Reajuste – Os advogados parceiros da empresa Dickel e Maffi, Márcio Pletz e Paulo Caliendo conseguiram judicialmente o reconhecimento da correção, pela taxa Selic, de créditos de PIS e COFINS decorrentes dos benefícios legais das leis 10.637/02 e 10.833/03 e suas alterações. Portanto, os créditos de PIS e COFINS requeridos pelos laticínios por via judicial, poderão ser recebidos corrigidos, tratando-se de uma vitória importante para o setor. (www.terraviva.com.br)
Nilza – O juiz Héber Mendes Batista da 4ª Vara Cível da comarca de Ribeirão Preto deferiu o pedido de recuperação judicial da Indústria de Alimentos Nilza. A Nilza tem 60 dias para apresentar aos seus credores um plano de pagamento da dívida de R$ 200 milhões. Processando atualmente 500 mil litros por dia em suas unidades de Ribeirão e de Itamonte (MG), a Nilza negocia a possível terceirização de produção ou prestação de serviços para outras empresas para ampliar sua receita. Com isso, espera elevar a captação e recontratar parte dos funcionários demitidos. Hoje a Nilza tem 280 empregados em Ribeirão e 120 em Itamonte, processando, em maior parte, o leite entregue pela Minas Leite. O grupo, que reune 15 cooperativas já entregava leite para a empresa e continuou a fazê-lo apesar dos débitos pendentes. (Valor Econômico)
Importação – Acabar com a importação brasileira de leite em pó será o objetivo principal do novo presidente do Sindilat/RS, Carlos Feijó. Segundo ele, em março, entraram no país 11.773 toneladas do produto oriundo da Argentina, contra 1.970 toneladas em igual período do ano passado. ‘O problema não é só a quantidade, mas o preço de R$ 4,37 o quilo.’ Segundo o dirigente, para se tornar competitiva, a indústria brasileira teria de baixar o valor do litro do leite ao produtor para R$ 0,38. Essa redução ameaçaria acabar com a recente alta nos preços do leite no Estado, causada pela queda na produção devido à estiagem. De acordo com Feijó, a seca reduziu de 15% a 20% a captação do produto no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo/Jornal do Comércio)
Competitividade – Carlos Feijó explicou que o Rio Grande do Sul perderá a competitividade, caso entre em vigor uma nova lei fiscal de compra de embalagens para o leite UHT que vai onerar o produto em R$ 0,10 por litro, e poderá abalar a economia do estado, que consome apenas 45% de sua produção, que foi de três bilhões de litros, em 2008. Acrescentou que a indústria de laticínios gaúcha não fala em crise. “Nosso produto, como os demais alimentos, não foi afetado pela crise. Estamos observando atentamente os reflexos econômicos em outros setores, mas os produtores ainda estão otimistas”, afirmou. (Jornal do Comércio)
Cosuel – A Cosuel, em Encantado, não recua nos investimentos. O presidente Gilberto Piccinini afirma que todos os projetos estão mantidos. Em Arroio do Meio, está em obras a fábrica de leite em pó, com capacidade de 460 mil litros por dia. O investimento é de R$ 43 milhões. (Correio do Povo/RS)
Balança – Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revela que a balança comercial brasileira de lácteos fechou o primeiro trimestre deste ano com déficit de US$ 10 milhões. Nesse período, o setor já importou US$ 72 milhões, valor que representa 30% de todo o volume importado de lácteos pelo Brasil em 2008 – quando o País obteve superávit de US$ 328 milhões. (Gazeta Mercantil)
Argentina – No primeiro trimestre do ano a exportação de produtos lácteos da Argentina, em volume, subiu 10%, em relação ao mesmo período de 2008. O maior crescimento se deu em março (44%). As vendas de leite em pó integral e desnatado representaram 70% de aumento se comparado com o primeiro trimestre de 2008. Pela queda do preço internacional, em valores, o primeiro trimestre teve uma queda de 37% em comparação ao mesmo período do ano passado. Analistas consideram que o leve aumento dos preços no mercado internacional funciona como incentivo às exportações, mas advertem que é necessário esperar para ver a tendência. Por outro lado, foi registrado um aumento na produção de leite. Entre janeiro e fevereiro deste ano, as principais indústrias receberam 4,6% a mais que no mesmo período do ano passado. (Ambito.com)
