Havia dois anos que o Brasil não tinha déficit na balança comercial de lácteos. Com uma esperada redução da oferta é possível que se produza um incremento do volume de importações durante o primeiro semestre deste ano. A importação de 10.000 toneladas de leite em pó em janeiro equivale a quase 90 milhões de litros de leite, e é um sinal do que pode ocorrer no primeiro semestre de 2009. Janeiro é um mês de safra no sudeste e centro-oeste, e em caso de se confirmar a tendência, com a redução natural da oferta nos próximos meses, as importações se intensificarão. Hoje, tem empresas trazendo leite em pó da Argentina e Uruguai a um custo equivalente de R$ 0,50/litro. Além disso, algumas empresas, antecipando uma possível falta de leite nos próximos meses, estão formando estoques comprando nos países vizinhos. Resta saber se os estoques da Argentina e Uruguai serão suficientes para cobrir a demanda brasileira e se as importações continuarão nesse ritmo. Se não forem suficientes, será necessário trazer mais leite de fora do bloco, pagando taxas de 27% e, em alguns casos, tarifas antidumping, o que gera um potencial desajustes entre os preços internos e externos, com espaço para um aumento mais significativo dos preços. De qualquer forma, as importações aos preços atualmente vigentes preocupam e podem significar um retrocesso no crescimento da produção interna, e na geração de empregos e nos planos de exportação.
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