Consumo – Estudos em diferentes cidades do Brasil mostram que os adolescentes consomem só metade do valor de cálcio recomendado por dia. Um dos trabalhos, feito com dados de 206 adolescentes de Indaiatuba (SP) e apresentado como tese de doutorado na USP, aponta que o consumo médio do nutriente é de 680 mg diários, o indicado são 1.300 mg. As causas para a deficiência são a substituição dos laticínios – principais fontes de cálcio- por refrigerantes e sucos artificiais e a falta do café da manhã, quando a ingestão de laticínios é mais comum. (Folha de SP)
Concurso – Minas Gerais liderou o ranking dos vencedores do 36º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, divulgado ontem no encerramento do 26º Congresso Nacional de Laticínios, realizado pelo Instituto Cândido Tostes, e do 7º Congresso Internacional do Leite – Fórum das Américas, promovido pela Embrapa Gado de Leite. Entre os 30 premiados, 23 são de Minas e três do Espírito Santo. Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro tiveram um vencedor cada. Nos dez primeiros lugares, sete são mineiros (ver quadro). A disputa ocorreu em dez categorias, com troféu para os três primeiros colocados. O presidente da Epamig, Baldonedo Arthur Napoleão, destacou a competitividade do evento. Cerca de 60 produtos foram avaliados por 30 juízes nas categorias: queijos prato, gouda, provolone, gorgonzola, parmesão, reino, requeijão cremoso, doce de leite pastoso e destaque especial. Neste ano, o Minas padrão voltou à disputa e criou uma das maiores polêmicas. O coordenador do concurso, Daniel Arantes Pereira, explica que a discussão ficou por conta da falta de padronização desse tipo de queijo, considerando suas características tradicionais. Entre os aspectos avaliados estão: cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência. (Tribuna de Minas)
Minas Leite – A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) apresentou dentro do Fórum das Américas: leite e derivados, em Juiz de Fora, o Programa Minas Leite, que tem por objetivo modernizar a cadeia produtiva do leite. Os extensionistas selecionam uma propriedade onde é feito o gerenciamento das atividades de pecuária leiteira, por meio do manejo de pastagens, alimentação estratégica do gado na seca, prevenção e controle sanitário, instituem Boas Práticas Agropecuárias (BPA) e melhoramento genético. Nestes locais funcionam unidades demonstrativas para receber visitas técnicas e sediar dias de campo, pois a proposta é que sirvam de modelo para produtores rurais da vizinhança. O programa já está implantado em 200 unidades demonstrativas de 70 municípios das áreas de abrangência das regionais Emater-MG de Curvelo, Alfenas, Montes Claros, Patos de Minas e Zona da Mata. (Agronline)
Argentina – O mercado lácteo argentino encontra-se em uma situação complicada, diante da baixa produção registrada nas províncias de Córdoba, Santa Fé e Entre Rios. As empresas, depois de muito tempo estão saindo em busca de leite, o que pode melhorar um pouco o preço, mas sem atender às expectativas do produtor. A dúvida recai sobre a evolução tanto do mercado interno como o externo. No âmbito local o consumo vem caindo em conseqüência da crise econômica. A situação externa é instável. A Argentina tem conseguido bons negócios exportando para o Brasil e Venezuela, mas os limites impostos pelo Brasil e a concorrência do Uruguai na Venezuela, força os argentinos a buscar novos mercados. Os dez maiores importadores de leite em pó do mundo estão na Ásia, região ainda não alcançada pela Argentina. (La Voz)
Crise/AR – A crise no setor lácteo argentino provocou o fechamento de um dos empreendimentos mais antigos do país. A produção de leite “Don Atílio”, fundada em 1855, um ícone da leiteria e queijaria do país. A propriedade da família Magnasco, 230 hectares que produzia 22.000 litros de leite com 1.100 vacas, será destinada à agricultura. A equação é simples: O custo de produção do litro de leite em terras arrendadas sai por 1,15 pesos, e para quem trabalha em sua própria terra, o custo é de um peso. O produtor recebe 0,82 pesos. Os números não fecham. Atílio, o chefe da família, disse que a decisão foi difícil, mas isto foi feito em defesa da própria empresa, que continuará na fabricação de iogurtes, cremes e ricotas, além dos queijos quartirolo, gruyére, fontina, mussarela, gouda, sardo entre outros. (Clarín)
