Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: a Perdigão pretende inaugurar unidade de resfriamento de leite em Bagé no dia 15 de abril; o BNDES lançou o Programa Especial de Crédito – PEC; o resultado do 3º leilão de prêmio para o escoamento de leite de vaca in natura; as importações de leite e derivados em fevereiro; produtores de Pernambuco ganham tanques de resfriamento de leite; as exportações e importações de lácteos em janeiro de 2009; a Linha Especial de Comercialização (LEC) deverá ser implementada, até o fim deste mês, por meio de portaria interministerial; a cadeia produtiva do leite em Pernambuco será mapeada; saldo da balança comercial de produtos lácteos em janeiro de 2009. (www.terraviva.com.br)
Leite/MG – De um lado, os produtores rurais, que reclamam dos reflexos da crise que afeta toda a balança comercial do planeta. De outro, a Cooperativa Agropecuária da cidade de Divinópolis, Região Centro-Oeste de Minas Gerais, que comemora números alcançados e garante que os problemas na economia não invadiram seus portões. “A crise não nos atingiu porque o leite é um alimento de primeira necessidade, e o ser humano não deixa de consumir. Portanto, não estou vendo a crise, e também não acredito nela. Mas, naturalmente, estamos de olho”, diz o diretor da entidade, Humberto Pozzolini. “Nossa produção está na capacidade máxima, e temos trabalhado 3 turnos. Se antes eram beneficiados 70 mil l/dia, hoje estamos em 120 mil”, relata Pozollini. “Trabalhamos o mix de produtos, e isso nos impulsionou. Se em janeiro faturamos R$ 4 milhões, esperamos faturar R$ 4,5 milhões em fevereiro”, analisa. No entanto, Pozzolini afirma que é preciso mais fiscalização por parte do Governo do Estado para coibir a adulteração de leite que, segundo ele, ainda existe, principalmente no tipo C. Ele sugere que uma das alternativas para ajudar a salvar os produtores seria o governo comprar leite para fornecer às escolas. Irajá Nogueira, criador de gado leiteiro e presidente do Sindicato Rural de Divinópolis diz que a situação é crítica. “Todos pisaram no freio. O mercado interno não está conseguindo absorver a produção. O diretor da Cooperativa revela ainda que está tentando um acordo com um grupo de empresários judeus para exportar o produto. (Hoje em Dia/MG)
Lácteos – O saldo da balança comercial brasileira de lácteos em janeiro apresentou déficit de US$ 8,3 milhões, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No mesmo período do ano passado, a balança comercial foi superavitária em US$ 25,5 milhões. O déficit comercial apresentado pelo setor de lácteos mostra queda de 123% em relação ao mês de dezembro, no qual a balança comercial de leite e derivados apresentou resultado positivo de US$ 37 milhões. Quando comparado a janeiro de 2008, a queda é de 133%. Em volume, a queda nas exportações em comparação a janeiro de 2008 foi de 52%, ficando em 7,6 mil toneladas. (O Popular/GO)
Camila – Como se costuma repetir no mundo dos negócios: “crise é sinônimo de oportunidade”. É dessa forma que está sendo encarada a falência da Cooperativa Agropecuária de Major Izidoro Ltda., mais conhecida como Camila, pela maioria dos atores da Cadeia Produtiva de Leite de Alagoas. A empresa, criada em 1979, no município de Batalha, encerrou suas atividades este ano, após trajetória repleta de altos e baixos. Em 2006, sob nova gestão, a empresa ensaiou uma guinada, aumentando o número de associados de 11 para 190 e ampliando sua captação de leite de 21 mil l/dia para 100 mil. Apesar disso, a empreitada não resultou no sucesso esperado. O fim da Camila gerou uma crise na Bacia Leiteira de Alagoas. (Agência Alagoas)
Laticínios- Alarmados, produtores reivindicaram a participação do Estado na busca de alternativas para o fortalecimento do setor. Desde então já foram realizados três encontros entre produtores e donos de laticínios com os secretários Luiz Otávio Gomes (Desenvolvimento Econômico) e Jorge Dantas (Agricultura). No último deles, realizado no dia 10, o governo trouxe boas novas que prometem aquecer os negócios no Estado. Uma delas é a instalação de um laticínio de grande porte, das Indústrias Reunidas Bona Sorte, no município de Palmeira dos Índios. A nova fábrica terá capacidade instalada para beneficiar 100 mil l/dia de leite e vai entrar em operação até junho. “Além disso, o governo está oferecendo incentivos