Leite – Houve uma queda na recepção de leite pelas indústrias no segundo trimestre de 2009. Conforme dados preliminares publicados pelo IBGE, a quantidade de leite recebida pelos laticínios sob fiscalização no segundo trimestre de 2009 foi -8,7% menor que no mesmo período de 2008 e 6,66% maior que o mesmo período de 2007.
Qualidade – O leite brasileiro não é competitivo no mercado internacional porque a água usada no manejo dos animais compromete a qualidade do produto. No mercado de exportação de carnes, o Brasil quer ser classificado como 100% livre de aftosa até o final do próximo ano. Os assuntos foram debatidos nesta terça, dia 29, no segundo dia do 4º Rural Tecnoshow, que ocorre em Londrina (PR). Segundo a pesquisadora da Universidade de Santa Catarina, Lídia Picinin, 88% das doenças dos países em desenvolvimento existem por conta da baixa qualidade da água. Os níveis de contaminação da água usada no setor leiteiro também são alarmantes. No Estado catarinense, 100% das propriedades leiteiras estão fora do padrão ideal de pureza, de acordo com uma pesquisa feita por ela, este ano. Nem minas, poços artesianos e nascentes estão livres de impurezas. O problema começa na falta de conscientização de cada pessoa. (Canal Rural)
Leite na Escola – Em comemoração ao Dia Mundial do Leite na Escola, a sociedade Promotora de Lácteos do Chile distribuiu mais de 100 litros de leite a estudantes e alertou sobre o baixo consumo do produto no país, em média, 180 litros de leite per capta/ano, valor muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Para o Ministério da Saúde Chileno, o nível de consumo de leite normal para uma população sadia, deveria ser superior a 234 litros per capta/ano. Este ano, segundo a Nestlé, entre 2% e 3% do consumo de leite foi substituído por refrigerantes. (Fedeleche)
Lácteos/UE – O diretor de recursos agrícolas do Ministério da Agricultura espanhol, Carlos Escribano, disse que o setor lácteo precisa de reestruturação e não de ajudas econômicas. Negou que a União Europeia (UE) não tenha concedido ajudas durante a crise, mas que estas não foram suficientes para resolver a delicada situação resultante da queda dos preços no mercado. Uma reestruturação do setor, envolvendo todos os elos da cadeia é uma solução para o futuro, uma vez que ajudas não resolvem o problema. Escribano lembrou que os requisitos estabelecidos pela UE com relação ao controle da higiene, enfermidades, além da condição de vida dos animais, são questões novas, e que aumentam o custo de produção. (Frisona)
Negócios
Agrotecnoleite/RS – Por três dias, Passo Fundo assume o papel de capital leiteira do país e vai ditar os rumos da cadeia produtiva do leite. Começa hoje, no Centro de Eventos de Pesquisa da Universidade de Passo Fundo, a terceira edição da Agrotecnoleite. A feira vai mostrar ao público novidades tecnológicas para um dos setores mais promissores da economia gaúcha. Em 25 hectares, produtores e empresários do segmento terão a oportunidade de conhecer de perto as inovações da indústria para a produção leiteira. Serão 80 expositores mostrando o que de mais moderno há no mercado lácteo do país. Além da exposição, palestras sobre o mercado leiteiro discutirão os rumos do setor durante os dias de feira. (Zero Hora/RS)
Supermercados – As vendas reais dos supermercados subiram 4,12% em agosto deste ano em relação a igual mês do ano passado, segundo divulgou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com julho, as vendas tiveram alta de 0,8%. No acumulado dos oito primeiros meses de 2009, o indicador aponta crescimento de 5,3% ante igual período de 2008. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo registrou queda de 2,9% em agosto ante julho, para R$ 260,24. Já em relação a agosto de 2008, houve alta de 2,25%. Os produtos que registraram as maiores altas no mês passado em relação ao mês anterior foram tomate (19,04%), cebola (10,51%) e biscoito Maizena (4,05%). As maiores quedas foram de leite longa vida (-11,01%), batata (-10,72%) e carne dianteiro (-10,49%). (Agência Estado)
Setoriais
Crédito – A tomada de crédito pelos produtores rurais atingiu R$ 15,3 bilhões em julho e agosto. Até agora, é o maior valor liberado nos dois primeiros meses de uma safra da agricultura empresarial. Levantamento realizado pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Deagri/Mapa) mostra que o montante equivale ao triplo do liberado na safra 2005/2006 e mais de 50% do aplicado no mesmo período da safra passada. (Ministério da Agricultura)
Fundo – Um artigo e quatro parágrafos serão inseridos na Medida Provisória nº 464, em tramitação no Senado, para criar o Fundo Garantidor de Crédito do Agronegócio. Com aval dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, o novo fundo vai garantir o risco das operações de crédito a produtores rurais e cooperativas agropecuárias até o limite de R$ 2 bilhões. A medida, que está na fila para ser votada hoje no plenário do Senado, valerá apenas para operações de investimento agropecuário, e não cobrirá empréstimos de custeio e comercialização. O novo fundo garantirá até R$ 10 milhões por beneficiário, que podem cobrir várias operações de crédito. (Valor Econômico)
Agronegócio – As exportações do agronegócio brasileiro vão crescer menos nos próximos 20 anos, embora em ritmo ainda superior ao da demanda mundial. A perspectiva consta do estudo ”Brasil Sustentável – Perspectivas do Brasil na Agroindústria”, elaborado em conjunto pela Ernst & Young Brasil e a FGV Projetos. De acordo com a pesquisa, as exportações da agroindústria vão crescer, em média, 1,3% ao ano até 2030. Os embarques de matérias-primas devem aumentar 2% ao ano, enquanto os de alimentos beneficiados, apenas 1%. Entre 1995 e 2005, as exportações do setor registraram crescimento anual de 10,2%, levando o País do 9º para o 4º lugar no ranking dos maiores exportadores agrícolas. Para o coordenador técnico do estudo e responsável pelo desenvolvimento de conteúdo da FGV Projetos, Fernando Garcia, a projeção leva em conta um cenário de menor crescimento econômico mundial e estabilização da demanda por alimentos e matérias-primas nos países ricos. (Agência Estado)
Agroindústria – A agroindústria brasileira vai ter que investir para atender as demandas do mercado consumidor nos próximos 20 anos, focando no consumo de produtos processados. Essa tendência faz parte da pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas e a Consultoria Ernst Young. O estudo levou em conta o desempenho da agroindústria de 100 países que respondem por 97% do PIB mundial, e reafirma a tendência de aumento da demanda de alimentos pelos países emergentes. Nesse cenário, a China passaria de 7º para 2º maior comprador da agroindústria brasileira. Em 2007, os chineses importaram US$ 900,6 milhões da indústria de alimentos do Brasil. Em 2030, esse valor deve chegar a R$ 2,14 bilhões. Os pesquisadores estimam que a modernização da indústria de alimentos será necessária, já que o consumo de produtos processados, com maior valor agregado crescerá. O aumento das exportações de alimentos industrializados, no ano passado, propiciou ao setor exportar US$ 30 bilhões e importar US$ 6 bilhões. As vendas aumentaram principalmente para regiões como a Ásia, Oriente Médio e Leste Europeu. (Canal Rural)
Preços – Em São Paulo, os preços recebidos pelos produtores caíram 4,6% no setor de origem animal, mas subiram 2,5% no de origem vegetal, em 30 dias, mostra o IEA (Instituto de Economia Agrícola). (Folha de SP)
Soja – A soja foi a cultura que mais se expandiu no Brasil em dez anos, segundo mostra o Censo Agropecuário 2006 divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período entre 1995 e 2006, a soja apresentou um aumento de 88,8% na produção, alcançando 40,7 milhões de toneladas em 15,6 milhões de hectares, com um aumento de 69,3% na área colhida. Em termos absolutos, segundo o IBGE, houve aumento de 6,4 milhões de hectares de soja, sendo que grande parte desta área pertence ao Centro-Oeste. (Agência Estado)
Economia
Confiança – O Índice de Confiança da Indústria (ICI), indicador-síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, subiu 3,6% em setembro ante agosto, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Embora positiva, a taxa de elevação é quase a metade da apurada no mês anterior. Em agosto, o ICI subiu 6,2% ante julho. Na comparação com setembro do ano passado, o ICI registrou queda de 4,7%, recuo menos intenso do que a taxa negativa de 11,2% apurada em agosto, no mesmo tipo de comparação, nos dados sem ajuste sazonal. O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o Índice da Situação Atual (ISA), que teve alta de 2,0% em setembro, após registrar elevação de 6,2% em agosto. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas(IE), que apresentou avanço de 5,2% em setembro, em comparação com a alta também de 6,2% em agosto. (Agência Estado)