Protestos/AR – Hoje será um dia de protesto dos produtores Argentinos, que estarão distribuindo leite na frente dos supermercados. O presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), Eduardo Bruzzi se mostrou preocupado: “A realidade é cada dia mais dura. É necessário adotar medidas urgentes para que o setor leiteiro volte a ter rentabilidade. Hoje estão sendo fechadas propriedades produtoras de leite e o desemprego cresce”. (La Nación)
Espanha – O Ministério do Meio Ambiente e Meio Rural e Marinho (MARM), junto com representantes dos produtores de leite, das indústrias e a distribuição, diante da difícil situação do setor lácteo, criaram um grupo de trabalho para viabilizar o setor. A Secretária do Meio Rural, Alicia Villauriz, destacou a importância desse grupo, que pela primeira vez terá a distribuição junto. Todos os agentes da cadeia devem trabalhar para estabilizar o setor, formalizando acordos que mantenham preços razoáveis para os produtores, renda para a indústria, margens para os distribuidores, e que garantam o consumo. Lideranças do setor mostraram-se céticos quanto à solução, tendo em vista o fracasso da reforma do setor lácteo na Organização Mundial do Comércio (OMC), que considerou a necessidade do setor se adaptar às leis de mercado. (Frisona)
Bélgica – Na semana passada a FEDIS (Federação dos Distribuidores Belgas), decidiu colocar 0,14 euros por litro de leite vendido, em um fundo de solidariedade para os produtores de leite. Mas, os supermercados aumentaram o leite em 0,14 euros. Então o consumidor está sendo lesado, uma vez que a distribuição mantém sua margem de lucro. O Fundo criado pelo FEDIS será assumido pelo consumidor, não havendo qualquer solidariedade por parte dos distribuidores. Insatisfeitos os agricultores voltaram às manifestações, como vem ocorrendo em outros países europeus, onde a distribuição é acusada pelos produtores de margens excessivas, e indiferentes à sobrevivência da atividade leiteira. (Agrisalon/RTL.info.be)
Itália – O Ministro da Agricultura italiano, Luca Zaia, sugeriu que os pequenos agricultores, não competitivos, abandonem a atividade. E, diante dos jornalistas, disse: ”Não comprem leite, é uma forma de se produzir menos”. Enquanto os ministros de agricultura de 26 países europeus votavam a favor da prorrogação das ajudas aos produtores de leite, Zaia votava contra. De acordo com ele, se a União Européia (UE) utilizar o valor de ajuda, para facilitar o abandono da produção de leite, será possível eliminar do mercado 2% da produção da UE. (Agrisalon)
Negócios
Carrefour BR – O segundo maior varejista do país anunciou crescimento de 14,3% nos seis primeiros meses do ano no comparativo com igual período de 2008. No segundo trimestre, as vendas do Carrefour tiveram alta de 16,7%, expansão acima daquela registrada no primeiro (11,7%). (Folha de SP)
Carrefour – A varejista francesa Carrefour teve queda de 1,2% nas vendas mundiais no segundo trimestre deste ano, para 23,44 bilhões de euros. A segunda maior varejista do mundo, atrás apenas da americana Wal-Mart, continua se esforçando para restabelecer a demanda em seus mercados-chave europeus e disse que não espera melhora nas condições do mercado no curto prazo. (O Estado de SP)
Nestlé – A Laep Investments, que controla a Parmalat, deveria anunciar ainda ontem à noite o arrendamento de sua maior fábrica, localizada em Carazinho (RS) para a suíça Nestlé. As duas empresas vinham negociando desde o começo do ano e inicialmente a intenção da Nestlé era comprar a unidade. Mas questões jurídicas fizeram a multinacional adiar o plano de concretizar a aquisição, segundo apurou o Valor. Procurada, a Nestlé não foi localizada até o fechamento desta edição. A assessoria da Laep preferiu não se manifestar. (Valor Econômico)