fiscais, creditícios e locacionais para instalação de quatro laticínios de pequeno porte, com capacidade de captar 25 mil l/dia, nos municípios de Jaramataia, Monteirópolis, Batalha e Major Izidoro. Juntos, esses cinco novos laticínios irão processar diariamente cerca de 200 mil l/dia de leite, ocupando o espaço deixado pela Camila que, em sua melhor fase, beneficiava R$ 160 mil litros diários”, reflete o secretário Luiz Otávio Gomes. Segundo ele, o governo está firmando uma parceria estratégica com a multinacional Tetra Pak, que também vai beneficiar a Cadeia Produtiva de Leite alagoana. – A empresa líder no mercado de embalagens vai oferecer maquinário para envasamento de leite a preços e condições subsidiados aos novos pequenos laticínios. (Agência Alagoas)
Produção – Na outra ponta, a Secretaria de Agricultura já vem desenvolvendo ações que visam incrementar a produção de leite de Alagoas, estimada em 650 mil litros de leite por dia. De acordo com o secretário Jorge Dantas, o grande desafio é o de diminuir os custos de produção do leite para os pecuaristas. “Temos três projetos importantes que visam fortalecer o setor: o Programa Balde Cheio, o curso de Inseminação Artificial e o Alagoas na Palma da Mão. Segundo Dantas, as perspectivas para o setor leiteiro são boas para os próximos anos. “O Programa Balde Cheio, iniciado no ano passado, aumentará o número de propriedades atendidas de 80, do projeto piloto, para mil. Além disso, a Empresa de assistência técnica e extensão rural vai entrar em operação, dando um melhor apoio aos pecuaristas e agricultores do Estado”, afirma. (Agência Alagoas)
Reciclagem – A tecnologia que permite separar o alumínio, o plástico e o papel das embalagens da Tetra Pak, garantindo sua reciclagem total é tema de matéria publicada pela revista Época Negócios de fevereiro. Desenvolvido sob supervisão e pesquisa do Diretor de Desenvolvimento Ambiental da companhia no Brasil, Fernando Von Zuben, o processo industrial é inédito e deverá ser replicado em diversas partes do mundo. A reportagem trata ainda de como a Tetra Pak busca fazer da reciclagem uma peça-chave de sustentabilidade ambiental e social e apresenta diversos casos bem-sucedidos. A matéria é um dos destaques da Newsletter Tetra Pak InBox deste mês.
Negócios
Varejo – O Grupo Pão de Açúcar, um dos maiores do segmento supermercadista no Brasil, mantém o otimismo e anuncia investimentos nada modestos para 2009. Serão cerca de R$ 1 bilhão para incrementar a participação do grupo no mercado e isso significa fusões e aquisições de negócios, além da abertura de 100 novas lojas. O montante será distribuído por todo País. E Alagoas também faz parte dos planos do grupo que atualmente está representado no Estado com dois hipermercados da bandeira Extra. A empresa não confirma, mas a notícia que percorreu os bastidores econômicos na semana passada, revelaram a retomada das negociações entre o grupo Pão de Açúcar e os atuais gestores do G. Barbosa. (O Jornal/AL)
Supermercados – O cenário conturbado para as exportações brasileiras não parece afugentar os planos de grandes players supermercadistas como o Grupo Pão de Açúcar e a subsidiária brasileira da rede norte-americana Wal-Mart, visto que essas companhias alcançaram crescimento nesta área no ano passado e ainda mantêm perspectivas de resultados positivos para este ano. Ampliar de 10% a presença de produtos fabricados no País nas gôndolas das redes afiliadas do sócio francês Groupe Casino, especialmente os de marca própria, é um dos principais objetivos da área de exportação da companhia criada no mercado nacional pela família Diniz. O negócio de venda de itens Made in Brazil para serem comercializados em outras redes supermercadistas teve um resultado surpreendente no Grupo Pão de Açúcar no ano passado, quando a receita da rede com exportação foi impulsionada de 50%, ante o ano anterior, totalizando US$ 20 milhões. No perfil de negócios da concorrente do setor, a rede Wal-Mart, as exportações também representam forte impacto de vendas, tanto que geraram uma receita de R$ 787,5 milhões até novembro do ano passado, valor aproximadamente 5% maior que o de 2007. Segundo o diretor de Exportação da companhia, Ricardo Bedani, mais de 430 empresas nacionais já exportam via Wal-Mart, que hoje tem, entre os principais compradores, as filiais de Estados Unidos, México, Porto Rico, Canadá, Argentina, Reino Unido e América Central. Para Sussumu Honda, presidente da entidade que representa o setor, a Abras, essa movimentação de itens nacionais em prateleiras fora do Brasil não deve ter queda por causa da crise financeira. (DCI)
