Entre os fatos de destaque divulgados pelo Selectus na semana anterior estão: as operações de contratação da LEC para o leite ainda não foram liberadas no RS; a Indústria de Alimentos Nilza, entrou com pedido de recuperação judicial; os maiores gastos do Brasil com os argentinos no setor da pecuária foram com leite; representantes da cadeia produtiva do leite vão encaminhar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pedido de alteração da Instrução Normativa (IN) nº51; o mercado de lácteos funcionais, está no foco de grandes indústrias do segmento de leite do país; o mercado de iogurtes no Brasil movimentou R$ 2,65 bilhões no ano passado; o setor de lácteos do país não deve passar incólume pela crise financeira internacional; números preliminares das importações de leite e derivados em março de 2009 e os preços do leite ao produtor no Estado de São Paulo em março de 2009.
Programa/MG – O programa mineiro da Cadeia Produtiva do Leite (Minas Leite), criado pela Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, vai oferecer mais apoio aos pecuaristas com ajuda do computador. Um software, que será lançado em maio, terá dados sobre o gerenciamento de cada uma das propriedades cadastradas no programa. O destaque será para os resultados da produção do leite, principal referência para avaliação das medidas adotadas pelos produtores, informa o assessor especial do Minas Leite pela Secretaria, Rodrigo Venturim. O objetivo é oferecer uma radiografia das fazendas assistidas pelo Minas Leite, antecipa o assessor, observando que o software, criado sob a coordenação da Emater-MG, vai apresentar também dados sobre a produção de queijo nas fazendas cadastradas. As informações sobre o queijo fazem parte do cadastro geral da propriedade, a ser atualizado anualmente, enquanto os demais dados sobre a atividade de cada fazenda terão atualização mensal. (Safras)
Aurora – A partir de outubro a Coopercentral Aurora deve começar a fabricar leite em pó na unidade industrial em Pinhalzinho. Ali, a cooperativa industrializa atualmente 600 mil litros por dia, metade para leite longa vida e metade para queijo. A meta é elevar a produção para 1,5 milhão de litros a partir de 2010. Com o leite em pó, a Aurora quer iniciar a exportação do produto. O investimento é de R$ 80 milhões e deve gerar 370 empregos diretos. (Diário Catarinense)
Rastreabilidade – A rastreabilidade de suínos, bovinos e frangos, tecnologia que permite identificar de qual propriedade saiu cada animal abatido, ganha força, agora, no setor leiteiro. A Coopercentral Aurora destinou 30 smartphones com GPS (celulares que incorporam funções de computadores de mão) para que os seus técnicos mapeiem as propriedades. Segundo o coordenador de qualidade do leite da Coopercentral Aurora, Alexandre Henrique Strassburger, o trabalho deve ser finalizado até o final do ano no setor leiteiro. Cerca de 10 mil propriedades serão mapeadas pela Aurora, em parceria com 10 cooperativas afiliadas. Para o coordenador da área de leite da Aurora, Antonio Zanini, o georeferenciamento e a rastreabilidade da produção de leite são exigências para que o Brasil se torne um grande exportador de leite, a exemplo dos setores de frango e suínos.Zanini destacou que a produção de leite no Brasil e, principalmente, em Santa Catarina vem crescendo muito. Em 2008, a alta ficou na casa dos 10% no país e dos 20% no Oeste do Estado. O georeferenciamento vai permitir selecionar produtores que fornecerão matéria-prima diferenciada, como “leite verde”, produzido totalmente a pasto. E ressaltou que a melhora na qualidade do produto vai beneficiar tanto o produtor, quanto o consumidor. A Aurora já adota um pagamento diferenciado ao produtor conforme a qualidade do leite – os valores podem variar 10% para mais ou para menos do preço base. O caminhão que recolhe o leite recolhe também amostras do produto de cada associado. Quando o leite chega à indústria, é analisado. Constatando-se algum problema, as amostras permitem determinar a origem do leite de má qualidade. (Diário Catarinense)
