Notícias 13.04.09

 

Balança Lácteos – Veja, abaixo, as tabelas abertas do saldo da balança comercial de produtos lácteos. Primeira tabela: saldo comercial em março de 2009 comparado com março de 2008; Segunda tabela: saldo comercial em março de 2009 comparado com fevereiro de 2009; Terceira tabela: saldos acumulados de janeiro de 2009 a março de 2009 comparados com o mesmo período de 2008. (www.terraviva.com.br)

 

Queijos/Chile – Com a ideia de abrir um novo nicho de mercado gourmet, Manuel Zamora criou em fevereiro do ano passado a Fermenta, uma loja especializada na produção e venda de queijos. Apesar de no começo ter sido difícil, atualmente as vendas triplicaram, com mais de 80 variedades de queijos. O executivo explica que 60% dos queijos são importados, e o restante é fabricação própria, uma de suas maiores vantagens, aceitando inclusive encomendas de queijos que são entregues em 20 dias. (Diário Financiero – Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

Negócios

Concorrência – Até o ano passado, a Danone não tinha motivo para se preocupar: quase um terço da prateleira de refrigerados dos supermercados era verde – a cor dos potinhos da linha de iogurtes Activia, o carro-chefe da empresa no Brasil. Mesmo com fatia de 87% do segmento de iogurtes funcionais e 33,2% de participação no mercado total de iogurtes, a luz vermelha acendeu na multinacional francesa. “Vamos aumentar em 50% nosso gasto com propaganda em relação ao ano passado”, diz Rodrigo Chaimovich, gerente de marketing da Danone. Os motivos: em vez de dois concorrentes, agora a Danone tem cinco. Nestlé e Batavo já atuavam no setor e agora Itambé, Bertin e UP Alimentos (Unilever e Perdigão), lançaram seus funcionais. Chaimovich não revelou qual será o gasto em publicidade para este ano (em 2007, essa verba foi de R$ 60,5 milhões, segundo a Meio & Mensagem). Mas a ideia é usar milhões de reais para reforçar na cabeça do consumidor que a troca por um produto mais barato não compensa. (Valor Econômico)

Desafio – A Danone tem de enfrentar este ano a decisão do consumidor de economizar no supermercado. “Como esse é o maior gasto das famílias de nível médio – que são a maioria – é no supermercado que essa população procura economizar”, diz Ana Fioretti, diretora da LatinPanel. Segundo ela, os gastos com alimentação desses consumidores chegam a 23% de sua renda, acima até da despesa com habitação (14%). Entre as ações de marketing que a empresa prepara está a continuidade do “Desafio Activia” e uma nova avalanche de brindes. (Valor Econômico)

Promoções – De setembro a novembro do ano passado, a Danone deu refratários Marinex para quem juntasse 30 tampinhas do iogurte e entregaram cerca de 600 mil travessas. A estratégia deu certo: as vendas de Activia saltaram 40,5% em 2008, segundo dados Nielsen. No primeiro trimestre deste ano, a Danone no Brasil foi a que mais cresceu dentre os 120 países onde a companhia atua. Mas o foco das ações de marketing não ficará só em Activia, que tem cerca de 40% das vendas da multinacional no país (segundo dados da Danone divulgados ao Valor em fevereiro de 2008). A linha infantil terá atenção especial – já que não é bom ter tanta dependência de uma linha só. (Valor Econômico)

Expoclara – A cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, não teme a crise financeira mundial e aposta em crescimento de 50% no faturamento da 7ª Expoclara. O evento, que acontece de 17 a 19 de abril, deve movimentar R$ 150 mil, enquanto a edição anterior, em 2007, comercializou R$ 100 mil. No espaço chamado Caminho Tecnológico, os criadores terão acesso a informações sobre qualidade do leite, uso de água da chuva, entre outros. (Correio do Povo/RS)

 

