Importações – Veja as importações de lácteos em fevereiro de 2009 comparadas com fevereiro de 2008 e janeiro de 2009. Em seguida, as importações acumuladas de janeiro a fevereiro de 2009 comparadas com o mesmo período de 2008. (www.terraviva.com.br)
PEP – A Conab realizará, no dia 17 de março, leilão de prêmio para o escoamento de 200 milhões de litros de leite de vaca in natura. (www.terraviva.com.br)
Publicidade – Fabricantes multinacionais de alimentos infantis anunciam e vendem no Brasil produtos menos saudáveis do que os comercializados na Europa e nos Estados Unidos. Visando as crianças, as companhias adotam aqui publicidade mais permissiva. Essas são algumas das conclusões de pesquisa realizada em parceria pelo Instituto Alana e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) entre janeiro e fevereiro deste ano e divulgada para pressionar o governo federal a adotar restrições para a publicidade de alimentos infantis. Entre dez multinacionais que fizeram publicidade em sites e durante programação infantil na TV ao longo do período analisado nove adotam duplo padrão de conduta. Isto é: produtos e anúncios feitos para o Brasil jamais poderiam ser veiculados lá fora, segundo a autorregulamentação que as multinacionais adotam nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo. O Brasil discute desde 2006 uma regulamentação específica sobre publicidade de alimentos industrializados e limites para quantidades de açúcar, gorduras e sódio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sugeriu em consulta pública, por exemplo, que alimentos com excesso de açúcar são aqueles com 15 g/100 g ou 7,5 g por ml ou mais. No caso de gordura saturada, os alimentos com excesso são aqueles com 5 g ou mais da substância por 100 g ou 2,5 g por 100 ml. Os padrões da Anvisa foram usados também para a pesquisa, mas as ONGs que organizaram o estudo tomaram como referenciais principalmente as composições nutricionais e as regras para anúncios de acordo com Organização Mundial da Saúde e regulamentação nos EUA e Europa. (O Estado de SP)
Regulamentação – A regulamentação da publicidade de alimentos e bebidas no Brasil, principalmente os destinados ao público infantil, pode sair no próximo semestre. A proposta em estudo abrange a publicidade de alimentos ricos em gordura, gordura trans, açúcar e sódio. “A previsão é que se faça uma audiência pública agora no segundo semestre e depois disso, seja publicada a regulamentação”, disse Ana Paula Dutra Massera, chefe da unidade de monitoramento e fiscalização de propaganda e publicidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). (Diário de Pernambuco)
Negócios
Kassab – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que manterá a redução de 1,2 kg para 1 kg de leite distribuído mensalmente para as famílias com crianças no ensino infantil atendidas pelo programa Leve Leite. (Folha de SP)
Yoplait – A marca adapta suas embalagens aos novos hábitos de compra. A dança das etiquetas está perturbando o comportamento dos consumidores. “O custo de um artigo tornou-se mais importante para a decisão de compra que o seu preço ou quilo”, explicou o diretor comercial e de marketing da Yoplait, número 3 no mercado de iogurte francês. A Yoplait lançou então uma guerra de preços em pequenos formatos, criando a cesta Yoplait, denominada “A Oferta Eco”, decorada com um logotipo vermelho e amarelo que se parece com a moeda de 1 euro. Nada a ver com o pacote econômico da Danone, lançado em setembro. Para um conjunto de 6 iogurtes à 1 euro, a líder do mercado inventou uma receita de baixo custo, colocando 115 gramas em potes de 125. Ao contrário, a Yoplait, que vendia até agora a embalagem de 6 potes de 100 gramas por 2,35 euros e de 12 potes de 50 gramas a 2,30 euros, apresentará o lote de 6 potes de 50 gramas a 1 euro, reduzindo 13% no preço. É a única solução para recuperar o mercado de iogurtes que caiu 4.4% em volume no ano passado, sobretudo os consumidores que privilegiam as marcas brancas. Estas, que cresciam apenas 0,7% ao ano, no ano passado subiram para 3,3%, conseguindo 40,7% do mercado. A Yoplait saiu de 11,4% do mercado em 2007, para 11% em 2008. Essa hábil estratégia de marketing poderá enganar o consumidor, pois se a embalagem de 750 gramas é vendida a 1,75 euros, “A Oferta Eco”, que oferece 300 gramas a 1 euro, sairá de fato, 30% mais cara. (Le Figaro)
Setoriais
Renda – A renda agrícola de fevereiro está estimada em R$ 152,9 bilhões, 6,2% menor que a de 2008. Dos 18 produtos pesquisados, sete apresentam elevação de renda, sendo que os maiores destaques são para o amendoim (34,1%), arroz (21,8%), cacau (10,7%) e mandioca (6%). Em percentuais menores, encontram-se a pimenta-do-reino, laranja, e cana-de-açúcar. Onze produtos registraram redução de renda no mês passado. As maiores foram para o trigo (-32,2%), milho (24,9%), cebola (-18,7%), algodão (-17,7%), café (-15,6%) e tomate (-10,6%). Outros itens apresentaram retração: fumo (-4,7%), banana (-2,7%), soja (-1,6%), feijão (-1,2%) e batata-inglesa (-1,1%). Esses produtos representam 68,3% da renda de 2009. O acompanhamento da renda agrícola é realizado mensalmente pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). (Ministério da Agricultura)
