 anos pode desfilar seu guarda-roupa clássico com o mesmo glamour. Até o fim do ano a Nestlé manterá no mercado cinco embalagens históricas do produto. Não dá para colecionar. É só um charminho retrô para lembrar de quando sua cintura era igual a da moça da latinha. (Valor Econômico)

Feileite – Com uma ampla programação de reuniões, seminários, workshops e palestras, a 3ª edição da Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite) será realizada de 3 a 7 de novembro, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital. Os organizadores esperam receber 20 mil visitantes. A feira terá 1.500 argolas, com animais das raças guzerá, gir leiteiro, girolando, simental, jérsei e holandesa. Um dos destaques será o 5º Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos com Aptidão Leiteira, nos dias 6 e 7. No dia 4, o será o Fórum do Cooperativismo. Com o tema “O cooperativismo, a produção e o leite no Estado de São Paulo”, o fórum pretende fomentar políticas públicas para a cadeia do leite, promover e fortalecer o cooperativismo e o associativismo e propor melhorias para gestão e produção de leite em São Paulo. (O Estado de SP)

Panetones – Um estudo da Nielsen mostrou que o panetone tem presença na mesa do consumidor de todas as classes sociais. Nas classes A e B, o índice de consumo chega a 59,5%; na classe C é de 49%; e nos grupos D e E, alcança 32,6%. “Panetones em embalagens de saco plástico, que têm um custo menor, permitiram que mais consumidores das classes D e E tivessem acesso ao produto”, diz Marisa Holzknecht, gerente do painel de consumidores da Nielsen. (Valor Econômico)

MDD – Metade dos produtos da cesta básica dos espanhois é da marca dos distribuidores (MDD), segundo, um estudo divulgado pelo El Periódico. As MDD começaram a reg istrar “fortes crescimentos” no último trimestre de 2007, quando teve início o aumento dos preços das matérias-primas. As MDD atingiram, no segundo trimestre de 2009, uma quota de mercado em valor superior a 38% na Espanha. A posição é uma das mais elevadas da Europa. No Reino Unido representa 34% do valor das compras, na França 29%, e na Itália 14%. O estudo confirma que os preços das MDD aumentaram mais do que os das marcas de fábrica, no ano passado. E no primeiro semestre deste ano, as MDDs apostaram menos na redução de preço que as suas rivais. Apesar disso, o diferencial continua a ser “significativo”, porque uma cesta de compras composta apenas por produtos sem marca representa uma poupança média de 38%, assegura o documento. (Hipersuper)

 

Setoriais

Insumos – Os gastos com as importações de adubos e fertilizantes recuaram para US$ 20,4 milhões por dia útil na quarta semana deste mês (de 19 a 25), segundo informou ontem a Secex. No acumulado médio do mês, o recuo é de 5%, mas em relação a outubro de 2008 a queda é bem maior: 44,1%. (Folha de SP)

Divulgação – Amanhã, embaixadores de 20 países participam de workshop em Uberaba (MG) para conhecer a pecuária brasileira. A ideia é intensificar exportações de animais vivos e material genético. A programação do workshop inclui palestras sobre o potencial da raça girolando para produção de leite e visitas técnicas. (O Estado de SP)

Milho – O milho grão registrou ligeiro aumento de preço em outubro. Algo em torno de 0,5%. Apesar da alta, as atuais cotações do grão estão 10,5% abaixo da média dos últimos 14 meses. Só de julho a setembro o preço do grão caiu 12% em São Paulo. Boa notícia para o pecuarista , uma vez que o preço do leite já começa a cair nas principais bacias do país. Nos seis últimos meses a relação de troca para o produtor de leite em relação ao insumo se manteve acima da média histórica, 1,88 kg/1 litro de leite C. Aproximadamente 30% mais que no mesmo período de 2008. (Pecuária.com)