Setoriais

Agricultura I – A produção da agricultura familiar no Brasil é responsável pela alimentação de milhares de pessoas e participa de forma importante no desempenho da economia do país. O segmento se destaca na produção de leite, feijão, café, milho e fruticultura, entre outros, e tem acesso a tecnologias e suporte de políticas públicas para a atividade. O grande entrave da agricultura familiar é a disputa por espaço no mercado e a dificuldade em garantir bons preços e condições na hora da comercialização. Agricultores familiares da região Norte discutiram o tema durante evento na 49ª ExpoLondrina na última segunda-feira. O público, de cerca de 400 pessoas, refletiu sobre a realidade do setor, mas também ouviu relatos de exemplos que comprovam que a organização e planejamento resultam em sucesso. A comercialização do leite, por exemplo, é vantajosa para os produtores vinculados à cooperativa Valecoop, que reúne associações de Colorado, Nossa Senhora das Graças e Santo Inácio. A união dos agricultores conseguiu romper o modelo de remuneração do leite. Agora, em vez de receberem o que o laticínio define, os produtores conseguem negociar o produto antes da entrega. ”A média de preço alcançada fica nos parâmetros do Conseleite (conselho paritário que define uma referência para o preço do produto)”, diz Jurandi Machado, presidente da Valecoop. Políticas públicas também são um importante mecanismo para o setor. Um deles é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, que destina recursos às prefeituras para a compra de produtos da agricultura familiar. (Folha de Londrina/PR)

Campo – A agricultura brasileira busca R$ 120 bilhões e juros mais baratos para minimizar o impacto da redução de crédito externo devido à crise financeira mundial e garantir o crescimento da produção de alimentos. A proposta do agronegócio para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010 será entregue amanhã ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. As sugestões foram coletadas pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Ministério da Agricultura (Mapa) em oito estados. O plano deve ser anunciado no final de maio pelo governo federal. Lideranças consideram insuficientes os R$ 100 bilhões sinalizados por Brasília, considerando-se que a safra deve gerar renda bruta de R$ 200 bilhões. Isso exigiria aplicação de capital de R$ 160 bilhões em um ano de presença reduzida das tradings. (Correio do Povo/RS)

Agronegócio – Impulsionadas pelos bons desempenhos da soja, do complexo sucroalcooleiro e dos sucos de frutas, as exportações do agronegócio brasileiro voltaram, em março, a apresentar aumento de receita na comparação com o mesmo mês de 2008, interrompendo a tendência de queda de janeiro e fevereiro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, no total os embarques renderam US$ 4,791 bilhões, 0,3% mais que em março do ano passado. As importações cresceram 15,6% na comparação, para US$ 968,5 milhões, e com isso o superávit ficou em US$ 3,823 bilhões, 2,9% menor. O complexo soja (grão, farelo e óleo) voltaram a liderar os embarques do setor, com US$ 1,37 bilhão em março, 40,9% mais que no mesmo mês de 2008. Apesar de estancada a sangria, no primeiro trimestre as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 12,595 bilhões e foram 9,4% menores que em igual intervalo do ano passado. (Valor Econômico)

 

Economia

IPC-S – A inflação no varejo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor-Semanal (IPC-S) subiu em cinco das sete capitais brasileiras pesquisadas. Em Porto Alegre, cresceu de 0,83% para 1,05% na primeira prévia de abril do indicador, medida até a terça-feira passada, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os preços em São Paulo avançaram 0,98%, após subirem 0,87% no dado fechado de março do índice. Houve aceleração de preços também em Belo Horizonte (de 0,78% para 0,92%), Rio de Janeiro (de 0,20% para 0,33%) e Recife (de 0,49% para 0,58%). As outras duas capitais apresentaram desaceleração de preços: Brasília (de 0,42% para 0,30%) e Salvador (de 0,35% para 0,31%). (Agência Estado)

Recuperação – A indústria brasileira começa a dar sinais de recuperação no primeiro trimestre deste ano, após queda generalizada nos pedidos recebidos em dezembro. Um mapeamento feito com base na Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que a retomada da demanda está concentrada na produção de bens cujo consumo depende da renda do trabalhador, como alimentos, e da indústria automobilística, que teve o corte de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) renovado. Em dezembro, no ápice da crise, todos os 14 setores pesquisados pelo estudo feito a pedido do Grupo Estado registraram queda na demanda global em relação a setembro. (O Estado de SP)

 

Globalização e Mercosul

Agronegócio – O resultado da balança comercial do agronegócio de março revela que as exportações brasileiras para a China continuam em expansão. No mês, as vendas externas para o país asiático cresceram 52,5%, o que permitiu ampliação da participação chinesa na pauta de 8,2%, em março de 2008, para 12,5% no mesmo período deste ano. Em março de 2009, o valor das vendas externas para a China alcançou US$ 598,86 milhões. O resultado se deve principalmente ao crescimento da soja embarcada. Já no primeiro trimestre do ano, o aumento foi de 31,9% nas vendas para o país. Foi registrado ainda desempenho positivo nas exportações do agronegócio para a Índia (1.505%), Marrocos (192,4%) e Irã (80,4%). O resultado se deve ao aumento nas vendas de açúcar e complexo soja. Considerando blocos econômicos, a balança comercial apresentou elevação nas vendas externas para África (29,5%), Ásia (28,6%) e Oriente Médio (28,6%). No primeiro trimestre do ano, as exportações apresentaram aumento, além da China, Coreia do Sul (30,9%), Venezuela (11%), Hong Kong (2,5%) e Arábia Saudita (1,2%). (Ministério da Agricultura)