Soja – A soja é responsável por 34% do adubo consumido pelo país, diz Daher. Milho vem a seguir, com 18,7%, acompanhado de cana-de-açúcar (13,7%). Em quarto lugar vem o café, com 6,1%, conforme dados de 2008. (Folha de SP)
Milho – Este pode ser um ano aquecido para os preços do milho no segundo semestre, caso as exportações continuem em alta, segundo a consultoria Céleres. As exportações já somam 2,1 milhões de toneladas no bimestre, 192% mais do que em igual período de 2008. As receitas atingiram US$ 351 milhões. (Folha de SP)
Economia
IGP-M – A primeira prévia de março do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,45%, após avançar 0,42% em igual prévia de fevereiro, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de março. O Índice de Preços por Atacado (IPA) teve queda de 0,71% na prévia anunciada hoje, após subir 0,49% em igual leitura do mês passado. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve ligeiro avanço de 0,03% na primeira prévia de março, após apresentar elevação de 0,21% na primeira prévia de fevereiro. Já o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) teve alta de 0,16% na leitura inicial deste mês, em comparação com o aumento de 0,43% em igual leitura de fevereiro. (Agência Estado)
IPCA – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA subiu 0,55% em fevereiro, superando a taxa de 0,48% registrada em janeiro, divulgou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi influenciada principalmente por um fator sazonal: o reajuste das mensalidades dos cursos de educação. Já os preços dos alimentos, que haviam subido 0,75% em janeiro, registrou alta menor no último mês, de 0,27%. A inflação do grupo Transportes também apresentou desaceleração de 0,35% no primeiro mês do ano para 0,24% em fevereiro. O grupo dos artigos de Vestuário foi o único a apresentar deflação: os preços caíram 0,24% após alta de 0,05% em janeiro. (O Globo)
Globalização e Mercosul
Argentina – Líderes ruralistas argentinos disseram ter havido poucos resultados na reunião desta terça-feira com o governo, mas afirmaram que voltam a se encontrar na próxima semana para continuar reivindicando ajuda emergencial contra as secas e alíquotas menores para a exportação de soja. Governo e agricultores tentam resolver um conflito que já dura um ano e que afeta as bilionárias exportações argentinas de soja. O governo se recusa a negociar as alíquotas sobre a soja, um imposto que é uma importante fonte de renda para o governo num momento de redução da arrecadação fiscal. Mas Buzzi disse que os agricultores vão continuar pressionando o Congresso a resolver a questão. Ele declarou ainda que os produtores irão reivindicar impostos mais baixos para a exportação de outros produtos, como trigo, milho, sementes de girassol e carne. Na semana passada, os ruralistas aceitaram vários acordos com a presidente Cristina Kirchner, mas posteriormente se queixaram de que os acordos sobre os preços do trigo e a exportação de carne e laticínios não teriam sido implementados conforme foi definido. Porém, nesta terça-feira agricultores disseram que funcionários do governo haviam prometido retificar as publicações oficiais de modo a resolver tais diferenças. (Reuters)
Alimentos – O desafio de produzir alimentos para a população mundial se tornou mais difícil com a crise financeira e requer vontade política dos governantes tanto de países ricos quanto de emergentes, na avaliação do diretor-geral da Agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf. Diouf manteve uma série de reuniões com o governo brasileiro e voltou a defender que, para se acabar com a fome no mundo, é necessário que os países ricos invistam por ano US$ 30 bilhões. Somente assim, em 2050, de acordo com estimativas da FAO, seria possível alimentar os 9 bilhões de habitantes da terra. – O maior problema que temos no mundo é o de aumentar a produção e a produtividade tanto nos países ricos e nos países emergentes – disse. Para o diretor-geral da FAO, a questão da alimentação não se resume apenas a um problema econômico, ele também é político e está relacionado ao acesso às novas tecnologias de produção. (Safras)