Economia

Balança – A balança comercial brasileira apontou déficit de US$ 74 milhões na quarta semana de outubro (entre os dias 19 e 25). Neste mês, no entanto, o saldo ainda é positivo, em US$ 1,239 bilhão, resultado de importações de US$ 9,762 bilhões e exportações de US$ 11,001 bilhões. O volume médio diário de exportações em outubro foi calculado em US$ 687,6 milhões, o que significa um desempenho 18,3% inferior se comparado com a média diária de volume exportado em outubro do ano passado. Em comparação com setembro, essa média é 4,2% maior. (Valor Econômico)

Confiança – A confiança da indústria brasileira melhorou em outubro para o maior patamar desde setembro do ano passado, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 28. O índice subiu 2,7% sobre setembro, para 112,2 pontos, com ajuste sazonal. Sobre outubro de 2008, a alta foi de 7,4%, na primeira taxa positiva em 13 meses, “comparação favorecida pelo fato de que a coleta de dados de outubro de 2008 já estava influenciada pelo aprofundamento da crise financeira internacional, ocorrida a partir de meados do mês anterior”, segundo a FGV. (Reuters)

Classes – A base da pirâmide social, as classes D e E, de menor renda, foi responsável pela metade do crescimento das vendas de alimentos e artigos de higiene e limpeza nos supermercados, no primeiro semestre deste ano, revela um estudo da consultoria Nielsen. As 44 categorias de produtos pesquisa das em 8.400 domicílios brasileiros tiveram um acréscimo no volume de vendas de 3% no primeiro semestre deste ano em relação aos mesmos meses de 2008. E as classes D e E contribuíram com 50% dessa variação no período. (O Estado de SP)

Globalização e Mercosul

Campo – O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta terça-feira um “plano de emergência sem precedentes” de 1,65 bilhão de euros (cerca de US$ 2,47 bilhões) para o setor agrícola do país, que deve perder entre 10% e 20% da receita em razão da queda das cotações de commodities. Segundo Sarkozy, que anunciou a medida em um discurso intitulado “Um novo futuro para nossa agricultura”, o governo dará, a título de “ajuda excepcional do Estado”, 650 milhões de euros para o setor e concederá 1 bilhão de euros em empréstimos, a taxas de juros vantajosas, de apenas 1% a 1,5% ao ano. Iniciativas de países ricos como as anunciadas pelo governo francês, de ajuda direta e subsídios ao setor agrícola, são fortemente criticadas pelo governo brasileiro em negociações para a liberalização do comércio mundial. (BBC Brasil)

Plano – Nas últimas semanas, produtores de leite fizeram inúmeros protestos em toda a França despejando milhões de litros do produto em ruas e campos de todo o país, alegando ter prejuízos com a venda. Sarkozy anunciou que para lidar com a crise do setor agrícola francês, ele aplicará um plano com três iniciativas. Elas preveem um financiamento “ambicioso” e uma nova “regulação da agricultura e do setor agroalimentar na Europa e no mundo”. A terceira delas, segundo Sarkozy, é “dar continuidade à modernização da agricultura francesa para preparar a Política Agrícola Comum de 2013”. (BBC Brasil)

[28/10/2009]

Neozelandeses falam sobre projeto de leite na Bahia

O diretor executivo e um dos sócios da Leitíssimo, Craig Bell, concedeu entrevista exclusiva ao MilkPoint, falando sobre a Fazenda Leite Verde, seus novos projetos – principalmente quanto à fábrica de leite UHT na propriedade – e o que atraiu produtores da Nova Zelândia a investirem no nordeste brasileiro.

Craig Bell (ex-Gerente Geral da Fonterra Brasil) e Simon Wallace (cuja família é uma das maiores produtoras de leite da Nova Zelândia) são os principais diretores da empresa, com total de 10 sócio-investidores, entre brasileiros e neozelandeses.

MKP: O projeto de industrialização sempre existiu, ou representa uma mudança na estratégia da empresa? Se é uma ideia nova, porque essa decisão, considerando que na Nova Zelândia, por exemplo, a verticalização não é uma realidade?

Craig Bell: Quando começamos o projeto, notamos que o Nordeste do Brasil é uma região deficitária de leite, e acreditamos que é melhor ter uma fazenda perto da demanda do que em uma região excedente de leite. Além disso, tem possivelmente o melhor clima no Brasil para produção de leite ao pasto, o Sudoeste de Bahia oferece essa outra vantagem.