Chile – A importância do consumo de leite e derivados para o crescimento e desenvolvimento das crianças foi o tema que motivou a professora chilena, Claudia González, do colégio Hampton de Valdivia, a incentivar seus alunos do 6º ano a realizar uma feira Expoláctea no colégio. Para isto os alunos fizeram uma sondagem entre os colegas, sobre o consumo de leite e o conhecimento que eles tinham sobre o benefício dos lácteos. Depois os alunos foram a uma unidade de produção, para ver todo o processo da cadeia láctea, desde a cria de animais, até a produção de queijos. Com os conhecimentos adquiridos, encerraram o estudo com a Expoláctea onde explicaram aos companheiros a importância do consumo de leite, convidando-os a degustarem produtos lácteos e doces feitos a partir do leite. (El Diário)
Orgânicos – A concorrência por leite orgânico está aquecendo a indústria de laticínios, que não consegue satisfazer a crescente demanda. Na Nova Zelândia, a Fonterra e a Cooperativa Neozelandesa dos Produtores de Leite Orgânico (NZ Organics) disputam fornecedores e estão oferecendo incentivos generosos aos fazendeiros do Norte da Ilha que queiram converter sua produção. A Fonterra espera conseguir de 350 a 400 fazendeiros até 2013, apenas no Norte. A NZ Organics que inaugura em julho uma fábrica com capacidade para transformar 72 milhões de litros de leite em queijos no primeiro ano, procura de 20 a 50 novos produtores para a próxima safra. Apesar da recessão mundial, a demanda por produtos de leite orgânico nos Estados Unidos, Europa e Ásia continuam aumentando, ainda que mais lentamente. (Rural News)
Conversão – A Fonterra paga um bônus extra de 45 centavos, nos 3 anos de conversão e quando o produtor obtiver a certificação, receberá 20% mais que o leite não orgânico. A companhia está fazendo contratos de 6 anos, no fim do qual o preço será revisto. Incentivos similares são oferecidos pela NZ Orgânics. Nos dois primeiros anos pagam o mesmo que a Fonterra. No terceiro ano será pago acima de /kg/MS. Atualmente a remuneração é .15. Assim como a Fonterra, a NZ Organics oferece aos produtores treinamento e suporte no período de conversão. Os fazendeiros têm diferentes motivações para a mudança, alguns estão interessados em uma produção sustentável, com redução da utilização de produtos químicos em suas propriedades, outros acreditam que os prêmios são compensadores. (Rural News)
Negócios
Kraft – A Kraft Foods Brasil teve receita líquida de R$ 2,21 bilhões em 2008, um crescimento de 10% sobre o obtido em 2007. O lucro líquido aumentou 116,5%, para R$ 273,4 milhões, de um ano para o outro. O balanço da multinacional foi incrementado por R$ 117,4 milhões registrados como “recuperação de tributos” e também por melhoras no resultado financeiro. As despesas financeiras caíram de R$ 72,3 milhões para R$ 49,6 milhões, enquanto as receitas financeiras subiram de R$ 76,4 milhões para R$ 106,8 milhões. O americano Mark Clouse assumiu a subsidiária no ano passado com a meta de elevar o faturamento em dois dígitos por ano. Em 2008, esse acréscimo foi de 11,6%, totalizando R$ 4 bilhões. (Valor Econômico)