Produção/Israel – Produzir mais, em menos espaço e com pouca água. Este é o grande desafio da agricultura. Principalmente em regiões nas quais água e terra arável são escassas. Foi justamente a necessidade de produzir alimentos com poucos recursos naturais que fez da tecnologia agrícola israelense uma das mais desenvolvidas do mundo, especialmente em irrigação. Para se ter ideia, o índice médio de chuva em Israel é de 600 milímetros por ano – no semiárido brasileiro, o índice é de 800 milímetros anuais. Na região sul, onde está o deserto de Negev, esse índice não chega a 30 milímetros/ano. Um simples passeio entre algumas cidades pode revelar um pouco do perfil agrícola israelense: planta-se em qualquer pedaço de terra agricultável, até em terrenos nas alças de acesso de rodovias, e todas as lavouras têm irrigação ou estão em estufas. “Temos um sistema intensivo de produção”, diz o diretor do Departamento de Agrotecnologia, Água e Ambiente de Israel, Yitzhak Kiriati. (O Estado de SP)
Tecnologia/Israel – Um bom exemplo da eficiência da adoção de tecnologia é a reforma na atividade leiteira do país. Em dez anos, o número de fazendas de leite em Israel caiu 30%, mas a produção aumentou 9%. Desde a década de 50, a média da produção cresceu de 3.900 para 11 mil litros de leite/vaca/ano. “A ordenha dos animais é toda mecanizada”, diz o gerente do Departamento de Controle Leiteiro do grupo Afimilk, Alon Arazi. Mas o que chama a atenção de quem é acostumado a ver criações extensivas é o manejo. Na maioria das propriedades leiteiras israelenses não há pasto. As vacas são confinadas em galpões, com teto que abre e fecha e com ventilação controlada. Uma oportunidade de conhecer a agrotecnologia israelense é a Agritech, tradicional mostra agrícola promovida a cada três anos em Tel-Aviv. Este ano o evento, em sua 17ª edição, ocorrerá entre 5 e 7 de maio. (O Estado de SP)
Consumidor – No dia 13 de Março de 2009, o Comitê Econômico e Social Europeu (CESE) irá comemorar o décimo aniversário do Dia Europeu do Consumidor em parceria com a Comissão Europeia e a República Tcheca. Este ano, o tema é “Direito dos Consumidores”, no contexto do comércio além fronteiras. Nesse momento, em que a existência do mercado único é questionada, sob pretexto da crise econômica, é vital assegurar o bom funcionamento do mercado, aumentando a confiança dos consumidores no que diz respeito aos seus direitos. A Comissão Europeia apresentou uma proposta recomendando a harmonização dos direitos dos consumidores a nível europeu. O assunto é de grande importância, tanto para os consumidores, como para empresas na União Europeia. (Comissão Europeia)
Longa vida: setor projeta crescimento de 5% na produção
A indústria de leite longa vida (ultrapasteurizado e embalado em caixinha) projeta, mesmo com o agravamento da crise financeira internacional, um aumento de 5% no volume produzido em 2009 sobre o total do ano passado que, de acordo com os primeiros números, atingiram aproximadamente 5,1 bilhões de litros. “Desde outubro o consumo vem se mantendo normal, até com uma tendência de alta”, diz Laércio Barbosa, vice-presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). Em 2008, o total produzido foi 2% superior ao do ano anterior.
A associação estima também que as cotações do longa vida no atacado poderão sofrer um aumento entre 10% e 20% a partir de junho, período de entressafra na produção. O longa vida atingiu o último pico de preços em 2007, quando a queda expressiva na oferta levou as indústrias a aumentar os preços para o patamar de R$ 2,10 o litro, no mês de julho, depois de ter atingido R$ 1,20 o litro. A média do ano chegou a um intervalo entre R$ 1,42 e R$ 1,47 por litro. No ano passado, a oscilação foi menor, e a cotação média encerrou o ano em uma faixa entre R$ 1,41 e R$ 1,45 por litro. Para este ano, as estimativas são de que o litro do longa vida possa chegar a um valor de até R$ 1,70 por litro.
Conforme Barbosa, a crise financeira provocou uma mudança no perfil de consumo. Se em 2008 o consumidor recorreu a financiamentos para adquirir bens duráveis, este ano vem aplicando a maior parte da renda em alimentação. “O consumidor deixou de ter acesso a crédito e passou a comprar alimentos”, diz ele.
A boa sinalização do mercado, segundo ele, tem incentivado as indústrias a deslocarem parte do volume de leite para a produção do longa vida, em vez do leite em pó, com foco no mercado interno. É o caso da Itambé, que pretende duplicar a produção este ano, para 400 mil litros ao dia. “Como a exportação de leite em pó diminuiu, vamos destinar esta produção para o longa vida”, informou o presidente da empresa, Jacques Gontijo.
Apesar dos estoques baixos e da redução da oferta, o vice-presidente da ABLV não acredita em falta de produto no mercado. “Não acho que vá ocorrer falta de leite”, diz ele. Da mesma forma, de acordo com ele, mesmo que os aumentos das cotações do longa vida sejam integralmente repassados ao produtor, os valores não serão suficientes para estimular a oferta.
A matéria é de Raquel Massote, publicada na Agência Estado.