Balança Lácteos – Veja, abaixo, as tabelas abertas do saldo da balança comercial de produtos lácteos. Primeira tabela: saldo comercial em janeiro de 2009 comparado com janeiro de 2008; Segunda tabela: saldo comercial em janeiro de 2009 comparado com dezembro de 2008. (www.terraviva.com.br)
Nestlé financia fornecedores para evitar demissões
O aperto no crédito que a crise gerou em 2008 atingiu até a Nestlé do Brasil. Mas não foi a subsidiária brasileira da maior empresa de alimentos do mundo o alvo da falta de liquidez. Ao contrário, a multinacional suíça conseguiu cumprir sua meta e teve crescimento real acima de 3% e planeja chegar a 4% em 2009. O problema aconteceu com os fornecedores da Nestlé.
Por isso, pela primeira vez em seus 88 anos de Brasil, a companhia iniciou uma operação de crédito combinado com bancos para ajudar essas outras empresas. “Estamos descontando as duplicatas de nossos fornecedores com os bancos. A Nestlé fica como avalista e a condição para instituição financeira é que ela cobre, do fornecedor, os juros (menores) que cobraria da companhia”, explica o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita.
A empresa está, no momento, financiando entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões para fornecedores, que no total são 44 mil. A Nestlé, entretanto, não informou quantos estão usando essa linha de crédito. “Há grandes fornecedores e pequenos também”, disse.
O objetivo da Nestlé com essa ação, segundo Zurita, é evitar problemas financeiros na cadeia produtiva que possam gerar desemprego. A companhia tem 18 mil empregados diretos no país e 220 mil indiretos. “Nossa responsabilidade maior é manter esses empregos”, afirma Zurita. Para isso, segundo ele, manter as vendas crescendo é imprescindível. “Nossa estratégia para isso é manter as aquisições, ter agressividade comercial, lançar inovações e investir em comunicação. Vamos atacar em todas essas frentes muito fortemente para compensar baixas que possam ocorrer no consumo geral. É por isso que a maior ameça que existe hoje para a Nestlé é o desemprego”, declara.
Em dezembro, a Nestlé comprou duas fontes de água mineral e lançou a marca Aquarel. Essa aquisição, e outra (cujo nome da empresa em vista continua em segredo), haviam sido anunciadas em setembro. “Essa segunda aquisição ainda não saiu não foi por conta da crise”, diz. Segundo ele, a operação de ‘due diligence’ (análise e avaliação detalhada de informações e documentos pertinentes a uma determinada empresa) na companhia foco da aquisição se estendeu mais do que o esperado. Ainda não há previsão de quando o negócio será concluído.
Mas além dessa aquisição, outras virão, diz Zurita. “Vamos manter nosso plano de adquirir outras empresas para crescer pois essa é a maneira mais rápida de alcançar esse objetivo”. Segundo ele, a mudança cambial fez com que as companhias passassem a valer menos, o que favorece a compra pela Nestlé.
Para essas compras, a empresa tem este ano R$ 350 milhões, que serão usados também na expansão das 28 fábricas da companhia. A primeira delas é a de Feira de Santana, na Bahia. “Estamos ampliando ainda mais essa planta porque a resposta do mercado naquela região tem sido muito boa.” Segundo ele, todas as unidades de produção da Nestlé estão operando com 80% da produção. “Isso faz parte de um programa de produtividade que implantamos há cinco anos para buscar mais eficiência”. Desde então, segundo Zurita, a produtividade da Nestlé Brasil aumentou 70%. “Isso nos dá uma plataforma mais confortável para enfrentar a crise.”
Os R$ 350 milhões, entretanto, não incluem a verba de marketing, quem em 2009, de acordo com o presidente, será o dobro do que foi gasto em 2008. A empresa revelou apenas que está investindo R$ 80 milhões na campanha publicitária da cafeteira doméstica Dolce Gusto, lançada ontem (12), junto com a Arno. A máquina, que custará R$ 599 em lojas de eletroeletrônicos, funciona somente com cápsulas de café da Nestlé. “A máquina da Arno é diferente das outras porque não faz apenas café expresso. Ela prepara bebidas alternativas, o que nos difere da concorrência”, diz Zurita. A Nestlé espera faturar R$ 200 milhões em três anos com a venda das cápsulas e a Arno, R$ 40 milhões no mesmo período.