Probióticos – De 2003 para cá o mercado de probióticos quase que dobrou, e corresponde a quase 10% do mercado mundial de alimentos funcionais. Mas, especialistas acreditam que esse crescimento deverá diminuir nos próximos anos. O interesse dos consumidores por produtos “saudáveis” aumenta, e é a razão do crescimento dos probióticos. Os industriais insistem em sua ação benéfica, principalmente sobre o sistema digestivo e equilíbrio da flora intestinal. Mais recentemente, acrescentaram que certas bactérias estimulam o sistema imunológico, e seus efeitos positivos para o sistema cardiovascular ou nervoso. Mas, de acordo com uma lei aprovada pelo Parlamento Europeu (PE), a partir de 2011 na Europa, a rotulagem deverá se limitar ao perfil nutricional do produto. Qualquer outra informação só poderá ser acrescentada mediante comprovação científica. (Le Point )
Setoriais
Estiagem/RS – Sem chuva, as pastagens gaúchas já não alimentam mais o gado leiteiro do Estado. A seca, que começou há mais de um mês, decretou também o início, prematuro e acentuado, da entressafra da produção de leite em determinadas regiões do Rio Grande do Sul. O período coincide com uma recuperação de 25% nos preços do produto no atacado nos primeiros três meses do ano, valorização que não alcança o produtor brasileiro, já que enfrenta concorrência com o leite argentino despejado no mercado interno desde o início de 2009. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio Grande do Sul (Emater-RS) explica que a falta de umidade do solo reduz o ciclo vegetativo das pastagens de verão e impede a implantação das pastagens de inverno, principalmente aveia e azevém. Sem pasto, a produção de leite recua até 30%. (Gazeta Mercantil)
Estiagem /PR – No Paraná, o tamanho do estrago provocado pela falta de chuva ainda não foi medido pelo departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, mas já se sabe que a segunda safra de milho deverá ter quebra de produção em relação a sua estimativa inicial. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner, “há regiões do Paraná que estão há mais de 30 dias sem chuva ou com muito pouca precipitação e isso atingiu o milho na sua época mais sensível que é a floração (espigamento)”, informou. Em 2009, o Paraná, maior produtor de milho do País, esperava colher uma safra 12,5% maior que a de 2008, atingindo 6,4 milhões de toneladas com o plantio do grão em 1,55 milhão de hectares. No ano passado, o plantio foi em 1,59 milhão de hectares e a produção, prejudicada por geadas, foi de 5,5 milhões de toneladas, com perdas de 1,3 milhão de toneladas em relação à previsão inicial. (Gazeta Mercantil)
Comércio – Com a missão de estabelecer comércio bilateral com potências do continente asiático, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encaminha para o Japão, Coreia, Filipinas e Indonésia, uma equipe de técnicos da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI). A visita da delegação brasileira acontece de 27 de abril a 8 de maio. O secretário adjunto da SRI, Lino Colsera, explica que o objetivo da missão é a abertura e manutenção de mercados, bem como o intercâmbio de tecnologias. No caso do Japão, Coreia e Filipinas, os setores da carne (bovina, suína e de frango), frutas e produtos lácteos estarão no centro das discussões. Na Indonésia, a equipe brasileira vai participar da 3ª reunião do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) Brasil-Indonésia, para tratar de temas do setor agropecuário, incluindo questões sanitárias e fitossanitárias. (Ministério da Agricultura)
OGM – As culturas geneticamente modificadas (OGM, e sua sigla em inglês), em quase 13 anos, em quase nada contribuíram para o rendimento por hectare, de acordo com um relatório da UCS (Union of Concerned Scientists), uma entidade americana de pesquisa independente. Os cientistas afirmam que: “Não há nenhuma cultura transgênica que tenha apresentado um crescimento real de rendimento, e somente ao milho Bt apresentou um rendimento fraco de 0,2 a 0,3% ao ano. Ao final interrogam se seria realmente sábio, investir tanto nessa técnica, que ainda pode representar riscos ao meio ambiente.” (El Diario)
Economia
Consumidor – No Brasil, enquanto a classe C aperta o cinto e procura comprar produtos mais baratos, os consumidores de maior renda, das classes A e B, estão confusos diante da maior crise econômica global dos últimos 80 anos. Há uma tentativa de se repensar posições e limites, de definir o que é essencial e o que é supérfluo. Mas velhos hábitos e ideias, como se sabe, são difíceis de serem abandonados. Consumir preferencialmente o que é tido como “sustentável” – desejo que já havia sido detectado até antes da crise, mas nem sempre concretizado, volta a aparecer como meta. A boa notícia é que o brasileiro de maior renda afirma que, de fato, vem pondo em prática ações que ajudam a proteger o meio ambiente: reciclam lixo e economizam energia e água, por exemplo. Esse caldeirão comportamental trazido pela crise deverá ter um impacto importante nos hábitos de consumo e nas atitudes das empresas daqui pra frente. (Valor Econômico)
Distribuição – Depois da Mercadona, agora é a rede dos Supermercados Dia da Espanha defender a retirada de produtos de marcas, de baixa rentabilidade. Analistas acreditam que o excessivo aumento de preços no final de 2007 e a queda um ano depois geraram desconfiança entre os consumidores. Nesse contexto, consideram que a marca perde força, não está agregando valor, e é cada vez menos importante, tanto que as marcas próprias ocuparam o lugar. O fator custo é “chave” e quem não for capaz de se adaptar às necessidades do consumidor, tem um problema grave. (Hipersuper)
Globalização e Mercosul
Importador – Os países importadores de alimentos, que vão desde a Coreia do Sul até a Arábia Saudita, devem intensificar as aquisições ou arrendamentos de terras agricultáveis no exterior a fim de congelar os preços dos suprimentos, em meio à preocupação de que eles possam voltar a disparar. A Arábia Saudita, maior economia do mundo árabe, vai fundar empresa de US$ 800 milhões para investir em projetos agrícolas no exterior, já que o país tenta aumentar a oferta de alimentos, segundo revelou a estatal Agência de Notícias Saudita. O governo da Coreia do Sul vai emprestar recursos às empresas que desenvolverem fazendas no exterior, disse o ministro de Alimentos, Agricultura, Recursos Florestais e Pesca, Chang Tae Pyong. O estaleiro sul-coreano Hyundai Heavy Industries Co. disse ter adquirido participação numa fazenda russa para o cultivo de alimentos. A Coreia do Sul lidera a busca de terras no exterior, uma vez que depende em 95%, da importação de grãos. (Gazeta Mercantil)
Gripe Suína – A Agência Federal para a Segurança da Cadeia Alimentar Belga (AFSCA), apressou-se em chamar atenção sobre o fato de estar saindo na imprensa os efeitos da gripe suína, mas, que não existe nenhum risco de contato com os porcos ou mesmo o consumo de seus produtos e derivados. O vírus Influenza H1N1 que está se espalhando pelo México e Estados Unidos não é um vírus do porco, mas uma recombinação do vírus influenza humano, aviário e suíno, que até hoje não foi detectado entre os suínos. Com isto a Bélgica procura evitar que se estenda a crise do leite ao setor de suínos. (Agrisalon)
Argentina – As exportações argentinas de grãos e derivados sofrerão em 2009 uma queda acentuada, em relação a 2008, de acordo com estimativas da Bolsa de Comércio de Rosário. “A baixa está influenciando os preços internacionais e no mercado de futuros de Chicago”, disse Jorge Weskamp da Bolsa de Rosário. As exportações de grãos representam 17% do comércio internacional do setor. (Ambito.com)
Japão – O Governo japonês anunciou que espera uma contração de 3,3% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2009/2010, reavaliando prognóstico anterior, que previa crescimento zero. O Japão está vivendo sua pior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial. Até a Bolsa de Tóquio encerrou com apenas uma leve alta, apesar do otimismo inicial, em decorrência da preocupação com os possíveis desdobramentos da epidemia da gripe suína, detectada no México. (Ambito.com)