Importações – Os números preliminares da média diária de janeiro de 2009 das importações de leite e derivados, em dólar, são 77,36% maiores que a média de dezembro de 2008. Veja no quadro as médias, considerando apenas os dias úteis das importações efetivas em dólar. (www.terraviva.com.br)
Exportações – Veja as exportações de lácteos em dezembro de 2008 comparadas com dezembro de 2007 e novembro de 2008. Em seguida, as exportações acumuladas de janeiro a dezembro de 2008 comparadas com o mesmo período de 2007.
Exportações – A freada na demanda internacional e a falta de investimentos no setor de leite, causados pela crise global, interromperam uma seqüência de crescimento nas exportações de lácteos brasileiros e devem atrasar a consolidação do país como um grande exportador. Antes da crise, o mercado mundial apresentava um “buraco”, e o Brasil foi considerado o país mais bem preparado para ocupar esse espaço, segundo Paulo Carletti, especialista do Rabobank. “O diagnóstico do nosso potencial continua, mas o “buraco” ficou menor por causa da crise [financeira] e o país ainda não deve ganhar muito mercado neste ano”, afirma Carletti. Segundo estudo realizado por Carletti, o país pode exportar 20% da produção em dez anos, mas é preciso investir na base produtiva e na indústria, além de contar com crescimento econômico constante. Desde 2001, o Brasil vem aumentando o volume de lácteos exportados. Em 2008, destinou 5% de sua produção -cerca de 27 bilhões de litros- para outros países na forma de leite em pó, leite condensado e queijos. (Folha de SP)
Lácteos – O setor de lácteos começa 2009 apreensivo com a queda nas exportações e teme queda ainda maior no preço do leite, que está excedente no mercado há meio ano. Só no segundo semestre de 2008, o preço do litro de leite pago ao produtor caiu 22% em relação ao mesmo período de 2007, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP. A boa fase acabou na metade de 2008, quando sobrou leite no mercado. Houve um descompasso entre a produção e as demandas: interna e externa do produto, segundo o pesquisador do Cepea Gustavo Beduschi. “No primeiro semestre [de 2008], a produção cresceu 24% em relação a 2007. Isso é muita coisa, a indústria não conseguiu escoar, os preços do atacado caíram e o valor pago ao produtor despencou.” (Folha de SP)
Preços. O comércio de leite em pó no Uruguai mostrou uma queda de 20% entre outubro e novembro. Não foi a primeira, e provavelmente não será a última. No meio do ano, o leite em pó estava cotado a US$ 5.000, em outubro US$ 4.000, em novembro US$ 3.200, e em dezembro deve cair 32%. A referência do mercado uruguaio são os negócios realizados na Oceania, e segundo dados do USDA, a neozelandesa Fonterra concretizou vendas por 2.000 dólares. Portanto, o panorama mundial não é muito alentador. A queda do preço internacional desorienta os dirigentes do setor lácteo, sem saber em quais valores os preços serão estabilizados, para a indústria pagar ao produtor. (Ultimas Noticias/Uruguai)
Preços – A Fonterra anunciou que iria rever as suas atuais previsões de pagamento de 6,00 dólares neozelandês por quilo de sólidos de leite da safra 2008/09 aos seus produtores, pois a contínua queda dos preços exerce uma forte pressão sobre o pagamento da matéria prima. A previsão inicial havia sido de 7 dólares neozelandês, para a safra 2008/09, em maio último. A Fonterra chegou a pagar o preço recorde de 7,90 dólares neozelandês por quilo de sólidos de leite, na safra 2007/08. O presidente da Conaprole, Jorge Panizza, disse ao El País que o preço de leite ao produtor para o leite de dezembro, deverá ser 50% menor que o pago em maio de 2008, quando atingiu o pico histórico de US$ 0,43. (El Pais)
Pep - Para socorrer o setor, o Ministério da Agricultura realizará, a partir de hoje, leilões quinzenais. No primeiro leilão, serão ofertados à indústria de beneficiamento de leite 200 milhões de litros produzidos no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste. A indústria ainda terá disponíveis R$ 15 milhões, via LEC (linha especial de crédito), para que continue comprando dos produtores nos próximos meses. O presidente da Câmara Setorial do Leite de Minas Gerais, Eduardo Dessimoni, prevê que os preços baixos e a alta nos insumos provocarão queda na produção no primeiro semestre. “Com menor estoque, o preço deve subir novamente.” (Folha de SP)
Pep – Resultado do primeiro leilão do Pep, encerrado hoje de manhã, ficou assim:
Negócios
Pesquisas – O ano de 2008 foi bastante favorável no que diz respeito à captação de recursos para pesquisas pela Embrapa Gado de Leite. De julho a dezembro foram aprovados pelas instituições de fomento 16 projetos. Isso representa um êxito de 55% de aprovação de projetos encaminhados pelos pesquisadores e analistas da instituição. Os recursos somam mais de R$ 2,6 milhões, que já estão sendo investidos na busca de respostas para questões importantes da bovinocultura de leite. Entre os projetos de grande porte que estão em andamento está o que trata da criação de um Centro de Monitoramento e Vigilância da Resistência Antimicrobiana em Bactérias Patogênicas para o gado leiteiro, que captou cerca de R$ 879 mil. (Embrapa)
Setoriais
Safra – A safra mundial de grãos 2008/09 está estimada em 2,24 bilhões de toneladas, acréscimo de 4,9% em relação à passada, segundo números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Brasil representa 6,2% dessa produção, com 137 milhões de t. No caso do milho, pode haver incremento na safra mundial, que deve atingir 791,04 milhões de t, acima das 785,90 milhões de t previstas em dezembro. A maior contribuição virá dos Estados Unidos, com produção estimada em 307,39 milhões de t. No Brasil, a safra está projetada em 51,5 milhões de t, abaixo das 53,5 milhões de t previstas em dezembro. A safra brasileira de grãos está calculada em 400,6 milhões de t. O trigo deverá ter aumento de 11,9%; a soja, de 5,6%; o arroz, de 1,8%; e o milho, queda de 0,06%. (Correio do Povo/RS)
Economia
IGP-M – A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,31% na primeira prévia de janeiro. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador usado para reajustar aluguéis e tarifas de energia acumula, nos últimos 12 meses, alta de 8,29%. (Correio do Povo/RS)
Varejo/SP – Os preços do varejo de São Paulo encerraram 2008 com alta de 4,75%, número maior do que o registrado no ano anterior, que foi de 4,22%, segundo apurou o Índice de Preços no Varejo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em relação a novembro, houve queda (0,04%). Em relação ao resultado de novembro, o grupo de supermercados teve queda de 0,26% em dezembro, mas acumulou alta de 6,78% na comparação anual. (Valor Econômico)
Globalização e Mercosul
Agronegócio – Pela primeira vez desde 1997, os Estados Unidos deixaram de ser os maiores compradores individuais de produtos do agronegócio brasileiro. E, de forma inédita, a China assumiu o primeiro lugar no ranking dos embarques ao exterior em 2008, informou o Ministério da Agricultura. O recuo de 2,4% nas importações americanas levou o país ao terceiro posto na lista, com uma participação de 8,7% do total exportado pelo Brasil. Foram US$ 6,25 bilhões. Na outra mão, os chineses compraram 70% a mais e abocanharam uma fatia de 11% das vendas brasileiras com US$ 7,93 bilhões, sobretudo de soja. Mesmo tendo recuado em sua participação, a União Européia fechou 2008 como principal bloco destino dos produtos do agronegócio, com 33%, ou US$ 23,77 bilhões. A fatia da Ásia cresceu para US$ 16,85 bilhões (23,5%) e o Nafta recuou para US$ 7,21 bilhões (10%). (Valor Econômico)