Notícias 17.04.09

Leite/RS  – A Secretaria da Fazenda instituiu preço de referência para o leite in natura gaúcho vendido para outros estados, no valor de R$ 625,00 por mil litros. A atribuição do valor, usado para o cálculo do ICMS, tem por objetivo impedir a remessa de leite do Rio Grande do Sul para outros estados a preços abaixo do mercado e sem o recolhimento correto do tributo. Conforme o diretor da Receita Estadual, Júlio César Grazziotin, o parâmetro disciplina o valor do imposto a ser recolhido pelos produtores. ‘Assim, podemos saber se o preço está de acordo com o mercado para evitar evasões tributárias.’ Para o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a medida tem por objetivo fazer com que o leite gaúcho seja industrializado no Rio Grande do Sul, ao invés de ser transportado para beneficiamento em outros estados. ’A alteração é bem-vinda, mas tem que ser complementada. Não adianta criar só barreira para a saída da matéria-prima. É preciso mecanismos para incentivar a industrialização no RS.’ A ação complementar que o setor espera é a redução da carga tributária. Segundo Palharini, outros estados, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, já adotaram a redução, que daria competitividade ao RS. O dirigente comentou que, sem a medida, há o risco de as indústrias passarem a adquirir leite em outros estados. Conforme o Sindilat, em média, 15% do leite gaúcho sai do Estado in natura. (Correio do Povo/RS)

Lácteos/Espanha – Os preços irreais que receberam os produtores durante os últimos meses de 2007 estão longe da realidade atual em que acumulam queda de até 40%. Se a conjuntura internacional determinou a elevação dos preços na origem a níveis históricos, agora provoca a situação inversa, em que os produtores recebem preços mínimos, de 70% a 90% do custo de produção. A crise financeira internacional, que fez cair a demanda por produtos lácteos no mercado internacional, criou excedentes, um problema que afeta não somente a Europa, mas o mundo todo, provocando tensões entre produtores e indústria. (Frisona)

Lácteos/França  – O ministro da Agricultura Michel Barnier, depois de anunciar o congelamento da quota nacional de leite, que deveria aumentar 1% na campanha 2009/2010, declarou que a decisão definitiva só será tomada em julho. E, acrescentou: “A produção de leite é extremamente frágil e volátil, e não podemos correr o risco de haver uma nova superprodução. Mas acredito que as negociações levarão a um preço mais equitativo.” Mas, os produtores franceses, em cartas enviadas aos prefeitos de seus municípios, manifestam a indignação e desespero do setor: “Nenhuma medida financeira compensa a má política agrícola. Ela mesma é que deve ser mudada. A França, com o apoio da UE, decidiu limitar a produção e regular o mercado a fim de garantir um preço justo ao meu leite que é produzido 365 dias por ano, inclusive domingos e feriados. Se nada for feito para dar perspectivas ao produtor de leite, as conseqüências serão rápidas: a quantidade de leite produzida na França e na Europa vai diminuir e o desemprego vai aumentar.” Na França, a cadeia láctea é responsável por 300.000 empregos. (Le Point)

Lácteos/UE – Com o mercado internacional deprimido, os produtores e as indústrias de laticínios sofrem, vendo os estoques crescerem e os preços cairem. Bélgica, Alemanha, Portugal e Espanha atravessam a pior crise de sua história. E, justo agora, Bruxelas aprovou o aumento nas quotas de produção em 2%, em resposta às previsões de uma maior procura de leite e seus derivados em todo o mundo. Todas as previsões apontavam que entre 2007 e 2014 seriam necessários 8 milhões de toneladas adicionais devido ao maior consumo de leite e outros produtos lácteos frescos e, sobretudo, de queijos. Hoje, a realidade é que sobra leite em todos os países comunitários. Os preços ao produtor têm caído, chegando em algumas regiões aos 0,20 euros por litro. E as medidas de intervenção comunitária para regulamentar os mercados têm se mostrado insuficientes para resolver o problema.Nos setores lácteos espanhol e português, a situação é especialmente grave devido à existência de custos de produção superiores a outros países. Isso afeta negativamente tanto os produtores como as próprias indústrias na hora de competir num mercado único. A esta situação soma-se o forte crescimento das marcas próprias a preços baixos, o que significa um coquetel explosivo para produtores e para as próprias indústrias lácteas. Da quota de produção total da UE, aproximadamente 20% era tradicionalmente destinado às exportações. Hoje, esse leite tem ficado no mercado interno. Os excedentes nos principais países produtores têm se traduzido num forte aumento de vendas a baixos preços a países deficitários, como Espanha. (Europa Press)