Recessão – A economia da América Latina e do Caribe cairá 0,3% em 2009, na primeira recessão depois de seis anos de crescimento. A previsão é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que revisou estimativas diante dos maus resultados registrados na região no último trimestre de 2008. Para o órgão, a taxa de desemprego regional alcançará 9% no ano, ante 7,5% em 2008, elevando a informalidade e a pobreza. O Brasil, segundo a Cepal, será um dos países mais afetados, com queda de 1% no PIB, ao lado de México (-2%), Costa Rica (-0,5%) e Paraguai (-0,5%). Pela estimativa de dezembro do órgão, o país cresceria 2,1% neste ano, mais do que a média regional, avaliada então em 1,9%. (Valor Econômico)

China – A produção industrial chinesa retomou um ritmo de crescimento mais dinâmico em março, crescendo 8,3%, disse o primeiro ministro Wen Jiabao, durante entrevista no final de semana, acreditando que isto é um sinal de melhora da economia, colhendo frutos das medidas tomadas pelo governo para combater a crise financeira internacional. O premier acrescentou ainda que, os números apontaram crescimento dos investimentos em capital fixo e do consumo, mostrando que a economia respondeu mais rápido do que o previsto. (Le Fígaro )

Crescimento do consumo de lácteos diminui em 2008

O crescimento do consumo global de lácteos caiu para somente 0,5% em 2008 (de 2,4% em 2007), de acordo com uma recente pesquisa feita pela especialista na indústria de bebidas, Canadean Limited, do Reino Unido. As piores condições econômicas somadas ao impacto e os efeitos do escândalo de contaminação de leite com melamina na Ásia (que é responsável por 45,2% da demanda global) foram as principais razões para a desaceleração no crescimento.

O mercado asiático apresentou a deterioração mais marcada – com os volumes totais expandindo somente 0,5% em 2008 comparado com 5,1% em 2007. A situação geral foi composta, entretanto, pelos declínios absolutos na demanda na América do Norte e na Europa Ocidental desde 2004. África, Leste Europeu, América Central e do Sul, e Oriente Médio mantiveram crescimentos positivos em 2008, mas mesmo nessas regiões, é improvável que esse crescimento escape do impacto da recessão global em 2009.

O leite puro continuou sendo de longe a categoria mais importante no geral, responsável por 79,4% da demanda global por lácteos em 2008 ou pouco menos de 200 bilhões de litros. O crescimento nessa categoria caiu pela metade, de 0,6% para 0,3% em 2008. Os setores de expansão mais rápida desde 2002 têm sido os de produtos com valor agregado, como iogurtes, leite com sabor e leite fermentado. Entretanto, esses produtos também apresentaram um forte declínio em 2008, com o leite com sabor sendo particularmente afetado pelo escândalo da melamina na Ásia e caindo em 2,9% no ano. Analistas locais esperam que leve pelo menos cinco anos para esta categoria se recuperar totalmente na região.

Apesar dessas tendências negativas, algumas categorias e subcategorias se mantiveram resistentes; o crescimento nas bebidas de soja é um bom exemplo disso, com alguns consumidores mudando para esses produtos ou voltando a consumir esses produtos. Também houve um fortalecimento na demanda por leite evaporado e condensado e alguns nichos de mercado específicos, como leite com baixo teor de gordura, bebidas probióticas, leite orgânico e leites fortificados.

Com as taxas de crescimento no volume ainda declinando, a previsão de curto prazo para 2009 é de uma maior intensificação da competição e uma extensão de novos produtos, marcas, tipos de embalagens visando particularmente suprir as demandas de consumidores com menos poder aquisitivo e mais conscientes com relação aos custos.

Apesar da previsão para 2009 não ser muito otimista, alguns direcionadores fundamentais para o crescimento de longo prazo continuam existindo. Esses incluem o crescimento da população mundial e do consumo per capita, o aumento dos níveis disponíveis de renda, uma mudança para o consumo de alimentos embalados ao invés dos não embalados (estes ainda representam quase um terço do mercado mundial) e maior interesse dos consumidores em produtos mais sofisticados com valor agregado, funcionais e mais saudáveis.

Tabela 1. Crescimento do consumo global de bebidas lácteas, 2007-2008.

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