Pernambuco – Começou em Saloá, agreste pernambucano a 262 quilômetros de Recife, o programa Compra Direta Local para Doação Simultânea. Nos próximos 18 meses o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) vai comprar diretamente do produtor, alimentos que serão repassados a hospitais, asilos e creches. O presidente do IPA, Júlio Zoé de Brito, diz que “As expectativas são de que as doações atendam 80 entidades com 2,1 toneladas de alimentos, desde gêneros de primeira necessidade, como milho feijão, até queijos, ovos, aves e rapadura”. O escritório do IPA do município de Saloá e a Gerência Regional de Garanhuns irão qualificar os agricultores, identificar e mapear a produção, estabelecendo contratos de compra e venda. O pagamento deverá ser feito em torno de dez dias e haverá estímulo à produção de alimentos orgânicos. (Nordeste Rural)
Distribuição – A crise econômica está fazendo com que as marcas da distribuição absorvam 34% do mercado espanhol, podendo chegar a 50%, dizem estudos divulgados pela IE University. Este crescimento (18% em 2008 e 14% em 2009 em produtos alimentícios) poderá aumentar até atingir metade das vendas. Esta situação se deve a possíveis processos de concentração nas marcas de distribuição. No mês de Março, esta tendência acentuou-se com um crescimento das marcas próprias de 8,3%, e queda de 8,2% das marcas de fabricante. No mesmo mês, o volume de vendas caiu 2,6%, mas o consumo subiu 0,6% devido à queda de 3,2% nos preços de venda ao público. A quota de mercado das marcas da distribuição na Espanha só é superada por países mais desenvolvidos, casos do Reino Unido e Alemanha com cotas de 43 e 40%, respectivamente. As marcas da distribuição proporcionam uma poupança média de 44% ao consumidor. 37% nos alimentos e até 80% em outros produtos como as bebidas. Segundo o estudo, quase 60% das empresas do setor admitiram estar sofrendo o impacto das marcas da distribuição e quase 50% se viu obrigada a reduzir as margens. (Hipersuper)
Setoriais
Soja – Mais uma vez o desempenho da soja negociada no mercado internacional foi determinado pelo clima nas lavouras americanas, como tem ocorrido nos últimos dias. As condições meteorológicas têm sido consideradas ideais para um potencial aumento da produtividade da cultura no país. Na bolsa de Chicago, os contratos da oleaginosa com vencimento em setembro recuaram 34,50 centavos de dólar, para US$ 9,16 por bushel. Em Primavera do Leste (MT), a saca de soja de 60 quilos foi negociada por R$ 39, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea). (Valor Econômico)
Milho – Perspectivas otimistas de produção de milho nos Estados Unidos, em virtude de boas condições climáticas nas lavouras, concentraram a atenção dos investidores nesta quinta-feira. O cenário tem permanecido o mesmo nos últimos dias não apenas nos negócios com milho, mas também em outras commodities agrícolas. No mercado doméstico, o preço da saca de 60 quilos caiu 0,15%, para R$ 20,39, segundo o índice Esalq/BM&FBovespa. No mês, a baixa acumulada é de 5,86%. (Valor Econômico)
Clima/AR – O analista, Eduardo Sierra, diz que devido à falta de chuvas provocada pela “La Niña” nas duas últimas safras, coloca o início da temporada 2009/2010 numa situação de seca generalizada em toda a área agrícola argentina. O aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial indica proximidade do fenômeno “El Niño”, que poderá trazer chuvas abundantes. Juntando-se com as ondas de ar polar, deve-se prever geadas intensas durante o inverno e primeira parte da primavera. Além da Argentina, essas condições do clima deverão atingir a maior parte do Paraguai, a maior parte do Mato Grosso do Sul, o Norte do Paraná e o oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (El Diario)
Economia
IGP-10 – Seguindo uma baixa de 0,03% em junho, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) diminuiu 0,35% neste mês. Influenciou no aprofundamento do ritmo de queda o comportamento dos preços no atacado, que tiveram recuo mais marcado, e dos custos da construção, que subiram menos. Pelo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no acumulado do ano, o indicador cedeu 1,54%. Nos 12 meses terminados em julho, o indicador declinou 0,06%. (Valor Online)
IPC-Fipe – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo aumentou 0,23% na segunda prévia de julho, depois de um acréscimo de 0,17% na leitura inicial do mês. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Alimentação registrou a alta mais acentuada entre os grupos estudados, de 0,86%. Na primeira quadrissemana do mês, a elevação foi de 0,75%. Saúde teve expansão de 0,82% neste levantamento, após marcar 0,72%. (Valor Online)