Indústrias/UE – As indústrias, que sempre foram causadoras dos problemas no campo, atualmente também são vítimas das exigências da grande distribuição e da queda no consumo. Os estoques nas empresas estão chegando ao ponto de, em alguns casos, decidir não só baixar os preços, mas também, deixar de recolher leite dos produtores. Nesta situação, indústria e organizações agrárias concordam com a necessidade de serem implantados planos de reestruturação. Da parte da produção, busca-se conseguir fazendas mais competitivas frente ao resto dos países comunitários, aumentando o tamanho das explorações. (Europa Press)

Dumping/UE – Dentro do politicamente correto a cadeia de televisão francesa ArteTV, fez o filme La Bataille Du Lait (A Batalha do Leite), sobre os efeitos perversos das subvenções à produção do leite. Mesmo sendo atraído pelo baixo preço, o consumidor europeu toma consciência pouco a pouco de que o dumping das grandes redes sobre o preço do leite coloca em perigo pequenos produtores. O consumidor ignora geralmente, os efeitos devastadores que a política agrícola da União Europeia (UE), provoca além de suas fronteiras. As subvenções que estimulam a superprodução permitem também escoar os excessos no mercado internacional a preços tão baixos que arruínam todos os esforços dos países emergentes para desenvolverem a sua própria produção láctea. (ArteTV )

Negócios

Carrefour – A rede varejista francesa Carrefour registrou em 2009 a sua primeira queda trimestral de vendas nos últimos seis anos. No primeiro trimestre, as vendas globais somaram 22,7 bilhões de euros, um recuo de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ficaram em 23,4 bilhões de euros. O resultado foi puxado pelo desempenho ruim na Europa, que concentra 42% do faturamento total do Carrefour. (Valor Online)

Danone – A Danone do Brasil pode ser obrigada a pagar quase R$ 10 milhões em honorários advocatícios cobrados da Parmalat do Brasil. A Danone afirma que nunca teve nenhuma relação societária com a Parmalat e a dívida não lhe pertence. (O Estado de SP)

 

Setoriais

Estiagem/SC  – Já não chove há dois meses no Oeste, Meio-oeste, Norte e Planalto Serrano de Santa Catarina, conforme relatório da Defesa Civil do Estado. A estiagem que se repete no Estado já deixou 45 municípios em situação de emergência. De acordo com o diretor da Defesa Civil, major Márcio Luiz Alves, o maior prejuízo provocado pela seca é na agropecuária, principal atividade econômica dessas regiões. O analista de Mercado do Centro de Socioeconomia Agrícola de Santa Catarina (Epagri/Cepa), Francisco Heiden, afirma que o maior prejuízo provocado pela seca é no leite. Ele estima que 25% da produção deixou de ser encaminhada às indústrias nos últimos dois meses. “Em dezembro e janeiro, os produtores entregaram 118,4 mil litros cada mês e em março e abril houve uma redução/mês de 29,6 mil litros”, afirma. Heiden diz que houve uma grande perda das pastagens e produtores vêm descartando vacas leiteiras que emagreceram com a escassez de alimento.Na maior cidade do Oeste catarinense, Chapecó, a falta de água já causou um prejuízo de R$ 11,5 milhões no setor agropecuário, segundo a Secretaria de Agricultura do município. As maiores perdas estão na safrinha do milho, com 4,5 mil toneladas (quebra de 50%); na soja, com 6,3 mil toneladas (30%) e na produção de leite, com 510 mil litros (30%). Há perdas também no feijão, fumo, laranja, bovinocultura de corte e hortaliças. (Gazeta Mercantil)