A matéria é de Lílian Cunha, publicada no jornal Valor Econômico.
Crise – Para Denis Ribeiro, economista da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia), a crise começa a dar sinais de chegada no setor de alimentos. “Com a falta de crédito em dezembro, o varejo deixou os estoques mínimos e as indústrias tiveram que repor em janeiro. Mas é possível sentir o consumidor mais cauteloso”, disse Ribeiro. “A gente percebe que ainda é leve, mas a crise está chegando no setor”, afirmou o economista. (Gazeta Mercantil)
Preços – Segundo dados divulgados pela Federação da Agricultura e Horticultura da Holanda, as três potências produtivas terminaram o ano com o preço do leite cru em baixa. A União Europeia foi a mais estável com uma redução só de 1% entre novembro e dezembro. Na Nova Zelândia a queda foi de 16% entre outubro e dezembro, (US$ 0,2578/litro para US$ 0,2164/litro). Na Europa a redução foi de 1% (0,4274 US$/litro em novembro para 0,4232 US$/litro em dezembro). Nos Estados Unidos houve queda de 2,6% em comparação com o mês anterior, (0,3880 US$/litro para 0,3779 US$/litro). (Infortambo/Argentina)
Negócios
Supermercados – Margens apertadas, aumento da concorrência, além da expectativa da retração no consumo tem feito com que as gigantes do varejo busquem outras alternativas para aumentar sua rentabilidade. É o caso das galerias comerciais. Os espaços ociosos nas áreas dos supermercados vem ganhando importância estratégica no crescimento das redes e transformando-se em verdadeiros shoppings centers. “Os supermercados estão se profissionalizando e hoje pode-se dizer que eles tem “visão” de shopping center. A maior parte das redes que têm lojas com galerias comerciais também possui um departamento especializado no assunto”, conta Michel Brull consultor da Gouvêa de Souza, especializada em varejo. (Gazeta Mercantil)
Papelão – As vendas do setor de papelão ondulado foram de 164,5 mil toneladas em janeiro passado, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). O volume representa um crescimento de 4,7% na comparação com dezembro do ano passado, quando foram comercializadas 157,1 mil toneladas, e queda de 8,3% em relação a janeiro de 2008, quando foram vendidas 179,4 mil toneladas. A entidade aguardará o encerramento do primeiro trimestre para emitir suas previsões para o ano de 2009. (Gazeta Mercantil)
Retrato – Uma das conclusões da pesquisa feita pela TNS – Global Market Researchs, retratando o estado de saúde dos portugueses, revelou que 39% deles tem pelo menos um problema de saúde. O colesterol e as alergias ocupam os dois primeiros lugares da lista de doenças mais comuns, seguidos pela obesidade e diabetes. Por classes sociais, a percentagem de indivíduos com pelo menos uma doença é maior junto a famílias de baixa renda. A obesidade está menos desenvolvida na classe alta. Um total de 20% da população com Índice de Massa Corporal superior à média faz parte da classe baixa.Consumidoras até 49 anos, revelam preocupações com a prevenção de doenças e investem na saúde, estendendo os cuidados à família. Esta foi outra conclusão da pesquisa feita pela TNS. 21% das donas de casa portuguesas são jovens (até 49 anos); 49% delas “procuram fazer uma alimentação saudável para a família” e 65% estão preocupadas com o meio ambiente; 94% compraram alimentos funcionais; Gastam 19% a mais em alimentos funcionais do que as donas de casa não preocupadas com a saúde e compram estes produtos mais de uma vez por mês; Mais de 57% do montante gasto é dedicado a produtos que se relacionem a digestão ou controlam o colesterol; 80% do valor é dispendido em marcas de fabricante; 71 mil jovens não têm problema de colesterol, mas tomam iogurtes; 35% da população tem idade superior a 50 anos. (HiperSuper)
Consumo – Atenta a esta realidade, as grandes cadeias de distribuição têm destacado espaços para a categoria de alimentos saudáveis. Criar lojas dentro das lojas, reunindo os produtos saudáveis e/ou orgânicos em um só lugar, desperta o interesse do consumidor que se preocupa com a alimentação saudável e potencializa a compra por impulso. A alimentação saudável enfrenta numerosos desafios, como a legislação comunitária, cada vez mais rigorosa no que diz respeito à segurança alimentar e à rotulagem, mas deve manter um elevado nível de inovação associado a uma estrutura de custos altamente competitiva. (HiperSuper)
Inovações – Informações sobre controle de doenças entrou definitivamente na moda. O grupo Auchan editou o programa “Alimentação Saudável”. Até 2011, Jumbo e Pão de Açúcar vão efetuar exames gratuitos de glicemia, consultas com nutricionistas, e colocando informações nas gôndolas. No primeiro trimestre a campanha será dedicada às fibras, mas vai estender-se às gorduras, sal e açúcar. Desde 2003 a Becel realiza anualmente, mais de 50 mil exames, em parceria com a Fundação Portuguesa de Cardiologia. A meta é sensibilizar a população para os riscos de doenças cardiovasculares. Recentemente, foram feitos exames de colesterol e pressão arterial em diversos centros comerciais de Lisboa e Porto. (HiperSuper)
Sabor – Também está na moda a produção orgânica e produtos funcionais, para os quais há procura fiel, apesar da crise. Mas, para 46,6% dos portugueses o sabor dos alimentos é o fator que mais influencia a compra, segundo estudo da Tryp, e 88,2% deles estão dispostos a comprar alimentos mais saborosos. E, são precisamente frutas e verduras que perdem o sabor de acordo com os consumidores. Isto porque os produtos frescos dos supermercados são, na grande maioria, provenientes de países distantes. Um bom exemplo é a banana, que colhida ainda verde e transportada durante quase uma semana, vindo da América do Sul, perde o sabor e a quantidade de nutrientes. Para a Vitacress, o sabor é fundamental, dá prazer no ato de consumo e leva à fidelização do consumidor. (HiperSuper)
Crianças – As crianças têm um papel cada vez mais ativo nas compras familiares. Por isso, “é um segmento para o qual as marcas devem estar cada vez mais atentas. Até porque, a Organização Mundial de Saúde estima que, em 2010, 15 milhões de crianças e adolescentes europeus serão obesos. É fundamental ajudá-los a fazer as escolhas corretas”, sublinha Ana Moreira da Becel. Para Rui Braga, diretor da Iglo, “esta oportunidade existe há muito tempo nos vários segmentos, alimentares ou não-alimentares. Mas, observa-se um aumento considerável do poder de compra dos mais jovens e a capacidade de influenciar os mais velhos. A situação é ainda mais notória no segmento alimentar, uma vez que, tendo menos tempo disponível para estar com os filhos, os pais optam por alimentos que estes preferem, evitando conflitos durante a refeição. É neste momento que as marcas têm de apresentar uma postura responsável com os seus produtos”. (HiperSuper)
Setoriais
Preços – Na primeira quadrissemana de fevereiro de 2009, o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR)1,2 registrou alta de 2,29%. Os índices dos produtos de origem vegetal (IqPR-V) e animal (IqPR-A) apresentaram variação positiva de 2,81% e 0,98%, respectivamente, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo (IEA). As altas nos preços dos grãos ainda refletem a quebra de safras no sul brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), devido à estiagem. No Paraná a maior quebra foi do feijão, que terá produção 38,6% menor que a esperada, para o milho, a redução chega a 31,5%, na soja a seca deverá resultar em perdas de 17%. Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços na primeira quadrissemana de fevereiro foram banana nanica (23,91%), tomate para mesa (18,02%) e carne suína (10,74%). (Safras)
Economia
IGP-10 – Depois de recuar logo no início deste ano, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) voltou a subir. O indicador verificou inflação de 0,54% em fevereiro. Em janeiro, o índice teve variação negativa de 0,85%, conforme levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No acumulado do ano, o IGP-10 caiu 0,31%. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, contudo, o indicador marcou 7,95% de elevação. O Índice de Preços por Atacado (IPA) teve alta de 0,52% em fevereiro após diminuir 1,50% um mês antes. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,64%, com pequena alteração em relação ao primeiro mês de 2009, quando o acréscimo foi de 0,62%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) expandiu-se 0,43% em fevereiro, excedendo o 0,17% do começo deste ano. (Valor Online)
Cesta – O preço da cesta básica da cidade de São Paulo caiu 0,47% na semana entre 6 e 12 deste mês, passando de R$ 285,46 para R$ 284,13, segundo levantamento do Procon, feito em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A alta do grupo alimentação foi compensada pela baixa de outros itens. Em 12 meses, o conjunto de itens básicos subiu 7,84%. Considerando apenas fevereiro, a alta soma 0,04%. Dos três grupos pesquisados, o único a subir foi alimentação, com alta de 0,44% no período. O grupo higiene pessoal recuou 0,16% e limpeza teve baixa de 0,88%. (Valor Econômico)
Globalização e Mercosul
Renda – Os lucros dos agricultores americanos vão cair para seu patamar mais baixo desde 2003, quando os preços agrícolas estão aquém dos recordes do ano passado e os gastos caem mais lentamente do que a renda, disse o governo dos EUA. A renda líquida da atividade agrícola vai cair 20%, para US$ 71,2 bilhões, este ano, a partir do total corrigido de US$ 89,3 bilhões de 2008, o maior de todos os tempos, anunciou o Departamento de Agricultura dos EUA (Usda), em relatório. Os preços dos grãos caíram ao menos 40% em relação aos recordes do ano passado, enquanto o custo dos fertilizantes ainda está 30% superior ao de um ano atrás. O maior aperto dos orçamentos deverá fazer com que os produtores rurais adiem investimentos. “Estamos, obviamente, preocupados” com a queda da renda, principalmente a dos produtores de laticínios e pecuaristas, disse o secretário da Agricultura dos EUA, Tom Vilsack. Embora uma queda em relação a um ano recorde não seja incomum, Vilsack disse que o departamento está procurando formas de ajudar os agricultores que possam estar enfrentando problemas financeiros. (Gazeta Mercantil)
Varejo/EUA – As vendas no varejo tiveram uma alta dessazonalizada de 1% em janeiro nos EUA, um ganho inesperado atribuído aos grandes descontos e ao fato de a base de comparação – as vendas de dezembro – ser baixa. Economistas continuam céticos quanto ao desempenho do setor este ano. (Valor Econômico)
França – “Os supermercados repassam a alta dos preços agrícolas, mas jamais as baixas”. Esta foi a reação atônita de um representante da associação de consumidores franceses, diante dos dados da pesquisa realizada pela Nielsen. Os preços continuam a aumentar para os produtos de grande consumo, inclusive em janeiro, mesmo que os produtos agrícolas estejam em queda desde o verão de 2008. Produtos de grandes marcas tiveram um aumento menor, 0,45%. Os produtos de marcas próprias 2,6%. O arroz aumentou 11,2%, as massas 10,8% o óleo 8,4%. O leite em pó aumentou 5%, enquanto os iogurtes tiveram queda de 1,5%. Entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008 o leite teve aumento de 16% na França. (WebLibre e Le Monde/França)
Argentina – O índice de preços ao consumidor argentino registrou um aumento de 0,5% em janeiro, mas, os alimentos apresentaram uma queda de 0,7%. Esta queda nos produtos essências é resultado da queda no preço da carne, azeites e óleos, contrabalançando o aumento de 0,3% nas frutas e lácteos. (La Voz/Argentina)
Moeda – A criação de um novo mecanismo para ajudar os países vizinhos a exportar seus produtos, trocando suas moedas locais por real, já é discutido pelo Brasil com outros governos na região, informou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. O governo estuda ainda outras medidas para estimular o comércio no continente e espera que as propostas sirvam de estímulo para evitar medidas protecionistas dos sócios comerciais. Amorim não quis comentar supostas declarações da presidente argentina, Cristina Kirchner, com ameaças de barreiras aos produtos brasileiros. A proposta para uso de moedas locais no estímulo ao comércio, chamada de “swap de moedas” no Itamaraty, prevê a adoção, na América do Sul, de mecanismo semelhante ao criado nos EUA. O Brasil, em troca de moedas dos parceiros no continente, forneceria reais que poderiam ser usados no pagamento de dívidas ou importações. (Valor Econômico)
Uruguai – Os produtores de leite uruguaios se anteciparam a uma onda de cortes de energia por falta de pagamento. Entraram com um pedido junto à diretoria da UTE, pedindo que o organismo flexibilize os vencimentos e tarifas dos estabelecimentos leiteiros. “Com o atual panorama do setor leiteiro, muitos produtores enfrentam dificuldades para pagar as contas de luz de suas propriedades, e tanto ordenha como o transporte de água são atividades que demandam muita eletricidade”, disse a Ultimas Notícias, Hector Melgar da Associação Nacional de Produtores de Leite – Anpl. (Ultimas Noticias/Uruguai)