Importações – Os números preliminares da média diária de setembro de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 16,46% maiores que a média de agosto de 2009. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar.
Leite/PE – A modernização na cadeia produtiva do leite aos poucos chega aos rincões do Estado. Na expectativa de receberem R$ 225 mil repassados pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), a Cooperativa Agrícola Mista de Afrânio (Camal), no Sertão de Pernambuco e a 882 quilômetros da capital, estima que a produção diária de 16 mil litros de leite dos seus 130 pequenos cooperados irá dobrar. O dinheiro será utilizado para aquisição de quatro tanques de refrigeração com capacidade para dois mil litros cada. Hoje, 80% da produção da Camal é vendida diretamente no comércio de Petrolina e em municípios vizinhos. É prioritariamente de derivados do leite, como queijo do tipo mussarela, requeijão e iogurtes, beneficiados em um laticínio próprio. (Jornal do Commercio/PE)
Preço/Chile – Tal como anunciado um mês atrás, a partir de 21 de setembro entrará em vigor a redução do preço ao produtor a ser pago pela Soprole. Esta medida também será tomada pela Nestlé, e o preço do leite cairá de 96 pesos chilenos para 76 pesos. Um ano atrás o preço base para o litro de leite era de 140 pesos, quer dizer, uma queda de quase 50%. Juan Pablo Aruta, presidente da Associação dos Produtores de Leite de Bío-Bío, mostrou-se decepcionado. O governo deveria aplicar as salvaguardas como forma de pressionar a indústria a recuperar os preços, e classifica o Ministério de Agricultura de não ser ágil o suficiente para sobretaxar a importação de leite da Argentina e Uruguai, países que subsidiam sua produção. Esta é a 4ª redução implementada, em um ano, pela Nestlé e Soprole, as indústrias que dominam o mercado chileno. (Fedeleche)
Leite/UE – A crise do leite na União Europeia (UE) está simbolizando um racha na Europa agrícola, entre protecionistas e liberais, com implicações sobre um futuro acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC). Dos 27 países do bloco europeu, 19 anunciaram ontem, em Varsóvia (Polônia), que são favoráveis a uma nova regulação no setor lácteo, numa iniciativa comandada pela Alemanha e pela França, as duas maiores economias do velho continente. É uma contestação à decisão da Comissão Europeia, braço executivo da UE, de acabar em 2015 com o sistema de cotas, que limita a produção e faz o preço subir. A ideia é de que a partir de 2016 o mercado seja livre. Mas a resistência cresce pela intervenção pública. A situação se degradou pela queda de preços com a alta da produção na Nova Zelândia e o menor consumo na China. Milhares de produtores europeus jogaram nas ruas milhões de litros de leite, em protesto. (Valor Econômico)
Acordo – Em junho, produtores franceses chegaram a um acordo com a indústria sobre o preço de € 0,26 centavos por litro. O compromisso foi considerado inaceitável pela base endividada, insistindo que não dá para viver com tal preço. Sob pressão de produtores, ministros de agricultura reunidos na Polônia disseram ter chegado a um acordo sobre a volta da regulação do mercado lácteo. Assinaram o documento a Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Estônia, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Portugal, Romênia, Eslovênia, Eslováquia, Finlândia, Espanha, Republica Tcheca e França. A visão desses países é que há mais do que um problema de oferta e demanda, apontando questões de emprego, ocupação de território, segurança alimentar, qualidade sanitária e desenvolvimento sustentável. Uma minoria de países, favoráveis a liberalização do setor lácteo, não apoia a ideia. Reino Unido, países nórdicos e Itália preferem poder produzir mais, mesmo pagando multa por isso, para baixar o preço. Em todo caso, Bruno Le Maire, ministro de agricultura da França, deu o grito de vitória ontem, insistindo que muitos países eram favoráveis antes a desregulamentação total, mas “estamos invertendo essa tendência”. (Valor Econômico)
PAC – A Política Agrícola Comum (PAC) representa 40% do orçamento comunitário e deverá ser revista. Nesse cenário, o retrocesso defendido pelos 19 países sinaliza a força por uma reviravolta. Alegam que a primeira reforma foi para a União Europeia (UE) ter algo para mostrar nas negociações da Rodada Doha na OMC. Como a negociação não avança, muitos países acham que poderão ter o caminho facilitado pela regulação, alegando que garantiria renda estável ao produtor. A atual comissária agrícola europeia, Marian Fischer Boel, não deverá continuar no cargo. Mas a Dinamarca – vista como “usina de leite” por sua produção industrializada – disputa o cargo com a Romênia, que por sua vez é apoiada pelos protecionistas. (Valor Econômico)
Negócios