Agroindústrias – O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou linha de crédito de R$ 10 bilhões para capital de giro das agroindústrias, cooperativas e produtores de máquinas e implementos agrícolas. A decisão foi divulgada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o presidente Lula devem se reunir, para discutir detalhes da nova linha. Os recursos devem vir do BNDES e serão emprestados a juros de 11,25% com prazo de 24 meses. A contratação vai até 31 de dezembro deste ano. O CMN ainda liberou R$ 1,31 bilhões para Estocagem de Etanol. O conselho também ampliou os recursos para o Prodecoop em mais R$ 300 milhões, perfazendo um total R$ 2 bilhões. Ainda foi estendido para R$ 550 milhões o limite do Moderfrota. (Correio do Povo/RS)

Exportações/SP – A Secretaria da Agricultura de São Paulo informou que as exportações do agronegócio estadual renderam US$ 3,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 10,4% menos que em igual período de 2008. As importações recuaram 19,2% em igual comparação, para US$ 1,39 bilhão. (Valor Econômico)

Soja/BR – O início da safra de soja no mercado interno não interrompeu a escalada de alta dos preços do grão. Nos últimos dias a cotação paranaense está na casa dos R$ 47 a saca de 60 quilos, considerado o maior valor desde o início da colheita nacional. Os preços têm sido sustentados pela alta no mercado internacional que ontem atingiu sua maior cotação – US$ 10,58 o bushel – desde setembro do ano passado, quando estourou a crise financeira mundial. É importante ressaltar, porém, que este é período de entressafra nos Estados Unidos. Apesar do momento positivo, a comercialização ainda é considerada lenta no Paraná. Segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, até o início desta semana apenas 33% da safra já havia sido comercializada, enquanto no mesmo período do ano passado esse índice era de 48%. (Folha de Londrina/PR)

Soja/AR – A Bolsa de Cereais de Buenos Aires baixou novamente a previsão de colheita da soja esta semana, ficando agora em 37 milhões de toneladas, duas a menos que a última projeção. Isto representa 12 milhões de toneladas a menos que no ano passado. As indústrias deverão trabalhar com muita capacidade ociosa, porque não haverá grão para abastecê-las. (La Voz)

Soja/EUA – A soja ganhou 70 dólares no último mês e meio na bolsa de Chicago. Isto gerou expectativas opostas. A elevação de preços é uma boa notícia para a Argentina, responsável pelo abastecimento de 60% do mercado mundial de óleo de soja na safra 2007/08, e um dos três principais exportadores do grão. Mas, a elevação do preço foi justamente em decorrência da quebra da safra argentina. Antecipando-se à escassez dos próximos meses a China está aproveitando, e já importou dos Estados Unidos até agora, quase 40% a mais do que no mesmo período do ano passado. Dias atrás o governo americano aumentou pelo quinto mês consecutivo o saldo exportável do grão, baixando os estoques finais do país. (La Voz )

Estoques – O balanço está ficando tenso, que recorda a situação de 2003/2004, quando se registrou a relação estoque/consumo mais baixa dos últimos 40 anos, e os preços chegaram ao máximo, que terminaram com o cancelamento de compras pela China. Está ficando muito pouca soja nos Estados Unidos e a única forma que o mercado conhece para administrar a escassez é aumentando o preço. É por isso que em Chicago foi pago até 40 dólares a mais pela soja disponível que pela soja nova, tentando convencer os produtores a vender o que lhes restava. O plantio de soja nos Estados Unidos ainda não começou, podendo trazer alguma surpresa quanto à área a ser cultivada. Os preços da oleaginosa seguem em vantagem em relação aos outros cereais e o clima está prejudicando o plantio do milho, o que poderia termina de convencer a muitos de que o país do norte deverá compensar as perdas na América do Sul. (La Voz)

 