“Notamos que o Nordeste do Brasil é uma região deficitária de leite, e acreditamos que é melhor ter uma fazenda perto da demanda do que em uma região excedente de leite”.

MKP: A Leite Verde sempre se manteve distante da imprensa e mesmo de técnicos e produtores que desejavam visitá-la. Porque de repente essa mudança, abrindo a propriedade para visitação?

Craig Bell: Optamos por manter uma posição distante durante este período devido a que queríamos ter dados reais do potencial de produção da nossa região antes de divulgar resultados. Agora temos dados confiáveis do potencial para divulgação e já recebemos vários técnicos na fazenda, notavelmente da DPA.

MKP: Quando se diz que as condições são ainda melhores do que na

Nova Zelândia, o Sr. se refere a custos de produção?

Craig Bell: Podemos produzir três vezes mais leite por hectare do que a Nova Zelândia consegue, com um perfil regular de produção durante o ano, sem a necessidade de fazer silagem ou usar outros suplementos durante o inverno. O custo de produção é similar ao da Nova Zelândia, mas as vantagens acima fazem a diferença para nós.

“Podemos produzir três vezes mais leite por hectare do que a Nova Zelândia consegue, com um perfil regular de produção durante o ano, sem a necessidade de fazer silagem ou usar outros suplementos durante o inverno”.

MKP: Se positivo, o Sr. acha que essa região do país pode se transformar em um novo polo de produção de leite, inclusive com potencial de exportação?

Craig Bell: Existe na nossa região de Jaborandi e Cocos, uma grande oportunidade para produzir leite com um custo baixo devido ao clima, e à abundância e qualidade de água. Esta região possui todas as condições para transformar-se em um novo polo de produção de leite no Brasil, mas para exportar temos dúvidas porque estamos a 1.200 km longe da costa e o custo de logística é alto.

“Esta região [Jaborandi e Cocos] possui todas as condições para transformar-se em um novo polo de produção de leite no Brasil”.

MKP: O Sr. acha que, a partir do sucesso desse empreendimento, outros produtores da Nova Zelândia irão se estabelecer no Brasil?

Craig Bell: Já existem outros fazendeiros da Nova Zelândia no Brasil em outras regiões, e acho que provavelmente chegarão mais fazendeiros neozelandeses ao Brasil.

MKP: Quais foram as grandes dificuldades verificadas por um produtor neozelandês que, há 7 anos, decidiu se estabelecer em uma região sem tradição na atividade e com pouca infraestrutura?

Craig Bell: Tínhamos que estabelecer a maioria da infraestrutura, investindo em 25 km de linhas de energia elétrica, 75 km de estradas, uma escola, e muitas casas, além de desenvolver diversas habilidades dentro da companhia para manutenção e operação do projeto. Um fazendeiro na Nova Zelândia não precisa preocupar-se com estes detalhes.

MKP: Em sua opinião, quais são os grandes desafios que o setor tem no Brasil, se comparado por exemplo à Nova Zelândia?

Craig Bell: Na minha opinião, o maior desafio para o setor no Brasil, pensando em sistemas de produção a pasto, é a qualidade genética das vacas. Encontramos uma grande diferença de conversão de pasto em leite entre a genética da Nova Zelândia e as vacas brasileiras, mas acho que com um enfoque nessa área é possível desenvolver uma vaca com bom potencial para as condições locais.

“Encontramos uma grande diferença de conversão de pasto em leite entre a genética da Nova Zelândia e as vacas brasileiras”.

Adicionalmente, se o Brasil deseja aumentar seu volume de exportações, a qualidade de leite precisa melhorar muito, eliminando resíduos de carrapaticidas e antibióticos da cadeia, e reduzindo a contagem de bactéria no leite cru, que é aproximadamente 1.000.000 UFC/ml hoje, para menos que 50.000 UFC/ml.

“Se o Brasil deseja aumentar seu volume de exportações, a qualidade de leite precisa melhorar muito”.

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

Avenida Celina Chaves Kroeff, s/n
Parque de Exposições, Quadra 19
93270-530 – Esteio/RS
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