Qualidade – Um equipamento eletrônico conhecido como contador eletrônico de bactérias totais (CBT), que serve para otimizar as análises da qualidade do leite, é o novo investimento do governo do Estado para a pecuária leiteira. O aparelho teve sua importação dos Estados Unidos autorizada recentemente pelo governo, e vai auxiliar no aperfeiçoamento de métodos para garantir que o leite obtenha uma boa qualificação. A compra do equipamento é para atender à Instrução Normativa IN-51, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que corresponde ao programa nacional de melhoria da qualidade do leite. Por ser o pioneiro no País na instalação dessa aparelhagem, o Paraná sai na frente de outros estados para fazer uma análise mais rigorosa do leite. O equipamento irá realizar, em um primeiro momento, as análises do leite do programa Leite das Crianças. (Paraná Online)
Preço/Argentina – Industriais e produtores continuam a disputa por preço. Enquanto as fábricas dizem não poder pagar o mínimo que dê sustentabilidade aos produtores, o consumo continua caindo, e o preço do leite ao produtor segue sem perspectivas de melhora. A situação continua piorando. Para os produtores, seria necessário receber 0,85 das indústrias e 0,10 do governo, para fechar as contas, mas a indústria assegura que é impossível pagar mais do que o preço médio de 0,70 que vem comprando sua matéria prima. A demanda interna que sustenta o preço continua em queda, os custos operacionais aumentam, e a demanda externa está muito fraca. Os produtores vêm má vontade do setor industrial, e ameaçam mandar mais matrizes para os frigoríficos. (Infortambo)
Negócios
Feira/RS – Consolidar a produção leiteira como alternativa de geração de renda e fixar o jovem no meio rural são metas da 1ª Feira Nacional de Produtos Lácteos (Fenilact), lançada ontem, em Ijuí. O evento será realizado em abril de 2010, durante a Feira de Negócios da Indústria de Ijuí (Fenii). Para o presidente da 1ª Fenilact, Luiz Ottonelli, a região tem potencial para ser um grande parque industrial do setor lácteo. ‘Temos indústrias e mercado. Agora, é preciso motivar ainda mais o produtor para o aumento da produção’. Ottonelli afirma que 70% das propriedades da região são de pequeno porte. ‘Esta é uma alternativa concreta para gerar desenvolvimento e renda no campo’. (Correio do Povo/RS)
Achocolatado – Cooperativa Santa Clara, de Carlos Barbosa, está anunciando a chegada de novo produto derivado de leite. É o achocolatado Choco Clara UHT, em embalagem de 200 ml. A bebida é composta por um mix de leite e ingredientes selecionados, que geram alto valor nutritivo, ideal para lanches das crianças e café da manhã. (Jornal do Comércio/RS)
Marcas – A expansão do mercado de marcas próprias – produtos fabricados com o selo do varejista, por exemplo – está atraindo cada vez mais indústrias interessadas em buscar espaço nesse segmento. Enquanto uma ampla gama de fabricantes de bens de consumo busca estratégias para evitar quedas da demanda, problema acirrado com a crise financeira, o setor de marcas próprias prevê crescimento de 15% para 2009. Grande parte dos fabricantes de marcas próprias são pequenas e médias fabricantes, que encontraram nesse segmento uma forma de ampliar sua participação no mercado e conseguir maior exposição de seus produtos nas gôndolas do varejo, conseguindo, até mesmo, o mesmo destaque que as marcas líderes. Mas com um diferencial relevante em um momento de crise financeira: as marcas próprias são, em média, 20% mais baratos que as marcas líderes. ”Antes alguns fornecedores não acreditavam nas marcas próprias, mas agora estão entrando nesse setor. Estamos verificando também que pequenos varejistas estão querendo suas marcas, e isso se intensificou com a crise”, afirmou a presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), Neide Montesano. De acordo com a executiva, fabricar marcas próprias também é a forma encontrada pelos pequenos fabricantes para conseguir entrar nas grandes redes de supermercados. O interesse das grandes redes de varejo em ampliar o volume e produtos em suas prateleiras também tem atraído mais produtores. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já respondem por 7% das vendas totais dos supermercados e movimentaram cerca de R$ 10 bilhões anualmente. (DCI)