Economia

IPC – A segunda quadrissemana de abril do índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou inflação de 0,42% na cidade de São Paulo, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado superou a taxa da primeira quadrissemana do mês (0,40%) e veio dentro das previsões do mercado, que variavam entre 0,37% e 0,48%, com mediana de 0,41%, segundo a Agência Estado. Dos sete grupos que compõem o IPC, quatro apresentaram alta entre a primeira e a segunda prévia: Despesas Pessoais (de 0,88% para 1,36%), Saúde (de 0,40% para 0,61%), Transportes (de -0,09% para 0,04%) e Educação (de 0,05% para 0,06%). Houve recuo nos segmentos Vestuário (de 0,73% para 0,71%), Alimentação (de 0,81% para 0,68%) e Habitação (de 0,16% para 0,02%). (Agência Estado)

Crise – Os consumidores brasileiros ainda estão cautelosos quanto ao tempo que o país vai demorar para se recuperar dos efeitos da crise internacional. É o que revelou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao anunciar quesitos especiais da Sondagem das Expectativas do Consumidor – Impactos da crise sobre a economia e o consumo, referentes a março. Na pesquisa, que abrange um universo de 2.000 domicílios pesquisados entre os dias 2 e 20 de março deste ano, 48,5% dos entrevistados apostam que o Brasil demorará mais de um ano para se recuperar da crise. Na mesma pesquisa, 30,3% dos consumidores apostam que o Brasil demorará entre seis meses e um ano para se recuperar; 17,5% afirmam que o País vai demorar entre três e seis meses; 2,9% apostam em um período de até três meses – e apenas 0,8% estimam o período de um mês como tempo de recuperação necessário. Entretanto, grande parte dos entrevistados não sentiu o impacto da crise em seus gastos. (Agência Estado)

IPC-S – A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 15 de abril desacelerou em quatro das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A cidade que apresentou o maior decréscimo na taxa de variação foi Porto Alegre, cujo índice passou de -1,05% para 0,74%. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela FGV, também recuaram as taxas de Belo Horizonte (de 0,92% para 0,68%), Brasília (de 0,30% para 0,29%) e São Paulo (de 0,98% para 0,95%), que, apesar da leve desaceleração nos preços, foi a capital que registrou o índice mais elevado no período. Por outro lado, os preços subiram com mais intensidade em Recife (de 0,58% para 0,73%), no Rio de Janeiro (de 0,33% para 0,42%) e em Salvador (de 0,31% para 0,32%). (Agência Brasil)

Globalização e Mercosul

Argentina – Um imposto cobrado pelo governo de Buenos Aires, que discrimina os produtos importados até mesmo dos sócios do Mercosul, pode criar mais conflitos comerciais. (Diário Catarinense)

Alimentos  – O G-8 (grupo dos oito países mais desenvolvidos) alerta que a produção de alimentos terá de dobrar até 2050 para que a crise alimentar não afete a estabilidade e a segurança mundial. A partir de amanhã, o grupo se une a países emergentes para a primeira reunião de ministros da Agricultura, numa tentativa de traçar estratégias comuns para lidar com o problema. Do encontro, podem sair o compromisso de ampliar a ajuda financeira aos pequenos agricultores dos países pobres e medidas para conter a volatilidade dos preços de commodities. O Brasil foi convidado, mas não enviará o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O País será representado pela embaixada junto à FAO e defenderá a abertura de mercados e redução de subsídios. Segundo o documento preparado para o evento, que ocorre em Treviso na Itália, a queda das commodities dos últimos meses não se traduziu em redução de preços de alimentos nos países pobres. E a recessão mundial pode tornar a crise alimentar “permanente” e “estrutural”. Em 2007 e 2008, a alta dos alimentos teria adicionado 100 milhões de famintos no mundo. Desde então, os preços caíram. Mas o representante da ONU no evento, David Navarro, apontou que os custos nos países pobres continuam duas vezes maiores que a média de 2004. “Essa situação deve se agravar mais com a queda dos salários e o aumento do desemprego por causa da crise.” (O Estado de SP)

Associação das Pequenas e
Médias Indústrias de Laticínios
do Rio Grande do Sul

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