Desempreço – A taxa de desemprego total, no conjunto de seis regiões metropolitanas do País, caiu para 14,6% em agosto, ante 15% em julho, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com a variação, o contingente de desempregados caiu para 2,932 milhões de pessoas. (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Protecionismos – Pelo menos 140 medidas protecionistas estão prontas para ser usadas contra interesses comerciais estrangeiros pelo mundo, diz relatório do Global Trade Alert (GTA), mecanismo apoiado financeiramente pelo Banco Mundial. Richard Newfarmer, um dos principais economistas do banco, citou a estimativa ontem no fórum público anual da Organização Mundial do Comércio (OMC), para alertar sobre medidas anunciadas e ainda não implementadas. Ele assinalou que no momento a boa notícia é que medidas de proteção não estão impedindo a recuperação do comércio mundial. A produção industrial deu uma virada, com uma tendência positiva em todas as regiões. Mas insistiu que todo cuidado é pouco, à medida que recuperação comercial implica também uma nova luta em torno de importações. O Banco Mundial vê proliferação de medidas protecionistas desde o ano passado, no rastro da dramática crise global. O G-20, reunindo países desenvolvidos e emergentes que fazem 85% da produção mundial, adotou 270 novas medidas de proteção, comparadas a 70 ações de liberalização. As investigações antidumping aumentaram 18,5%, no primeiro semestre, e novas sobretaxas aplicadas cresceram em 30,5%. (Valor Econômico)
Confiança/UE – A confiança nas perspectivas econômicas subiu em setembro na zona do euro, atingindo seu nível mais alto de 12 meses. A economia deu sinais de estar saindo da recessão, a pior de mais de seis décadas. O índice de sentimento de executivos e consumidores do bloco, formado por 16 países, cresceu de 80,8 pontos, em agosto, para 82,8, o patamar mais alto desde setembro de 2008, informou a Comissão Europeia, em Bruxelas. A indústria e o setor de serviços cresceram em setembro pelo segundo mês consecutivo, e a confiança dos empresários alemães atingiu o patamar mais alto de 12 meses. Mas o crescimento do desemprego deverá levar os consumidores a conter os gastos, o que desacelerará a recuperação. (Valor Econômico)
Alimentos – Segundo um novo documento publicado pela FAO, alimentar a crescente população mundial, exigirá investimentos públicos em pesquisa e desenvolvimento, e adotar em grande escala, novas tecnologias e técnicas agrícolas, além de novas variedades de cultura. (FAO)
Chile – A quatro dias do término do prazo legal para que Comissão de Concorrência decida sobre a imposição de salvaguardas para os produtos lácteos importados da Argentina e Uruguai, os produtores de leite decidiram não esperar mais. Hoje, as 10:00 horas, em autoconvocação, os produtores de Llanquihue estarão mobilizados. Na região estão concentrados 9 mil, dos 13 mil produtores do país, que produzem 70% do leite comercializado, e que estão acumulando perdas na ordem de 40 milhões de pesos, conforme a Associação dos Produtores de Leite (Aproleche). Os produtores pressionam para que o governo não peça dilatação do prazo, e decida até 6ª feira, sobre o pedido de salvaguardas entregue em agosto. (Fedeleche)
Protestos/UE – Os produtores de leite protestam, jogando fora o leite. Escandaloso, mas necessário, pois, ao contrário de frutas, o leite não pode ser distribuído gratuitamente sem ser envasado, e os produtores se recusam a vender abaixo do custo, hoje em torno de € 0,23 o litro. Eles pedem pelo menos € 0,35, para cobrir o custo de produção e ter algum rendimento. Mas isto não afeta os industriais, pois o leite importado da Nova Zelândia chega a eles mais barato. (Le Figaro)
EUA – O Produto Interno Bruto (PIB) americano caiu 0,7% no segundo trimestre do ano. Os analistas esperavam uma queda de 1,2%, e o governo 1%. Com essa contração o PIB caiu durante quatro trimestres consecutivos, algo que nunca havia ocorrido, desde o início da série estatística, em 1947. (Expansión)
Leite/UE – O Parlamento Europeu (PE) expressou seu descontentamento com as medidas tomadas pela Comissão Europeia (CE) para resolver a crise dos produtores de leite. Em debate no Parlamento, os eurodeputados demonstraram o descontentamento e mal estar com a resposta da representante da CE, assegurando que a demanda de lácteos está aumentando, e que os preços começam a recuperar na Nova Zelândia e Estados Unidos, e que isso terá um “efeito psicológico” no setor. (Frisona )
Japão – A produção industrial japonesa subiu, em agosto, pelo 6º mês consecutivo. Foi a maior expansão ininterrupta dos últimos 12 anos, mostrando que a maior economia asiática parece estar saindo da pior recessão em décadas. O sinal de recuperação veio da Toyota Motor que anunciou a contratação de 1.600 trabalhadores temporários a partir de outubro, para atender o aumento da demanda. O Ministério da Indústria japonês projeta crescimento de 1,1% em setembro e 2,2% em outubro. A recuperação iniciou em março, depois de 5 meses de fortes quedas. Ainda assim, a produção em agosto, foi 18,7% menor do que o mesmo mês do ano passado. (El Mercurio)