Setoriais
Preços – O ritmo de variação média dos preços agropecuários manteve sua tendência de queda para o produtor rural, em março. O Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agrícolas ficou negativo em 1,75%, no mês passado. Em fevereiro, a queda tinha sido de 0,86%, segundo pesquisa do Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (Ufla), com base nos preços de 42 produtos. Esse resultado, segundo os pesquisadores, aconteceu, em parte, devido à queda nos preços dos grãos. A cotação do café caiu 7,38%; a do milho, 1,18%, e o valor pago pelo feijão foi o que teve a maior baixa no mês, de 12,80%. Já os preços pagos aos pecuaristas pelos leites tipo C e tipo B tiveram uma recuperação em março, ao contrário do que aconteceu em fevereiro. O tipo C teve alta de 1,75% e o B, de 2,94%. Entre os hortifrutigranjeiros, as maiores altas ficaram com a laranja (50,0%), batata e couve-flor (40%), brócolis (33,33%) e da cebola (22,73%). (Estado de Minas)
Soja – A área de soja no Brasil e na Argentina deve crescer. A tendência apontada pelo gerente da Cooplantio, Marcelo Faria, no ‘Correio Rural’ deste sábado, é reflexo da divulgação de dados do USDA, que indicam aumento menor que o esperado na área de soja nos EUA. Para ele, os números demonstram a influência irreversível do etanol na economia americana. ‘Os contratos de milho não tiraram só a área de soja do ano passado, mas deste ano também’. (Correio do Povo/RS)
Meio ambiente – Na pauta da sociedade está o meio ambiente. A falta de preservação ambiental e os crescentes problemas que o planeta tem enfrentado em decorrência disso têm sido assunto para inúmeros debates nos mais variados setores. Some-se a isso a preocupação com a produção de alimentos e sua possível escassez dentro de algumas décadas e tem-se em mãos obstáculos que desafiam os maiores especialistas, mas que precisam de soluções rápidas e equilibradas. No Brasil, a implantação do Código Florestal tem provocado discussões acaloradas. De um lado ambientalistas defendendo pontos que consideram cruciais para minimizar o desmatamento, por exemplo, e recuperar algumas áreas devastadas. De outro lado agricultores lutando por mudanças na lei para que possam continuar na atividade. Representantes do setor agropecuário afirmam que o código atual não tem como ser implantado e defendem mudanças concretas. O próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é a favor dessa alteração. Um decreto assinado pelo presidente Lula, entretanto, prevê que a partir do final deste ano os produtores comecem a ser punidos pelo descumprimento do código atual. (Folha de Londrina/PR)
Economia
Classe – O ano de 2009 começou com uma reversão abrupta no crescimento da classe média – incluindo a classe C, a classe média popular – que caracterizou boa parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somente em janeiro, a classe C nas seis maiores regiões metropolitanas do país perdeu 11% do seu crescimento no governo Lula. No mês, um total de 563 mil pessoas caiu da classe C para as classes D e E nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Somando-se as classes A e B à C, a redução nas regiões metropolitanas chega a 765 mil, e é exatamente igual ao aumento das classes pobres, a D e a E. O crescimento da classe C é uma marca do governo Lula e também um fenômeno global causado pelo boom econômico encerrado em setembro do ano passado, especialmente em países como a China e a Índia. (O Estado de SP)