Setoriais
Preço – Depois de uma leve recuperação, os preços do milho e da soja no mercado internacional voltaram a cair nesta semana. Os contratos de soja para maio recuaram 1,8% e, os de milho, 2,1%. Analistas apontam como causas o ceticismo na recuperação imediata da economia dos Estados Unidos, com reflexos na demanda por alimentos e biocombustíveis, e o recuo de 12% nas importações chinesas no mês passado. No início da semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos reduziu em 0,7% a previsão da demanda global de milho, e em cerca de 2% a de soja. (O Popular/GO)
Economia
IPC-S – A inflação medida pelo IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV) perdeu força na segunda semana de fevereiro. O índice subiu 0,59% contra uma alta de 0,81% na primeira medição. É a menor alta desde a quarta semana de dezembro de 2008, quando o IPC-S subiu 0,52%. A taxa anunciada hoje ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam um resultado entre 0,53% e 0,76%. A desaceleração foi motivada por altas mais fracas nos preços dos alimentos (de 1,16% para 0,81%); e Educação, Leitura e Recreação (de 2,91% para 1,93%). Segundo a FGV, houve fortes desacelerações de preços em produtos nas duas classes de despesa. Os destaques ficaram por conta das movimentações de preços em frutas (3,32% para 0,22%) e em cursos formais (4,71% para 2,98%), respectivamente. (Agência Estado)
Reforma tributária – Os líderes dos partidos que apoiam o governo no Congresso vão intensificar os esforços para aprovar o texto base da reforma tributária até abril. A ideia é que os pontos sem acordo sejam negociados via emendas – colocadas em votação em outra etapa de negociações. Na quinta-feira passada o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), reuniu representantes de todos os partidos para discutir o assunto. Fontana disse que o objetivo é votar a proposta em um mês, se não for possível, no máximo, em 60 dias. Durante a reunião, os líderes cobraram do relator da proposta, deputado Sandro Mabel (PR-GO), que apresente na próxima semana os números sobre os eventuais impactos causados pelas relativas à cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). (Folhapress)
Globalização e Mercosul
Protecionismos – Os ministros das Finanças do G7 (grupo que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo) disseram que vão usar todas as ”ferramentas” disponíveis para combater a crise global, que, segundo eles, vai durar todo este ano, mas afirmaram que não recorrerão a medidas protecionistas. ”Um sistema aberto para o investimento e o comércio mundiais é indispensável para a prosperidade global”, afirmou comunicado do grupo que reúne, entre outros, EUA e França, dois países que foram acusados de adotar medidas protecionistas para a sua indústria. (Folhapress)
Contaminação – O Ministério chinês de Saúde concluiu que o aditivo conhecido como OMP na sigla em inglês (Osteoblast Milk Protein) achado no leite da marca Mengniu é inócuo, segundo informou a agência oficial “Xinhua”. Em comunicado em seu site, o Ministério assegura que a proteína láctea investigada “não é daninha para a saúde humana”. Há duas semanas, as autoridades chinesas ordenaram a Mengniu que parasse a produção do leite Milk Deluxe após achar OMP em seu conteúdo, com o objetivo de fazer mais testes para se assegurar que o aditivo não apresentava complicações. Após as análises, o Ministério da Saúde certificou-se que a proteína, importada da Nova Zelândia – onde passou por todos os controles de qualidade -, é segura. A empresa chinesa alegou em sua defesa que a mencionada proteína é “material comum” em mercados de todo o mundo e que se usa de maneira generalizada em países como Japão e Estados Unidos. (EFE)
Associados da Cooperativa dos Produtores de Leite de Tio Hugo (Cooprolat), município gaúcho distante 251 quilômetros de Porto Alegre, estão prontos para enfrentar 2009. O grupo definiu, que, este ano, irá intensificar ações de qualificação na área financeira das propriedades rurais e realizar compras conjuntas de insumos com o objetivo de reduzir custos de produção.