Nilza – Os credores da Nilza Alimentos deverão decidir no próximo dia 15 de outubro se aprovam ou não o planto de recuperação judicial apresentado pela empresa em junho à Justiça. De acordo com a assessoria de imprensa da Nilza, os credores pediram algumas alterações no plano, que não foram reveladas. Em material apresentado à Justiça e aos credores, a Nilza informa que tem um passivo total de R$ 340,9 milhões, que poderia ser quitado em até 12 anos. Para mostrar que teria como honrar o compromisso, a companhia projetou seu faturamento em R$ 786,8 milhões em 2021, ante uma previsão de R$ 195,7 milhões para 2009. (Valor Econômico)
Sadia/Perdigão – A Sadia e a Perdigão foram autorizadas pelo Cade a operar conjuntamente no mercado externo. Com isso, as empresas podem negociar volume e preço com os clientes finais, coordenar estratégias comerciais para atender ao mercado externo, contratar fretes, seguro e armazenagem, desenvolver política de análise de crédito para clientes internacionais em conjunto, entre outros. Porém, continuam impedidas de operar juntas no Brasil. (Correio do Povo/RS)
PEC alimentação – Na tarde desta terça-feira (22/09), às 14h30, a comissão especial que analisa a PEC – Proposta de Emenda Constitucional – 047/2003, realiza sessão para votação do parecer do relator, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). Essa PEC inclui a alimentação no texto da Constituição Federal, como direito de todos os brasileiros. Após ser aprovada pela comissão, a proposta irá ao plenário da Câmara e precisa ser aprovada em dois turnos por 3/5 dos votos, ou seja, 308 deputados. O objetivo do Consea – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – é que a matéria esteja aprovada e promulgada até 16 de outubro, quando é celebrado o Dia Mundial da Alimentação. (Globo Rural)
Marcas – O consumidor mudou. A agência de comunicação, Espaço OMD, analisou o momento, na apresentação “Há espaço para as marcas?” Se antes o consumidor era emocional, fiel às marcas de fábrica (MDF) e desconfiado em relação às MDD, hoje, em um contexto sócio-econômico difícil, abdicou de alguns luxos. As decisões são racionais e o preço pesa mais na escolha, praticamente desaparecendo a fidelidade. O que fazer? O segredo para combater a concorrência das MDD passa por oferecer valor agregado aos consumidores e inovar. É importante introduzir novidades no mercado, com mais qualidade e valor emocional. As marcas têm que ser relevantes para o consumidor. Saber comunicar inovando no marketing é outro fator indispensável. Apostar no ponto de venda e estabelecer laços com o consumidor. A Espaço OMD concluiu que, nesta guerra “nem todas conseguirão resistir ao confronto, tanto das MDD como das próprias MDF”. Mas, a inovação e criatividade são fatores estratégicos para o sucesso. (Hipersuper)
MDD – O consumidor mudou. Ano após ano, as marcas dos distribuidores (MDD) ganham espaços nas prateleiras dos super e hipermercados, acompanhando o consumidor. As MDD evoluíram, cuidando do visual, da qualidade, da identidade, da diversificação e marketing. E, claro, tudo isto a um preço mais atraente. O seu crescimento tem sido contínuo. Em 2008, as marcas de distribuição cresceram três vezes mais do que o mercado e já representam mais de 30% das vendas, de acordo com dados da especialista em mercado, TNS Worlpanel. A nível mundial, e com os desafios que a atual conjuntura econômica apresenta, várias cadeias estão alterando a sua estratégia para ir ao encontro do consumidor. A presença ostensiva das MDD em detrimento das MDF nas prateleiras dos supermercados leva a que cada vez mais, grandes multinacionais deixem de produzir produtos MDD e a publicitá-lo. Porém, 20% ainda o fazem pela necessidade de ocuparem as suas linhas de produção e garantirem a viabilidade econômica. (Hipersuper)
Setoriais
Milho/RS – O plantio de milho para a safra 2009/2010 deve apresentar uma redução de até 35% no Rio Grande do Sul, segundo cálculos da Farsul. O desestímulo que pode levar à substituição de 500 mil hectares para a soja está diretamente ligado à questão preço. Atualmente o produtor recebe pela saca de 60 quilos de milho cerca de R$ 17,00, enquanto pela saca de soja a cotação é de R$ 40,00. A queda dos preços do milho, que na safra 2008/2009 oscilavam entre R$ 20,00 e R$ 22,00, é atribuída à crise econômica, que fez despencar as exportações de aves e suínos. Os custos de produção para a implantação e manutenção das culturas também apontam maior vantagem para a oleaginosa, cujo desembolso chega a ser 30% menor em relação ao milho. “Com esses preços, os produtores não estão conseguindo nem cobrir os custos de produção, que chegam a R$ 20,00 por saca”, acrescentou o presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues. (Jornal do Comércio/RS)
Economia