Indústria – A produção industrial brasileira cresceu em nove das 14 regiões pesquisadas em fevereiro, em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal, informou o IBGE. Nessa base de comparação, as principais expansões ocorreram na Bahia (13,7%), Espírito Santo (8,3%), Minas Gerais (5,7%), Paraná (5,7%) e região Nordeste (4,1%). Todos esses locais superaram a média nacional de expansão da indústria no período, que foi de 1,8%. Outros locais com taxa positiva na produção da industrial, também em base mensal, foram: Rio Grande do Sul (1,6%), Pará (0,9%), Ceará (0,8%) e São Paulo (0,5%). Do lado negativo ficaram Pernambuco (-5,6%), Santa Catarina (-4,6%), Amazonas (-2,2%), Rio de Janeiro (-1,7%) e Goiás (-0,5%). (Agência Estado)
IPC-3i – Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a inflação entre a população idosa, subiu 1,51% no primeiro trimestre deste ano, após avançar 1,60% no quarto trimestre do ano passado, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A maior contribuição para a desaceleração de preços verificada entre o quarto trimestre do ano passado e o primeiro trimestre deste ano partiu dos grupos Vestuário (2,27% para -1,01%), Habitação (1,12% para 1,06%) e Transportes (1,33% para 1,23%). As classes de despesa que apresentaram aceleração de preços, no mesmo período foram: Alimentação (de 2,36% para 2,38%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,43% para 1,50%); Educação, Leitura e Recreação (de 1,65% para 1,86%); e Despesas Diversas (de 0,53% para 0,88%). (Agência Estado)
Globalização e Mercosul
Desemprego/EUA – A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu 8,5% em março, seu mais alto nível desde novembro de 1983. São 663 mil postos de trabalho fechados. Em fevereiro, o índice foi de 8,1% e 651 mil novos desempregados. O recuo no mercado de trabalho acompanha a tendência dos meses anteriores. Em janeiro, foram 655 mil postos perdidos, e dezembro de 2008 se revelou o mês mais negativo desde 1949, com 681 mil vagas eliminadas. Segundo dados do Ministério do Trabalho, desde o início da recessão, em dezembro de 2007, 5,1 milhões de pessoas perderam seus empregos, dos quais 3,3 milhões durante os cinco últimos meses. Atualmente, conforme os números do governo há 13,2 milhões de desempregados no país. (Correio do Povo/RS)
África – A Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) assinaram na sexta-feira, na sede da Embrapa, em Brasília, um memorando de entendimentos visando ações conjuntas para o desenvolvimento agrícola da África. JICA, ABC e Embrapa estão desenvolvendo o que chamam de “cooperação triangular” para apoiar a produção de alimentos no continente africano. (Valor Econômico)
Produção/UE – De acordo com os dados do Eurostat, o rendimento per capita na agricultura da União Europeia caiu 3,5% em 2008, comparado com 2007, que havia crescido 9,3% em relação a 2006. Oito países membros aumentaram a produção, com destaque para Bulgária (+28,9%), Romênia (+28,4%), Hungria (+18,6%) e Reino Unido (+16,5%). As maiores quedas foram: Dinamarca (-24,7%), Estônia (-23%), Bélgica (-22,6%), Letônia (-19,4%) e Polônia (-17,7%). As culturas que mais cresceram foram: os cereais (+22,3%), azeite (+9,6%) e frutas (+2,5%). Já do lado da produção animal, aves (+3,3%), ovos (+1,1%) e leite (+0,7%), registraram aumento, mas, houve queda de (-6%) para a carne caprina e (-1,6%) para suína. Entre 2000 e 2008, o rendimento agrícola per capita na UE27 aumentou 15,2%, 74,7% nos 12 estados-membros novos e queda de (-0,2%) na UE15. (Hipersuper)
Uruguai – Três entre quatro produtores de leite no Uruguai estão perdendo dinheiro com a atividade, e os outros apenas cobrem os custos, revelou uma pesquisa sobre a realidade do setor leiteiro. A maioria deles informou que as medidas paliativas do governo não tiveram o efeito esperado, e o setor vive na incerteza, com queda nos preços, demanda em baixa e perdas causadas pela seca. Algum superávit só foi verificado nas propriedades acima de 500 hectares. 59% dos produtores entrevistados venderam parte do rebanho por falta de comida. Os que estão na pior situação de liquidez são os proprietários de 200 a 499 hectares. Mesmo assim, apenas 6% estão decididos a abandonar a produção de leite. (Infortambo)