Também está definida a participação dos produtores na feira Mercoláctea em março, em Chapecó (SC), e na Feileite em novembro, em São Paulo. A cooperativa, formalmente constituída em janeiro do ano passado, em uma ação impulsionada pelo Sebrae/RS, por meio do Programa Juntos para Competir, conta atualmente com 45 associados.
De acordo com o gestor do projeto Arranjo Produtivo Local (APL) de Leite do Planalto RS, Gabriel Colle, os produtores associados à cooperativa tem uma avaliação positiva das ações impulsionadas pelo Sebrae/RS, em 2008, junto ao grupo. “As atividades garantiram o aumento da produção e a ampliação do lucro obtido com a comercialização de leite. Os produtores se mostram bastante entusiasmados em integrar a cooperativa e satisfeitos com os resultados, apostando em um trabalho ainda mais positivo para este ano”, afirma.
Segundo o gestor, desde janeiro, quando a cooperativa foi constituída, o número de associados passou de 22 para 45, o que representa 50% do número total de produtores de leite do município. Em relação à coleta de leite, o crescimento foi de 294%, passando de 59 mil litros, em maio de 2008, para 175 mil litros, em dezembro do mesmo ano.
O consultor do Sebrae/RS, Nildo José Formigheri, assinala que este ano um dos objetivos da cooperativa é ampliar o número de associados para fortalecer ainda mais o associativismo. Segundo ele, o projeto APL de Leite do Planalto RS está realizando um levantamento em 23 municípios da região Planalto para impulsionar a formação de grupos de produtores que queiram integrar o novo projeto direcionado ao setor leiteiro.
“Após a constituição desses grupos, faremos um trabalho de visita às propriedades com a participação das Secretarias da Agricultura municipais e demais entidades do setor para realizarmos um diagnóstico sobre os aspetos que necessitam ser melhorados. A partir daí, os produtores serão orientados a participar do curso D’Olho na Qualidade e outras capacitações com o objetivo de profissionalizar a produção de leite”, completa.
Mais informações através da Central de Atendimento ao Cliente do Sebrae – 0800-570-0800.
As informações são da Agência Sebrae de Notícias.
Brasil pode voltar a ser grande importador em 2009
A importação de 10.000 toneladas de leite em pó em janeiro, equivalente a quase 90 milhões de litros de leite, é um sinal do que pode vir a acontecer nesse primeiro semestre. Janeiro é um mês de safra no sudeste e no centro-oeste e, caso a tendência se confirme, com a redução natural da oferta nos próximos meses, as importações se intensificarão. Desde janeiro de 2007 o Brasil não tinha déficit na balança comercial de lácteos (para os cálculos, foram considerados os produtos do capítulo 04 da Nomenclatura Comum do Mercosul – leite UHT, leite em pó, leite condensado, creme de leite, leite evaporado, iogurte, manteiga, soro de leite e queijos – e leite modificado e doce de leite, do capítulo 09).
Hoje, há empresas trazendo leite em pó da Argentina e Uruguai, a um custo equivalente de cerca de R$ 0,50/litro. Além disso, algumas empresas, se precavendo de uma possível falta de leite nos próximos meses, estão garantindo seu suprimento nos países vizinhos.
Essa prática coloca um teto natural nos preços de leite, tanto pelo volume importado, que é significativo, como pela referência dos preços externos. Resta saber se os estoques da Argentina e Uruguai serão suficientes para cobrir nossa demanda e se as importações continuarão nessa toada. Essa é a pergunta que vale. Se não forem suficientes, será necessário trazer mais leite de fora do bloco, pagando taxa de 27% e, em alguns casos, tarifa antidumping, o que gera um potencial descolamento entre preços internos e externos, com espaço para elevação mais significativa dos preços.
De qualquer forma, as importações aos preços atualmente vigentes preocupam e podem significar um retrocesso no crescimento da produção interna, na geração de empregos e nos planos de exportação.
Fonte: Equipe MilkPoint