Crédito – A ampliação na concessão de crédito aos consumidores e a queda na inadimplência em junho ante o mês anterior apontam para uma melhora no cenário econômico do país, mas o confronto com igual período no ano passado ainda inspira cautela. O número de registros de consumidores com o pagamento de dívidas em atraso no banco de dados da Serasa caiu 2,1% no mês passado no comparativo com maio, mas apresentou aumento de 11% ante junho de 2008. (Folha de SP)
Globalização e Mercosul
Doha – O Brasil e os Estados Unidos realizaram ontem, discretamente, em Genebra, com temperatura acima de 30 graus, a primeira negociação bilateral pelo processo que Washington considera como a melhor maneira de barganhar para tentar concluir a Rodada Doha no ano que vem. O governo de Barack Obama quer mostrar aos reticentes Congressistas e setor privado que a abordagem da negociação mudou e pode, com barganha direta, arrancar mais abertura de Brasil, China e Índia, mercados com maior potencial de expansão para as exportações americanas. (Valor Econômico)
OMC – O governo brasileiro pode protestar contra o relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) que incluiu o Brasil entre os países que adotaram medidas protecionistas em resposta à crise, disse a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola. Ela pediu ao Itamaraty para exigir a revisão do documento, divulgado no último dia 1º. Lytha acusa a OMC de dificultar a condenação ao protecionismo, ao misturar conceitos, juntando medidas rotineiras como drawback e ações antidumping com pacotes protecionistas editados por grandes parceiros comerciais, como os Estados Unidos e a China. (Valor Econômico)
Turquia – O governo turco está interessado em um acordo de livre comércio com o Brasil e quer aumentar o fluxo de comércio entre os dois países, dos atuais US$ 1,7 bilhão, para US$ 5 bilhões, em três anos, anunciou o ministro de Comércio Exterior da Turquia, Zafer Caglayan, em entrevista ao Valor. Ele lidera, hoje, em São Paulo, uma missão empresarial, com cerca de 200 executivos e parlamentares. Quer atrair investidores para projetos de energia e produção de manufaturados na Turquia e acena com incentivos fiscais. (Valor Econômico)
Nestlé arrenda a maior unidade da Parmalat
A Laep Investments, que controla a Parmalat, deveria anunciar ainda ontem à noite o arrendamento de sua maior fábrica, localizada em Carazinho (RS) para a suíça Nestlé. As duas empresas vinham negociando desde o começo do ano e inicialmente a intenção da Nestlé era comprar a unidade. Mas questões jurídicas fizeram a multinacional adiar o plano de concretizar a aquisição, segundo apurou o Valor. Procurada, a Nestlé não foi localizada até o fechamento desta edição. A assessoria da Laep preferiu não se manifestar.
Pelo que foi acertado, a Nestlé irá arrendar, com opção de compra, a fábrica de Carazinho. As pendências jurídicas se devem ao fato de que a Parmalat Brasil ainda se encontra em recuperação judicial, por isso a venda do ativo em Carazinho depende de autorização judicial.
Na unidade de Carazinho – a maior da Parmalat no país – são fabricados leite longa vida, leites especiais, leite em pó, leite condensado e creme de leite. Com a fábrica gaúcha, que tem capacidade para processar 1,6 milhão de litros de leite por dia, a Nestlé avança em seu projeto de ampliar a participação no mercado nacional de lácteos. Este ano, a empresa suíça, que faturou R$ 15 bilhões no ano passado no Brasil, entrou no segmento de leite longa vida premium.
Carazinho é tida como o ativo mais importante da Parmalat. Além das boas condições, a unidade é bem localizada e está numa importante bacia leiteira do país. A unidade está a 90 quilômetros de Palmeiras das Missões (RS), onde a Nestlé instalou uma unidade para produção de leite pré-condensado (desidratado).
O presidente da Nestlé, Ivan Zurita, vinha afirmando desde o ano passado que a empresa suíça faria novas aquisições no país. Há duas semanas, disse que a Nestlé realizava “due diligences” em dois ativos no país. No ano passado, a companhia já havia adquirido a Água de Santa Bárbara, no segmento de águas.
A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico