Leite/MG – Uma pesquisa mostra que o preço do leite caiu em Belo Horizonte, por causa da maior oferta do produto no mercado. Mas o consumidor ainda não sentiu a queda e aposta mesmo nas ofertas para economizar. (Globo Minas)
Conaprole – Duas crises independentes atingem a Conaprole, com a mesma intensidade e ao mesmo tempo. A queda da demanda mundial de produtos lácteos e a seca que reduziu drasticamente a coleta de leite. As perspectivas para o Outono são ainda piores. As fábricas de Mercedes, Rincón del Pino, San Ramón, Villa Rodriguez e Florida já foram afetadas e o destino delas dependem da demanda internacional. ”Estamos vendo a possibilidade de fechar por dois ou três meses a unidade nº8 (Villa Rodriguez). Outra opção pode ser fechar a indústria de Mercedes e também da Florida. Estas possibilidades estão sendo analisadas, para não sermos pegos de surpresa”, diz Wilson Cabrera, diretor da Conaprole – segundo maior exportador em 2008. (Ultimas Noticias/Uruguai)
Produção – A Federação de Produtos de Leite (Fedeleche) em seu último boletim assinalou que projeções extraoficiais dão conta de uma drástica queda na produção chilena de leite a partir de dezembro. São duas as razões: 1ª – as altas temperaturas na zona sul a partir de novembro, afetando de maneira relevante as pastagens; 2ª – as fortes quedas nos preços do leite fixados pelas indústrias. Em janeiro já representa um faturamento quase 25% menor para os produtores. O resultado é queda de produção que já foi constatada em novembro de 2008. Depois de uma temporada crescendo a uma taxa de 8%, o penúltimo mês do ano apenas registrou um incremento de 1%. (El Austral de Osorno/Chile)
Negócios
Projetos – Multinacionais como Nestlé, Unilever e Avon estão utilizando a estratégia de realizar projetos sociais e culturais em localidades pobres na tentativa de se aproximar dos consumidores de menor poder aquisitivo. Na sexta-feira, a empresa de alimentos Nestlé iniciou um projeto em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, que vai levar atividades culturais a 18 municípios em sete estados nordestinos. “Nossos objetivos são aprimorar os laços com o Nordeste e fortalecer o pequeno varejo, que é o grande motor da economia nessas localidades”, diz Izael Sinem, diretor de comunicação e serviços de marketing da Nestlé. A reboque, a companhia espera aumentar as vendas nessas regiões. Segundo o executivo, produtos como o leite em pó têm grande penetração no Nordeste – “cerca de 90% dos lares nordestinos usam o produto”. Mas a companhia quer aumentar a presença de produtos como cereais, biscoitos e farinha láctea na região, e as parcerias com pequenos comerciantes devem ajudar. A gigante Unilever concluiu no final de 2008 um programa social no município de Araçoiaba (PE), a 67 quilômetros de Recife. Durante três anos e com um investimento de R$ 4 milhões, a companhia se uniu à prefeitura e lideranças locais para melhorar as condições da cidade, por meio de iniciativas de apoio à economia local. A multinacional de cosméticos Avon também tem investido em projetos em regiões mais pobres, como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. (O Estado de SP)
Supermercados/MG – O setor supermercadista de Minas Gerais encerrou o ano de 2008 ileso à crise financeira internacional. De acordo com a Associação Mineira de Supermercados (Amis), as vendas registraram um crescimento de 3,44% nesse período, em números já deflacionados, percentual que ficou poucos pontos abaixo da previsão inicial de 4%. O faturamento total foi da ordem de R$ 12 bilhões. “Os problemas externos não respingaram no segmento que, há seis anos, vem apresentando altas acima do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado”, avalia o superintendente da entidade, Adilson Rodrigues. Segundo ele, entre 2002 e 2008, os supermercados mineiros registraram uma expansão de 32,15%, enquanto o acréscimo no PIB, nesse período, foi de 24,39%.Adilson Rodrigues acrescenta que o setor supermercadista cresceu em todas as regiões do Estado e também em todas as suas áreas, sem destaque especial para qualquer tipo de produto. Quanto ao resultado das vendas de janeiro, a expectativa do superintendente da Amis é de queda em relação a dezembro, o que é tradição no segmento, uma vez que dezembro é o principal mês de vendas do ano, em função do Natal. No entanto, ele acredita que o desempenho deve ser semelhante ao de 2008. “A expectativa para 2009 é de um ritmo de crescimento um pouco menor, de 3%, porém o setor deve permanecer aquecido. As pessoas podem adiar a compra de uma geladeira, mas, não, de alimentação. (Hoje em Dia/MG)
Setoriais
Preços – O IqPR, índice de preços recebidos pelos produtores agropecuários de São Paulo pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado -, voltou a registrar variação negativa na segunda quadrissemana de janeiro. A queda do indicador, a quarta consecutiva, foi de 1,4%. Ela foi puxada pela erosão das cotações no grupo de produtos de origem animal, mas também foi ajudada por um leve recuo entre os vegetais. No caso dos produtos de origem animal – que caiu, em média, 4,63% -, os produtores de todos os itens passaram a receber menos. A maior baixa foi a da carne suína (13,01%), seguida por carne bovina (5,56%), carne de frango (4,03%), ovos (1,58%), leite C (1,36%) e leite B (0,99%). (Valor Econômico)
Grãos – Mudanças climáticas e turbulências da crise financeira internacional provocaram queda na produção de grãos no ano passado, especialmente no fim do período. E, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), é possível que esses dois fatores continuem impactando o setor neste ano. Com isso, disse o pesquisador Lucílio Alves, o ano de 2009 começou com muita preocupação em relação à situação das lavouras de grãos no país. Alves citou entre os problemas as restrições ao crédito, a alta dos insumos e o decréscimo da demanda. (Agência Brasil) Grãos – Ignacio Federé da Fadisol, estima que os grãos vão recuperar seus preços a nível internacional e isto repercutirá favoravelmente nas finanças dos produtores. “O mundo mudou a partir da crise financeira e os grãos não escaparam. Estamos em uma situação particular pela grave seca que atravessam Uruguai, Argentina e Brasil. Hoje os grãos se divorciaram dos mercados bursáteis e do petróleo. Felizmente os preços estão firmes.” A soja já está sendo contratada a US$ 330/tonelada para a colheita nova. O milho ainda está incerto por causa da seca, pois está sendo transformado em forrageiras para o rebanho. O trigo já recuperou quase 20% do preço de novembro. (Observa/Uruguai )
Safra/CE – Os investimentos para o Plano Safra Mais Alimentos da Agricultura Familiar no Ceará, para 2009, superaram os do ano passado. A verba, proveniente dos governos estadual e federal, totalizam R$ 782,3 milhões, o que corresponde a um aumento de 73,7% para os 16 programas atendidos pelo Plano. Deste total, o Governo Federal vai investir R$ 550 milhões, o que representa um aumento de 42% em comparação com o ano passado, quando o montante destinado foi de R$ 350 milhões. A principal novidade nesta safra é o Mais Alimentos, que financia a modernização da infra-estrutura produtiva da propriedade familiar. A linha de crédito atende projetos associados à produção olerícolas, frutas, arroz, feijão, milho, mandioca, trigo, leite e as atividades da ovinocaprinocultura. (Diário do Nordeste/CE)
Economia
Inflação – Os produtos e serviços consumidos no período de férias escolares registraram em 2008 a maior alta de preço dos últimos quatro anos, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada terça-feira. O reajuste médio de uma cesta de 33 itens avaliados foi de 6,22% no ano passado, ante 6,07% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Foram avaliados artigos nas áreas de alimentação e de lazer. A pesquisa apontou que diversos itens tiveram aumento de preço acima de 10%. Foi o caso da passagem aérea (24,41%), circo e parque de diversão (18,09%), show musical (12,83%), hotel (11,79%), sorvete fora de casa (11,49%) e biscoitos (10,07%). Os 33 itens avaliados costumam representar 7% dos gastos do orçamento doméstico, segundo André Braz, economista da FGV, responsável pela pesquisa. (Estado de Minas)
IGP-M – A segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro registrou deflação de 0,58%, após subir 0,05% em igual prévia em dezembro. O resultado foi anunciado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Dentre os três indicadores que compõem o IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) caiu 1,09% na prévia anunciada hoje, após ter registrado queda de 0,15% na segunda prévia de dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,59%, ante alta de 0,54% em dezembro. Já o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) teve taxa positiva de 0,15% na prévia divulgada hoje, em comparação com o aumento de 0,25% na segunda prévia do índice em dezembro. (Agência Estado)
Indústria – Apesar da forte queda em novembro, os indicadores da atividade industrial no país apresentaram dados positivos no acumulado dos meses de janeiro a novembro de 2008. De acordo com os indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real do setor foi 6,4% maior na comparação com o mesmo período de 2007. De acordo com a CNI, as horas trabalhadas na indústria cresceram, até novembro, 5,6%, e o emprego registrou elevação de 4,2%. A massa salarial real dos trabalhadores da indústria cresceu 5% de janeiro a novembro de 2008 na comparação com mesmo período de 2008. (Agência Brasil)
Globalização e Mercosul
Agroquímicos – Em 2008, o Brasil assumiu a liderança no consumo mundial de agroquímicos, posição antes ocupada pelos Estados Unidos, segundo informa o presidente mundial do instituto internacional de pesquisa em agronegócios Kleffmann Group. O resultado deve ser confirmado pelos balanços das principais indústrias do setor. Dados preliminares indicam que os produtores brasileiros compraram entre US$ 6,9 e US$ 7 bilhões em defensivos agrícolas. Já as lavouras americanas, mesmo ocupando uma área consideravelmente maior, investiram US$ 6,7 bilhões nos insumos. O ritmo de crescimento de quase 30% no mercado de insumos agrícola no ano passado, não deverá se repetir em 2009. “Mas não sofrerá uma reversão”, acredita o presidente da Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger. Já as lavouras do mundo devem apresentar queda de 5%, estima Kleffmann. Em 2008, o consumo global de defensivos foi 15% maior na comparação com o ano anterior. O presidente mundial da empresa ressalta que o potencial de crescimento avistado no Brasil é assegurado pelo clima tropical, sinônimo de mais pragas nas lavouras e pelo “efeito fisiológico” garantido com a “terceira aplicação” já adotado nas lavouras européias, e em estágio embrionário por aqui. “A dose extra de defensivos é capaz de aumentar a produtividade da lavoura”. (Gazeta Mercantil)
Nestlé-Fonterra – Em abril ou maio de 2009, Fonterra e Nestlé no Chile estarão apresentando novamente o pedido de aliança estratégia para operar no Chile, segundo publicou o jornal Estratégia. Advogados e economistas de ambas as companhias estariam trabalhando para retomar o processo de aliança iniciado em 2001 e retomado em 2006, sem êxito. (El Austral de Osorno/Chile)
Argentina – São diferentes, as expectativas para a reunião convocada pelo secretário Guillermo Moreno para buscar um acordo para a cadeia láctea. Alguns produtores acreditam que seja uma nova chance de se entenderem com a indústria, mas outros lembram que os últimos acordos não foram cumpridos. Na semana passada os produtores de leite de Santa Fé bloquearam durante seis horas a entrada e saída de mercadorias da fábrica da SanCor de Sunchales. Nesta reunião pretende-se fixar um preço mínimo, que acredita-se possa ser cumprido porque os números indicam que agora não tem excedente de leite, e nem estoques que forcem uma queda no preço. Outros produtores que estão céticos em relação ao resultado da reunião avaliam a possibilidade de fazerem novos protestos nos próximos dias. (El Diário e Infortambo/Argentina)
O grupo alimentício italiano, Parmalat SpA, está estudando uma oferta pela unidade de lácteos da Goodman Fielder, da Austrália. A empresa estaria pretendendo fazer uma oferta através do banco de investimentos, Mediobanca SpA.
A Austrália é o terceiro maior mercado da Parmalat e a Goodman Fielder é a maior companhia de alimentos do país, em valor de mercado. O diretor executivo da Parmalat, Enrico Bondi, quer ampliar sua companhia para sustentar as margens.
A Parmalat perdeu para a japonesa Kirin Holdings Co Ltd em agosto passado na disputa pela compra da australiana Dairy Farmers.
A Parmalat, nos últimos meses, também teria recomeçado seus esforços para comprar a produtora italiana de lácteos, Granarolo. As negociações poderão progredir com a criação de um grupo acionista estável para a Parmalat.
A reportagem é da Reuters, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.