Classes – Cerca de 32 milhões de brasileiros ascenderam de categoria social entre 2003 e 2008 e passaram a integrar as classes A, B e C, segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Conforme a pesquisa da FGV, 20,9 milhões de pessoas deixaram a parcela mais pobre da população, saindo das classes D e E no período. Somente na classe E, deixaram de figurar 19,5 milhões de brasileiros, o que representou uma retração acumulada de 43% em cinco anos. No período houve alta de 15% no potencial de consumo do brasileiro e aumento de 28% no potencial de geração de renda. (Zero Hora/RS)
Reforma Tributária – O relator da reforma tributária, Sandro Mabel, está incluindo o projeto na agenda da Câmara, esta semana. Mas ninguém acredita que a reforma será votada este ano. Além disso, o projeto não prevê redução da elevada carga de impostos do país. (Diário Catarinense)
Balança – As importações brasileiras cresceram 14,69% na terceira semana de setembro na comparação com o mês de agosto, o que ajudou a derrubar o superávit registrado no mesmo período em 24,04%, na comparação pela média diária. Na comparação pela média diária, as exportações na primeira semana foram 6,08% maiores do que a média de agosto. A diferença entre exportações e importações resultou em superávit comercial de US$ 556 milhões (média diária de R$ 111,2 milhões). O resultado é 24,04% menor do que a média diária registrada em todo o mês de agosto. (Jornal do Comércio/RS)
IGP-M – A segunda prévia de setembro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou alta de 0,41%, bem acima do resultado da segunda medição de agosto, que apurou deflação de 0,46%. Novamente os preços no atacado puxaram a alta de preços. Tanto produtos agrícolas quanto bens industriais, que haviam recuado em agosto, agora subiram (0,29% e 0,63%, respectivamente). O Índice de Preços no Atacado (IPA) avançou 0,55% na segunda prévia de setembro, contra deflação de 0,78% registrada no mês anterior. (Valor)
Globalização e Mercosul
Expansão – A agência de classificação de risco de crédito Moody’s estima um novo ciclo de expansão da América Latina, após uma “recessão branda” neste ano. Pelos prognósticos da Moody’s, o Brasil deve se tornar o novo líder da região, seguido por Peru e Colômbia, enquanto o México e os países da América Central devem ficar para trás, devido à alta sincronização com a economia dos EUA. “Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador devem progredir se removerem gargalos e tornarem suas economias mais flexíveis”, avalia o economista-sênior da agência para a América Latina, Alfredo Coutinho. Para a Moody’s, a América Latina foi relativamente bem-sucedida em resistir à crise global não apenas por sua “situação macroeconômica mais saudável” (fundamentos melhores), mas porque adotou medidas melhores em termos fiscais (contas públicas) e financeiras. A agência avalia ainda que a região está imersa em uma nova rodada de reformas, que devem aumentar seu potencial de crescimento sustentável. (Jornal do Comércio/RS)
Argentina – As exportações argentinas caíram 40% em agosto. O percentual surpreendeu porque foi o maior em 27 anos. Somente em setembro de 1982 houve um cataclisma econômico pior. As importações caíram 37%, derrubando o superávit comercial. O resultado negativo das exportações ocorreu pela queda dos volumes e dos preços, que foram reduzidos em 25% e 20%, respectivamente. Pelos números, pode-se observar que a crise agropecuária explica a forte redução. A queda nas exportações foi liderada por: cereais (-74%); combustíveis (-65%); soja (-57%); óleo de soja (-59%); metais e produtos industrializados (-49%). A seca e o conflito com o governo foram responsáveis pela queda de produção. Mesmo assim o saldo comercial poderá ser maior que o do ano passado, mas, principalmente pelo fraco desempenho da economia, e a forte queda das importações, mantida pelo baixo consumo interno. (La Opinión )
Alimentos – Os produtores agropecuários devem considerar que a interferência estatal no setor agropecuário argentino é a característica do Governo, afirmou o economista Raúl Fuentes Rossi. “A rentabilidade empresarial seguirá sendo administrada com ferramentas fiscais e comerciais. Se houver possibilidade de renda extra, dificilmente será recebida pelos produtores”. Nesse contexto, deve-se investir na produtividade, e reduzir ao mínimo as incertezas. Em 2009 não haverá lugar para erros tecnológicos. Traçou um bom panorama internacional para os alimentos. “Brasil, Rússia, Índia, China e outros países emergentes impulsionarão a recuperação depois da crise, e o crescimento demográfico ajudará. Atualmente o planeta abriga 6,750 bilhões de pessoas, com 51% de subalimentados. Essa demanda enfrenta escassez de alimentos. A natureza encarece, e tem cada vez menos recursos em um mundo que cresce. Então os produtores agropecuários estão entre os agentes econômicos com boas perspectivas futuras: A escassez cria uma oportunidade”. (La Nación)